Caçadora de Demônios

O Início do Eclipse Lunar.


P.O.V Ema

Acomodei Lys em uma poltrona do vagão e caminhei até a cabine de comando. Assim que entrei, vi um garoto de cabelo azul e headphone verde no pescoço. Eu sei que já o vi em algum lugar, mas não me lembrava direito onde. Ele não parecia desesperado nem nada, pelo contrário. O mesmo fez um gesto com as mãos e o trem parou lentamente.
–Magia... -Falei me aproximando.
Ele se virou e me encarou surpreso.
–Quem? Espera... Você! -Ele disse.
–Eu o que?
–É.. Como é mesmo? Gabriele? Isabele? Manuele?
–Emanuelle. -Corrigi.
–Isso! Não se lembra de mim? Nos encontramos no shopping a muito tempo atrás. Sou o Alexy.
–É mesmo! Mas... o que está fazendo aqui? E eu não sabia que você era bruxo. Está do lado do Asmodeus? -Falei ameaçando pegar minha arma.
–Claro que não! A história é meio complicada...
–Fala logo! -Apontei minha arma pra ele.
–Ok,ok. Mas pode abaixar isso, por favor. Sou contra a violência. Escuta, eu sabia que você era uma híbrida desde o dia do shopping. Comentei com meu irmão gêmeo, o Armin. Ele é totalmente humano e aceitou o fato que apenas eu herdei os poderes de nossos pais. Mas descobri que faz tempo que ele tem um caso com uma mulher mais velha e...
–O que isso tem a ver? -O interrompi.
–Essa mulher mais velha estava envolvida com esse tal Asmodeus. E agora o demônio está no corpo do Armin.
–Quer dizer que seu irmão está possuído pelo Asmodeus?!
–Sim, e preciso da sua ajuda, por favor. Ajudarei em qualquer coisa. Farei o que for preciso. Só não o mate. Ele é apenas um humano inocente... Minha única família... -Alexy estava com os olhos marejados de lágrimas.
Eu sabia como era perder alguém realmente importante. Eu podia ouvir sua respiração e coração trabalhando normalmente, o que significava que ele não estava mentindo. Eu poderia dizer que ele morreria sem pensar duas vezes se isso fosse salvar o irmão.
–Tudo bem, venha comigo.
Voltamos até o vagão onde deixei Lys. Ele já podia andar sozinho. Descemos do trem e caminhamos pelo trilho até que avistamos uma porta preta familiar. Fomos até ela e abrimos.

......

Me senti acordando. Estávamos todos na casa da Rosa. Ela e eu estávamos no chão, Lys e Cast no sofá e Nath na poltrona. Parecíamos ter acordado do mesmo sonho juntos.
–Ai, o que foi isso? -Perguntou Rosa se levantando.
–Sonho coletivo? -Disse o sarcástico Castiel.
–Isso não é uma brincadeira. -Falou Nath.
–Tem razão. Não se sabe a consequência disso. -Falou Lys me ajudando a levantar.
–Em momentos assim, é melhor rir do que chorar... -Resmungou Cas.
–Gente! -Falou Alexy abrindo a porta da entrada com força.
–Quem é você? E como vai entrando na casa dos outros assim? -Perguntou Rosa irritada.
–Desculpe. -Falei no lugar dele. -Este é Alexy, ele está do nosso lado. O irmão dele foi possuído pelo Asmodeus. Nós não vamos matar o garoto.
Ninguém protestou. O relógio da sala bateu, informando a todos que tinha acabado de dar meia-noite.
–Ficamos apagados por tanto tempo assim?! -Disse Nathaniel.
Fomos até o jardim em frente a casa. Tudo estava quieto. Acima de nós, uma beirada da lua tomava uma cor avermelhada. Mais a frente na rua, duas silhuetas foram formadas. Uma era o Armin, pude ver que seus olhos estavam totalmente negros e vazios. E a outra era uma mulher... Mas era ela! Por quê?