Segunda Carta

- Vamos limpe com isso, rápido! - Minha avó me ajudava a limpar o nariz, que sangrava absurdamente. Eu caía tentando me apoiar nela, as pernas bambas e meus olhos caindo pesadamente sobre os olhos. Eu estava prestes a desmaiar novamente.

Fazia um dia desde que tinha descobrido da leucemia.

- A Yume-chan... Seu avô não chega com esses remédios! - Reclamava minha avó, Miyuki, me segurando com carinho e preocupação. Eu limpei o nariz com um pano e logo sorri para minha avó.

- Ainda temos alguns que o médico deu e eu quero mesmo ir para a escola, vovó. - Pedi, com o sorriso sumindo aos poucos. Ela me deu um sorriso, mas eu podia ver que ela estava preocupada. Respirei fundo.

- Pode ir querida. Mas tome cuidado no caminho! Se sentir qualquer coisa, fale com os professores.

- Falarei. - Assim pus meus sapatos na porta da casa e levei a pasta da escola e a mochilinha de medicamentos. - Estou indo.

- Tome cuidado. - Enquanto andava, sobre o sol, sentia meu corpo ficar mole, por isso pus um chapéu rosado e logo continuava andando. Em instantes, enquanto andava, bati sobre alguém, o que me fez cair.

- Me desculpe... - A voz grossa pediu, olhei para cima, meu nariz começou a sangrar. Ele ficou surpreso na mesma hora. - Você está bem? ! - Eu me levantei dando uma risadinha calma, o que deixou mais alarmado ainda.

- Estou, é que tenho uma doença. Estou bem, estou bem. Adeus.

- Adeus.. . - Ele disse, por algum motivo, perturbado. Ao entrar na escola, avistei minha amiga Ami na mesma hora. Sorri felizmente e fui andando até ela.

- Ami! - Ela se virou para mim e sorriu preocupada. Todos os alunos da escola, já deviam saber.

- Yume ! - Nos abraçamos e ela beijou minha cabeça, como uma irmã mais velha. - Ei, Yume. Você está bem? Tem uns boatos bobos de que você está com leuce... - Na hora ela viu meu olhar e a bolsa de remédios. Lágrimas lhe invadiram os olhos e os meus também. - Não, Yume, não...!

- Calma, Ami-chin, eu estou bem. Eu estou... - Me pus a chorar com ela, e assim fomos levadas ao banheiro pelas meninas. O boato de que eu tinha leucemia, estava mais falado ainda agora. Me joguei na maca do banheiro cansada, meu corpo estava pesado.

- Yume? Yume ? - Eu senti meu nariz sangrar e tudo escureceu.

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Comecei a abrir os olhos, olhei para os lados, estava em casa. No meu quarto. Toquei meu nariz, que estava meio seco, com o sangue escurecendo e secando. O limpei e logo me levantei, tomei o remédio e bebi o copo de água que estavam na escrivaninha.

Um bilhete de minha avó dizendo que tinha saído para comprar os remédios com meu avo estava ao lado. Eu andei até a mesa e peguei um papel de carta azul com flores e um envelope branco com flores azuis-clara.

Peguei a pena e comecei a escrever...

"Para: Kami-sama.

Rua 9,

Bairro 7,

Casa 10.

Kami-sama,

eu fico feliz por ter respondido minha primeira carta de ontem. Hoje, minha amiga Amizu (eu a chamo de Ami-chin), chorou comigo ao saber que eu tinha leucemia. Tive o meu primeiro dia de aula depois da consulta com o médico!

Mas não aproveitei, por que eu no mesmo momento caí e desmaiei. Bem, espero que seja realmente Deus que está lendo esta carta....."

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Na mesma hora, peguei um papel para escrever a carta de volta.

"Espero que seus dias..."

E assim continuei, pondo sentimentos e expressando coisas anonimamente. Me lembrando da garota de cabelos cor de rosa, que vi esta manhã. Seria ela, Takegawa Yume?