Cartas Anônimas

Capítulo 32 - Two is better than one


Seis horas da tarde eu já estava arrumada e a espera de Pedro e como ele era pontual, no horário combinado ele tocou a campainha. Eu desci as escadas bem no exato momento em que minha mãe abria a porta par ele.

– Boa tarde querido – Disse minha mãe respondendo a Pedro. Assim que eu parei no começo da escada, ele voltou seu olhar para mim e sorriu, eu também sorri e nos olhamos por um longo período de tempo, parecíamos até bobos apaixonados. Minha mãe pigarreou nos chamando á atenção – Querida você volta tarde?

– Eu não sei mãe – Parei ao lado de Pedro.

– Antes da meia noite eu á trago de volta.

– Tudo bem, hoje eu não tenho plantão, então provavelmente você me encontrará em casa.

– OK mãe, agora nós já vamos indo – Me aproximei dela e lhe dei um beijo na bochecha.

– Boa diversão querida.

– Obrigada.

– Tchau Ana.

– Tchau Pedro – Minha mãe odiava que a chamassem de dona, por isso o Ana.

Pedro abriu á porta para mim e ambos saímos, ele me pegou de surpresa ao entrelaçando nossas mãos e olhando em meus olhos.

– Você está incrivelmente linda – sorri envergonhada. Eu nunca havia sorrido envergonhada, mas ao lado de Pedro ultimamente eu não fazia nada que já era rotina para mim.

– Pois desfrutamos da mesma beleza.

– Que nada, o privilegio de possuir a beleza mais divina que se pode existir eu deixo pra você – Desviei meu olhar do seu e fitei á grama.

– Para pê, tá me deixando com vergonha.

– Eu adoro te ver assim, eu adoro ver as reações que provoco em você – ele abriu a porta do carro e eu entrei. Um sorriso bobamente idiota estava enfurnado em meu rosto. Ele deu á volta no carro e logo entrou no mesmo – Aliás, você provoca as mesmas reações em mim, é só prestar atenção.

Ele piscou um dos olhos e logo deu á partida. Durante todo o caminho nós gargalhamos, conversamos e cantamos algumas músicas que passavam na rádio, inclusive naquela noite selecionamos uma música para nós. Two is better than one do Boys like girls se encaixou perfeitamente para nós, mas eu tinha duvidas sobre duas coisas… Eu realmente não conseguiria viver sem ele? E… Dois é melhor que um?

– Que roupa eu usei no nosso primeiro encontro?- Pedro arqueou a sobrancelha.

– E tivemos um primeiro encontro? – Eu disse também arqueando uma sobrancelha.

– É… Não tivemos – entortou os lábios – Hum… Podemos chamar isso de um primeiro encontro então?

– Humm, podemos né, a final nunca saímos assim juntos para algum lugar para nos divertirmos.

– É… Nunca fizemos isso. E nosso primeiro beijo?

– Quê que tem?

– Quando foi? – sorri.

– Quando você me trouxe do jantar que teve em sua casa – Ele sorriu.

– Boa memória. Pela primeira vez naquele dia eu não sabia o que fazer, você me deixou sem estruturas garota – Sorri.

– Eu também… Fiquei perdidinha.

– Bom… Chegamos – eu olhei para frente e fitei os grandes jogos de luzes que o parque tinha. A noite já havia caído e tudo parecia brilhar mais que o normal. Pedro estacionou o carro em um lugar lotado de veículos, saímos e adentramos o parque e o mesmo estava amarrotado de gente. Ele entrelaçou nossas mãos e começou a andar dentre as pessoas – Onde iremos primeiro?

– Humm – olhei em volta e olhei para algo que sempre foi temido por mim na infância – Eu nunca fui em uma roda gigante.

– Pois vamos hoje – Ele me puxou pela mão e nos encaminhou para a fila que estava mediana. Minutos depois sentamos na cadeira. Minha mão suava enquanto segurava o ferro frio, meu coração palpitava aceleradamente e eu sentia o ar escasso – Ka… Tá tudo bem?

– Tá sim, eu apenas estou na expectativa.

– Você parece que vai vomitar… Se for fazer isso vira o rosto pra lá – Pedro se afastou um pouco e eu gargalhei.

– Não seja bobo – O puxei – Eu apenas estou…

– Com medo.

– É.

– Não fiquei – Pedro pegou minha mão que estava em meu colo e entrelaçou nossos dedos – Eu estou aqui meu amor.

Sorri.