Cartas Anônimas

Capítulo 33 - Eu te amo


A roda gigante começou a se mexer e eu já me sentia bem calma, nos braços daquele homem não havia como ficar nervosa, ele era á calmaria, em seus braços eu sentia paz. Encostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos. Um vento bateu em nós e esvoaçou meus cabelos.

– Ka, abra os olhos – Fiz o que ele pediu e percebi que estávamos parados e pior, estávamos no topo. Apertei sua mão com força e olhei para o céu, o mesmo era encoberto por um lençol de estrelas que se estendia para além do horizonte, a grande lua brilhava bem em cima de nós e eu nunca na vida vi o céu tão perfeito.

– Ual! – Surrei.

– É lindo não é?

– É esplêndido – o olhei e um lindo sorriso estava em seu rosto, aproxime-me dele e selei nossos lábios, pedi passagem e ele não relutou em permitir. Nossas línguas mais uma vez bailava em perfeita sintonia. A roda gigante se moveu e nós rimos. Assim que ela parou saltamos para fora.

– Que tal uma maçã do amor?

– Oba, adoro.

– E eu adoro você – Ele se aproximou de mim e colou nossos lábios.

Ficamos no parque por algum tempo, andamos em diversos brinquedos,comemos diversas coisas, Pedro ganhou um macaquinho verde lindo para mim que eu chamei de Flux e foi paquerado por várias vacas, ele não notava, mas eu sim, elas praticamente o comia com os olhos e quando isso acontecia eu o agarrava e o beijava. Ele era meu, só meu.

– Amei tudo – Disse entrando no carro sendo seguida por Pedro – Nunca tive uma noite tão perfeita na vida.

– Nem quando você ia para aquelas festas badalada? – Me aproximei de seu ouvido.

– Nunca tive uma noite tão perfeita na vida – Sussurrei. Ele virou o rosto e selou nossos lábios em um selinho demorado. Deu á partida e acelerou rumo à cidade. Assim que estávamos entrando para a cidade que morávamos, Pedro desviou do caminho – Ué, onde vamos?

– Quero te mostrar uma coisa.

– Pedro você não é nenhum estuprador não né?

– Só se você quiser.

– Ahhhhh, descarado – Lhe estapeei e o mesmo riu. Alguns minutos depois, Pedro desceu do carro e abriu á porta para mim – Que lugar é esse?

– Venha – Me puxou pela mão e subimos por um pequeno morro íngreme coberto por grama. Chegando ao topo do morro meus olhos brilharam.

– Ual.

– Humm, você sempre usa essa palavra?

– Só quando sou surpreendida – Pedro me abraçou por trás e descansou o queixo em meu ombro, entrelacei nossas mãos e fitei á vista de toda á cidade. As luzes era o enfeite mais lindo que á cidade poderia ter, fora as estrelas e a lua. Uma brisa refrescante passava por nós e naquele momento tudo estava embaralhado. Fechei os olhos e senti Pedro beijar meu pescoço.

– Ka?

– Hum… – Virei-me de frente para ele. Seus olhos brilhavam como constelação de estrelas, tão lindos, tão… Profundos.

– Eu… Amo você – Todo meu corpo se arrepiou, meu coração acelerou e eu tive a impressão que todo sangue do meu rosto fôra embora. Eu não disse nada apenas o beijei da forma mais intensa que encontrei. Eu não tinha certeza que o amava, não tinha, eu não podia iludi-lo, dizer algo que não era concreto e Pedro não pareceu se importar com isso, de mim ele só queria a verdade.