— E agora, mamãe? O que acontece? – Sophie me perguntou assim que saímos da igreja.

— Agora esperamos Kelly e Henry saírem, quando eles passarem pela porta, você joga isso para o alto. – Informei a ela e entreguei uma cestinha com pétalas de rosa.

— Achei que era arroz... – Tony murmurou.

— Kelly achou melhor as pétalas de rosa. Por que desperdiçar comida com isso quando tantos não tem, se as rosas ficam ainda mais bonitas? – Abby respondeu.

— Entendi. Vamos jogar rosas. – Tony acabou com a discussão.

E o casal mais bonito que eu já vira apareceu na porta da Igreja. Kelly ainda um pouco vermelha por conta do beijo no altar e Henry com uma felicidade incontida. A chuva de pétalas começou e ele puxou Kelly para mais um beijo bem embaixo do arco de flores. Seria uma bela foto. Pelo canto do olho, vi Jethro desviando o olhar.

— Ela é uma mulher casada agora, Jethro. – Cutuquei-o.

— Mas ainda é minha filha! – Ele sibilou.

— Você pensou, lá em 1998, dentro daquele quarto de hotel na Sérvia que os dois chegariam a esse ponto?

— Você foi longe agora, hein, Jen? – Ele falou sorrindo.

— Admita, o que você pensou?

— Claro que não. – Ele disse e olhou em direção à filha mais velha que estava tirando fotos com a família do marido, ignorando completamente do assunto.

— A Kelly vai assumir o sobrenome do Henry? – Ziva perguntou.

— Sim, ela vai. – Respondi a ela.

— Por que a Kells tem que trocar de nome? – Sophie perguntou curiosa.

— É a tradição, filha.

— Ah... quando eu me casar eu não vou trocar meu nome não!! Custei ter o nome do papai! Vou deixar como está, e se não me deixarem, não me caso! – Ela disse firme.

— Seu pai gostou da última frase. – Falei sorrindo.

Observamos um pouco as fotos que eram tiradas.

— Não é por nada não, mas vocês vão ficar muito melhores ao lado dos noivos do que eles.... – DiNozzo comentou.

Nós vamos... Kelly disse que vocês vão estar nas fotos também.

E foi dito e feito, pois, após a foto só com Jethro e eu, Kelly chamou a todos, ela não viu, mas Caroline Sanders torceu o nariz.

— Essa vai ter um lugar especial no meu escritório! – Ela disse toda feliz e pediu um favor. Queria uma foto só com Sophie.

— A pequena fashionista aqui, que me ajudou a escolher o vestido, ajudou o noivo a escolher o smoking, e ainda me salvou com esse sapato, tem que ter uma foto só dela! – Kelly falou e os três pararam para fazer a pose. Muitos pararam para ver a foto também.

Esse foi o final da cerimônia, agora iríamos para a recepção. Ajudei Kelly a entrar no carro – agora ela iria ao lado de Henry no carro dele – e fui acompanhar Jethro e Sophie, passando meu carro para Tim e Abby.

Na recepção, todos os convidados foram devidamente postos em suas mesas, e nossa família ficou toda junta. Com todos acomodados, anunciaram a chegada do casal e, aqui, o barulho dos assobios e das palmas foi ainda mais alto.

Henry tinha a feição de quem tinha ganhado na loteria, já Kelly, estava vermelha de dar dó, os Gibbs’ e a terrível mania de corarem quando eram os alvos dos elogios.

Tudo corria normalmente, o jantar foi servido, enquanto os noivos passavam de mesa em mesa e cumprimentavam e agradeciam a presença dos convidados. Nossa mesa foi a última onde eles passaram e pararam.

— Eu vou ficar por aqui, por dois motivos: estou morta de fome e meus pés estão me matando! – Kelly disse, se sentando ao lado do pai e do marido. – Falando em sapatos, achei que a noiva era quem tinha o direito de brilhar... porque eu vi o pezinho da Dama de Honra brilhando mais do que o meu. – Ela encarou Sophie sorrindo.

— Ih, Kells, ninguém tá vendo o seu sapato... seu vestido não deixa.

— Na hora da valsa vão ver. – Abby disse.

— A Kells vai dançar?!

— Vou.

— Mas você não sabe dançar!! – A Ruivinha disse alarmada. – Mamãe, por que a senhora não me falou que a Kelly ia ter que dançar? – Jogou a batata quente para a minha mão.

- Todo casamento tem o momento da valsa, filha.

— Mas mãe, a Kelly não sabe dançar, ela mesma disse que tem dois pés esquerdos! E com esse salto, vamos terminar a noite na emergência do hospital!!

— Exagerada... – Henry comentou sorrindo. – Eu não vou deixar a Kelly cair, Sophie.

— E você, Henry, sabe dançar? Porque eu nunca te vi dançando.

— Você sabe, Sophie? – Ele devolveu a pergunta.

— Mas é claro que sei!! E pelo visto você não sabe! Se me devolveu a pergunta.

— Que isso? Você está levando muito a sério o seu título de agente baby do NCIS, hein? – Kelly brincou.

— O que eu posso fazer, está no meu sangue!

Ducky, Jack e Jethro caíram na gargalhada.

— Tudo bem, Sophie, agora pare e deixe os noivos descasarem.

— Mas mamãe... isso pode dar muito errado!

— Daqui a pouco você vai ver que não vai dar nada errado, Moranguinho, te prometo!

— Se você está dizendo, Kells. – Sophie não acreditou muito na irmã e olhava alarmada para o pai.

Nem pudemos aproveitar a companhia dos noivos, pois logo Caroline Sanders apareceu.

— Vocês estão tão lindos!! – Ela abraçou os noivos pelos ombros, Jethro me deu um cutucão na perna, me mostrando a falsidade da mulher. – E você! – Ela apontou para Sophie!! – Maravilhosa!! Tão fofa nesse vestido, Jenny, você escolheu perfeitamente a roupinha dela, e eu tenho uma pessoa que está doida para conversar com vocês! Esperem um minuto. – Ela saiu para buscar alguém pelo braço.

— Ela está um tanto alta, não está? – Ziva me perguntou em hebraico.

— Com certeza.

Dois minutos depois, ela aparecia ao nosso lado com uma mulher que eu nunca vira, porém Henry deveria conhecê-la, pois falou:

— Uhn... mãe, acho que não é uma boa hora.

— Henry, deixe que Jenny e Jethro decidam isso.

À menção do nome de batismo de Jethro, todos se olharam.

— Decidir o que, Caroline? – Perguntei.

— Essa aqui é a dona da maior agência de modelos infantis dos Estados Unidos, Melissa Pitt. E ela está encantada com a nossa Sophie, não é Melissa?

— Sim, eu ficaria extremamente contente em poder contar com ela na nossa agência. Ela tem algo tão único e diferente que seria um sucesso, e eu prevejo uma carreira para a adolescência e vida adulta também. – Ela encarou minha filha como se ela fosse um objeto e minha Miniatura se encolheu ao meu lado.

— Eu agradeço os elogios e o interesse, mas Sophie não pode ser modelo, ela já tem uma agenda de aulas apertada, e a educação dela é a nossa prioridade, não é Jethro? – O inclui na conversa porque ele apertava minha mão com uma força desnecessária.

— Vamos fazer o seguinte, depois a Caroline passa o meu contato para vocês e nós podemos marcar uma reunião para conversar sobre os detalhes, mas quero que pensem primeiro, ela tem muito potencial. – A tal de Melissa falou como se a nossa negativa não fosse nada e se despediu, dando uma batidinha na cabeça de Sophie.

Ela já estava longe, assim como a Senhora Sanders, quando Kelly quebrou o silêncio:

— Eu estou em um universo paralelo onde a Sra. Sanders chamou o papai de Jethro, disse nossa Sophie e ainda tentou recrutar a minha irmã para se tornar modelo, ou isso aconteceu mesmo?

— Aconteceu, Kelly. – Henry falou. – Não me matem, mas minha mãe está obcecada com isso.

— Diga a ela, Henry, que a Sophie não será modelo. – Jethro falou sério.

— É, nada de ser modelo para mim. Eu não quero isso, já disse que quero ser agente do NCIS!

— Podemos mudar o assunto, esse é bizarro demais! – Abbs disse e começamos a conversar sobre os presentes. Porém, cedo demais, chamaram Henry e Kelly, pois era a hora dos discursos.

— Essa é a hora mais humilhante da festa. – Comentei.

— Como você sabe, se nunca se casou? – Jethro retrucou.

— Porque eu já fui em inúmeros casamentos para saber que enquanto os convidados estão rindo, os noivos só querem que tudo isso acabe.

E os discursos começaram.

Claire foi a primeira e o dela foi fofo e sincero quando terminou dando as boas-vindas à cunhada.

Caroline Sanders veio em seguida. E, bem, melhor não comentar.

Depois um dos padrinhos. Mer e Maddie tiveram suas vezes e até agora nada de muito constrangedor.

Mas todo mundo tem um tio chato...

Charlie Sanders falou e falou até cansar e mesmo cansado continuou falando e deixando Henry muito sem graça. Levou quase meia hora para que ele levantasse a taça e fizesse um brinde, a essa altura, eu nem sabia mais o que ele havia dito, de tão confuso que foi o falatório.

Era a vez da família da noiva.

Sophie se recusou veementemente a ficar de frente para todos e dizer algumas palavras para a irmã e o cunhado. Então, de nossa parte, fomos, Jethro, Tony – que graças a Deus, não deixou ninguém envergonhado -, Jack, Abbs e eu.

Os noivos respiraram aliviados quando terminamos nossas pequenas homenagens.

Mais alguns convidados tiveram a sua parte, e os amigos de Henry conseguiram deixar todos vermelhos com a piada de duplo sentido e minha filha curiosa com o significado.

Após os discursos era chegada a hora da dança.

Como manda a tradição, Noivo e Noiva abrem a pista de dança. E todos, sem exceção, se levantaram quando Henry pegou a mão de Kelly e a levou para o centro da pista. Os dois se olharam demorada e apaixonadamente antes de Henry enlaçar a cintura de Kelly e ela abraçá-lo pelos ombros. A música escolhida para a valsa era um mistério, ninguém tinha conseguido arrancar de Kelly e eu me vi surpresa com a escolha.

The Heart Aks Pleasure First. O tema do filme O Piano. Em uma versão instrumental. Os dois dançaram sem desviarem os olhos um do outro, a imagem da pura felicidade. Não teve um convidado que não se levantasse para vê-los e todos, sem exceção, tinham um sorriso estampado no rosto ao verem a encarnação do amor dançando pela pista. E, para surpreender a todos e coroar o momento, somente o último verso da música foi cantado.

Silent night surrounding me

On the shore of wistful sea

A kindest heart made me believe

The world as I wish it to be

Não foram poucas as palmas quando a música finalizou e o casal, ainda se olhando, parou bem no meio da pista de dança.

— Isso foi tão lindo! – Abby murmurou ao meu lado, tirando um lencinho da bolsa e enxugando o olho.

Eu não tinha palavras para concordar com Abby, então apenas balancei a cabeça. Sim, tinha sido o mais belo dos momentos.

Os noivos pararam lado a lado e então Henry beijou a mão de Kelly e saiu da pista, enquanto ela avançava até o pai, com a mão direita estendida, chamando-o para dançar com ela.

Se eu não tinha conseguido conter as lágrimas, era agora que eu choraria de verdade.

O pianista começou com a primeira nota e eu duvido que tinha alguém dentro daquele salão preparado para o que veria. Talvez não fosse a melodia em si, era bem tranquila, ouso dizer até parada demais, mas a letra daquela música, tudo o que ela significava para Pai e Filha que dançavam naquele momento, era a parte mais emocionante de todas. Jethro tinha a filha mais velha em seus braços, Kelly abraçava o pai pelos ombros e tenho certeza, cantava a letra da música enquanto tinha a cabeça apoiada no peito dele. Era impossível de desviar os olhos de cena tão linda e ainda mais difícil de não chorar. E, se toda a letra da canção já não tivesse um significado tão importante para o dois, a última estrofe dizia tudo

Fathers and Daughters never say goodbye.

Os aplausos foram muitos e talvez, só talvez, eu tenha deixado escapar um soluço, e, quando olhei em volta para tentar esconder meu rosto vermelho, vi Sophie, sentadinha na mesa, chorando também, mas me estendendo um lenço de papel. Ela não falou nada, nem eu, creio que nós duas estávamos pensando no mesmo dia, quando Kelly chorou tanto com medo de deixar o pai para trás.

Jethro voltou para o nosso lado, Kelly junto com ele, já que agora era a vez de Henry dançar com a mãe, educadamente me virei para a pista de dança para acompanhar Henry e a Sra. Sanders, mas essa dança não teve um oitavo da emoção das duas primeiras, apesar de ambos dançarem bem.

E, após as três primeiras músicas, a pista foi liberada para todos os convidados e nós nos sentamos, ainda tentando nos recompor dos momentos de emoções.

Outros casais ocuparam a pista enquanto músicas famosas eram tocadas, agora por um DJ, e era fácil de saber quem estava na pista só pelo ritmo das músicas. Kelly e Henry, deram outra volta pelo salão agradecendo as presenças e conversando com as pessoas, me vi presa em uma conversa fora de hora com três senadores, mas participei pelo bem do orçamento do NCIS, até no meio do casamento da minha filha adotiva, eu tinha que trabalhar.

Então, a música parou, e Maddie tomou conta do microfone para anunciar que era a hora dos solteiros chegarem perto da pista de dança, pois o noivo ia jogar a cinta-liga da noiva para aquele que queria continuar solteiro e depois a noiva, se não morresse de vergonha antes, jogaria o buque.

Não foram só os solteiros que chegaram perto da pista, todos se aproximaram da cadeira que tinha sido colocada bem no meio. Pedi licença e fui ver como estava Kelly, eu sabia que esse não era o momento pelo qual ela estava mais ansiosa.

E como eu previ, as madrinhas a estavam arrastando para a cadeira e os demais riam da cara que ela fazia.

— Isso não tem um pingo de necessidade! – Ela falava.

— É a tradição, Kelly! Agora para de ser puritana que eu sei que te entregaram a cinta-liga. – Mer soltou, ela sempre fora a linguaruda do trio.

Notei que enquanto Kelly era levada à força para cumprir essa tradição, Jethro pegou Sophie pelo braço e a levava para a área externa do salão. E eu sabia que esse ato tinha dois propósitos, o primeiro, evitar que Sophie fizesse mil e uma perguntas sobre o motivo de Henry ter entrado debaixo do vestido da irmã e o segundo, Jethro não queria nem pensar nessa cena por ele mesmo.

Os dois passaram por mim e eu tive que rir de Jethro.

— Quando acabar, nos chame. E cuidado para ninguém te jogar no chão na hora que você pular para pegar o buquê. – Ele brincou com o final.

— Eu não vou entrar na fila das solteiras, Jethro. Não preciso mais. Esqueceu que já em pediram em casamento? – Respondi baixo para que Sophie não saísse falando demais.

— Disso até me lembro, mas não fiquei sabendo a resposta que você deu.

Dei o passo que nos separava e o beijei.

— O que você acha de sim? – Disse com um sorriso no rosto.

Ele abriu um sorriso e depois de apertar a minha mão, saiu, pois a contagem regressiva para que Henry fosse ao encontro da esposa tinha começado.

Jethro saiu conversando qualquer coisa com Sophie e eu fui ver o que acontecia no meio do salão. E como eu esperava, Kelly estava lá, sentada na cadeira, completamente vermelha, sendo contida no lugar por Ziva e Claire, Mer e Maddie davam as instruções para Henry que tinha um sorriso não muito bento no rosto. Quando Kelly me viu, arregalou os olhos e soltou:

— Jen, me ajuda, por favor!!!

Tive que conter a gargalhada.

— Nada disso, noivinha. Sua mãe não vai poder te ajudar! Agora trate de ficar quietinha aí. – Maddie avisou.

Kelly ainda tinha aquele olhar de pura vergonha. Ela detestava ser o centro das atenções, ainda mais em situações como essa.

Do outro lado da roda, bem na minha frente, onde só os homens estavam, Tony, Tim e Jimmy gargalhavam da situação em que a “irmã” se encontrava.

Alguém mandou Henry resolver a vida dele logo, pois se demorasse mais um minuto, ele tinha certeza de que sairia noivo daquela festa.

Henry se ajoelhou na frente de Kelly, que tampou o rosto, já tão vermelha que eu estava começando a ter dó dela. Ele levantou a barra do vestido e revelou o sapato brilhante dela e, depois, muito devagar procurou pela cinta-liga, assim que a achou e a tirou, – rápido demais e eu comecei a achar que Kelly não tinha colocado a cinta-liga no lugar que deveria, mas sim no meio da panturrilha – se levantou, girou o pequeno pedaço de pano na mão e o atirou no meio dos homens.

Eu não conheço quem foi que pegou, só sei que o mesmo homem de antes reclamou:

— Droga, vou sair daqui noivo!

A risada foi geral.

Henry ajudou Kelly a se levantar da cadeira e ela continuava vermelha, demorou que conseguisse se sustentar nos próprios pés e quando balançou e quase caiu – Henry teve que apoiá-la pela cintura. – a noiva mais envergonhada da história soltou:

— Me lembrem de xingar a minha irmã por estes saltos enormes!

— Tadinha da Sophie! Ela só estava tentando te ajudar!! Já que você se esqueceu de comprar os sapatos!! – Claire defendeu minha filha.

Outra rodada de risos e foi dado o aviso:

— A todas as solteiras que esperam se casar em breve, por favor, não se matem, é a hora do buquê!! – Mer gritou no microfone.

Me livrei do amontoado de solteiras, indo para um canto seguro, procurei por Abby e Ziva, vi as duas no fundo, rindo, nada interessadas no buquê.

Kelly se virou de costas para as mulheres e começou a contagem regressiva:

— Um... Dois...Três!! – Gritou e soltou o buquê, mais forte do que seria necessário, pois ele voou alto e para bem longe de onde as mulheres se aglomeravam.

Não sei se foi por reflexo ou se ela tinha a intenção de pegá-lo, mas no final das contas, quem pegou o buquê foi Ziva, que com uma levantada de mão, agarrou o arranjo de flores e depois ficou olhando igual a uma boba para o que tinha feito.

— E a próxima a desencalhar e pagar uma festa para nós será.... – Maddie disse:

— ZIVA DAVID!!! – Kelly gritou.

Eu vi Ziva desconcertada encarando o buquê. E vi algo mais, ela olhou diretamente para onde DiNozzo estava. Creio que Sophie tinha toda a certeza do mundo quando cismou de juntar os dois.

Com a parte constrangedora da festa terminada, fui buscar pai e filha. Para meu espanto, os dois e Jack estavam do lado de fora, Sophie sentada no capô do carro, comendo doces. Os doces da festa.

— Onde vocês arranjaram isso? – Perguntei e tentei roubar um dos doces de Jethro.

— Já é seguro entrar? – Ele me perguntou e me ofereceu o pratinho com os bombons.

— Sim. – Respondi.

— Quem pegou o buquê? – Sophie questionou, curiosa como sempre.

— Ziva.

— A TIA ZIVA PEGOU O BUQUÊ? ISSO SIGNIFICA QUE ELA É A PRÓXIMA A SE CASAR?? – A Ruivinha pulou do capô do carro e começou a pular.

— Posso saber o motivo da sua empolgação, tirando o fato de que você vai querer escolher o vestido dela também? – Jethro conteve a filha.

Sophie deu uma pirueta e simplesmente soltou:

— Papai, o senhor vai ter que acabar com a regra #12!!!! Pois a Tia Ziva e o Tony vão se casar!!! – Disse toda feliz.

Jethro olhou em minha direção e eu dei de ombros, não iria me meter nesse vespeiro de jeito nenhum.

As músicas recomeçaram, o que significava que era mais do que seguro entrar.

— O que falta acontecer agora? – Sophie perguntou quando entramos.

— Só cortar o bolo. – Respondi.

— Aí a festa acaba?

— Geralmente os convidados começam a ir embora depois que servem o bolo. - Jack respondeu simplesmente.

— Eu sabia, todo mundo só tá aqui só por conta do bolo!! – Sophie disse decidida e se sentou ao lado de Ducky.

— E você, minha criança, não vai dançar?

Minha filha olhou para a pista de dança e balançou negativamente a cabeça.

— Eu não, Tio Ducky. Não tenho par.

Kelly e Henry dançavam de novo, ao som de Wonderwall do Oasis. Mais casais se juntaram aos dois.

As músicas foram mudando, assim como quem estava na pista, a certa altura, Jethro se levantou e me estendeu a mão. Eu não podia dizer não.

Todos na mesa abriram um sorriso enorme quando me levantei, principalmente Sophie.

Eu conhecia aquela música... sabia a letra, mas me deixei levar pela melodia e pelo som do coração de Jethro.

— Não vai cantar como fez em Paris, Jen? – Ele me perguntou.

— Não... deixe que a música fale por mim. – Respondi ao olhá-lo nos olhos. Assim como dizia a letra da música, eu realmente não conseguia tirar os meus olhos dele.

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E tinha chegada a única parte da festa que eu sabia que existia, e não eram os doces.

Eram as danças.

Tudo bem, a Kells e o Henry já tinham dançado, e foi tão bonito que eu até chorei, depois minha irmã chamou o papai para dançar com ela. Uma música tão bonita e que dizia tantas verdades que até agora eu não sei o porquê de Kells ter ficado tão desesperada por sair da casa do papai, mas ela é exagerada e chora por qualquer coisa.

Aí, depois de algumas músicas, papai me arrastou para fora do salão, fomos para o jardim dos fundos, mas ainda era possível ouvir e ver quase tudo, então ele decidiu que sairia e ficamos sentados perto do carro. Ele me colocou sentada no capô e nós dois ficamos conversando enquanto todos riam lá dentro. Vovô se juntou a nós não muito tempo depois, ele ria de algo.

Perguntei o que estava acontecendo e papai só me respondeu que era uma bobeira qualquer que Maddie ou Mer tinham inventado. Como eu sei que elas são malucas de tudo, concluí que nem valia a pena tentar descobrir e voltei a conversar com papai, que agora falava com vovô sobre o carro. E, depois de muita conversa, acabei descobrindo uma coisa muito interessante.

Papai me prometeu que me daria esse carro assim que eu fizesse dezesseis anos e tivesse a minha carteira de motorista. Ainda vai demorar um tempão, mas eu já tenho um carro!! A mamãe só não pode saber disso!

E teve outra parte boa. Os doces começaram a chegar e papai conhecia a pessoa que estava entregando. Não demorou e nos entregaram dois pratos lotados de bombons!

Nós três íamos comer tudo sem falar para ninguém até que mamãe apareceu e disse que era seguro entrar... depois de roubar três bombons da gente!! Vê se pode?

Eu só tinha uma pergunta para fazer: quem tinha pegado o buquê? Não era ela, pois não tinha nenhum arranjo de flores na mão dela. Mas eu fiquei feliz demais ao saber que tinha sido a tia Ziva.

Será que eu vou ser a Dama de Honra do casamento da Tia Ziva e do Tony também?

Voltamos para o salão e eu me sentei ao lado do tio Ducky, que era o único que eu ainda não havia sentado perto. Ele logo me perguntou se eu não ia dançar.

Eu até gosto de dançar, mas parece que só podia dançar se você tivesse um par. E eu não tinha um, então fiquei lá sentadinha!

E foi aqui que eu percebi que era o melhor momento da noite, pois eu poderia juntar os meus casais favoritos na pista de dança!

Sim!! Todos eles!!

E a minha oportunidade perfeita surgiu quando papai chamou a mamãe para a pista de dança. Todos nós os olhamos. Ela, claro, não podia negar o pedido dele e se levantou, dando a mão a ele.

Quando os dois pararam na beiradinha da pista de dança, a música trocou. Uma música velha - ou seria melhor dizer, clássica? Não sei - começou a tocar e os dois começaram a dançar bem longe do meio, quase que escondidos. Mas eu acho que eles ficaram tão distraídos um com o outro – pois eles se olharam nos olhos o tempo inteiro! – que não notaram que foram chegando mais e mais para o centro da pista.

Eu já disse o quanto meus pais estão bonitos nessa noite?? Não!! Eu tenho certeza de que não tem casal mais bonito que eles aqui. Nem a Kelly e o Henry vencem deles. Pois, por mais lindo que o vestido de Kells seja, por mais elegante que Henry esteja, ainda falta uma coisinha nos dois. Uma coisinha que papai e mamãe têm... mas eu não sei explicar o que é! Só sei que é diferente e isso os deixa ainda mais bonitos.

E, enquanto eu via meus pais dançando e vi que toda a mesa estava distraída vendo-os girar pela pista, eu tive uma ideia! Me levantei o mais silenciosamente possível e passei por todos, nunca desviei os olhos dos meus pais, mas eu tinha um destino certo.

O DJ.

Cheguei perto dele e o cutuquei. Ele me encarou meio surpreso. Acho que ele não esperava ver uma criança ali.

— Moço... boa noite! Posso te pedir uma música? – Pedi.

— Bem... pequena... eu não tenho música de criança aqui. – Ele me respondeu.

Com coisa que eu escuto música de criança! Será que ele não sabe que eu fui criada ouvindo Beatles e Queen e qualquer outra música que seja tema de algum filme?

— Não é música de criança que eu vim pedir.

— E qual é? – Ele me olhava desconfiado.

Stand by Me, do Ben E. King. Você tem ela aí?

Ele arregalou os olhos na minha direção e depois olhou para a lista de música.

— Tenho sim.

— Você pode colocar assim que essa música acabar?

— Sério que você quer essa música velha?

— Não é velha! É um clássico, e todo mundo conhece! – Falei.

— Tudo bem, eu coloco.

— Muito obrigada e eu estou amando a seleção de músicas!! – Disse quando me afastei e meus pais ainda dançavam juntinhos.

Voltei para o meu lugar e cutuquei o Tony.

— Por que você não vai dançar, Tony? Chama a Tia Ziva! – Falei. Ele olhou para minha tia e se levantou. Fiz a mesma pergunta para o Tim e o Jimmy. Achei o Henry e o mandei para a pista de dança.

Quando me sentei, a música que estava tocando que eu tenho quase certeza de que se chama Can’t Take My Eyes of You, terminava e papai se inclinava para beijar a minha mãe.

Notei que os dois iriam sair da pista quando Stand By Me começou a tocar. Era a música perfeita e todos os meus casais favoritos estavam lá. Mesmo que Tim e Abby não fossem um casal de verdade, estava tão lindo ver todos eles dançarem assim!!

Não demorou muito, essa música é muito pequena, e eles voltaram para a mesa, tentei manter a minha melhor carinha de paisagem, e vi que tinha funcionado, e funcionado tão bem que o Tony e a Tia Ziva estavam dançando a próxima música.

Can’t Help Falling in Love do Elvis tocava e os dois continuavam dançando. Definitivamente teríamos outro casamento.

As pessoas vinham conversar com os meus pais, a Kells vivia aparecendo na nossa mesa e se sentava por alguns minutos para descansar e toda vez que ela fazia isso, vinha uma organizadora e a chamava para fazer algo. E mesmo morta de cansada de ficar andando a noite inteira, ela se levantava com um sorriso no rosto, minha irmã estava pra lá de feliz.

Chegou a hora do bolo. E todo mundo se levantou para ver, o que significava que eu não via nada e eu não podia ficar de pé na cadeira porque mamãe me disse que era falta de educação. Fiquei sentada enquanto milhares de flashs estouravam. Se isso eram fotos que tiravam de Kelly e Henry, tenho certeza de que os dois estão cegos agora!!

Continuei sentada e ninguém me contou o que aconteceu, nem me importei, pois logo em seguida um pedaço de bolo e um monte de bombons apareceram na minha frente. Essa era uma parte que eu definitivamente posso considerar como a minha favorita.

Todos comeram bolo e quase todos os bombons... sorte a minha que tinha comido lá fora, ou não ia comer nenhum!! Acho que festas de casamento não são uma coisa para criança... ninguém lembra da gente por aqui... com a exceção do vovô que me deu o pedaço de bolo dele e dois bombons que ele surrupiou de outra mesa!! Eu amo o meu avô.

As músicas recomeçaram, mesmo eu já sabendo que estava quase na hora de ir para casa, na verdade, eu queria ir para casa, não tinha nada para fazer ali a não ser ver as pessoas dançando. Papai e mamãe voltaram para a pista de dança e ficaram lá por duas músicas. Então, o ritmo mudou.

Eu tinha escutado aquela música no carro de Kelly. Pelo que ela me disse, era de grupo chamado Spice Girls... até que eu gostava do ritmo, dava para dançar sozinha... só que eu não ia poder fazer isso, pois Mer e Maddie arrastaram minha irmã para a pista de dança e elas começaram a dançar de forma igual. Foi aí que eu percebi que elas deviam estar fazendo a coreografia da música mesmo!! Eu achei a melhor dança, porque a música era legal, dava pra dançar de verdade e eu consegui cantar um pouco! É, eu gostava de Wannabe! A música acabou e as três saíram aplaudidas da pista de dança, a essa altura, Kells nem ficava mais vermelha, ela já estava assim por um bom tempo!!

Outras músicas começaram a tocar e outros casais voltaram para a pista, ia pedir para a mamãe se a gente já podia ir embora, eu estava com sono e cansada de ficar sentada, quando começou a tocar Here Comes The Sun. E eu amo essa música, mamãe e eu sempre cantamos alto quando toca, seja lá em casa ou no carro. Comecei a cantar a primeira estrofe e, quando vi, mamãe me pegou no colo e me arrastou para a pista de dança.

— Acho que já passou da hora da senhorita fazer a sua estreia nessa pista de dança! – Ela me falou e me deu um beijo na testa. Nós duas dançamos como todo mundo estava dançando, e eu não estava nem aí! Eu adorava dançar com a mamãe, seja uma música assim, seja passos inventados como nós duas vivíamos fazendo no jardim quando estávamos em casa, ou balé, que ela sempre tira um tempinho para ensaiar comigo em casa, mesmo que ela esteja cheia de trabalho para fazer, porque eu tenho a melhor e maior mãe do mundo!!

Enquanto eu dançava com a mamãe, eu vi Kelly ir até o DJ, acho que ela também tinha um pedido para fazer para ele e depois ela foi para a nossa mesa e se sentou do lado do papai. Eu deixei de prestar atenção e voltei a dançar com a minha mãe. Pena que a música acabou, mas acontece que eu não sai da pista de dança, pois logo em seguida, papai estava parado atrás de mamãe e apenas disse:

- Será que eu posso ter a minha vez agora?

Mamãe abriu um enorme sorriso e me entregou para papai voltando para a nossa mesa e se sentando ao lado de Kelly.

Olhei para o meu pai, para ser bem sincera, eu nem sabia que ele sabia dançar até hoje à noite quando ele dançou com a Kells e depois com a minha mãe, mas pelo visto ele sabia. E, assim que trocou a música, ele me colocou no colo e começamos a dançar.

— Conhece essa Ruiva? Porque eu notei que você andou escolhendo algumas músicas por aí. – Ele falou comigo.

— Sim... eu sei que música é essa... – Falei. E fiquei pensando como ele soube que eu tinha escolhido Stand By Me? Mas papai só me olhou, o que significava que ele queria saber o nome da música.

My Girl... - Dei a resposta que ele me pediu.

— Gosta dessa?

- Eu gosto! Eu gosto de um monte de música que muita gente considera velha...

Papai começou a rir e me abraçou apertado, e ficamos assim até a música acabar.

Agora, o set de músicas era diferente. Era mais animado que dava para dançar sozinha, mas eu fiquei com vergonha de ir para o meio da pista e ficar lá dançando, assim, resolvi ficar só balançando os pés e cantando, sentadinha no meu lugar, não queria que Kells ficasse chateada comigo por ter estragado alguma coisa. Aí, eu estava quietinha, ouvindo os adultos conversarem coisas que eu não entendo, notei que outros já estavam indo embora, mas a festa continuava a todo vapor.

Eu batia os meus pés no ritmo das músicas que eu conhecia, e tentava ficar o mais quietinha possível, só que não teve jeito... não nessa música. Ainda bem que eu conheço um certo Italiano de Araque que gosta dessa música tanto quanto eu.

Tony escutou o iniciozinho de Little Less Conversation, a mesma música que tocou no dia que tudo explodiu, mas ele não pensou duas vezes e pedindo licença à Tia Ziva, se levantou e literalmente me arrastou para a pista de dança.

O único problema? Todo mundo parou para ver!

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Sophie estava, por milagre, sentada e quieta do meu lado, mas notei que batia os pezinhos no ritmo das músicas que tocavam, me perguntei o motivo dela não se levantar e ir dançar. Talvez fosse vergonha ou ela não queria chamar atenção.

Até que a música mudou e ela ficou muito mais animada, e Tony se levantou na mesma hora e a levou para a pista de dança, eu não fazia ideia de como ela conhecia essa música, porém conhecia a ponto de saber a letra e de saber dançar também.

Logo ela e Tony eram o centro das atenções, mas não demorou muito e o restante da equipe foi dançar também. Todos fazendo mais ou menos os mesmos passos, mas ninguém conseguindo dançar tão bem quanto DiNozzo e Sophie.

— Graças a Deus que ela foi para a pista de dança!! – Kelly falou sorrindo. – Como demorou! E olha que tocou algumas das preferidas dela!

— O que você está fazendo? – Perguntei.

— Tirando o sapato, vou dançar também, chega de foto, chega de conversar com políticos e esposas de políticos, a festa é minha e eu vou me divertir nesse finalzinho! – Falou, colocando o sapato do meu lado – Toma conta pra mim, hein Marine! – Me deu um beijo na bochecha e foi dançando para a pista.

Olhei para Jen que sorria.

— Concordo com ela, Kelly tem que aproveitar mais um pouco essa festa!

Voltei a fitar a pista de dança e Tony agora girava Sophie que gargalhou alto.

A primeira música acabou, mas a turma que dançava não teve tempo de respirar quando a próxima começou.

— Pelo visto começou o setlist do DiNozzo, só tema de filme. – Jen comentou.

— Anos 80 para o Tony? Acho que não.

— Jethro, qual é o nome do protagonista de Os Embalos de Sábado à Noite?

Tony Maneiro.

— Preciso falar mais alguma coisa? – A Ruiva me encarou levantando uma sobrancelha.

E até Henry apareceu para dançar Stayin Alive. Na verdade, eles mais estavam rindo do que dançando.

E as faixas foram trocando e ninguém voltava para a mesa, até que em uma, Tony, Tim, Jimmy e Henry se sentaram e Kelly, Ziva, Abby e Cynthia rebocaram Jenny para a pista de dança, para o meu espanto.

— Essa aí nem querendo! – McGee comentou. – Apesar de Stayin alive ter acabado comigo.

Girls Just Wanna To Have Fun... é só para elas mesmo!! – Tony comentou enquanto eu ficava pasmo ao ver as meninas dançando sem se importar com mais nada.

Quando Sophie e Jen voltaram para a mesa, a Ruivinha se arrastava. Kelly não se sentou, se jogou na cadeira e escorou em Henry...

— Que horas que a festa está marcada para acabar?

— Dentro de uma hora. – Ele respondeu.

— Quem dorme primeiro, eu ou a Sophie? – Ela apontou para a irmã que já cochilava sentada.

— Eu! – Abby respondeu. - Entrego os pontos, nunca mais danço Dancing Queen na vida!! Na verdade, está mais do que na hora de ir para casa.

— Leva meu carro, Abbs. Pego ele no Estaleiro com você na segunda-feira. Porque amanhã eu não vou ser ninguém! – Jen falou para ela.

— Você quer dizer hoje, né Jen? – Kelly abriu um sorriso.

— Deve ser.

— Então, família, tchauzinho para vocês!!! Kelly e Henry sejam muito felizes por muitos e muitos anos!! – Abby abraçou os dois ao mesmo tempo e forte demais, já que ambos ficaram quase roxos.

Tim se despediu dos dois também e de nós e foi levar Abby embora.

Esse foi o início, porém, antes que eu falasse com Jen para começarmos a pensar em ir para casa, Sophie simplesmente caiu no meu colo dormindo.

— Ih... descarregou essa aí!! Olha o milagre! – Tony falou depois de se despedir de Kelly.

Kelly deu uma risada.

— É fraquinha para noitada, né?

— Não é nada... são quatro da manhã, Kelly. Só agora que ela dormiu! – Jenny falou ao tirar Sophie de cima de mim.

Me levantei para me despedir de Kelly.

— Não! Não! Não!! Não estou indo para a Lua de Mel, ainda vou ficar mais dez dias aqui e mais tarde estamos passando na sua casa, Jen, para filar o almoço, então nada de despedidas por aqui! – Ela me disse com um sorriso.

— Como quiser, filha.

Peguei Sophie do colo de Jen, que foi se despedir de algumas pessoas, ou como ela brincou, fazer politicagem no meio da festa, e depois fomos para o carro.

— Aposto que o ronco desse motor vai acordá-la. – Jenny falou, sentada no banco de trás, com Sophie nos braços.

— Se essa aí for igual ao Leroy, nenhum barulho de carro vai atrapalhá-la. – Meu pai comentou do meu lado.

Sophie nem se mexeu no colo da mãe quando liguei o carro.

— Isso, Jen, é meu DNA. – Brinquei com ela.

— Lá vem você de novo... – A Ruiva murmurou do banco de trás. – Quando amanhecer, nós conversamos, Jethro. Agora eu só quero chegar em casa.

— A madame está com o pé doendo?

— Não, a madame aqui está com sono. – Ela respondeu e escorou a cabeça no banco de trás.

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E o maior pesadelo de Jethro tinha passado e ele até que tinha se saído bem, ou levado muito bem tudo, dada às circunstâncias. Porém, eu credito a calma dele ao fato de Kelly não ter saído direto para a lua de mel e o fato de que ela apareceu para almoçar no domingo.

E não foi só ela. Abby e Tim vieram devolver o meu carro e ficaram para o almoço quando souberam que Kelly e Henry viriam, Tony e Ziva apareceram sem motivo aparente, a não ser comida grátis. E o dia seguinte ao casamento foi nada mais, nada menos do que um domingo qualquer onde a equipe aparece do nada e fica para ver um filme, ou, no caso de hoje, as seis crianças resolveram montar a cama elástica e ficar pulando enquanto Jethro fazia um steak na churrasqueira.

Como eu disse, bem normal.

Tirando o cansaço que eu estava e a vontade louca de voltar para cama e dormir.

— Então, você falou sério quando disse sim? -Jethro me perguntou quando pensou que ninguém estava ouvindo.

— O que você acha, Jethro? – Perguntei com um sorriso.

Ele me escaneou e ia abrir a boca para falar algo, quando Abby e Kelly saíram gritando que tinham que planejar outro casamento.

— De quem?! – Ziva olhou alarmada e um tanto culpada.

— Outro?! Eu nem me recuperei desse, como vocês já querem outro? – Sophie reclamou sentada em um galho da árvore.

— Sophie, como você pode falar isso quando os seus pais vão se casar?!! – Kelly perguntou.

Sophie literalmente caiu do galho, e os demais só levantaram as garrafas de água – já que todos estavam de ressaca – e fizeram um brinde:

— Ao Jethro e a Jenny que finalmente se entenderam depois de tanto tempo!!!! – Gritaram.

E pelo visto, Abby, Ziva e Kelly iriam se ocupar com o planejamento do meu casamento. Sophie ainda estava com muito sono para pensar em fazer alguma coisa. Os meninos estavam comentando se valia a pena fazer uma despedida de solteiro para Jethro.

— Mas quantas ele já teve? – McGee perguntou a certa altura.

Encarei Jethro, eles estavam saindo do controle.

— Não preocupe Jen. Qualquer coisa a gente se casa só no cartório com Sophie como testemunha.

Gostei da ideia, apesar de achar injusta com os outros. Mas eu não queria uma festa do tamanho que Abby estava planejando de jeito nenhum!