Quando Edgar chegou em casa, Laura não estava esperando na sala como de costume. Apesar de ter estranhado, imaginou que ela estivesse no escritório escrevendo alguma matéria para o jornal ou preparando alguma aula que daria na escola no dia seguinte. Mais uma vez, para sua surpresa, ela não estava lá. Foi em direção às escadas e subiu-as correndo. “Ela deve estar com Melissa”, supõe. Abriu a porta do quarto da menina e lá estava sua família: sua mulher e sua filha, seus dois grandes amores. Abriu um largo sorriso, mas decidiu não atrapalhar a brincadeira das duas e ficar apenas apreciando aquela cena digna de uma fotografia.

No momento que Laura vê Edgar na porta, acaba se assustando e deixando a boneca cair. Os dois riem, mas Melissa fica um pouco braba.

Melissa: Mãe! Cuida da boneca direto! Ela se machucou!

Laura encantada olha pra menina e pede desculpas, mas volta a dirigir seu olhar a Edgar que encara Melissa franzindo a testa sem entender direito o que estava acontecendo.

Edgar: Oi, meu amorzinho! Como você tá? Me diz uma coisa? Do que você chamou a Laura?

Edgar puxa Melissa pro seu colo e Laura os observa silenciosa e carinhosamente.

Melissa: De ‘mãe’. Ela deixou... Disse que eu podia ter duas agora que a minha mãe Catarina foi embora... Eu posso mesmo, papai?

Edgar olha sorrindo para Laura. “Tudo que eu mais queria é que Melissa fosse da Laura... Mas o amor delas é de mãe e filha, isso é evidente no olhar das duas”, pensa.

Edgar com tom ainda surpreso e com um largo sorriso: Claro, minha filha!

Laura corrige: NOSSA filha!

Edgar e Laura fazem cócegas em Melissa e repetem: Nossa filha!!

Depois que a menina consegue se livrar da brincadeira, pega as bonecas que estavam jogadas no chão do quarto.

Melissa: Mãe, vamos voltar a brincar! Tava tão legal! Deixa a gente brincar mais, pai!

Edgar emburrado: Ah, mas assim eu vou ficar com ciúmes! Eu não posso brincar com vocês?

E a nova família se diverte até a hora do jantar. Edgar, então, fala para Melissa se preparar para ir dormir e a menina pede que Laura vá lhe contar uma história.

Edgar fica esperando Laura na sala para tomarem vinho. Quando ela chega, os dois conversam sobre Melissa. Edgar expressa sua felicidade pela menina tê-la chamado de ‘mãe’, Laura concorda.

Edgar: Agora só falta um filho nosso.

Laura: Meu maior sonho é ter um filho teu, Edgar.

Após um longo beijo, os dois continuam a contar sobre o que fizeram durante o período que não ficaram juntos (Laura apenas omite o livro que comprou pra ele, estava esperando para entrega-lo quando chegassem ao quarto). Após poucas taças de vinho, alguns assuntos e muitos beijos, o casal resolve subir para seus aposentos.

Ah! Como eles adoram aquele quarto! Lá tudo pode, o mundo some! Só existe Laura e Edgar. Ele pra ela e ela pra ele. Naquela cama eles se tornam um só!

Em meio a todos esses pensamentos Edgar vê um pacote vermelho sobre seu travesseio e estranha, acaba largando uma mão da cintura de Laura para pegá-lo. Ela vê-se obrigada a soltar o amado para que ele possa abrir seu presente, mas começa a se arrepender de ter escolhido esse momento para tê-lo dado...

Edgar com uma sobrancelha arcada: O que é?

Laura sorri: Ah... tem que abrir pra ver...

Edgar abre o pacote: “Sonhos de uma noite de verão!” Adorei! (Ele olha pra ela sorrindo) Obrigado, meu amor! Não tinha esse, mas é uma ótima história! Adoro Shakespeare!

Laura: Eu disse que passamos na livraria hoje... Achei que combinava conosco... Na verdade, o título em especial.

Laura faz uma cara maliciosa, pega o livro da mão de Edgar e coloca-o na mesinha do lado da cama...

Edgar agarra a moça e sussurra no ouvido dela: Trocar sonho por realidade? Me parece uma boa troca...

Laura ri e começa a tirar o terno e a gravata de Edgar e lentamente abrindo os botões de sua camisa, mas com voracidade tirando-a com seu suspensório. Enquanto isso Edgar desamarra o laço do vestido de Laura e desabotoa os botões de sua blusa, as peças de roupa vão ao chão desordenadamente, cada vez com mais rapidez.

Naquela cama, os dois corpos nus se unem consumando seus sonhos mais ardentes. Aquela belíssima noite de verão no Rio de Janeiro, nem Shakespeare seria capaz de colocar em palavras.