- Eu quero você, Edgar. – disse numa voz suave, mas decidida.

- Também te quero, Laura. – respondeu com um olhar penetrante.

- Escuta! – interrompeu-o firme para prosseguir – Eu quero tudo com você. Não há motivos para a gente adiar isso. Já somos casados. – riu da obviedade da frase.

Edgar a encarava devorando-a. Mal acreditava em suas palavras. Laura prosseguiu:

- Eu quero ser sua mulher. – concluiu sem saber qual seria a reação do marido, mas olhava-o nos olhos como se o desafiasse.

O rapaz continuou parado por um momento, absorvendo as palavras da esposa enquanto seu desejo crescia e impulsionava-o a se aproximar dela. Finalmente o fez e, após uma pequena pausa com seus rostos grudados, Edgar a beijou. Um beijo intenso, caloroso e urgente. Havia certeza de ambas as partes sobre o que viria a seguir.

A mão direita de Edgar envolvia a cintura de Laura enquanto a outra segurava a taça de vinho do brinde que haviam feito. Laura movimentava sua mão esquerda na nuca de Edgar acariciando-o e sustentava a taça na mão direita. Seus lábio se moviam depressa, aumentando mais e mais o desejo que estavam sentido.

Após se soltarem para recuperar o fôlego, o casal voltou a se olhar veemente. Edgar precisava confirmar mais uma vez a vontade da amada:

- É isso mesmo que você quer? – sussurrou ofegante.

- Nunca tive tanta certeza em toda minha vida. – sorriu com o rosto avermelhado num misto de timidez e pela irritação que a barba do marido provocava em sua pele branca.

O advogado colocou as taças sobre a mesa de centro e voltou a acariciar o rosto da professora, preparando-se para beija-la novamente, dessa vez sem os copos tolhendo-lhes os movimentos. Edgar a beijava de forma ardente e voraz e era correspondido. Aos poucos, entre carícias, beijos e alguns pequenos tropeços, foram chegando ao pé da escada. O rapaz pegou a mão da esposa, beijou gentilmente e subiram para o andar em que o quarto de casal os esperava.

No corredor, voltaram a intercalar beijos e passadas até chegarem ao batente da porta que já estava aberta. Afastaram-se um pouco e puderam se olhar novamente confirmando que ambos estavam preparados para aquela noite.

Edgar acariciou o rosto de Laura e ela puxou a mão livre do marido, andando de costas até se aproximarem da cama. Ele observava a moça e novamente acariciou-a deslizando suas mãos até o início de sua blusa, começando a desabotoar os botões. Ela estava ofegante e demonstrou seu nervosismo, pois não sabia como agir naquela ocasião.

- Laura, se você não estiver pronta... Não precisa... – ele falou compreensivo e carinhoso enquanto controlava sua respiração.

- Não. Eu quero você. – suspirou enchendo-se de coragem – Quero você agora, Edgar. – Terminou envolvendo o pescoço do esposo e beijando-o com prazer.

Ele, por sua vez, não conseguiu mais controlar-se e terminou de despir a moça e quando começou a retirar suas próprias peças de roupa, surpreendeu-se ao receber a ajuda apressada de Laura. Eles se beijavam enquanto as peças iam ao chão e suas mãos começavam a descobrir as curvas de seus corpos.

Edgar deitou Laura na cama delicadamente e pôs-se sobre ela.

- Eu te amo, Edgar!

- Eu também te amo, Lau...

Antes que ele terminasse a frase, Laura calou-o com um beijo voraz. Edgar entendeu o que aquilo queria dizer e deslizando as mãos pelo corpo da esposa, puxou-a determinado para si e a fez sua mulher. Laura gemeu no ouvido do amado, aquela nova experiência lhe trazia um misto de dor, prazer, felicidade... Não sabia descrever ao certo, sabia apenas que era bom e ela puxava-o para si mordendo sua orelha, mordendo seu pescoço, acariciando sua barba.

Edgar saciava seu desejo e percebia que Laura também estava sendo saciada. Isso lhe agradou. Aos poucos o cansaço tomou conta do casal e deitaram arfando. Encararam-se sorrindo e o brilho no olhar dos dois era extraordinário: nenhuma palavra precisaria ser trocada naquele momento. Qualquer palavra seria injusta pra definir aquela noite.

Cansados, acomodaram-se em seus travesseiros satisfeitos pela presença um do outro naquele quarto que passara finalmente a pertencer ao casal. Dormiram, então, de mãos dadas na certeza de que haviam consumado o casamento da melhor forma possível: com amor.

***

Edgar despertou primeiro e observou a amada dormindo lindamente. Resolveu acorda-la roçando sua barba suavemente em seu braço.

- Bom dia. – disse mansamente.

- Você tá aqui mesmo? – perguntou ela ainda sonolenta se ajeitando na cama.

- Tô... Quer que eu te belisque pra você ver? – brincou ao pinçar o braço da moça

- Não! – gritou ela rindo e se escondendo de baixo das cobertas.

- Sai daí...

- Não, não quero que você me veja assim – retorquiu manhosa.

- Por que não? – ele franziu o cenho.

- Porque eu não fiz meu toalete.

- Ah... Deixa de ser boba... Você é linda de qualquer jeito.

- Mentira! Mentira... Porque ninguém é lindo acordando. – descobriu-se e ajeitou-se na cama – Vai dizer que eu não to amassada...? – cobriu o rosto com vergonha.

- Eu gosto de você assim mesmo. – respondeu sorrindo apaixonado.

Beijarem-se, então, pela primeira vez naquela manhã ensolarada, um beijo longo e apaixonado, mas sem a voracidade da noite anterior. Após se afastarem o rapaz retomou a palavra:

- Eu sou um antiquado...

- Como assim? – estranhou a moça rindo e afagando o cabelo do marido.

- Tô completamente apaixonado pela minha própria mulher... – completou ele sorrindo

- E eu pelo meu próprio marido! – respondeu ela rindo.