Longe dali, o rei T’Challa, da nação africana de Wakanda, fazia a revista das tropas de animais de guerra nos campos de seu país. Enquanto seus guardas mostravam a ele o estado dos elefantes e dos rinocerontes que eram preparados para a defesa do território em eventuais combates, uma das Dora Milaje veio até eles e saudou o rei.

— Majestade. Uma mensagem urgente chegou para o senhor.

— Urgente? – indagou o monarca. – De quem?

— Veio da América. É melhor o senhor ver pessoalmente – aconselhou a guerreira.

T’Challa ergueu os olhos para o céu por um momento, de modo reflexivo, e depois seguiu a Dora Milaje para seu centro de comando.

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Lady Sif sentiu seus pés atingirem uma superfície. Estava no meio de uma rodovia, aparentemente deserta. Havia acabado de ser mandada através da Bifrost, afim de lidar com uma crise em Midgard, mais precisamente na terra conhecida como Califórnia, no oeste da América do Norte. Fora informada de que Thor estava envolvido e participando de um combate contra uma nova ameaça. Sif aquiesceu que faria de tudo para auxiliar o antigo companheiro de batalhas.

Um som semelhante a uma buzina a despertou de seus pensamentos. Ela se virou e deparou-se com um automóvel típico de Midgard atrás dela. Pelo visto, o motorista havia freado bruscamente, tão logo Sif saíra da passagem da Bifrost.

— Quem sois vós? – questionou ela.

— Ei, moça, estamos com pressa, mas, se quiser, podemos te dar carona para onde quiser – disse o homem ao volante. A guerreira notou que um dos braços do homem era de metal.

— Estou em missão em nome de Asgard. Devo ir ao encontro de Thor e auxiliá-lo a enfrentar os inimigos conhecidos como Emirados do Ocidente.

— Veio ao lugar certo, então – respondeu Bucky Barnes. – Nós mesmos já estávamos a caminho da Califórnia, um amigo nos mandou a mensagem.

No lado do passageiro, um homem afro-americano musculoso sorriu para a moça de Asgard.

— Parece que vamos ser todos necessários – constatou Sam Wilson. – Tem espaço atrás, mocinha.

Sif assentiu e foi em direção à parte de trás do veículo, que ela agora reconhecia como algo que os membros da SHIELD haviam lhe dito ser chamada de “picape”. A parte de trás tinha um teto, vigas de sustentação e alguns assentos.

Na parte de trás, ela se deparou com outras pessoas. Um homem de traje vermelho com pequenos chifres no capacete, assentiu para ela.

— Matt Murdock, advogado – ele se apresentou.

— Receio que você não esteja indo até lá para advogar – conjecturou Sif.

— É verdade, senhorita. Há assuntos mais urgentes para resolvermos do que questões jurídicas.

Ao lado dele, estava sentada uma mulher de pele bronzeada e cabelos negros, usando terno e gravata.

— Jennifer Walters, advogada – disse ela.

— Mais um? – questionou a guerreira de Asgard. – Vão processar alguém ou vão realmente lutar?

Jennifer se limitou a dar um sorriso misterioso.

— Apenas recomendo que a madame não me deixe com raiva...

Sif deu de ombros e subiu na traseira da picape. Barnes deu a partida no motor e pareciam estar prestes a avançar pela estrada, quando ouviram um ruído super sônico vindo de longe.

Segundos depois, uma mulher loira, usando um traje azul e vermelho, aterrissou diante deles.

— Carol Danvers – disse ela. – Estão indo para a batalha? Posso acompanhar vocês.

— Hã, claro – disse Bucky. – Tem espaço na parte de trás da picape se quiser e...

— Ah, não, eu irei voando – avisou ela. – Mas minha colega provavelmente vai querer se juntar a vocês.

Ela olhou em direção ao próprio ombro. A princípio, nenhum deles entendeu do que ela estava falando. Segundos depois, notaram algo se levantando do ombro dela, como se fosse um inseto bem pequeno e quase invisível ao olho nu.

Um momento depois, uma outra mulher se materializou no local aonde eles haviam visto o pequeno inseto, como se ela estivesse antes estado encolhida e, agora, retornasse à sua estatura normal. Ela parecia tonta. Usava um traje meio preto, meio amarelado e com detalhes em vermelho.

— Ugh... Você voa muito rápido – disse ela para Danvers. – Achei que eu fosse vomitar. E o som produzido pelo seu voo tá tilintando no meu ouvido até agora. Enfim, sou Hope van Dyne, podem me chamar de Vespa. Aceito a carona – disse Hope, e se apressou em direção à traseira da picape, como se quisesse se afastar de Danvers logo.

Carol apenas ria levemente consigo mesma.

— Já são todos, então?? – ponderou Sam. – Acredito que a mensagem que, imagino, todos recebemos era urgente. Já devíamos ter chegado lá.

— Claro, por mim tudo bem – respondeu Carol, fazendo menção de decolar.

Bucky estendeu a mão para dar a partida no carro novamente, quando ouviram outra voz.

— Ainda dá tempo de me juntar a vocês?

Uma moça ruiva, de sotaque do leste europeu e usando um traje vermelho com uma tiara pontiaguda na cabeça, veio planando até eles, com as mãos abertas emitindo uma espécie de luminosidade avermelhada, como se fosse mágica.

— Você é Wanda Maximoff? – conjecturou Barnes.

— Sou – respondeu ela. – Recebi uma mensagem de Steve. Disse que era urgente.

— Hm. Sim, está correto. Presumo que também irá voando? – perguntou Wilson.

— Não, eu posso ir no banco de trás. É melhor reservar minha energia e feitiços para o campo de batalha – afirmou ela.

Wilson deu de ombros, e Bucky apontou para a traseira do veículo, indicando aonde ela poderia se sentar. Wanda assentiu e foi até a traseira se sentar com os demais.

— Sr. Barnes, tenho um colega que também foi chamado pelo Steve, mas nos desencontramos – avisou Hope. – Creio que ele esteja indo para a Califórnia de outra maneira ou por outro caminho. Então, não precisamos esperar. Quando quiserem... é só partir.

— Ótimo – declarou Sam.- Você a ouviu, velhote.

— Mais respeito – respondeu Bucky, embora estivesse dando um sorriso convencido. Deu a partida no carro finalmente, e pôs-se a dirigir, rumo à Califórnia.

Carol se lançou para os ares e disparou pelos céus, voando à frente deles.