Rogue POV

E na minha frente, Minerva e Lucy sentadas em uma mesa central da guilda. Eu as encaro..

— Blondie -chama o loiro atentado que está sentado ao meu lado, com um sorriso assustador.

— O... O que é Abelha? -a loira aperta os olhos desconfiada.

— Vai aceitar a minha proposta? Vai vir pra casa? -perguntou.

— Eh!? Eu... Eu não sei... -a loira sussurrou incerta, desviando o olhar.

— VAMOS! -insistiu o escandaloso- VEM BLONDIEEEEEEE! VAMOS! VAMOS! VAMOOOOS!

— STING! -Minerva chama a atenção o fitando com o olhar maligno- Não force os outros assim! Não ouse pressionar Lucy!

— Huuum... -o Dragon Slayer da Luz tremulou levemente, mas me encarou pelo canto do olho e sussurrou num beicinho- Mas eu acho que será algo tãããããão interessante...

— Em que sentido? -murmurei cauteloso. Sting me deu uma chave de braço.

— NÃO SEJA TÍMIDO, MEU AMIGO! PODE CONFESSAR TUDO! -riu ele, obrigando a me curvar para frente, bati minha testa na madeira da mesa.

— ... Ai... -respondi, sentindo dor.

O loiro me soltou, eu recompus a postura e toquei aonde agora lateja levemente. Por que esse cara é sempre assim!?

— Que falta de reação -suspirou o meu amigo, desapontado e balançando a cabeça negativamente. As garotas só observavam. Eu espremi os olhos, tentando entender o que se passa na cabeça dele. Sem sucesso, resolvi perguntar diretamente:

— Qual o seu objetivo Sting?

Ele apenas sorriu, um sorriso cheios de significados. Não estou gostando disso...

Na verdade... Que situação é essa? Como foi que as coisas ficaram assim? Me deixa recapitular...

Primeiro, Gajeel-san vem até a Saber me raptar. Depois fui para Magnólia e teve... Teve aquilo... Com... Com...

Olhei de relance para Lucy, corei levemente.

Continuando, depois daquilo voltei correndo para casa com medo de encontrar a visão do inferno de uma casa despedaçada, um Sting morto e uma Minerva descontrolada. Para o meu alívio, eles não tinham voltado ainda. Então, dois dias depois, o loiro volta de cara pálida de medo com uma morena furiosa atrás dele. Sting faz um rapto relâmpago da minha pessoa e me leva em uma nova missão. Descubro que o Dragon Slayer da Luz perdeu a aposta e estava fugindo da Minerva.

Para a minha sorte, Minerva estava com a cabeça cheia com a aposta e não me perguntou nada sobre eu ter sido levado pelo Gajeel-san. Enquanto Sting tenho certeza que esqueceu desse assunto, primeiro porque ele estava desesperado para fugir da aposta e segundo, ele tem uma péssima memória. Então... Como é que oito dias depois de uma cansativa caminhada de uma turbulenta missão, volto para a Saber e me deparo com Lucy...?

Como lidar com essa situação? Não sei nem por onde começar... Por enquanto, apenas dou um suspiro perdido.

— Lucy -chamou Minerva curiosa- Por que quis uma marca de cor dourada? -a morena parece estar aceitando bem essa situação...

— E... Eeeeh!? -corou a loira- ... Po... Por que será? Eu gosto de dourado... Acho... -ela desviou o olhar, nervosa.

— Huuuum... Que suspeito... -sorriu a morena- Por que está desviando o olhar?

— Eu... Eu... -a loira já parecia desesperada e corada.

De repente todas as luzes se apagaram para a surpresa de todos da guilda.

— Mas o quê...!? -escutei a voz indignada de Sting.

Um holofote se acendeu no palco, com um Orga de violão, microfone e pose de galã.

AH NÃO!

Todos da guilda congelaram, encarando o esverdeado que começou a tocar e cantar.

— ÔÔÔÔ... Cajuzinhos e berinjelaaaaaas!!! Se no rio tem peixes azuis, podem voaaaar!! -e tocava no violão- Nem os exceeds gostaaaaaaam!!

E nesse segundo dois exceeds apareceram flutuando, com saias feitas de folhas verdes. Começaram a dançar hula-hula, cada um ao lado de Orga.

— Frosch!? -exclamei de boca aberta.

— Lector!? -o queixo de Sting caiu.

— ÊÊÊÊ!! MANDEEEM PARA O BURACO DO DANE-SEEEEEEEEE TODAS AS BERINJELAAAAS!! -cantaram os três em coro.

Tampamos nossos ouvidos.

— UUUUH! SAI DAÍ ORGA! -berrou alguém.

Então mesmo com pouca luminosidade, vi um Eucliffe pegar um prato de torta. O prato voou pela guilda e acertou na cara do esverdeado. Ele parou de cantar. Prendemos a respiração. Mestre Kyle deu um passo para trás. Kiara sorria como sempre. Os exceeds vazaram velozes do palco, indo se esconder atrás do balcão.

Sting estava na frente do esverdeado, com um pé no palco e um sorriso no rosto.

Quando ele chegou lá? Eu não sei. Mas ficamos tensos ao ver o esverdeado congelado. E lentamente, Orga retirou a torta da cara, sorriu.

— É GUERRA STING! -berrou o God Slayer, lambendo o dedo cheio de chantilly.

— ATEEENÇÃO! PREPARAR! -gritou o Dragon Slayer de volta.

FERROU! FERROU MUITO!

Imediatamente começou uma muvuca por toda a guilda de passos apressados, mesas sendo viradas e muita gritaria com ordens:

— ESCUTARAM! CORRAM! PEGUEM OS BARRIS!

— HOJE É VERDE E AMARELO!

— VÃO! VÃO! VÃO!

Sting e Orga se encararam como um lance de “boa sorte” e então se separaram, cada um indo para um lado diferente do salão. Eu saí rapidamente do meu acento e peguei o pulso de Lucy. Comecei a correr pro canto esquerdo mais afastado da sala.

— O... O que está acontecendo? -ela perguntou enquanto olhava para as pessoas que se preparavam.

Eu virei uma mesa a transformando em escudo temporário e nos abrigamos atrás dela, agachados. Minerva apareceu ao nosso lado.

— Não acredito -a morena murmurou revoltada então se virou para a loira- Lucy, agora toda a guilda vai se dividir em dois. Orga versus Sting... Verde contra amarelo...

— Mas como assim!? -ela não compreendeu.

— Isso será terrível... -resmunguei- Lucy, isso é...

Antes que eu pudesse terminar, as luzes se acenderam. Silêncio. Só deu tempo para ver o frasco de vinho do nosso lado voar para o outro fazendo um som alto do vidro se quebrando.

— GUERRAAAAAAAAAAA!! -berrou alguém.

— Guerra de comida -terminei de responder. Minerva escondeu o rosto com as mãos e Lucy arregalou os olhos.

— BATALHÃO TRÊS VERDE!! LANÇAR! -escutei Orga. Dei uma espiada e o batalhão dos barris de cerveja se levantou da barricada de mesas do outro lado, o lado direito da guilda.

— Se abaixem! -avisei para as outras duas. No segundo que nos encolhemos, os barris voaram.

— RUGIDO DO DRAGÃO DA LUZ! -fez Sting. O salão se preencheu com som do quebrar das madeiras e junto veio uma enchente de cerveja- PRIMEIRA LINHA DE ARQUEIROS!! PREPARAR! -e magos lado a lado se ergueram, todos os magos que ficavam do nosso lado, o lado do Sting da guerra. Eles seguravam espetos de carne de tamanho inacreditável- LANÇAR!!

E os espetos voaram, caindo em lugares distintos no lado verde da guerra. Gritos ocorreram. Ou seja, eles foram acertados com sucesso.

Lucy demonstrava uma reação confusa, sem saber o que pensar da situação.

— Isso é terrível! -exclamou a loira- Não tem como pará-los!?

— ... -Minerva a encarou- Quando eles começam... Podem demorar... -ela estremeceu- Bom, da última vez, demoraram cinco dias e cinco noites...

— Quê!? -se surpreendeu a maga celestial- Tudo isso!? Não pode ser!! Temos que pará-los!

— Mas a pior vez -continuou a morena, sombria- Foi quando demorou duas semanas para acabar. Não tinha um mago em pé, apenas os dois idiotas, cambaleando, gemendo “Eu venci” e “Não... Eu que venci”... Nessas duas semanas, ninguém foi em missão alguma e o mundo não teve nenhuma notícia da Sabertooth...

Lucy abriu a boca em choque, como se estivesse escutando uma história de terror.

É... De certa forma isso vai piorar e eles vão fazer isso até...

Precisamos parar eles!! Ou nenhum mago vai sobreviver!

— ATIRAR! -ordenou o Dragon Slayer da Luz.

— ATIRAR! -o God Slayer berrou o mesmo.

Uma onda desenfreada de comida voava para lá e para cá. Muitos magos estava sujos de bolo, pudim, vinho, cerveja, carnes, tortas. Virando belos buffets ambulantes. Nós três continuávamos limpos e bem espremidos.

— STING SEU MALDITO! -berrou Orga, do centro da barricada da mesa do lado direito do salão- DESSA VEZ EU VENCEREI A GUERRA!

— HEH! -o loiro empinou o nariz- QUERO VER TENTAR! -nesse segundo uma bola de purê de batata acertou em cheio na cara do Dragon Slayer.

— Líder! -exclamou um mago do lado amarelo da guerra.

Sting cambaleou e frisou as sobrancelhas. Retirou o purê e berrou:

— O... O QUE É ISSO NANAGEAR!?

Orga gargalhou vitorioso.

— STING, ISSO É O SEU FIM!! AÍ ESTÁ MINHA ARMA SECRETA DA VITÓRIA!! ISSO É... PURÊ DE BATATA COM BERINJELA, PEIXE E TEMPERO FEITO DE ESPINAFRE!!

A cara de Sting ficou verde e o mago aloirado tombou com tudo no chão.

— CHEFE!! -berraram os magos do lado amarelo da guerra.

— O que aconteceu com o Sting? -perguntou Lucy, confusa.

— Ele tem frescuras com comida -bati a minha testa com a mão- Principalmente depois de comer a comida de uma certa maga -olhei de relance para Minerva, a loira entendeu na hora- Sting passou a ter um ponto fraco terrível quando o assunto é comida.

— Agora... É meu leito de morte -dramatizou Eucliffe.

— Não!! Chefeeeeee!! -choramingaram alguns magos que se reuniram em volta do loiro. Orga sorria vitorioso com braços cruzados.

— Calem-se... -Sting murmurou com dificuldade- Eu deixo o posto pro meu amigo, Rogue... Adeus, mundo cruel... -e fechou os olhos, nocauteado.

QUÊ!? VAI DEIXAR O RESTO DA GUERRA PARA MIM!? STING!! SEU FOLGADO! SUAS BRIGAS RESOLVA VOCÊ MESMO!!

— ISSO É TRAPASSA STING!! -berrou Nanagear, chocado.

— Novo chefe!! -exclamou um dos magos me encarando com os olhos suplicantes- Suas ordens, por favor!!

— E... E agora? -sussurrou Lucy.

— O que pretende fazer, Rogue? -perguntou Minerva.

Nem precisa perguntar. Eu me levantei e encarei Orga.

— A guerra acabou. Chega. -falei, recompondo minha expressão de paisagem.

Todos ficaram silenciosos com a atenção em mim. Então começaram a protestar:

— Como assim!? E as nossas apostas!?

— Não pode terminar com a guerra assim!!

— Meu dinheiroooooooo!

— Ah droga! Eu apostei no amarelo! Precisamos vencer!

Minerva e Lucy se levantaram ao meu lado. Fiquei com um tique nervoso de sobrancelha e grasnei:

— Não é da minha conta se tiveram apostas ou não. Acabou a guerra.

— Você é um péssimo comandante! -exclamou o esverdeado, contrariado- Vai abandonar seus homens numa guerra de verdade!?

— Seu... -Sting murmurou, se levantando com dificuldade dos mortos- Seu traidor... Vai abandonar seus magos!?

— Primeiro, isso não é uma guerra de verdade. E segundo eu tenho nada a ver com is... -fui falando, nesse segundo, com o canto do olho, vi um pudim voador. Desviei a cabeça e quando percebi, o alimento acertou em cheio no rosto da Princesa dos Tigres.

Ninguém respirou, o queixo de todos caiu e os olhos se arregalaram. Minerva Orlando retirou o pudim do rosto e uma feição de ceifadora a tomou em aura por toda a maga. A guilda se tornou tão silenciosa que escutamos apenas o pisar dos passos da morena que se aproximava ao centro do salão.

— Orga... Nanagear... -os olhos dela faiscavam.

— M... Minerva... -engasgou o esverdeado assustado e muito pálido. Ele virou o rosto para mim com alta velocidade- ROGUE!! É TUDO SUA CULPA! QUEM MANDOU SE DESVIAR DO PUDIM QUE EU JOGUEI!?

HÃ!? É MINHA CULPA QUE VOCÊ JOGOU UM PUDIM EM MIM!?

— E... Eu acho que esse não é o problema... -falou Lucy, olhando para a causa de um futuro desastre, mais chamado como Minerva.

— MAGIA ALTERADA: NIGRUM LOCH!! -berrou a Princesa do Tigres, muito zangada.

Imediatamente, toda a guilda se inundou de vento.

Minerva, no centro do salão, se tornou o núcleo de um buraco negro, sugando tudo e todos. Ela erguia as mãos na altura do peito e segurava a esfera negra de energia que criava todo aquele caos. Os magos da Saber se seguraram desesperados em pilares, mesas, em tudo que estava por perto. Olhei para um lado e vi Sting agarrando um pilar. Os exceeds estavam em segurança com Kiara, atrás do balcão. As comidas, pratos, copos, jarras de vinhos, barris, tudo que não tinha vida própria era engolida pela magia de Minerva.

Lucy flutuou, ia ser sugada. Eu me segurei na mesa e agarrei o pulso da loira.

— LUCY! -exclamei pois o vento era bem barulhento- N... NÃO SOLTE!!

Ela assentiu com a cabeça, a maga celestial lançou um olhar para trás. Minerva flutuava elegantemente, segurando a bola negra com graciosidade.

— ESTAMOS PERDIDOS! -berrou Orga, se agarrando em uma mesa e segurando dois magos, os impedindo de serem sugados- MINERVA!! PARE COM ISSO!

— ORGA! É TUDO SUA CULPA! -gritou Sting, já recuperado do purê nojento- FAÇA ALGUMA COISA!

A mão de Lucy começou a escorregar, dei uma forma de me prender na mesa e segurei o pulso da loira com as duas mãos. Os olhos da maga celestial marejaram. Eu olhei nos olhos dela e falei:

— Eu não vou soltar.

Mas minhas mãos começaram a escorregar. NÃO SOLTA!! NÃO SOLTA ROGUE!

Nesse exato momento, assisti mestre Kyle voar e chegar perto de minerva rapidamente, ele deu uma volta com o corpo e ergueu um punho aberto.

— KYLE CHOOOOOOOP!! -acertou na nuca da morena. Imediatamente ela desmaiou e a magia foi desfeita. Sons de vidro se quebrando e pessoas caindo no chão se fizeram por todo o salão.

Lucy tombou com tudo no chão, junto comigo. Me levantei meio atordoado, perguntei para a loira:

— Tudo bem?

— S... Sim -ela sorriu, se sentando meio torta- Obrigada Rogue, por me segurar.

Eu desviei o olhar, sentindo meu rosto arder e meu coração bater esquisito.

— D... De nada... -murmurei.

Passei meu olhar pro mestre Kyle, ele se levantava com uma Minerva inconsciente nos braços. O mestre disse alto com um sorriso atrapalhado de sempre:

— Por hoje já chega. Dessa vez os amarelos limpam a bagunça e os verdes pagam as despesas.

Muitos protestaram, mas o homem dos olhos e cabelos marrons apenas sorriu e ignorou. Eu e Lucy nos levantamos e aproximamos do centro do salão.

— Ela está bem? -perguntou a loira, olhando preocupada para a morena inconsciente.

— Sim -respondeu o mestre- ORGA!! VEM AQUI!!

— Fala mestre -veio o esverdeado.

— Suas mãos.

— Mãos? -o God Slayer ergueu os braços e o mestre colocou a morena nos braços estendidos. Nanagear ficou atônito, logo entendeu e exclamou- Vai sobrar para mim!?

— ... Vai -sorriu o mestre- E nem pense em dizer não, afinal, é sua culpa que isso aconteceu.

Orga resmungou e levou a maga do caos para fora da guilda. O mestre Kyle fez uma joínha de aprovação, junto com uma careta sorridente de uma criança aprontona. Ish, se conheço bem a Minerva... Ela vai voltar voando com uma cara corada e zangada para assassinar o mestre por ter feito o Orga levá-la, mas isso se ela descobrir.

A princesa dos tigres pode até fingir e tentar enganar, mas é óbvio que a morena fica estranhamente nervosa quando o esverdeado está por perto. Só não comentamos porque é ela, a Minerva... Mas o Orga é meio... Cego, por isso acho que só ele não percebeu, ou finge muito bem que sabe de nada.

Kyle se virou para um Sting cambaleante, e suspirando desconsolado, falou:

— Rogue e Lucy, podem levar esse loiro atentado?

— Quê!? -protestou um dos magos que já segurava um esfregão- Por que o Sting não vai limpar!?

— Eu até poderia mandar o Eucliffe limpar... Mas quer mesmo que ele ajude vocês?

O mago que perguntou e mais alguns outros que escutavam a conversa, fizeram uma careta, negaram com a cabeça freneticamente.

— Não, melhor não -eles falaram em coro.

— Bom, é isso -concluiu o mestre- Podem ir.

Eu assenti com a cabeça e fui em direção do loiro que estava meio longe. Coloquei o ombro dele no meu ombro, vi Lucy me seguir e eu falei pro mago da luz:

— Vamos Sting.

Ele sorriu, parecendo fraco. Eu o coloquei no meu ombro. E fomos em direção da porta da guilda.

— Realmente, você não tinha se recuperado? -indaguei.

— Era temporário -foi sua resposta- A arma secreta de Orga era mais poderosa do que imaginei.

Sting é um cara perdido quando o assunto é comida ruim, principalmente por ser um escandaloso terrível, então faz a comida parecer sete vezes pior.

— Ro... Rogue... -murmurou ele, quando saímos da guilda- Onde... Onde está papel e caneta?

— Papel e caneta? -não compreendeu a loira, nos acompanhando. Já estávamos na rua, a caminho de nossa casa.

— Deixe o Sting, Lucy -falei- Ele está exagerando e quer fazer um testamento de morte.

— Oooh... Eu vejo a luz... -riu o Dragon Slayer da Luz, parecendo um lúcido- Deixo minha casa para o Rogue... A dispensa pro Orga... Natsu-san, desculpa... Não vou poder cumprir a promessa de que te daria meu filho para a sua filha... A morte me espera.

Espera! ESSE CARA AINDA SE LEMBRA DE UMA PROMESSA DE BÊBADO DESSAS!? COMO ASSIM!? ÀS VEZES ELE CHEGA A ESQUECER O PRÓPRIO NOME, MAS ESSE TIPO DE COISA INÚTIL TEU CÉREBRO GUARDA!? HÃ!?

Suspirei. Parece que o mundo ainda há muito o que ser explorado, principalmente o funcionamento confuso de Sting Eucliffe.

— Quando chegarmos em casa eu te faço alguma coisa para comer, ok? -eu disse.

Na hora o loiro se recuperou e se soltou de mim, abriu um enorme sorriso e bateu nas minhas costas, animado.

— POR QUE NÃO FALOU ANTES CARA!? HA HA HA! -ele berrou em bom humor. Pensei que minha coluna ia se despedaçar...

— Quê!? -exclamou Lucy chocada- E todo o drama de agora a pouco!?

— Drama? -Sting colocou as mãos na cintura, erguendo uma sobrancelha- Eu acabo de me recuperar da morte! Mas isso porque tenho um amigo muito útil, ele não é fantástico!? -sorriu. A maga celestial bateu na testa com a mão, desacreditada.

— Rogue, você não deveria mimar tanto eles. Ou vão ficar abusando de você.

Eu olhei reto, para a estrada de casa. Continuamos a caminhar. Bom, sobre eu ser abusado pelo pessoal, acho que estou acostumado... É o Sting, a Minerva, o Orga, o Rufus...

— MAS DEIXANDO ISSO DE LADO -e o loiro atentado passou o braço por trás do pescoço de Lucy.

QUE QUE ESSE CARA ESTÁ FAZENDO!?

Encarei Sting, ficando meio nervoso de desgosto. No segundo que vi os olhos azuis brincalhões olhando furtivamente para mim, com um sorriso sacana, virei o rosto para frente imediatamente. Dei uns olhares rápidos para os loiros.

— BLONDIEEEE! Você vem para casa, certo? Você vem!?

— Huh!? Que que está falando Abelha!? -perguntou ela com dificuldade- M... Me solta!!

— Você vem ou não!? -insistiu, fazendo beicinho.

— Deixa de ser chato! Eu... Eu não sei... -murmurou ela.

Esse cara está enchendo o saco. Preciso dar um fim nisso.

— Stin... -começo a falar.

— Rogue, você se importa se a Blondie vir!? -o atentado me cortou.

— Hã? -o encarei de sobrancelhas frisadas.

— Não é “Hã?” Você quer que ela venha!? Quer, não quer? -insistiu impaciente.

Eu olhei para o loiro que estava preso no pescoço da Maga Celestial, depois para a maga. A feição dela era tímida e bem corada. Senti meu coração saltar, arregalei os olhos surpreso e voltei a encarar para frente.

— Rogue? -chamou Lucy. Acho... Acho que ela quer escutar a resposta.

— ... S... Se qui... Quiser vir, pode vir... -respondi, gaguejando.

— ... O... Oooh... É mesmo...? -ela murmurou.

— QUE RESPOSTA MAIS CHATA ROGUEEEEE!! -berrou o escandaloso aborrecido- VOCÊ QUER OU NÃO QUER!? RESPONDEEEEEEEEE!! SE NÃO EU VOU MANDAR ELA PARA A MINERVA! TUDO BEM PARA VOCÊ!? EU VOOOOU MANDAR PARA A MINERVAAAAAA!! -ele foi me pressionando, ainda pendurado no pescoço da loira- VAMOS! FALA! FALA! A BLONDIE QUER SABER TAMBÉM! NÃO VAI DAR O SEU VOTO!? ENTÃO EU VOU LEVAR ELA PARA MORAR COM UM BANDO DE HOMENS ESQUISITÕES E ELA VAI TER TORTURADA E...

MAS COMO ESSE CARA É CHATO!

— TÁ BOM STING! -exclamei irritado- EU QUERO! OK? AGORA SOLTA ELA!

Imediatamente o Dragon Slayer da Luz ergueu as mãos em rendição e abriu um sorriso diabólico. Lucy corou mais ainda.

AH DROGA! O QUE EU ESTOU FAZENDO!? CAÍ NA ARMADILHA DO DEMÔNIO LOIRO!

Volteei meu rosto para frente e continuei a caminhar como se nada houvesse acontecido. NÃO ACREDITO QUE FIZ ISSO! EU DEVIA TER PREVISTO AS TRAMÓIAS DE STING!

Corei absurdamente.

Mas... Mas bem... Eu já tinha reparado que eu fico alterado facilmente quando o assunto é Lucy... Só não pensei que seria tão óbvio que até o Sting perceberia...

— En... Então eu vou para a casa de vocês... -sussurrou a loira. Eu acabei sorrindo sem querer.

E foi assim, que recebemos uma nova hóspede.