Sting POV

Finquei as unhas no meu braço. Adormeci algumas vezes e não sei que horas são.

De repente tudo ficou mais escuro. Quando espionei pela janela, algo negro avançou por todo o parque. Sabia por instinto que essa coisa era magia de Rogue. As luzes do parque foram sendo engolidas um por um, criando um breu horrivel.

Ficou tão escuro que só pude ver apenas dois palmos em frente do meu nariz, talvez nem isso.

A lácrima piscou levemente.

— Gajeel-san, você chegou? -perguntei urgente, ao ver o rosto do mago.

Ainda era de tarde? Está claro na lácrima.

— Eu não achei que as coisas estavam tão bizarras -foi sua resposta.

— Com quem você está falando Gajeel? -uma voz feminina apareceu.

— Huh? Quem está aí? -perguntei.

— Ah! Wow. Não achei que fosse verdade -apareceu uma azulada na lacrima- Como estão as coisas aí dentro, Sting?

Meus lábios tremeram. Então, quem é essa garota mesmo?

Mas não era tempo para isso.

— Tudo ficou escuro -falei- Deve ser magia do Rogue.

— Agora explica porque os ursinhos que estão amontoados aqui, parecem uns mensageiros do inferno.

Tentei olhar pela janela. Mas ainda não pude ver nada.

Não, nem preciso ver para imaginar uns ursinhos pintados de negro com uma leve fumaça negra os cobrindo, abrindo uma boca cheia de navalhas.

— Qual o plano? -perguntei.

— Isso... -o mago do ferro divagou.

BOOOOM

Tudo tremeu. Alguma coisa está quebrando e desmoronando.

— O... O que é isso? -a azulada exclamou.

— O que está acontecendo aí dentro? -Gajeel-san frisou as sobrancelhas.

— Eu não sei -entrei em pânico- Não consigo ver nem o meu nariz! Está muito escuro.

Me segurei no banco, com os joelhos no chão.

— Vamos entrar -escutei a voz grossa de um exceed- Ao mesmo tempo Gajeel.

— Certo -o Dragon Slayer sorriu.

— Espera, vocês vão entrar? -eu falei.

A lacrima desligou.

E então, outro terremoto, quando ergui meu rosto, no meio de toda a escuridão, havia um ponto de luz bem longínqua. Desse ponto, três sombras apareceram.

Mas ainda era tudo muito escuro, já que a luz do sol entrando do buraco não podia refletir em nenhuma coisa aqui dentro, todos os objetos, até as paredes, o chão e o teto, estão revestido de sombras.

Mas eu sabia. Rogue está fazendo alguma coisa. Esse terremoto tem algo a ver com ele?

Engoli seco.

Então eu sorri e abri a porta da cabine. Provavelmente estou bem alto. Não tenho certeza, já que não consigo ver nada.

— MASSIVE MAGIC! SPARKLING LITCH!

De todo o meu corpo uma luz irradiou. Tão claro quanto um segundo sol.

CLAREIE! QUE TUDO FIQUE CLARO!

Metade da minha mana foi sugada para a coisa no meu cabelo.

MAIS, PRECISO USAR MAIS MAGIA!

Nesse momento, a escuridão que repelia toda a luz foram reveladas. Cada canto era esfumacento, dando a visão nebulosa de um pesadelo.

Mas minha magia é de luz. Jorrei mana tanto quanto pude. Nesse momento, escutei outro estouro. Uma casa um pouco mais longe explodiu. E apareceu.... PRINCESA?

Ela saltou dos escombros e começou a jogar magia para todos os lados, atacando os ursinhos que se aglomerou ali. Magia das mulheres de Mermaid também explodiram naquela região.

Não demorou muito para eu ver a razão do terremoto também. O castelo que fica no meio do parque estava destruído, com muita poeira subindo.

Da entrada havia os magos abrindo o domo. Gajeel-san voava fazendo rachaduras na grande rede viva de ursinhos de pelúcia. Não só isso. Letras voadoras!? HÃ!??

E então... Eu vi cordas. Era o rabinho alegre do pompom do meu cabelo.

Ele balançou o rabinho fofo felizmente, como se ganhasse uma evolução à um novo nível. Crescendo a ponto de alcançar o tamanho do meu cabelo longo.

Enrigeci.

EU SOU UM TÔNICO PARA VOCÊ!?

Minerva POV

Movi meu dedo levemente.

— E então? -Arana sussurrou. Demonstrando cansaço em sua voz.

— Espere.

Olhei fixamente para o ursinho na minha frente.

Estamos presos há algumas horas, as teias se socaram na porta a ponto de não poder passar nem uma lufada de ar. Mesmo assim ela tremeu porque aquelas coisas lá fora estão tentando entrar.

Bom, na verdade tem uma dessa coisas bem na minha frente. E eu estou testando magia nele.

O ursinho de pelúcia é incrivelmente fraco. Mas são muitos. Tantos que eu comecei a desconfiar da onde vinham.

Parecem ser infinitos.

Mas descobri que estou errada.

O ursinho que joguei magia para tomba-lo, tremeu e logo se levantou. Isso é estranho.

Existem quatro ursinhos no total. Um eu abri o zíper em suas costas. Havia engrenagens e uma bola azul brilhante do tamanho de um ovo de codorna dentro. Destruí esse núcleo e ele parou de se mover.

O segundo e o terceiro os coloquei em um círculo mágico. Ambos com restrição impedindo de sair do espaço que lhes dei, não só isso, coloquei bloqueio mágico. Um eu deixei intacto, ele está toda hora tentando pular para morder meu pescoço, mas era impedido de se aproximar por causa da minha magia.

Mas o outro está imóvel, eu joguei uma versão mais fraca da minha magia de explosão. O engraçado é que esse ursinho quem estou testando agora, e está se levantando, também recebeu a magia ofensiva.

— Eu não entendo. Qual a diferença? -murmurei.

— Roguinia estava certa -uma voz fina se ergueu.

— Kagura! -Arana suspirou.

— Como você se sente? -me virei, mas antes, movi com o dedo para tombar o ursinho novamente.

— Estou melhor -ela se sentou.

A sala é iluminada por velas, imitando um quarto antigo. Pude ver o rosto de Mikazuchi ainda meio pálido.

— Gravity -o dedo da mulher apontou para mim.

Argui as sobrancelhas e escutei algo atrás de mim fazer um baque.

O ursinho foi esmagado.

— Cuidado com suas costas Orlando -ela me encarou séria.

Engoli seco. Essa coisa é mais persistente do que pensei.

— Dormi por muito tempo?

— Não -Arana respondeu- Mas eu tenho muito a reclamar com você, Kagura.

Os olhos da mulher brilharam perigosos.

— Arana -suspirou- Quando aceitamos essa missão, já tínhamos em mente que poderia ser perigoso. Já que mal tínhamos informação sobre ela.

— Mesmo assim! -ela buffou- Custa depender mais dos seus companheiros? Ok, ok você é a grande Kagura Mikazuchi! Mas quem liga!? Esse status ainda serve depois que morrer?

A maga da gravidade estremeceu levemente.

— Eu sinto muito.

— Pouca gente pode ser mais forte que você, mas qual a razão de eu e Milliana virmos? Para assistir? Você trouxe a gente... Espera -ela piscou atônita- Você sente muito?

Kagura desviou o olhar, inexpressiva.

— Ei, ei. O que você disse? -os cachos verdes de Arana balançaram.

Mas a espadachim não respondeu.

Acabei sorrindo ao vê-las assim. Essa é a essência de companheiros.

Isso também é o que eu sinto por Lucy. Pensei em como muitas vezes eu assustei pessoas por causa da minha cara séria. Mas Lucy... É alguém quem eu chamei de amiga como algo natural. E isso era algo incrível na minha vida solitária.

— Ehem -chamei a atenção das duas- Sobre o que você disse sobre magia, Kagura?

Ela me encarou, pensando um pouco.

— Achei estranho. Quando empurrei essas coisas no chão. Ficaram imóveis. Mas um tempo depois tentaram se erguer. Então usei mais poder para pressiona-los no chão. Vinham mais e joguei os outros no chão também.

— Talvez eles estejam apenas programados para nos perseguir -respondi- Aquele ali eu esmaguei o núcleo e não se moveu mais.

Ela balançou a cabeça, franziu as sobrancelhas, se lembrando de algo.

— Eles se levantam em conjunto, todos ao mesmo tempo quando caem, mesmo sendo derrubados em tempos diferentes. É como se de tempo em tempo recebesse um novo sinal ou comando. Se fosse só programação, não seria tão estranho. É bizarro que eles se movam como se fossem um.

Arregalei meus olhos e virei a cabeça para o urso que estava tombado dentro do círculo com bloqueio mágico. Logo, encarei o urso que foi pressionado pela magia de gravidade tentando se reerguer novamente.

— Isso quer dizer... Na verdade tem mesmo um mago controlando todo o parque?

Esse parque com centenas de metros cúbicos de tamanho? Junto com milhares de fantoches?

De repente me senti amarga. Isso seria difícil. Existem muitos dessas coisinhas para começar. Mas como eles continuam se levantando, parece que são infinitos.

— O núcleo delas é protegido por uma camada de ferro -comentei com as outras duas- Então pelo menos o coração é mais resistente, aguentando uma pancada ou outra.

— Acontece que essa pancada reseta a ordem gravada e precisa receber uma nova ordem para voltar a se mover -Kagura assentiu.

Essa é a conclusão do experimento. Belisquei meu queixo.

— Devemos fazer picadinho um por um dessas coisas?

— Não -Kagura balançou a cabeça- É mais fácil encontrar o mago que envia o comando. Pelo menos os ursos não vão mais se levantar.

Arana a encarou séria.

— Como vamos encontra-lo? No segundo em que eu desfizer minha parede de teias, eles vão nos cercar a ponto de nos soterrar.

Estamos machucadas. Mas nada tão grave a ponto de entrar em coma.

Pensei.

Se abrir o zíper, é fácil ver a bolinha. Mas não podemos abrir os ursinhos um por um.

Milliana e os exceeds estão lá fora, na bizarra montanha no centro das barracas. E o restante não sei aonde foram parar.

Devo apenas colocar todo o parque sob meu feitiço?

É incrivelmente enorme. Eu tenho mana o suficiente? Não, eu posso acabar machucando meus aliados também, seja mandando tudo voar, ou bloquear a magia. Os ursinhos vão se mover até serem derrubados, mas o pessoal vai poder derruba-los sem sua magia?

Mordi minha unha levemente.

— O que é isso? -a voz de Arana me despertou.

Encarei a porta e algo negro começou a cobrir as teias, deslizando para dentro. Arregalei os olhos.

— Para trás! -Kagura se levantou.

A sombra negra se aproximou, engolindo o chão e as paredes.

— Espera -murmurei.

Essa magia, eu conheço ela! Rogue Cheney!

E como pensei, isso chegou nos nossos pés e não machucou, mas tudo escureceu.

— Vocês estão bem? -perguntei apenas para confirmar.

— Estou -a resposta de Mikazuchi foi curta.

— Sim, tirando o fato bizarro que não vejo nem a um palmo do meu nariz -Arana disse.

Ficamos em silêncio. Foi arrepiante, dando a sensação que era a última pessoa do mundo.

— Qual o plano agora? Isso também é coisa do mago que controla a cidade? -Arana perguntou, sua voz parecia nervosa.

Engoli seco. O que você está fazendo Rogue!?

Senti minha cabeça doer de raiva.

E tudo começou a tremer.

— Terremoto!? -ergui meus braços para achar um suporte. Mas não pude ver nada. Balancei as mãos no ar.

— Se segurem -Kagura exclamou.

— Deus! O que está acontecendo! -Arana exclamou irritada.

— Espera -a espadachim disse- O ursinho parou de tentar de se levantar!

Quando escutei isso, percebi. Rogue deve ter usado seu poder para cobrir todo o parque. Ele achou o mago e o derrotou.

— Vamos sair -falei- Vou abrir o teto.

Ergui as mãos para cima. Não sabia aonde as outras estão, então não posso jogar magia aleatória para os lados. A única saída é para cima!

— IH RAGDO!

O som das rachaduras foi alta e a poeira caiu no meu rosto. Usei uma magia massiva para os escombros explodir e voar para fora, para que não nos esmagasse.

Para minha surpresa, havia luz. Saltei e olhei para a roda gigante.

Demorei para processar.

Frisei as sobrancelhas.

Um? O que é aquele farol?

Eu conheço aquilo.... Não é...

Sting?

Por que Sting está brilhando igual um farol?

— Cuidado! -Kagura apareceu na minha frente, olhei o brilho da lâmina cortar na vertical.

Crack crack

Pedaços de algo se partiu.

Coisas negras estavam se escondendo no escuro e saltaram para nos pegar. Não, um amontoado de coisas negras estão vindo atrás de nós, em um mar esfumacento que eu não podia distinguir sua forma.

Não era momento de prestar atenção em outras coisas. Ergui meus braços.

— Calamity Rag -era uma magia experimental.

Na minha frente aconteceram várias explosões, como se uma mina terrestre fosse plantada em toda minha volta. As coisas pretas voaram atingidas.

Eles não se levantaram novamente.

Isso pode dar certo.

Senti uma tontura por usar magia. Falta muito ainda, mas uma hora eles vão acabar. Encarei para a massa negra se aproximando. Quanto mais eu tenho que usar magia para derrubar todos eles?

— Gravity down -Kagura de pôs ao meu lado.

E aqui eu percebi uma coisa. Sozinha isso seria difícil.

Olhei para Kagura e Arana jogando magia para a massa negra.

Mas não estou enfrentando o problema sozinha.

Respirei fundo e joguei mais magia. Estamos cercadas. Mesmo assim, dessa vez entendemos nosso inimigo. Existe esperança.

Algo caiu do céu. Olhei e havia algo negro cobrindo o parque. E rachaduras surgiram. Junto com letras voadoras!?

Eu pude ver nuvens brancas. E uma bonita cor azul entre a barreira negra esfumaçada.

Precisamos esforçar apenas um pouco mais e isso teria fim. Mesmo que seus braços parem de funcionar, mesmo que meu corpo esprema até a última gota de magia!

— Vamos sair dessa juntas!

Sorri confiante.

Levy POV

Fiquei soltando magia por algumas horas contra o domo, antes de abandonar o Dragon Slayer do Ferro e o exceed. Assim que a maior parte do problema foi derrotado, logo corri, procurando a maga celestial.

— Lu-chan! -corri, procurando freneticamente.

Minhas sandálias escorregaram na superfície macia dos panos. Tombei no chão. Estalei a língua e me levantei, teimosa.

Para todo lado era destruição. Gajeel e Lily ainda estão quebrando o domo vivo. Cada vez mais o céu claro foi visto. E o chão negro esfumaçante pouco a pouco era desfeito como um pó se desgrudando da superfície e sumindo no ar, dando para ver a cor original do parque.

Horríveis pedaços de ursinhos macabros espalharam para todo canto, entre pedaços de barracas, paredes rachadas, carrinhos de metal.

Não ligo para o fato de estar sozinha agora. Eu tenho que encontrar ela. Eu preciso achar a minha melhor amiga.

— Lu-chan! -chamei novamente.

Então parei, arfando sob meus joelhos. Logo ergui o rosto determinado, limpando o suor da testa, voltei a correr.

Algo se mexeu. Apontei com o dedo para os cinco ursos meio esfumacentos e meio marrons.

— SOLID SCRIPT! WIND!

Eles saíram voando para longe, sem ganhar a chance de encostar em mim.

De vez em quando apareceu alguns bichos desses, mas são muito fracos, então dei conta deles fácil. Esses são os restantes que sobraram, pois a maioria está derrotada aos montes no chão.

Estou cansada. Cansada e meio dolorida. Mas tenho em mente a razão que vim aqui.

— Lu-chan! -me pergunto se ela está bem.

Comprimi os lábios. Quanto mais destruição via, mais ansiosa fiquei. Lu-chan, você precisa estar viva.

— Lu-chan! -tremi, pensando no pior.

Então... Vi uma montanha de escombros com muitos ursinhos já imóveis. Parei meus pés.

Bem no meio, havia uma bola negra. Uma esfera grande e assustadora. Me aproximei.

A aura disso é sombria e fria. Esfreguei meus braços arrepiada.

— Lu... Chan? -chamei.

Meus instintos me disseram. Ela está aqui.

No segundo que minha voz saiu, a bola estourou como uma bolha de sabão. Virou pó e sumiu no ar, revelando o que estava guardado dentro dela.

Nesse lugar cheio de pedras quebradas e restos de pano, os raios de sol voltaram a iluminar. A fumaça saindo do chão e desaparecendo lentamente.

Em toda a destruição, surgiu um lugar limpo. Cinco degraus intactos. Ali um homem está sentado.

Seu corpo quase nu com apenas um tecido fino prendendo na cintura, tinha uma figura assustadora. Pude ver cada pedaço de seus músculos com cortes e sangue coagulado. Sua figura virou uma bagunça horrível, que não sei dizer se está vivo ou morto.

Mas em seus braços, uma loira dormia pacificamente. Contrastando com ele, a mulher está limpa, no máximo um pequeno arranhão no braço apareceu. Protetoramente embalada e sua cabeça usava o ombro do homem como um confortável travesseiro.

Os olhos vermelhos e desfocados dele deu a impressão que estava dormindo de pálpebras abertas.

Dei dois passos cautelosos. A cada pisada, uma fumaça negra subiu como um pó fino e sumiu.

Observei como o cabelo loiro dela estava se movendo, mostrando a respiração do homem.

Arregalei meus olhos. Ele usou tanta magia a ponto de estar semi acordado...? Cobriu todo o parque e as sombras estão desaparecendo, agora que seu mago conjurador parecia estar no final de sua consciência. Tão no seu limite e ainda se forçou a usar magia defensiva contra o prédio desmoronando na sua cabeça.

Tampei a boca com minhas mãos, surpresa.

Então as orbes vermelhas se levantaram lentos.

Rogue Cheney me encarou aliviado e sorriu. Logo ele tombou de lado com os olhos fechados.

Até o final abraçando Lucy Heartphilia protetoramente. E para provar isso, uma de suas mãos cheia de machucados priorizou mais apoiar a cabeça dela para não bater no chão, do que se preocupar com ele mesmo.