— Eu posso explicar. Não é o que vocês estão pensando! — disse Docinho para as suas irmãs.

Florzinha estava furiosa. Não conseguia desmanchar as sobrancelhas franzidas de sua cara pela tamanha encrenca que sua irmã arrumou.

— Isso é o que pessoas falam quando o que acontece é exatamente o que se está pensando. — Argumentou Lindinha.

— Mas, como vocês descobriram? — Perguntou Docinho ficando ansiosa e confusa.

— A gente te seguiu. Você tinha esquecido o seu caderno e seguimos você e vermos você pulando pelos prédios até chegar aqui.

Docinho engoliu seco.

— Betty Utonium, de todas as suas besteiras que você já fez essa foi a pior de todas! — Concluiu Florzinha. — Você tem ideia do que você fez? Papai elaborou as regras, nos ensinou a controlar e conter nossos poderes, nos ensinou a passar despercebido, por anos ele se dedicou a nos manter em segredo para continuarmos sendo uma família e ter uma vida a normal e agora você está arriscando tudo o que a gente conquistou, e por qual o motivo? Para você se sentir a fodona?

— Isso não tem nada a ver! — Retrucou Docinho. — Ninguém sabe quem eu sou. Eu uso mascara nas lutas e um pseudônimo. Ninguém além do Ace sabe quem sou eu.

— Ace? Quem é esse? — Perguntou Lindinha.

— É o meu... agente. Ele é um cara pálido de óculos um pouco mais velho que a gente. Ele é confiável.

— ÓTIMO! Tá explicado tudo agora. — Gritou Florzinha zangada. — Foi a má influência do namorado, tinha que ser.

— Ele NÃO É meu namorado! — Berrou Docinho levemente corando. — Isso não tem nada a ver com ele.

— Então tem a ver com o que? Se não é por fama e nem por causa de um rapaz, é pelo que então? Me diz, Docinho, por que você quer tanto se arriscar?

— Eu não me arrisco. — Esclareceu. — Eu só finjo que levou uns golpes e fica tudo bem.

— Claro, fisicamente. — Disse Florzinha que levantou tom da voz para mostrar autoridades — Mas, e todo o resto? E a gente? Você não percebe o quão egoísta você tá sendo? Nós carregamos a mesma maldição que você. Se uma de nós dançar, todas dançam, inclusive, o nosso pai. Por isso, temos que manter esses poderes escondidos!

— MAS, TAMBÉM NÃO DÁ MAIS PRA FINGIR QUE ELES NÃO EXISTEM! — Berrou Docinho implorando para ser escutada. Florzinha e Lindinha permaneceram apenas olhando para sua irmã em silencio ainda esperando uma resposta. — A Lindinha é a garota fofa que todos amam. Ela é bonita, talentosa e a “queridinha do teatro”. A Florzinha é a garota inteligente que todos os professores amam e que provavelmente vai ganhar as próximas feiras de ciências. Já eu... eu não sou ninguém. Eu não sou uma artista ou uma nerd, mas eu sei que sou boa em alguma coisa. Eu sei que sou forte, mas eu estou cansada de fingir que eu não sou. Amigos que precisam de mim e eu não posso fazer nada, pessoas como Mitch Mitchelson tiram proveito de mim e eu tenho que aceitar. Eu tenho que fingir o tempo todo que sou inofensiva e eu não aguento mais isso. Vocês querem a verdade? A Verdade é que esses poderes são a melhor coisa que me aconteceram. Eles fazem parte de mim e eu me recuso a ficar escondendo eles!

— Como eu disse antes, você é egoísta. — concluiu Florzinha.

— Cala essa boca! — gritou Docinho revoltada e com raiva,

— Não aceita os fatos? Você pensa que é fácil para a gente? Nós temos que fazer sacrifícios por causa desses poderes o tempo todo. Mas, você é a única que age como se só você não devesse fazer. Isso é egoísmo de primeira. Já basta dessa malcriação! Vamos voltar pra casa e eu vou contar tudo para o pai e você vai se preparar para o castigo. Pode já esquecer essa história de “mange”.

— NÃO! — Berrou mais uma vez Docinho. — Você não é a mamãe. Pare de agir como ela porque você não é e nunca vai ser como ela. A mamãe me entenderia. Ela sempre me entendia.

— Mas, ela não está mais aqui. Eu sou a mais velha! Sou a responsável por vocês duas agora. — Argumentou Florzinha.

— Por causa da porra de dois minutos! Você não é melhor ou mais madura que nós. Você se acha “a dondoca”, a “especial” mas não passa de uma fedelha também.

— Olha como fala comigo!

— Não gostou do palavreado? Que tal esse: Vai se fuder!

— Você vai para casa e vai ficar de castigo!

— Me obriga, “mamãe”!

Lindinha ficou desorientada com a conversa de suas irmãs que estavam quase se encarando. Ela já não entendia mais o rumo que as coisas estavam indo, porém, ela sabia que estavam indo de mal a pior.

— Meninas, vocês não acham melhor...

— Não se mete, Lindinha! — Disseram Florzinha e Docinho ao mesmo tempo.

— Já chega! — Berrou Docinho antes correr usando sua super velocidade. Ela desapareceu por um instante e reapareceu atrás de suas irmãs segurando algo em suas mãos.

— O que você... — Tentou dizer Florzinha antes de perceber que seu cabelo estava mais solto que o normal. — Você roubou o meu laço!

— Tá falando disso aqui? — Ironizou Docinho.

— Devolva! Foi a mamãe que deu pra mim. — Ordenou.

— É isso que faz você ser tão mandona? Você não é mais digna de usá-lo! Eu vou esconde-lo de você. Assim você vai parar de fingir que é a mamãe.

— Devolva o meu laço agora! — Berrou Florzinha.

— Nops. Se você quer ele de volta vem pegar, queridinha. — Docinho começou a flutuar em pleno ar e subiu para cima como um balão desafiando a gravidade.

Muito aborrecida, Florzinha também começou a flutuar indo em direção a irmã para recuperar seu laço de volta.

— Meninas, esperem! — Berrou Lindinha seguindo elas também pelo ar.

A atmosfera mudou. Surgiram raios nas nuvens anunciando um início de um tempestade que formava no céu de Townsville. Era como se o clima anunciasse que algo que viria a acontecer mudaria tudo para sempre.

Trilha: Hollywood Blvd

Docinho retornou ao chão um tanto desajeitada pela falta de prática no voo. Aterrissou no meio de um ferro-velho que havia por ali perto. Era um lugar escuro, fedido cheio de carros e eletrodomésticos quebrados e uma placa escrito “Qualquer coisa daqui por 2 dólares”. Florzinha chegou em seguida com uma aterrissagem bruta, tão bruta que fez tremer o chão.

— Me devolve! — Ordenou Florzinha

— O que? isso? Vem pegar! — Disse mostrando o laço.

Florzinha correu até Docinho com uma super velocidade, correu tão rápido que deixou um rastro rosa no percurso. Mas, Docinho se esquiva também usando a mesma velocidade deixando um rastro verde no percurso. Uma corrida começa com Florzinha perseguindo sua irmã em velocidades tão absurdas que só se podia ver os vultos transitando pelo ferro-velho. A garota ruiva ficando cada vez mais irritada com sua irmã decidiu dar um basta na situação. Ela correu o mais veloz que conseguia e quando chegou bem perto de Docinho pulou para agarra-la. As duas tropeçaram e capotaram pelo chão até colidirem em uma geladeira velha. O eletrodoméstico ficou totalmente amassado, mas as nossas meninas estavam intactas apesar de sujas pela poeira que se formou no ar.

Lindinha foi a última a chegar no ferro-velho. Estava confusa e preocupada com suas irmãs. Mesma as brigas entre as duas serem comuns, aquilo estava totalmente fora do padrão. Nunca as viu atingirem tal limite.

— Meninas, vocês estão bem? — Perguntou Lindinha enquanto ajudava as duas se levantarem.

— O laço, cadê ele? — Disse Docinho meio desnorteada.

O Laço de sua mãe havia escorregado de suas mãos sem ela perceber. Ela olhou a seu redor para acha-lo antes de Florzinha que também estava procurando por ele e nada. As duas procuraram atentamente sabendo que uma não poderia achar antes da outra até que finalmente as duas o veem largado no chão em cima de um capô de um carro velho com seu nó totalmente desfeito. As duas irmãs rivais trocaram olhares franzidos demonstrando a raiva que sentiam no momento e então, ambas correram em alta velocidade para ver quem pegava primeiro o laço de sua mãe. De um segundo a outro, elas o alcançaram simultaneamente. Cada uma pegou uma ponta o puxando para o seu lado.

— Meninas, por favor, parem! — Gritou Lindinha. — Isso está saindo do controle.

— Manda ela soltar o meu laço! — Berrou Florzinha.

— Seu laço o caralho! — Também berrou Docinho. — Ele é da mamãe.

— Ela deu ele pra mim. — Argumentou.

— Você não merece usar ele! — Disse Docinho puxando o laço com mais força.

Até que...

RASG!

O inevitável aconteceu: O laço de sua mãe se partiu em dois. Pelas ações da física, Florzinha tombou para trás caindo costas e enquanto Docinho escorregou no chão sujo.

— O laço da mamãe! — Falou Lindinha que estava completamente chocada com a situação.

Docinho e Florzinha levantaram-se e se deram conta do que havia acontecido.

— Eu não queria...— Disse Docinho sentindo a culpa.

Um silencio se formou no momento. Só se ouvia os raios e o som da tempestade chegando em Townsville. Florzinha olhou com lágrimas nos olhos para seu objeto favorito arruinado. Sua única lembrança de sua mãe partida em dois assim como seu coração. Não sendo capaz de conter, ela libertou a criança que escondia dentro de si e derramou lágrimas de tristeza que se misturaram com as gotas de chuva. Florzinha vivia fingindo que era uma adulta, mas nenhum comportamento exemplar escondia o fato de que era só uma garotinha que chorava pela falta da mãe.

— Não era pra isso acontecer. — Disse Docinho.

De repente, os sentimentos de Florzinha mudaram. A mágoa que sentia se transformou em fúria. Uma fúria que nunca havia sentido antes na vida. Suas artérias dilataram e começaram brilhar rosa assim como seus olhos ao se encherem de um poder parecido com o que se havia visto em Docinho anteriormente. Ela encarou sua irmã com expressão de raiva que chegou até a assusta-la. A cor de seus olhos mudaram de rosa para um vermelho, um vermelho quente e implorava por destruição. Então ela berrou, o mais forte que conseguiu e um poderoso feixe de luz saiu de seus olho: um raio de calor que superava a temperatura do sol que atingiu Docinho. A menina foi empurrada vários e vários metros, colidindo com tudo o que havia no caminho. Ela atravessou uma montanha de carcaças de carros, atravessou a cerca do ferro-velho, atravessou um muro de concreto até aterrissar em um Sedan seminovo que ficou totalmente amassado. Em compensação, Docinho não sofreu nada com o ataque apesar de sentido a queimação do raio.

Florzinha avançou com os punhos erguidos, preparada para esmurrar sua irmã. Contudo, Docinho rapidamente se recupera da tontura do último golpe que recebeu e rapidamente ativa seus reflexos. Em um ato surpreendente de raciocínio, ela levanta o Sedan na qual aterrissou como se fosse um taco de baseball, e o usa para bater em Florzinha que foi arremessada para longe até cair no asfalto de cara no chão. Seu belo rosto apenas se sujou com a poeira não sofrendo qualquer arranhão. Em contrapartida, o asfalto ficou aos pedaços como se um meteorito tivesse caído ali. Com sua supervelocidade, Docinho reaparece na frente da desnorteada Florzinha, e a agarra pelos pés.

— Você pode ser tão forte quanto eu, irmã. Mas, eu sou uma lutadora de verdade! — Disse antes de aplicar em Florzinha o mesmo golpe que El Pulga, havia feito com ela mais cedo. Ela agarrou sua irmã pelos pés e começou a rodopiar para fazer um arremesso de martelo. Contudo, o giro de Docinho era muito mais rápido. Quando ela soltou a menina, ela simplesmente foi jogada para os ares em uma velocidade perigosamente alta. A velocidade de Florzinha era tanta, que ao colidir com diversos prédios e residências que havia por ali, ela os atravessava como se fossem feitos de papelão.

Enquanto, isso em um apartamento próximo. Uma mulher chamada Marianne Smith, pele morena de cabelos loiros platinados curtos, estava muito empolgada ao lado de seu marido, Harold, com o jantar que iriam realizar em família. A mesa estava cheia, digna de uma verdadeira ceia de natal. Com enorme porco assado como prato principal, salada de ovo, macarrão com almondegas, um belo pernil assado e outras delicias.

— Não acredito que ocorreu tudo certo, amor. — Disse orgulhosa de si mesma.

— Ficou uma bela mesa, querida. — Concordou o marido. — O que acharam crianças?

— Tanto faz. Vamos comer! — Resmungou o filho mais velho, um adolescente espinhento com cabelos verdes totalmente indiferente.

— Isso vai para Instagram. — Disse a filha mais nova, que tinha cabelos loiros e rabo de cavalo ao tirar um foto da mesa em seu celular.

— Nada pode estragar esse momento. — Disse a mulher.

Até que...

CRASH!

E um segundo, Florzinha atravessou a sala de jantar dos Smith’s, destruindo toda a mesa que haviam preparado arduamente, e no outro segundo atravessou a parede da cozinha, abrindo um túnel no meio da casa.

Marianne ficou chocada e totalmente desgostosa com a situação. Colocou a mão nos cabelos e gritou o mais alto que podia:

— MEU JANTAR! ARRUINARAM O MEU JANTAR!

Docinho estava voando em alta velocidade a procura de sua irmã, até Lindinha a obstruiu a segurando pelos ombros.

— Docinho, se controla! Isso está saindo do controle. — Repreendeu a menina.

Docinho se virou e encarou sua irmã revelando seus olhos verdes faiscantes e em seguida lhe deu uma cotovelada tão forte que a coitada da Lindinha foi jogada contra um outdoor de uma empresa de tecnologia chamada “DexLabs”, com uma foto de um jovem ruivo, de óculos e roupas de cientista segurando uma chave de fenda. O outdoor despencou do alto do prédio em que estava, caindo em cima de uma vã estacionada por ali que ficou totalmente destruída.

Florzinha levantou-se e recuperou-se da tontura. A jovem percebi que aterrissou em cima de um ônibus que ficou com teto amassado. Ao descer, viu a rua toda movimentada com todas as pessoas, sejam homens, mulheres ou crianças, de todas as idades olhando para ela, tentando entender o que acabaram de ver com seus olhos.

Docinho aterrissou de forma turbulenta alguns metros a frente de sua irmã fragmentando a rua em 3 partes. As duas ficaram se encarando de longe trocando expressões furiosas uma com a outra. Estavam totalmente domada pela raiva que se esqueceram completamente das pessoas e do mundo de isopor em que viviam. As duas começaram a correr uma em direção a outra cerrando seus punhos com seus olhos faiscando. Os de Docinho, faiscavam verdes, os de Florzinha, cor-de-rosa, mas quase chegando no vermelho. No preciso momento em que o punho de uma encostou no rosto da outra, uma enorme onda de choque, reverberou por toda avenida. O som quebrou toda vidraçaria, seja das casas, dos veículos ou das lojas que haviam ali. O estrondo que fez um tremor tão forte que destruir completamente o asfalto e liberou um vento que soprou todos os corpos que haviam ali. Ninguém morreu, mas algumas pessoas se machucaram muito.

No meio poeira que cegava a todos, emergiu duas auras, uma verde e outra rosa, que decolaram até o céu como dois foguetes. No alto, as duas se separaram e começaram a colidir uma com a outra várias e várias vezes. A cada vez um barulho ainda mais ensurdecedor que os trovões da tempestade era emitido dali.

Com o confronto agora no impasse, Florzinha resolveu usar uma estratégia nova. Utilizando seu sopro gelado, uma habilidade na qual apenas ela havia desenvolvido, consegue congelar os membros de Docinho antes dela conseguir lhe golpear. Com ela imobilizada, Florzinha aproveita a oportunidade para lhe golpear com um pontapé. Docinho cai de uma altura impressionante e em uma velocidade absurda. Quando ela colide com o solo, abre uma cratera enorme, bem no meio da avenida central mais movimentada da cidade. Suas roupas rasgaram, seu corpo ficou sujo de poeira e água da chuva, mas não sofreu um arranhão sequer.

O susto inesperado fez as pessoas mais sensatas fugirem do local. As mais corajosas de algum lugar seguro filmavam a menina se levantando da cratera com dificuldade em seus aparatos eletrônicos. Um helicóptero de um jornal local lançou um canhão de luz sobre Docinho e um dos cinegrafistas focou sua câmera no rosto dela. Em questão de segundos, a cidade inteira viu em suas TVs, outdoors eletrônicos e celulares, ao vivo, o rosto da menina.

Florzinha voltou ao chão encarando a irmã caída ainda tentando se levantar. As câmeras e olhos de toda parte focaram agora nela, testemunhando suas habilidades de voo.

— Desiste? — Perguntou.

— Nunca! — Disse Docinho ainda com a exata determinação de antes.

As duas correram uma em direção a outra novamente, contudo antes de golpearam uma a outra, Lindinha ligeiramente interveio, se colocando entres suas irmãs.

— PAREM AGORA! — Berrou Lindinha.

Lindinha estava acabada. Suas marias-chiquinhas haviam sido completamente desfeitas. Seu cabelo além de solto estava molhado com a chuva. Sua maquiagem estava borrada, mas não só pelas gostas que caíam do céu. Ela encarou suas irmãs com seu olhar cheio de lágrimas que transpareciam seus sentimentos mistos de decepção e desespero.

Florzinha e Docinho retomaram a sanidade que haviam deixado de lado. Olharam ao redor e virão o mundo retribuir com os mesmos olhares de horror e medo que elas expressavam. Seus rostos estavam sendo vistos por todos da cidade inteira, pelo mundo inteiro. Eram a manchete principal: “Três aberrações destroem Townsville com seus rostos e identidades expostos em cada imagem. O mundo inteiro agora sabia quem eram e que podiam fazer.

A policia chegou até o local, todos os eles armados com equipamentos pesados apontando para a cabeça das três. O chefe de polícia pegou seu megafone e gritou para se entregarem e avisou que caso não fizessem seriam mortas ali mesmo.

As três entraram em pânico sem saber para onde ir. O mundo na qual cresceram não era mais seguro para elas. Tudo o que elas eram, o mundo que conheceram foi completamente destruído, como um castelo de cartas após um leve sopro. Um castelo que ficou de pé por mais tempo que o normal, mas a bomba era inevitável. Cedo ou tarde, aquilo iria acontecer e agora não tinham mais um lugar para chamar de casa. Estavam totalmente expostas para um mundo que as temia, muito mais do que elas o temiam. Perdidas e desorientadas, decolaram juntas para o céu, deixando um rastro de luz verde, azul e rosa simultaneamente onde desapareceram nas nuvens da tempestade.