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CAPÍTULO I (Damage)

A mente de Kim Mingyu estava cheia, muito, muito cheia. Porém, ao contrário do que qualquer um poderia pensar, não era de pensamentos sobre o trabalho (mesmo que naquele momento uma morte inesperada e aparentemente importante tivesse acabado de acontecer), ou de problemas sobre sua vida pessoal. Não, a mente de Mingyu estava cheia de dúvidas e pensamentos conflitantes sobre sua colega de trabalho.

Ele sabia que Yangmi ainda tinha algumas ressalvas com relação a ele, porém não havia percebido até aquela conversa que tudo aquilo era fruto de ódio. Ódio dele.

Ele tentara, e muito, conversar com ela desde o acontecido. Fizera de tudo pra fazê-la entender o que o levou a fazer aquilo, o que pesou em sua mente antes de tomar a decisão, o que ainda pesava... Ele era jovem assim como ela, ainda tinha uma vida enorme pela frente. Não poderia fazer algo como aquilo, não conseguia se ver daquela forma.

Ele sabia que aquilo a magoaria, porém foi a melhor escolha. Ou pelo menos ele pensou que fosse naquele momento.

Depois de tudo, de ver como ela passou a tratá-lo e de ver o quanto ela mudou, ele se arrependeu. Arrependeu-se das palavras e das ações que tomou, de toda e qualquer ideia que pudesse ter sido plantada em sua mente e usada contra o seu juízo perfeito. Arrependeu-se e arrependeu-se, mas como ele poderia voltar a atrás e se redimir?

Pedira tantas desculpas que elas nem sequer pareciam ter significado, e todas as vezes ela o ignorava. Parecia alheia ao fato de ele estar ali, na frente dela, implorando por um perdão que ele estava começando a crer que nunca receberia.

Apenas pensar naquilo já lhe trazia uma dor de cabeça enorme, um aperto no peito que ele sabia ser de medo. Apesar de tudo, ele não conseguia se imaginar vivendo em um mundo onde Lee Yangmi o odiava. Apesar de tudo, ele ainda a queria por perto, se possível pra sempre.

Mas pelo andar da carruagem, tudo o que ele conseguiria dela seriam conversas como a daquela manhã. Diálogos marcados por silêncios longos e constrangedores, olhares furtivos e rápidos, simbologias que ambos sabiam o significado, mas jamais arriscariam dizê-lo em voz alta. Encontros vagos, onde eles conversariam sobre tudo, menos sobre aquilo que mais queriam falar.

Conversas vazias.

Mingyu, após vários segundos de silêncio e pensamentos melancólicos, soltou um praguejo assim que entrou na sala de autópsia e viu o corpo que precisava analisar. Sem falar mais nada, andou até a mesa dos EPIs, calçou suas luvas, pôs a máscara no rosto e caminhou até a mesa da autópsia.

O corpo da artista estava começando o processo de rigidez cadavérica, o que sugeria uma morte não tão recente, porém não tão distante também. Sua coloração estava mais para o azul que para o bege claro que sua pele costumava ter, e na superfície epidérmica, principalmente nos dedos, havia uma formação de rugas característica de quem passava tempo demais debaixo d'água. Os primeiros indícios sugeriam afogamento, porém ele sabia que não se tratava daquilo. A área traqueal da jovem não estava arroxeada, sua pele do pescoço para cima estavam sem nenhum sinal de exposição longa a água, e suas vias aéreas estavam totalmente secas, apesar de suas extremidades (dedos das mãos e dos pés) estarem com claros sinais de hipóxia, indicando que sua morte foi decorrência de privação de oxigênio.

Mingyu parou sua análise por alguns segundos para andar até a sua mesa de trabalho, procurando o registro que os peritos deveriam ter feito no momento que a encontraram na cena do crime. Encontrou-o dobrado próximo a sua refeição não terminada e pegou para ler o seu conteúdo.

Ao que fora informado, a jovem havia sido encontrada morta dentro da própria banheira de hidromassagem, seca do pescoço pra cima, com sinais claros de parada cardiorrespiratória total. Ao que fora analisado naquele momento, não havia sinal de tentativa de enforcamento, nem de tentativa de afogamento, uma vez que não haviam marcas de pressão no pescoço, e os cabelos da jovem estavam secos, o que não sugeria submergismo recente. Analisando aquilo, Mingyu sabia que não poderia supor nada com tanta certeza. Yangmi ainda não havia chegado no local da morte, portanto o médico teria de esperar até a chegada do prontuário feito pela perita para conseguir informações mais sugestivas que aquelas que continha ali.

Todavia, como era dever dele saber a causa da morte, Mingyu pegou seu bisturi e se preparou para o início da autópsia.

De certa forma aquilo viera em boa hora, ele não deixou de pensar enquanto andava até o corpo da jovem e se preparava para fazer os cortes necessários. De certa forma era confortante saber que tinha algo no qual pensar, algo que não fosse sua patética e desgostosa vida pessoal, social e amorosa.

—x—

Quase duas horas depois, Mingyu escutou batidas na porta de sua sala. Já limpo e devidamente alimentado, quase saltou da cadeira ao se deparar com Yangmi em pessoa entrando ali sem nem mesmo esperar seu "entre". Ela parecia atarantada, seus olhos apressados e desfocados, totalmente desprovidos da firmeza que costumavam ter sempre. Seus pés a levaram até a cadeira que ficava do outro lado da mesa de Mingyu, onde ela se sentou e olhou para o rapaz com uma apatia fria. O batuque dos seus sapatos no chão (algo que Mingyu sabia muito bem ser o sinal mais clássico de seu nervosismo) ganhou os ouvidos dos dois conforme o silêncio ia se dissipando.

— Passei mais de uma hora e meia analisando aquele quarto, desde a maçaneta até o ralo da pia do banheiro. Tudo, tudo, e adivinha só: não encontrei nada. Nada de drogas, nada de indício de visitantes recentes, nada de fios de cabelo desconhecidos, nada de sêmen nas roupas de cama, nada de medicamentos neuro supressores, nada de substâncias químicas nocivas a saúde, nada. Parecia que a garota nem morava ali, porque até os rastros dela eram escassos. O banheiro estava limpo, não havia lixo nas lixeiras, o creme dental mostrava sinal de um único uso, assim como todos os itens de beleza e higiene pessoal. Parecia que ela havia acabado de se mudar para ali, algo que, segundo a portaria e os demais informantes, não era o caso. Vim na esperança de você me dar alguma informação, porque estou sem nada nas mãos.

Ela terminou com um tom claro de frustração, suas sobrancelhas bem feitas se franzindo por conta da irritação evidente. E não era pra menos. Mingyu sabia o quanto Yangmi detestava não saber de tudo, sabia o quanto ela odiava depender de informações de terceiros, abominava não ser a dona de tudo o que realmente era relevante.

Ele poderia muito bem usar o sarcasmo para provocá-la, fazer o que costumava fazer sempre quando os dois ainda tinham uma boa relação, porém ele sabia, somente de olhar pro rosto dela naquele momento, que ela estava realmente desconcertada. Não sabia se por conta do acontecido ou se pelo fato de estar ali na sala de Mingyu sozinha com ele depois de tanto tempo.

Ele esperava que fosse pelos dois.

— Bem, eu terminei de analisar o corpo não faz muito tempo. — o legista começou a dizer com calma, tentando fazer com que ela se acalmasse também. Era uma atitude que costumava funcionar no passado. — Tenho certeza que leu o relatório da equipe de triagem, certo? Onde eles sugeriam uma parada cardiorespiratória total. Bem, eles estavam certos. Não foi afogamento, foi realmente falência cerebral e tecidual por conta de hipóxia. Motivo? Ainda temos que analisar o sangue e o restante dos materiais biológicos pra saber. Ela era jovem, pelo prontuário médico que recebi não tinha vícios nem histórico de doenças cardiovasculares na família, e sempre fora muito bem tratada pela empresa e pela família que já era rica antes mesmo de ela ganhar fama como k-idol. Não havia sinal de problema congênito ou hereditário, muito menos de algum tipo de sinal clínico ou laboratorial que poderia indicar algum problema como este em um futuro próximo. — ele respirou um pouco. — Para todos os fatores, ela era extremamente saudável. Pensei no possível uso de algum tipo de droga relaxante, ou algum tipo de antitussígeno, mas como você não encontrou nenhum indício de medicamento ou droga ali no apartamento, só podemos pensar que, ou ela consumiu isso antes de ir pra lá e acabou sofrendo os efeitos durante o banho, ou ela realmente sofreu algum tipo de parada fisiológica sem razão conhecida. — Mingyu terminou com uma olhada rápida para o rosto de Yangmi. Ela estava lendo com rapidez os papéis escritos por Mingyu, analisando tudo com uma ruga profunda de preocupação entre as sobrancelhas.

— Você analisou o estômago e intestino a procura de resquícios de comprimidos ou cápsulas? — ela perguntou sem tirar os olhos do papel. Mingyu, por sua vez, apenas assentiu.

— Procurei por tudo, não encontrei nada. O fígado dela estava em bom estado, os rins, o coração... Mas por via das dúvidas, peguei amostras de tudo pra fazer uma análise histológica o quanto antes. Quero ver sinais de lesão hepática ou renal recente e comparar com os resultados encontrados na HPLC que você vai fazer. E por falar nisso, você os quer logo? Me refiro às amostras biológicas. Mandei todos para refrigeração, mas posso pedir pra buscarem e entregarem pra você logo, caso queira. — ele terminou incerto. Depois de tudo ele nunca sabia como falar apropriadamente com Yangmi. Sabia que deveria ser profissional, afinal ambos estavam ali a trabalho, porém não conseguia se ver como alguém frio ou indiferente a ela. Ele sempre se preocuparia com o bem estar da perita, com sua vida sempre corrida e por vezes negligenciada por conta do trabalho incessante. Ele queria poder perguntar se ela ficaria bem, se ela conseguiria fazer aquilo sem se fadigar, porém não sabia como tocar no assunto sem parecer intrometido demais, errado demais. Por isso ele preferia ficar calado, preferia esperar por alguma brecha que ele sabia ser rara demais, improvável demais. Ele preferia não comentar nada. Já Yangmi, por sua vez, parecia o total oposto. O quanto menos soubesse sobre a vida de Mingyu, melhor. Quanto mais mostrasse indiferença, melhor.

Ele não podia ficar mais frustrado.

— Eu quero, se não for muito incômodo. — ela disse com rapidez após escutar a oferta dele. Seus olhos escuros finalmente saíram dos relatórios para encontrar os olhos de Mingyu que já a encaravam. — Pretendo terminar isso o quanto antes. A pior coisa é trabalhar com a mídia, e quanto mais esse laudo demorar, mais vai pesar nas nossas costas essa responsabilidade. — ela concluiu com o rosto sério. Sua fala tinha sentido, Mingyu tinha que concordar. Quando qualquer tipo de pessoa pública morria de forma tão súbita e misteriosa, a equipe de perícia responsável pelo laudo sempre era cobrada de forma redobrada, e qualquer tipo de erro ou equívoco poderia pôr a perder qualquer tipo de credibilidade não só do legista responsável, mas também de toda a equipe de peritos e detetives que estivessem envolvidos no caso. Era algo sério e de extrema responsabilidade, por isso, de certa forma, ele entendia a apreensão de Yangmi, apesar de não a compartilhar.

— Sim, você tem razão, quanto antes tivermos uma resposta clara, melhor. — ele comentou com um suspiro antes de sua mente voltar para algo que foi conversado mais cedo entre eles. — E pelo visto sua tese vai ter que esperar mais um pouco. — ele acrescentou com um sorriso pequeno. — Ainda não pensou sobre o que eu disse? — ele perguntou somente para receber um grunhido baixo vindo de Yangmi, que logo entendeu o que ele quis dizer.

— O quê, sobre largar um dos turnos e deixar os outros peritos a mercê de você? Não, não. Prefiro ser eu a fazer isso, poucas pessoas conseguem argumentar com você e sair ganhando. — ela comentou com irritação, e Mingyu não pôde deixar de rir, apesar de concordar com o que ela disse. Dentre todos os peritos que trabalham ali, ela era a única que conseguia bater de frente com a genialidade de Mingyu e propor hipóteses tão concretas quanto as dele. Era a única que conseguia contestá-lo e provar-se correta. Não era a toa que eles haviam se tornado uma equipe tão bem vista na sociedade científica de Seul.

— Sei que seu hobby é bater de frente com meus argumentos e ganhar, mas estou falando sério quando digo que você trabalha demais. — ele começou a dizer. Yangmi revirou os olhos quando escutou a frase dele, porém não falou nada. — Sequer está tendo tempo pra cuidar de si mesma, pra sair com os amigos, pra... namorar? — a última pergunta saiu com um pequeno engasgo. Mingyu não sabia o porquê daquilo, mas imaginar Yangmi seguindo em frente fazia seu estômago embrulhar de uma forma tão intensa que chegava a doer. Na verdade ele sabia sim, só preferia não pensar naquilo com frequência.

Ela, por sua vez, olhou pra Mingyu com o nariz franzido antes virar o rosto para a parede.

— Se eu não estou com tempo nem pra terminar minha tese, acha mesmo que teria tempo pra sair com os amigos ou namorar? Você me conhece, infelizmente, e sabe que eu sempre fui assim. Trabalho é importante pra mim, mais que qualquer tipo de relacionamento, e eu sempre vou priorizá-lo, nem que pra isso eu tenha que morrer sozinha. — ela deu de ombros, ainda sem olhar pra ele. Algo no coração do rapaz se aliviou um pouco, e ele não deixou de se condenar por isso. Yangmi deveria ser feliz, deveria encontrar alguém, merecia isso mais que qualquer pessoa (inclusive mais que o próprio Mingyu) mas saber que ela ainda estava sozinha era sinal de algo que Mingyu não queria ousar pensar naquele momento, pelo menos não enquanto ela ainda estivesse ali. O rapaz sorriu um pouco ante a irritação dela e levantou as mãos em sinal de rendição. Sabia que ela odiava quando ele fazia aquilo, mas era mais forte que ele.

— Certo, você venceu, não volto a falar sobre isso. Mas pelo menos pense sobre a parte de se cuidar mais, você emagreceu desde a última vez que... Bem, você sabe. — fora a vez dele de desviar o olhar, incapaz de continuar o que havia começado. Tinha que parar de esquecer que os dois já não tinham a mesma intimidade de outrora, que eles já não eram sequer amigos. Yangmi, evidentemente incomodada, clareou a garganta de forma ruidosa antes de falar com frieza.

— Se eu emagreci ou não, esse fato diz respeito apenas a mim. Se for pra reparar de coisas que mudaram desde a última vez, que tal todo o seu comportamento? Desde quando você se preocupa tanto comigo? — ela perguntou com a voz firme, seus olhos encarando os dele numa tentativa de tentar arrancar qualquer resposta que pudesse vir a aparecer ali. Mingyu engoliu em seco.

— Eu sempre me preocupei com você, Yangmi. — ele disse o nome dela com tanta saudade velada que parecia patético até para o seus ouvidos. Parecia nostálgico em sua língua, sílabas fluidas e simples que formavam uma palavra que ele amava falar há um tempo atrás, uma palavra que habitava com frequência em seus pensamentos, porém era escassa em sua boca. — Sempre estive ali, sempre. Você que entendeu tudo errado, não soube interpretar o que eu quis dizer e se convenceu de que o que você assimilou era a verdade e que tudo o que eu tentasse dizer que fosse contrário ao que você pensava era mentira. — Mingyu despejou com a voz ferida, toda a dor daquilo sendo jogada em cima de Yangmi sem filtros. Já ela, apenas ficou olhando pra ele sem piscar, seus lábios apertados em uma linha fina conforme ela respirava de forma pesada.

— Não sei porque eu vim aqui quando sabia que você ia trazer isso à tona novamente. — ela começou, sua voz levemente oscilante por conta da raiva e da mágoa que ela provavelmente estava tentando controlar a todo custo. — Não sei porque ainda deixo você chegar a esse assunto. Tudo o que eu sei é que já estou cansada, Mingyu, muito, muito cansada pra isso. Você fez a sua escolha, eu fiz a minha, ambos seguimos com elas e estamos aqui hoje. Eu não interpretei nada errado, apenas abri meus olhos pra algo que estava estampado na minha cara o tempo todo. E talvez, só talvez, esteja na hora de você também ver isso. Só assim você vai parar de insistir com esse assunto, e só assim a gente talvez possa vir a viver em paz. Enquanto isso não acontecer, eu peço, por favor, não converse mais comigo sobre isso. Por favor. Estamos aqui a trabalho e vamos manter nossas conversas focadas nisso, okay? — ela terminou com uma pergunta simples que soava mais como uma súplica. Bastava um "okay" em resposta pra tudo se acertar, mas por que Mingyu não conseguia? Por que ele não conseguia obrigar seus lábios a se abrirem, por que não conseguia finalmente pôr um fim naquilo? Sua garganta estava seca e seu peito apertado quando ele se obrigou a assentir já que não conseguia falar. Seus ouvidos nem mesmo estavam ouvindo qualquer coisa pois sua mente estava nublada demais, densa demais, pesada demais.

Yangmi soltou um suspiro aliviado e se preparou para levantar. Seus olhos, todavia, repousaram no porta retrato atrás da cadeira de Mingyu por poucos, porém decisivos, segundos antes de ela voltar a olhar para o rapaz com os olhos repletos de surpresa. Ele sabia o porquê daquilo, entendia o susto que ela tomara. Se fosse ela, também acharia que ele não teria mais algo simples como aquilo.

Era uma foto dos dois no dia da formatura da perita que, naquela época, ainda era uma simples farmacêutica. Mingyu estava do lado dela, com um dos braços envolvendo sua cintura em um abraço apertado, o sorriso no rosto de ambos mostrando o quanto estavam felizes ali, não só pelo fato de estarem em festa, mas também por estarem juntos. Os olhos de Yangmi brilhavam tanto quanto a seda de sua beca, e o sorriso que Mingyu dera a ela era o equivalente a felicidade que ambos estavam esbanjando para o mundo naquele dia. Era uma foto tão simples mas que revelava tanto. Mingyu jamais vira Yangmi tão feliz quanto estava naquele momento, então talvez aquele fosse o motivo de ele amar tanto aquele retrato.

Yangmi, todavia, parecia estar vendo um fantasma enquanto olhava para a foto.

— Você ainda tem... — ela observou com a voz baixa, quase que um sussurro. Mingyu não sabia o que falar, então somente assentiu em resposta mais uma vez, tomando um longo fôlego logo em seguida. A perita parecia prestes a fazer o mesmo, porém começou a balançar a cabeça várias vezes em sinal de negação antes de sair andando dali em um rompante, sem nem mesmo dizer qualquer tipo de palavra de despedida para seu colega de trabalho.

Mingyu não se moveu, nem mesmo respirou, durante vários e vários segundos. Apenas ficou encarando a porta aberta que revelava um corredor vazio e subitamente frio. O rapaz sabia que tinha trabalho a fazer, coisas mais importantes e muito mais urgentes, porém não conseguiu tirar sua mente daquela conversa. Ficou rebobinando e rebobinando, até finalmente chegar a conclusão de que não importava o que ele fizesse para tentar consertar o que fez, a verdade nua e crua é que ele já havia perdido Yangmi pra sempre.