Boy Friend

Capítulo 17 - Sequestro


[ Hayley ]

— E essa sou eu, louca por você. — Ele riu. Eu estava deitada em seu colo, e ele brincando com o meu cabelo. Veio delicadamente e beijou meus lábios com amor.

— E esse sou eu, bobo com o que você disse. — Me levantei e olhei seus grandes olhos castanhos. — Eu te amo. — Sussurrou. Alto o suficiente pra eu ouvir. Como pude esperar tanto tempo por aquilo?

— Vamos visitar meu pai hoje? Estou com saudade das meninas...

— É... Tudo bem.

***

[ Josh ]

— Hayley, venha! A gente vai se atrasar! — Ela estava no banheiro. Eu já estava pronto há umas, sei lá, 2 horas. Mas ela ainda estava se arrumando.

— Você sabe que é completamente normal eu me atrasar. — Disse saindo do banheiro. Selei seus lábios. Estava linda, mas... Bem, quando Hayley não está linda?

— Ei! Dá pra parar com isso? — Oh, eu estava secando ela demais. Opa.

— Me desculpe — Dei um meio sorriso.

— Vamos?

Fomos para o carro, eu dirigi até a casa de Joey. Eu não havia falado com ele desde o anuncio do namoro com a Hayley então... Bem, eu estava nervoso.

Poxa vida! Eu tenho o direito de ficar nervoso! Ele é meu sogro. Sogro. E, ele mima a Hayley como se ela fosse uma criança. Lembro-me da vez que ele saiu em turnê com a Paramore. Sim, eu estava com medo. Deus ajude-me!

— O que houve? — Perguntou.

— Houve nada.

— Você tá estranho desde que entrou nesse carro.

— Não é nada...

— É o meu pai?

— Não. Lógico que não. — Ela me olhou com aquela cara de “hum, eu sei que é.”

— Tá bem. É o seu pai. Ele não é uma pessoa muito legal, tipo... Ele não gosta de mim. Lembra de quando ele saiu em turnê com a gente? Ele brigava comigo mais do que com qualquer pessoa. Ele não gosta de mim. E outra, eu nem pedi pra ele pra namorar você... Oh meu Deus!

Ela riu do meu desespero.

— Josh, acalme-se, tá legal? Esse é o jeito dele de ser. Acredite. Ele pode ser meio rude com você no começo, mas depois ele fica bem. Ok?

— Ok...

Chegamos. Engoli seco. Saí andando de braços dados com a Hayley até a porta. Erica atendeu. Era uma bela mocinha, assim como sua irmã mais nova.

— Hayley! — Deu um abraço apertado. Fiquei olhando.

— Olá Josh. — Ela veio pro abraço, eu a abracei. Fiz o mesmo com McKayla.

— Pai — Entramos, ela abraçou o pai.

— Olá, senhor Williams. — Apertei sua mão com força.

— Tô de olho em você, rapaz. — Ah, que ótimo.

— Pai! — Hayley disse.

— O que foi? Não fiz nada. — Ela o olhou com aquela cara de “você sabe que fez sim.”

Entramos, cumprimentei a madrasta de Hayley. Sentamo-nos no sofá da sala de estar. Joey e Jessica (Não sei como é o nome da madrasta dela, mas será Jessica aqui :D) foram terminar o almoço.

— Sabe, fiquei surpresa quando soube que vocês dois estavam namorando... — Erica puxou assunto. — Não que eu não soubesse que Hayley gostava de você, Josh. — Rimos.

— Erica, cala a boca. — Hayley.

— Calar por quê? É verdade, oras. E aquele Chad era muito chato.

— Joey gostava dele... — Saiu sem querer. Parabéns, idiota! Deixou o clima tenso denovo.

— Não é que ele não goste de você, Josh. — É sim. — É que você não pediu pra ele, sabe? É difícil pra ele... Por exemplo, ele já aceitou meu namorado.

— Você tem namorado? — Perguntei surpreso. Ela riu.

— Namoro há 2 meses, Josh. Não sabia?

— Não. — Ela voltou a rir.

Joey veio se aproximando.

— Hayley, meu amor. Você poderia vir comigo comprar algo para bebermos?

— Sim, claro pai. — Ela se virou pra mim e me deu um selinho. — Já volto.

Tudo bem, eles iriam só até a mercearia na esquina.

Continuei a falar com Erica sobre namoros.

***

10 minutos. 15 minutos. Meia hora e nada deles. Aonde eles tinham ido mesmo?

Estava inquieto. Nervoso. Preocupado. Não agüentei. Decidi ir à mercearia.

— Vou até lá.

— Vá Josh. Vá lá. — Disse Jessica, que já estava preocupada também.

Coloquei meu casaco rapidamente, e saí em passos rápidos, quase correndo.

Quando virei à esquina deparei-me com uma cena que eu nunca queria ter visto: Um carro de ambulância e outro da polícia estavam na frente da mercearia. Corri o mais rápido que pude. Cheguei lá e vi Joey, já acordado, com um grande ferimento na cabeça.

— O que houve aqui? — Perguntei para a mulher que estava ao meu lado.

— Você é Josh Farro né?

— Sou. Mas por favor, me diga o que aconteceu.

— Um cara, se fez de fã, e começou a falar com a Hayley. Eu sou fã de vocês sabe...

— Continue.

— Ah, desculpe. Então ele pegou a Hayley e tentou levar pro carro dele, o pai dela viu e foi pra cima, o cara deu dois tiros pro alto e uma coronhada na cabeça dele. Pegou ela e saiu.

— Você tá dizendo que ele a seqüestrou? — Perguntei desesperado.

— Eu lamento... — A mulher fez voz chorosa e abaixou a cabeça. Meu Deus! Tinham seqüestrado a Hayley! A minha Hayley!

— Eu devia ter vindo também... Eu devia ter, oh meu Deus! — Comecei a chorar.

— Senhor Farro? — Um policial se aproximou de mim.

— Sim, sou eu.

— O senhor pode acompanhar o senhor Williams até a delegacia?

— Sim, eu posso. — Joey já estava com um curativo na cabeça e bem recuperado. Mantinha o aspecto rancoroso dele. Não saia uma lágrima de seus olhos. Como pode ser tão frio quando sua filha foi seqüestrada?

Entrei no carro dele, e comecei a dirigir, guiado pela polícia. Ele estava no banco do passageiro, imóvel. Cansado daquilo tudo eu disse:

— O que houve?

Ele não me respondeu.

— Olha aqui. Você pode não gostar de mim, e tudo bem. Mas você tem que entender que agora, eu sou seu genro, e eu amo a sua filha. Mais do que tudo na minha vida. E sabe o que mais? Ela foi seqüestrada! Você e nem eu sabemos onde ela tá, mas mesmo assim você fica assim, sem chorar, sem falar nada! Não sei como você pôde ficar tanto tempo com Christie, que é uma das pessoas mais amáveis que eu já conheci. Agora agente precisa se mobilizar para encontrá-la. Ficar sem falar comigo não vai adiantar nada! — Soltei tudo de uma vez. Tudo o que estava dentro de mim. Ele olhou pra mim, e disse:

— Você tem razão. Me desculpe Josh. Eu amo Hayley mais do que tudo. Tentei com todas as minhas forças tirar aquele homem dela, mas, ele me acertou com a arma. Eu não vi mais nada! Eu não consegui protegê-la... — Uma lágrima caiu de seus olhos.

— Eu entendo Joey, mas agora vamos encontrá-la. E quem fez isso vai pagar. Pagar muito caro.

[ Hayley ]

Acordei.

Estava em uma casa. O cheiro de mofo indicava abandonamento. Tentei me mexer, mais eu estava amarrada a uma cadeira. Lembrei do meu pai, de Josh. Minha cabeça doía, mas eu não estava machucada. Comecei a gritar.

— ME TIREM DAQUI! POR FAVOR! ME TIREM DAQUI! — Comecei a chorar também. Não parecia ter ninguém ali. Droga.

— Eu só te faço uma pergunta, Hayley. — Eu conhecia aquela voz. Ela apareceu e abriu a porta. — Qual foi à parte de “Você não ganhou” que você não entendeu?