Bots Mystery

Nightmare at 20,000 Feet


Dez anos atrás, o que vocês estão a olhar poderia ser o fim de um pesadelo particularmente assustador. Mas não é. É o começo. Apresentando o senhor William Baker, passageiro de avião.

Era noite. William estava no banheiro, agachado no chão e extremamente nervoso, pois o que ele mais temia estava acontecendo: uma forte tempestade está caindo nesse exato momento em que viaja de avião. Outro passageiro começa a bater na porta.

Passageiro: Senhor! Eu quero usar o banheiro!

– Com licença, o que está havendo? – pergunta a aeromoça, que chega até o local.

– Um homem entrou no banheiro há 30 minutos e ainda não saiu. Eu estou apertado – responde o passageiro.

– Deixe-me ver. Deve ser William Baker, passageiro da A7 – diz a aeromoça, ao ler a ficha do viajante. Ela começa a bater na porta:

– Senhor Baker! O que o senhor está fazendo? Tem outro passageiro que precisa usar este banheiro!

Ao ouvir a voz da aeromoça, William abre a porta.

William: Desculpem. É que estou com medo dessa tempestade.

Aeromoça: Não se preocupe. Este avião consegue suportar este tipo de pressão.

– Eu não estou nem aí. Agora com licença que vou me aliviar – diz o outro passageiro entrando no banheiro.

Aeromoça: Sente-se aí senhor Baker. Quer que eu traga algo para você?

William: Por favor, me dê um copo de água com açúcar. Eu ainda estou muito nervoso.

Aeromoça: O.K.

William está sentado na sua poltrona, mas mesmo assim ainda se sente desconfortável. Ele pega um charuto juntamente de um isqueiro.

– Ei, senhor, é proibido fumar no avião! Isso é muito feio! – diz uma garotinha que deve ter uns sete anos, repreendendo William. Uma senhora que estava do lado dela, provavelmente sua Avó, estava olhando para ele com uma expressão séria.

Ao perceber que está em desvantagem, William guarda o charuto e o isqueiro.

– Sua água com açúcar, senhor – diz a aeromoça, entregando o copo a William.

William: Obrigado.

Ele toma a água para tentar relaxar, isso até o clarão na janela o assustar. Ele olha através da mesma e vê a tempestade caindo. O clarão do raio o faz ver algo andando pela asa do avião, parecia ser uma pessoa. Ele fica desesperado.

– TEM ALGUÉM NA ASA DO AVIÃO! – ele grita, fazendo todos olharem pela janela pelo lado esquerdo da aeronave, onde ele está. Mas ninguém vê nada. O mesmo pensa que talvez tenha sido apenas alucinação.

Aeromoça: Sr. Baker, você está bem?

William: Sim. Desculpe mais uma vez. É que tive a impressão de ter visto alguém lá fora. Um homem, que está no meio da tempestade.

Aeromoça: Ora, se houvesse um homem lá fora, provavelmente saberíamos.

William: Sim, você tem razão. Eu vou tentar dormir.

A senhora e a garotinha olham para ele agora com a impressão de que ele está louco. William olha para elas dando uma risada sem graça. Ele fecha a persiana da janela e pega um cobertor. O tempo passa, todos os passageiros já estavam dormindo, inclusive William. O barulho do trovão o faz acordar. Ele hesita em tentar abrir a persiana e ao fazer isso, a imagem de um homem aparece pela janela. Era um sujeito de grande porte com físico de atleta, usava um suéter listrado parecido com o do Freddy Krueger, mas a cor era cinza e roxo. William grita, fazendo todos acordarem.

Desta vez, ele estava fora de controle, e alguns passageiros tentam imobilizá-lo.

–Depressa tragam as algemas! – grita o co-piloto, que havia ido para o local.

Completamente imobilizado e algemado, William se controla.

– Sou o co-piloto Raymond. Vejo que o senhor não está tendo uma viagem tranquila. O que está acontecendo? – Ele pergunta a William.

William: Tem um homem assustador lá fora. Não sei por que, mas acho que ele está tramando algo.

Raymond olha pela janela, mas não vê nada além da tempestade.

Raymond: Não há nada lá fora.

William olha mais uma vez pela janela. E vê o homem destruindo um dos motores.

William: Ali! Eu estou o vendo destruindo um dos motores do avião.

Raymond: Mas uma vez digo que não vejo nada. Acho que o senhor deve ser claustrofóbico. E está delirando, achando que uma pessoa poderia sabotar esta aeronave! Não vê que está deixando os outros passageiros em pânico?!

William: Por favor, queira me desculpar. Não é minha intenção! Eu só quero que o senhor veja se está tudo bem com aquele motor.

Raymond: Tudo bem. Eu vou checar. Mas controle-se, homem!

Raymond tira as algemas de William, que já parecia estar mais calmo. William pega a sua mochila e encontra uma pistola guardada lá dentro. Pouco depois, Raymond vai novamente até ele.

Raymond: Sr. Baker, queria avisar que um dos motores está apresentando defeitos. Parece que um raio o atingiu.

William: O quê?

Raymond: Não se preocupe, pois os outros motores continuam funcionando. Então não há problemas. Chegaremos a Los Angeles dentro de vinte minutos.

William: Então está tudo bem?

Raymond: Garanto que sim.

William olha pela janela e não vê mais nada. Parecia ser coisa da imaginação dele. Ele vê a garotinha que estava sentada na frente dele brincando com uma girafa de pelúcia de cor roxa. Depois disso, ele olha novamente para a janela e vê o homem, desta vez ele estava tentado danificar a asa.

William vê que a garotinha tinha uma câmera fotográfica antiga, daquelas que revelam na hora. Ele pega da mão dela.

– Ei, isso é meu! – diz a garotinha para William, que não liga. Ele queria apenas tirar a foto daquilo que ele vê pela janela. Ao olhar a foto, ele vê apenas a tempestade. A Avó pega a câmera da neta, mas William não se abate e pega a arma. Ele aponta para a janela, em direção ao estranho homem. Raymond tenta impedi-lo, mas é tarde. William atira quebrando o vidro, fazendo com que o avião entre em turbulência.

Enquanto os outros passageiros sofrem com a gravidade, William vai para o lado de fora e tenta atirar no homem, mas o mesmo consegue desarmá-lo. O sujeito apenas coloca a mão no rosto de William. Depois disso, ele sorri e faz aquele gesto dizendo não (com o dedo). William fica apenas atordoado e vê o homem se atirar da aeronave, como se tivesse se suicidado.

Ainda naquela noite, mesmo com aqueles problemas, o avião conseguiu pousar. Havia algumas viaturas no local, pois alguns passageiros ficaram feridos.

Raymond: Ele está descontrolado! Por pouco, não provoca um desastre aéreo. Quero que vocês o levem para o hospital, depois para o manicômio.

– Sim, senhor – diz um dos homens que estavam colocando William numa maca e o levando a viatura. Ele estava machucado.

Já dentro da ambulância, William estava conversando com o motorista.

William: Eu acabei saindo como um herói. Aquele desgraçado achou que ia sabotar o avião, mas o Super Baker estava lá.

Motorista: Tudo bem cara. Vou colocar uma música para você relaxar. Que tal Come See About Me?

William: Sim, eu adoro essa música. Diana Ross tem uma voz incrível.

A música começa a tocar.

Motorista: Agora você quer ver algo realmente assustador?

William: Como assim assustador?

Ele reconhece o motorista. Tratava-se do mesmo homem que havia visto na janela do avião. O mesmo se revela para William, mostrando o que ele realmente era por trás da forma humana.

William: NÃAAAAAAAAAAAAAAO!

...

– E aquela viatura nunca mais foi vista – Diz o velho, que estava contando a história para os outros passageiros, que estavam assustados.

Spencer: Isso é sinistro. Mas como eu vou saber se o senhor não está mentindo, senhor...

Velho: Lester. Mark Lester.

Spencer: Isso mesmo que você ouviu, senhor Lester!

Lester: Ora, amigo. Em algum momento da sua vida chegou a ver alguém que só aparecia para você, mas sempre desaparecia quando outra pessoa estava por perto?

Spencer: Agora que você falou... Sim. De vez em quando, eu vejo uma garotinha no meu apartamento.

Freddie: Você nunca falou nada sobre isso.

Spencer: Aconteceu pela primeira vez quando vocês tentaram ir para o espaço. O psiquiatra disse que era apenas coisa da minha cabeça. Eu ignorei e não aconteceu mais. Isso até a Carly viajar para a Itália.

Lester: Essa garotinha desaparece quando há outra pessoa por perto?

Spencer: Sim. Mas acho que isso está acontecendo pela falta que a Carly me faz. Já tem um ano que ela se mudou pra lá. A gente até se fala pelo telefone, mas não é a mesma coisa.

Gibby: Senhor Lester, por que quer saber tanto sobre esse probleminha do Spencer?

Lester: Não acho que isso seja apenas imaginação. Talvez isso seja mais real do que imaginam.

Spencer: Como assim?

Lester: Vocês ouviram a história. William Baker lutava contra algo que só ele via. Essa coisa, seja lá o que for, estava tentando sabotar o avião. Nunca ouviram falar sobre os aviões que caíram sem mais nem menos na Segunda Guerra Mundial?

Freddie: Sim, eu já ouvi falar.

Lester: Pois é. Existe algo oculto que faz todas essas sabotagens. Eles também danificam qualquer aparelho eletrônico. Aqueles que os veem ou ficam loucos, ou desaparecem para sempre. No caso do William, aconteceram os dois.

Gibby: Mas do quê que você está falando?

Lester: Quando chegarmos a Los Angeles, vocês saberão?

Spencer: Eu hein? Que mistério!

– Ei, eu estou reconhecendo vocês. Vocês são daquele webshow, iCarly – diz um dos passageiros, ao olhar para eles.

Freddie: Só agora que foi perceber?

O tempo se passa, já era fim da tarde. O avião pousa no aeroporto de Los Angeles.

Freddie: Enfim chegamos.

Gibby (cochichando): Não é por nada não, mas o Sr. Lester se parece com o Jigsaw.

Spencer: Também achei isso.

Enquanto isso, na sala secreta do Bots, Tandy estava com a criaturinha denominada Mogwai. Era um bichinho peludo, com orelhas enormes.

Tandy: Doce criaturinha. Vou ver se acho uma música que você goste. Deixe-me ver...

Tandy vê na sua memória várias músicas disponíveis. Ele escolhe a música A Little Respect, do Erasure. A criaturinha gosta e começa a dançar.

Tandy: Algo me dizia que você gostava dessas músicas dos anos 80. Meu palpite estava certo.

A porta se abre, era o robô Bungle.

Bungle: Tandy, está na hora do nosso trabalho.

Tandy: Desculpe, amiguinho. Eu preciso ir.

A criaturinha faz uma expressão triste e abraça Tandy, que fica sem jeito. Ele desliga a música.

Tandy: Não se preocupe. Mais tarde, eu venho aqui. Sei que você também queria ver a Cat. Mas ela estava ocupada ensaiando para uma peça. Ela prometeu que irá ver você amanhã.

Ao ouvir isso, a criaturinha fica feliz. Ao saírem da sala, Tandy e Bungle conversam.

Bungle: E aqueles outros parecidos com ele?

Tandy: Já disse que não sei onde foram parar. Mas tenho a impressão de que ele já havia se reproduzido antes.

Bungle: Eu não estou entendendo.

Tandy: Quero dizer que todas essas coisas estranhas que andam acontecendo não começaram agora. Eu andei pesquisando, e parece que começou antes mesmo de chegarmos aqui.

No aeroporto, Spencer e os outros estavam pegando suas bagagens.

Freddie: Em que hotel vamos ficar?

Spencer: Fox Plaza. Parece que é o mesmo hotel onde está hospedado aquele mágico que apresentou um show aqui, o Henry Doheny.

Gibby: Que legal! Vamos conhecer o Doheny!

Freddie: Acho que ele já se mandou pra Las Vegas.

Spencer: Parece que não. Ele ainda está em Los Angeles.

Lester que estava perto deles, apenas escutava.

Lester (pensando): Realmente valeu a pena conhecer essa turma. Eles vão se hospedar no mesmo hotel onde vou. Doheny é meu amigo, mas liguei pra ele e não atendeu nenhuma das minhas ligações. Falei com o Tommy e ele me disse que ele não voltou para casa desde ontem. O que será que houve com ele?