– O que você mais desejou em toda a sua existência? - era a voz da minha mãe enquanto eu era afogada naquele líquido pegajoso e verde, ela repetia isso várias vezes, mas não sei qual foi meu maior desejo.

Desisti de admirar o teto branco, fechei meus olhos e me concentrei em não respirar, e então veio a minha mente, com toda a certeza de tudo que sei sobre minha existência meu maior desejo sempre foi ser aceita, eu precisava disso para viver, e agora...

Lutei contra a gosma e saí do local, alguém veio me parar derrubei a pessoa, fui até a cabine de monitoramento, arranquei a porta, encarei minha mãe.

– Não vou ficar com você - eu falei? Eu consegui falar?

– Agnes! - ela gritou várias vezes - Você vai me ouvir - um choque percorreu meu corpo, eu a encarei.

– Tente. - ela me olhou assustada, senti a língua bifurcada.

O que está acontecendo? Como eu consegui falar, ei, por que eu não estou agindo como estou pensando, quero dizer, eu to com medo da minha mãe, eu não conseguiria fazer o que acabou de acontecer. Quem é essa que está comandando o meu corpo?

– Uma você melhorada - ai cacete, agora ela ta falando comigo, cadê o Wade, preciso dele para achar isso mais normal - Não se preocupe, não farei nada contra seus amigos, mas precisamos mostrar para ela que não podemos ser controladas - ok, respira, isso é normal, respira, respira, AH! Me explica isso - Quando ela te rendeu chamou um de seus soldadinhos para cuidar da sua mente, tentou trazer a filha dela de volta, mas digamos que a filha dela não existe mais há muito muito muito tempo, você é a filha dela, mas você é uma nova pessoa, Agnes - Certo... E você quem é? - Sou você, com sua rebeldia e seriedade aumentada, eu vim a tona apenas para que nossa mãe não tentasse nada contra nós, ela sabe que você, nós somos poderosas - Ah... somos poderosas, legal - e não vai tentar nos machucar. Tenho um plano, iremos seguir as ordens dela, mas no nosso modo - sorri internamente e eu sabia que ela sorria d mesma forma.

Ela nos levou até a ala dos prisioneiros, digitou uma senha que eu não sabia onde ela tinha pegado, entramos, vários mutantes, eu não os conhecia, ela parou na cela do Storm Shadow bateu no vidro, ele nos olhou com ódio, eu via o couro como o meu, os olhos brilhantes como o meu, o que fizeram com ele?

– Aplicaram nosso gene - ela me explicou - Mas não se preocupe.

Ela abriu a cela dele, Storm Shadow veio até nós, nos encarou.

– O que você quer? - ele perguntou.

– Precisamos de você.

– Precisamos? - ele olhou em volta.

– Eu e Agnes - ele a encarou, me encarou - Precisamos de alguém de confiança por perto, você topa? - ele confirmou - Ótimo, venha.

Voltamos para a casa, sob as ordens da minha eu externa os guardas deixaram Storm entrar na casa, o levamos até nosso quarto, preparamos uma cama para ele, e ela explicou a nossa rotina de treinos e de tentativas de limparem nossa mente. Ele ouvia e então ele desviou o olhar, ele está desconfortavel, pergunta por quê.

Ela o fez, ele nos olhou.

– Eu me lembro - a reação dela foi a minha - eu me lembro do que aconteceu nas vidas passadas, eu sei de tudo, Agnes. - ela e eu nos levantamos tentando pensar - E gostaria que você e lembrasse.

– Queremos nos lembrar - ela o encarou - Mas não sabemos como.

– Foi uma das experiências que eu lembrei, usaram algo que eu não sei o que é - ele tirou do bolso, era um objeto redondo com escritos dentro, pegamos aquilo, analisei, eu já vira isso com o Anung, mas não sei como funciona - E com isso me recordei de tudo.

Um som ao canto do quarto, olhamos e encontramos Jared, ele nos olhou envergonhado por ter sido notado.

Peça para ele olhar.

– Você sabe o que é isso? - ela é tão direta. - Desculpe, tentarei ser mais simpática - Não se preocupe.

– Eu já vi isso na casa do Anung - ele nos olhou - Posso levar para ele e trago a resposta para vocês - os três confirmamos.

– Já que se lembra, se importa de nos contar o que você sabe sobre nós e nós não? - sentamos de frente para Storm Shadow que nos analisou e olhou em volta querendo ter certeza de estarmos apenas nós e nada de um fantasma do passado.

Ele começou.