~Storm Shadow~

– Primeiro eu sei que nosso contato de deu a mais ou menos três séculos atrás, sua mãe me prometera casamento com a melhor de suas filhas, no caso você, ela te levou até a igreja naquele dia, nós nos casamos, mas algo acontecia por fora das promessas que ela me fizera, coisas que eu nunca poderia imaginar, mas na nossa noite de nupcias eu vim a descobrir, minha jovem e bela esposa estava prometida a outro homem também, um homem que ao saber que fora traído nos perseguiu, ele era... - eu tive de fazer uma pausa, aqueles olhos curiosos me observando isso me remetia a minhas outras vidas, com toda certeza a Agnes que eu conhecera pela primeira vez ainda estava viva e eu a quero de volta, a quero para ser minha, apenas minhas - Snake Eyes - os olhos dele se arregalaram, ela não parecia acreditar que o seu sensei quieto e afastado da violência irracional pudesse ser o homem que primeiro me matou, mas ela ainda não sabe - Ele nos perseguiu por semanas, até que me pegou desprevenido, acertou uma faca em meu peito, você o viu executando a ação, sua família já conhecia as manipulações das almas, você me guardou dentro do que me pareceu ser um anel - ela franziu o cenho parecia se lembrar de algo.

– Anel? - ela me olhou, confirmei.

– Não sei o que aconteceu com você e ele depois disso, sei que mais de cinquenta anos depois, minha alma voltou a ação, foi você mesma quem a introduziu em um corpo novo, não tão novo, na verdade já grisalho, mas me colocou na ativa, porém antes de o fazê-lo você me prometeu algo, prometeu que não seriamos amante dali em diante apenas que seriamos companheiros, eu estava louco para voltar ao mundo material e me libertar da tortura de estar preso junto a uma imortal que quase nunca se importava comigo, por isso que assim que fui encarnado fugi, fui para muito longe de você, mas estranhamente Agnes, você não parecia se importar com meu afastamento, depois de meses distante eu tornei a encontrá-lo, agora também envelhecido, mas ainda não morto, Snake Eyes me encarava com aquele olhar moribundo que beirava o sofrimento eterno e da mesma forma como acontecera comigo você o salvou, eu não a vira entrar pela porta do bar, apenas a vira se agachar e roubar-lhe a alma. Quando este meu corpo mortal morreu novamente eu fui encaminhado a mesma prisão de Snake Eyes, nossos espiritos, se pudessem, se matariam novamente apenas para se verem livres um do outro, mas você nos encarnou antes que tivessemos a chance de fazer qualquer coisa. Ele em um homem alto e forte, eu e um garotinho magricelo e desnutrido, mas você não parecia se importar com nossas aparências, dizia que tudo o que queria eram bons companheiros - ela me fitava, observei seus olhos se encherem - Nós o fomos, tentamos sê-los, mas por alguma razão dessa vez tudo era diferente, você estava mais fria, sua interação conosco era algo distante, quando morremos você não estava por perto e tivemos de vagar pela Terra tentando descobrir meios de encarnação sem invocamento, depois de anos descobrimos o porquê de sua frieza, sua memória havia sido deletada, nossa Agnes tinha sido reiniciada e pela primeira vez não fazia ideia de quem eramos, tivemos de reconquistá-la, porém... - eu suspirei, ela me encarava curiosa, mas agora parecia saber o que vinha em seguida - Porém nessa vida você mesma nos matou - ela fechou os olhos com força - Na seguinte depois de muito vagarmos cada um encarnou em um corpo extremamente diferente, Snake Eyes era um anão e eu uma mulher, nos aproximarmos de uma menina já firmada na alta sociedade fora difícil, mas conseguimos, você os poucos foi recurando a memória, mas então sua mãe a trancafiou a fez passar por diversos experimentos assim como ao seu irmão.

– Wade. - confirmei.

– Como você pode imaginar, vocês dois ficaram ainda mais próximos e sozinhos quase mataram a única imortal primária que existe - ela me fuzilou, acho que disso não se lembrava - Aquela única capaz de carregar o verdadeiro poder Phoenix dentro de si - ela arregalou os olhos - A Jean foi mais um experimento - expliquei - Sua mãe pensou que poderia manter todo aquele poder sobre controle se o aprisionasse em uma alma humana, e sabemos que isso não foi uma boa ideia - ela se encolheu - Agnes - ela me olhou - Ter matado a Jean, pode ter certeza, foi a melhor coisa que você pode fazer, para todos, inclusive para ela própria.

– Não... - ela apertou a cabeça, eu conhecia aquele olhar, era ela, ela estava saindo, ela ultrapassou as duas barreiras. Charles me falara que a bloqueara da real dor e por essa razão ela não poderia falar por muito tempo ou talvez para sempre, depois a que a mãe tentara fazer por último, com toda certeza, quela era Agnes... ela... Droga! Ela voltou a rigidez - Não, Tommy - opa opa opa, ela ta usando meu nome - Eu matei pessoas inocentes, você viu, viu quando quebrei o pescoço daquele cara e quando dei vários outros tiros em pessoas que não tinham culpa de nada. Eu sou uma assassina, eu fui criada para isso, matar. Agora com um resquicio de memória eu sei, Tommy, sei que desde o principio foi por isso que ela me manteve, ela precisava de um assassino - ela limpou as lágrimas, observei os olhos brilharem, a língua bifurcada, fui até ela e a abracei - Me solta, me solta...

– Você me fez prometer que eu cuidaria de você, Agnes - ela parou de se debater - Se eu te deixar assim não estarei cuidando e sim te fazendo sofrer ainda mais - eu a olhei - Sei que você preferiria ter Snake Eyes aqui, mas enquanto ele não chega, prometo cuidar de você da melhor forma possível. - ela voltou ao rosto rijo, ela se afastou, voltou um bloqueio, droga, nunca pensei dizer isso, mas queria que Snake Eyes estivesse aqui - Agnes...

– Levanta - ela falou se levantando e me puxando junto, o que estava...

A porta se abriu, lá estava a fera, a mãe, os olhos ardiam como fogo, Phoenix, minhas vidas passadas tiveram a oportunidade de vê-la, eu ainda não, mas não parecia que ia demorar muito. Mas não estava sozinha, um homem entrou a seguindo, Agnes o conhecia, percebi pelo aperto que deu em meu braço, doeu e vai ter marca disso. A mulher me encarou inspirou profundamente, olhei a menina pequena agarrada ao meu braço parecendo uma criança indefesa, ela fuzilava amedrontada o homem e seus lábios soltaram algo que me confundiu.

– Wade...