Djura, os Barriletes de Polvora, Sangue Cinzento e a Antiga Yharnam

“Você ai, Caçador, não viu o aviso? Dê a volta agora mesmo. A velha Yharnam, queimada e abandonada pelos homens, agora serve de lar apenas para as feras. Elas não representam perigo para os que estão acima. Dê a volta ... ou o caçador se defrontará com a caçada! ".

—Djura, o lobo cinzento.

O Caçador encontra Djura pela primeira vez ao entrar na Antiga Yharnam, e Djura adverte o Caçador para sair. Quando o Caçador negligencia o pedido de Djura, ele insatisfeito pela desobediência do jogador, torna-se agressivo em defesa das bestas da antiga cidade. Mas para realmente descobrir quem é Djura, vamos primeiro dar uma olhada na história dos heréticos da oficina, os Barriletes de Pólvora.

As informações a seguir são evidências manifestas no cerne do jogo, portanto, me atenho a expressar considerações e interpretações pormenores neste ínterim; as miríades interpretações são plausíveis e possíveis frente a obra esmiuçada subsequente a esta primeira.

Os barriletes de pólvora eram, e o uso do termo “foram” é intencional, um grupo de caçadores com um dom para o dramatismo e complexidade, essa complexidade se apresenta na expoente explosividade em seus projetos. Eles se desviaram do estilo de simplicidade da caça ortodoxa desenvolvida por Gehrman, o Primeiro Caçador, e preferiram designs de armas mais ambiciosas (ou exageradas, dependendo do seu ponto de vista).

Influenciados pelo amor das chamas e pelo desejo de esmagar e queimar, eles desenvolveram sua principal arma de escolha, o Martelo Explosivo, que é descrito como:

"Uma arma de truque usada pelos antigos caçadores, e criada pelos heréticos da oficina, os Barriletes de Pólvora. Um martelo gigante equipado com uma fornalha em miniatura. Quando inflamada e disparada, ela emite uma saraivada de chamas que explode furiosamente no impacto.

Esmague as feras e queime-as-a simplicidade bruta do Martelo Explosivo era favorecida por caçadores com uma aversão profunda pelas feras”.

Outra arma, relativamente mais rara desenvolvida foi o Acionador de Estacas, arma escolhida por Djura. O Acionador de Estacas é descrito como:

“Uma arma de truque criada pelos heréticos da oficina, os Barriletes de Pólvora. [...] O acionador de estaca permite ataques críticos com alto dano, mas é difícil de empunhar e deixa o usuário desprotegido, porém nada disso incomoda um mero Barrilete de Pólvora” – Acionador de Estacas.

“Arma de truque criada pelos heréticos da oficina, os Barriletes de Polvora. Um protótipo que serve como lança e arma de fogo, possivelmente imitação de uma arma perdida de Cainhurst. Não tem nenhuma função notável função notável, exceto ser a única arma de truque com uma arma de fogo anexa” – Lança com Rifle.

Nota-se uma nítida semelhança entre a descrição da Lança com Rifle e uma arma significativamente peculiar que o Caçador encontra quando faz uma viagem à Cainhurst, nesta ida, ele encontra uma espada com uma espécie de arma de fogo acoplada: “ Arma usada pelos cavaleiros de Cainhurst. Combina uma elegante espada de cavaleiro com a peculiar arma de fogo usada pela ordem de Cainhurst. [...]” – Reiterpallasch.

O que podemos concluir disso? Provavelmente os caçadores que faziam parte dos Barriletes de Pólvora tiveram alguma espécie de contato com algum membro da ordem de Cainhurst e, a partir de então, conhecido a engenhosidade da Reiterpallasch, e, excêntricos e engenhosos como eram, os Barriletes de Pólvora viram uma inspiração para tornar a ideia ainda mais “explosiva” que a pompa e elegância de Cainhurst provavelmente não poderia conceber.

Essas novas armas de truque, entre outras, como o Serrote de Ventoinha, eram drasticamente diferentes das armas de truque do restante da oficina de caçadores. No entanto, os Barriletes de Pólvora não se resumem as armas de truque, implementando poder de fogo maior e mais arrebatador em seu arsenal, com o Canhão e a Metralhadora Gatling.

“Protótipo de arma de fogo criado pelos hereges da oficina, os Barriletes de Pólvora. Usar essa arma equivale a carregar um canhão montado, incluindo todo seu peso, coice atordoante e uso abundante de Balas, para a batalha. Tal monstruosidade estava condenada desde o início, e de fato, seu desenvolvimento foi interrompido. Ainda assim, contra adversários impossivelmente gigantes, pode ser a coisa certa” – Canhão.

“Esta é uma versão portátil e altamente personalizada da metralhadora gatling fixa operada pelo antigo caçador Djura na Velha Yharnam. Ela era a arma preferida do mais jovem dos três companheiros de Djura. A Metralhadora Gatling ostenta uma excepcional funcionalidade de tiro rápido, mas é considerada uma arma desajeitada, graças ao seu peso excessivo e seu consumo insaciável de Balas de Mercúrio” – Metralhadora Gatling.

Novamente vemos a confirmação substancial do quanto os equipamentos destes caçadores tão excêntricos presavam pela devastação em prol de qualquer sigilo cogitável. Nós também podemos dar crédito aos barriletes de pólvora pela estrutura dos coquetéis Molotov com corda, visto que ao ganhar o distintivo dos barriletes de pólvora, eles ficam disponíveis para aquisição nos mensageiros da banheira, incluindo a descrição do item que reflete fortemente a intensidade em que o uso das chamas foi fortificado e edificado nas caçadas “[...] Desde a tragédia na Antiga Yharnam, o fogo se tornou uma constante em caçadas, e acredita-se que seja purificador [...]” – Descrição do consumível Coquetel Molotov.

Quando vislumbramos a descrição do Símbolo de Caçador Barrilete de Pólvora, que conseguimos após os contatos com o caçador Djura, o lobo cinzento (matando-o ou conseguindo sua amizade) podemos perceber o modus operandi do raciocínio desta estipe de caçadores frente aos equipamentos dos quais utilizavam ao ler uma frase na descrição do Simbolo de Caçador Barrilete de Pólvora: “[...] Se uma arma não tem coice, ela não vale a pena”. Ou seja, armas potentes com grande poder de impacto dignas de um recuo prodigioso.

Em algum momento, os Barriletes de Pólvora foram rotulados de hereges e exilados da oficina. Presumivelmente, os Barriletes de Pólvora não existem mais, já que todas as referências a eles estão no passado, e até mesmo a descrição de seu distintivo se refere a eles como os Barriletes de Pólvora falecidos. “[...] A adoração dos Barriletes de Pólvora por projetos complexos e grandes explosões culminou nessa arma peculiar, que contrasta com os projetos tradicionais da Oficina. Os falecidos Barriletes de Pólvora, abençoados sejam [...]” – Símbolo de Caçador Barrilete de Pólvora.

Eles foram muito provavelmente desconstituídos ou mortos há muito tempo, visto que ninguém parece referenciá-los. Sua associação com a Oficina somente dá credibilidade à ideia de que os Barriletes são uma facção relativamente antiga, já que a própria Oficina não é mais uma instituição relevante, como evidenciado pelo Símbolo de Caçador com Serrote: “[...] A Oficina se foi e nenhum grupo reconhece esse símbolo inexpressivo, exceto os mensageiros na banheira, que entendem sua profundidade [...]”. O único vestígio remanescente dos Barriletes de Pólvora é o caçador aposentado, Djura.

Então, quem é Djura? Sua descrição oficial diz: "Um antigo caçador veterano que é dito possuir uma habilidade incrível. Ninguém o viu em muitos anos, e parece que ele está sozinho há algum tempo." Nós aprendemos mais da descrição do seu conjunto de vestimenta, pelo seu Chapéu de Lobo Cinza é dito o seguinte: “Traje do caçador aposentado Djura. Esse gorro de lobo desgastado era sua marca registrada. Djura é conhecido pelo seu contato com os Barriletes de Pólvora, os hereges da oficina. Dizem que ele foi estranhamente gentil e terrivelmente insensato. Djura se sentiu derrotado pelo estado da Antiga Yharnam e renunciou aos seus votos de caçador.”

Incomumente gentil está certo. Djura é o único entre qualquer personagem de Bloodborne, que apresenta algum tipo de simpatia em relação àqueles afetados pelo Flagelo da Fera.

"As coisas que você caça, não são feras. Eles são pessoas."

— Djura, O lobo Cinzento

Também é interessante notar que seu chapéu se refere a ele como tendo contato com os Barriletes de Pólvora, ao invés de ser um membro. É possível que Djura soubesse dos Barriletes de Pólvora ou fizesse amizade com eles, porém, ele carrega um Símbolo de Barrilete de Pólvora indica que, no mínimo, ele era algum tipo de membro honorário. Ele certamente viajou ao lado dos heréticos da oficina e como a descrição da Metralhadora Gatling afirma, Djura tinha três companheiros, sendo o mais novo dos quais usava a tal arma.

Mas o ponto peculiar é o fato de que Djura, assim como o Caçador, visitou e participou do Sonho do Caçador.

" [...] Eu não sonho mais, muito embora já fui um Caçador também [...] Você tem a noite inteira para sonhar. Faça o seu melhor com isso." – Trecho do diálogo de Djura com o Caçador, após o segundo prometer poupar as feras da Antiga Yharnam.

Ele também sabe muito bem que matar o Caçador não fará mais do que impedi-lo momentaneamente. Se o Caçador morre enquanto Djura está hostil, ele informa: “Imagino que você ainda tem sonhos? Bem, da próxima vez que sonhar, pense um pouco."

Eu não acredito que todo caçador seja especial como o Caçador e Djura. Haveria mais informações e conhecimento geral sobre o Sonho do Caçador, se este fosse o caso. Certos Caçadores são especiais, escolhidos por Gehrman e anexados ao Sonho do Caçador. O título que dei a esses caçadores especiais é de um Caçador de Sangue Pálido. A própria boneca admite que o jogador não foi o primeiro:

"Inúmeros caçadores visitaram este sonho com o tempo. As lâpides nos tumulos aqui honram suas memórias. Parece que faz tanto tempo agora ..."

Djura foi, em algum momento, um caçador sangue pálido, como o protagonista é, e que posteriormente se aposentou e renunciou seus votos, vivendo na solidão, suas vestes dão a entender que foi neste momento em que ele optou por trocar as cores negras e saturadas dos Caçadores e dos Barriletes de Pólvora, e mudar para o cinza pálido, o próprio nome do seu conjunto de caçador favorece essa consideração. O restante de seu conjunto de caçador, como a Veste de Caçador Pálida, Luvas de Caçador Pálidas e Calças de Caçador Pálidas informam apenas mais um detalhe além do que o Chapéu de Lobo Cinza já nos contou: “[...] Pintado com cinzas em uma cerimônia para afastar sangue [...]”, o que sucinta a ideia de que, Djura em algum momento, não quis contato com o sangue, ou com a caçada, justamente porque um precede o outro.

O que nos leva a Antiga Yharnam. Esta velha cidade é um local opcional no jogo, contudo o Caçador é guiado por Gehrman para adquirir o Cálice Sagrado. Historicamente, a Antiga Yharnam era o berço de uma terrível doença, conhecida como Sangue Cinzento ou Sangue Cinza. As pílulas de Antídotos, itens consumíveis no jogo e que são abundantes no mapa da Antiga Yharnam são descritas como: "Pílulas medicinais pequenas usadas para neutralizar veneno. Usadas ​​para tratar o sangue cinzento, a doença desconcertante que assolou a Antiga Yharnam eras atrás. Essas pílulas só proporcionam alívio a curto prazo [...]".

Os comprimidos foram usados ​​para dar alívio temporário as vítimas da doença, enquanto estavam sendo tratadas pela então recém-formada Igreja de Cura. O que traria verdadeiro alívio seria a ministração do sangue, o procedimento médico que se tornaria a pedra angular de Yharnam. Com a capacidade de curar qualquer doença, o serviço de transfusão de sangue da Igreja de Cura começou a funcionar imediatamente, mas, como o ultimo trecho do antídoto indica: "[...] A doença do sangue cinzento causou a propagação do Flagelo da Fera."

Com a transfusão de sangue veio o Flagelo da Fera, isto é, com o Sangue Antigo usado na transfusão uma doença havia sido contida, mas o tratamento deu origem ao Flagelo, assim como aconteceu na Doente Loran:

“[...] Há restos vestigiais de procedimentos médicos em partes da Doente Loran. Se eram tentativas de controlar o flagelo da fera ou a causa da deflagração, não se sabe.” – Cálice de Raiz da Doente Loran.

Com o Flagelo da Fera saindo do controle, uma Caçada foi chamada.

Agora temos Djura, os Barriletes de Pólvora e Antiga Yharnam, três peças de um quebra-cabeça. Com o explorar do Caçador em um prédio escondido na cidade chamuscada, as peças se conectam. Perto da torre de Djura, há um edifício escondido que pode ser acessado saltando, logo abaixo de uma borda. Dentro deste edifício, algo vem à tona. Aqui, o caçador encontra dois cadáveres. Um deles segura uma Lança com Rifle, o outro usa um conjunto de equipamento de Caçador Queimado. Ao lado deles há uma nota de um caçador:

“A lua vermelha está baixa e as feras dominam as ruas. Não temos outra escolha senão transformar tudo em cinzas?”

O texto a seguir é circunstancialmente interpretativo baseado nas evidências reunidas até o presente momento, em detrimento disto, considere as alegações a seguir uma leitura singular, fica inteiramente a seu critério concordar com as considerações a posteriori.

Após a morte de Maria e a aposentadoria auto-infligida de Gehrman, a Igreja da Cura perdeu uma parte significativa de sua força. A Escola de Mensis começou a se afastar da Igreja, e parecia que as coisas estavam indo ladeira abaixo. Enquanto a Igreja da Cura continuava suas operações e explorações nos labirintos Pthumerianos, eles descobriram um pântano na Floresta Proibida, localizado diretamente atrás de uma de suas clínicas, o pântano era mortalmente venenoso e cheio de estranhas sanguessugas parasitas. O veneno provavelmente veio dos Túmulos ou Tumbas posteriores nos labirintos, onde podemos ver pântanos muito semelhantes, além das descrições dos cálices que dão acesso a essas regiões pútridas.

“[...] As tumbas posteriores são catacumbas periféricas do antigo labirinto subterrâneo. Mesmo nos dias de hoje, os vigias continuam a expandir as tumbas posteriores, catacumbas informais repletas de túmulos e morte.” – Cálice de Tumba Posterior.

“[...] As tumbas posteriores são lares informais de túmulos e morte, poços de cobras e insetos perniciosos.” – Cálice de Raiz de Tumba Posterior.

Também encontramos nestes pântanos o que parecem ser gigantes desajeitados, muito parecidos com os que a Igreja de Cura empregaria mais tarde como seus aplicadores. É possível que o próprio veneno tenha transformado aqueles que viveram nesses seres. De qualquer maneira, a Igreja da Cura descobriu esses parasitas que secretavam uma substância venenosa.

Na Floresta Proibida também encontramos as vestes brancas da Igreja, que nos lembra que a Igreja acredita que “[...] medicamentos não são uma forma de tratamento, e sim de pesquisa, e que algum conhecimento pode ser obtido expondo-se à doença.” O que contribuiu com a ideia de que a Igreja desenvolveu o sangue cinzento das sanguessugas parasitas, e liberaram-os na Antiga Yharnam.

Quando a Antiga Yharnam começou a adoecer com Sangue Cinzento, Laurence e a Igreja chegaram com o Sangue Antigo, prometendo uma cura para todas as doenças. Eles foram saudados como salvadores quando começaram a administrar seu milagroso sangue especial ao povo de Yharnam, atribuindo-lhes poder e posição. Mas, como o antídoto nos lembra, com o sangue cinza também veio o Flagelo, e aqueles que haviam sido tratados com a transfusão sanguínea foram vítimas do Flagelo, tornando-se bestas.

Com Gehrman saindo de cena e seus caçadores se desfazendo, a Igreja precisava de uma nova oficina para lidar com as vítimas do Sangue Cinzento. A oficina de Oto foi formada e os caçadores foram recrutados em massa para lidar com a crescente questão do Flagelo das Feras. Esses caçadores, ao contrário dos silenciosos guerreiros de Gehrman, massacraram as feras furiosamente.

O conjunto de Antigo Caçador, usado por estes Caçadores, nos diz que nesta época os Caçadores eram “abundantes”, parafraseando o Chapéu de Antigo Caçador “Nos dias antigos, quando caçadores existiam aos borbotões, isso era parte de suas vestes padrão”. Isto indica que durante a época da peste do sangue cinza, não era de todo incomum que os cidadãos testemunhassem grupos de Caçadores andando pelas ruas em busca daqueles que podem ter caído no Flagelo. Provavelmente foi uma época de grande temor para o povo de Yharnam, sem saber quem seria o próximo a virar, quem morreria da praga ou quem seria arrastado no derramamento de sangue. As ruas se tornaram uma zona de guerra constante entre caçadores e feras, enquanto a peste espiralava fora de controle e incontáveis ​​cidadãos sucumbiam ao Flagelo da Fera.

Logo, a Oficina de Oto se desenvolveu. À medida que as Feras cresciam cada vez mais numerosas e cada vez mais perigosas, os Barriletes de Pólvora surgiram como resposta. Com eles, veio um jovem chamado Djura.

Djura era, como o protagonista, um Caçador Sangue Pálido guiado por Gehrman. Quando a caçada da Antiga Yharnam começou, Djura acordou no sonho do caçador. Djura agiu como o caçador sangue pálido do seu tempo. Ele começou fraco, mas reuniu Ecos de sangue e ganhou força através da boneca. Ele acendeu lâmpadas; ele deixou notas; Ele matou chefes e provavelmente morreu muitas vezes, reavivando a lâmpada e tentando novamente, inclusive, um diálogo dele prova essa intrínseca probabilidade “[...] Imagino que você ainda tenha sonhos... Da próxima vez que sonhar, pense um pouco”; Djura diz tal frase quando o Caçador é morto enquanto ele está hostil na Antiga Yharnam, deixando nítido que ele sabe do poder de renascimento no Mundo Desperto cada vez que o Caçador é morre ao estar vinculado ao Sonho do Caçador. Por fim, neste ínterim, ele entrou em contato com os Barriletes de Pólvora.

Djura juntou-se aos Barriletes de Pólvora em caçar as feras da Antiga Yharnam. Ele se desenvolveu usando seus equipamentos e eles o consideravam um membro honorário e, provavelmente, um amigo. Vemos uma prova disso com um dos Barriletes de Pólvora que usa uma Pistola de Caçador e uma Lança Serrada, ficando no edifício adjacente logo abaixo da estrutura arquitetônica da qual Djura se situa na Antiga Yharnam e onde sua Metralhadora Gatling está fixada.

Talvez nem todos os caçadores que usam o conjunto do Caçador Queimado sejam membros dos Barriletes de Pólvora, mas todos, com exceção de Djura, que eram membros dos Barriletes de Pólvora usavam este equipamento, visto que na DLC The Old Hunters, próximo a entrada para o atalho da lamparina localizada como Pesadelo do Caçador e onde encontramos pela primeira vez o NPC Simon. Nas proximidades deste atalho, descendo o caminho de sangue infestado de Bloodlickers (Chupadoras de Sangue), entrando em uma estrutura semelhante a uma caverna, encontramos um adversário bastante peculiar, este indivíduo usa uma arma incomum, a Metralhadora Gatling, que é dita “ [...] Ela era a arma preferida do mais jovem dos três companheiros de Djura”. Este guerreiro sem nome, encontramos no Pesadelo trajado exatamente com o mesmo conjunto do Caçador Queimado.

A medida que a Antiga Yharnam se tornava cada vez mais contaminada, o flagelo se espalhou. Quando a linha entre o homem e fera estava embaçada, significava que a lua vermelha estava baixa. Djura, olhando para os companheiros caídos, abriu o caderno e deixou um recado...

“A lua vermelha está baixa e os animais dominam as ruas. Não temos outra escolha senão queimar tudo em cinzas?”

O Flagelo da Fera era intenso, e os Barriletes de Pólvora não podiam mais conter a maré simplesmente caçando feras. Os Barriletes de Pólvora, com seu talento para o dramático, sua natureza bombástica e seu amor por chamas e explosões, não eram gentis com a Antiga Yharnam. A cidade estava varrida. Os barriletes derrubaram a cidade no chão. Com a Lua de Sangue alta sobre os céus e as bestas dominantes, os Caçadores não viram outra escolha senão queimar tudo. O conjunto do Caçador Queimado, mais precisamente a Veste de Caçador Queimada, usado pelos Barriletes de Pólvora que limparam a cidade, afirma: "[...] Usuários do traje caçaram as vítimas do flagelo que sobreviveram às chamas e ao fedor de sangue”. Há um problema neste enunciado, pois, na nesta versão não está incluso alguns detalhes mínimos do traje em inglês que diz, precisamente “emana um forte odor de sangue chamuscado”, na tradução do game em PT-BR, perde-se o sentido que há o odor de sangue chamuscado, infelizmente, mais uma falha na tradução.

Recapitulando... Homens, mulheres e crianças eram caçados e purgados. Toda a cidade foi limpa para evitar que o Flagelo da Fera se espalhasse. Djura participou de tudo e é possível que tenha tentado acabar com isso, ou é possível que ele voluntariamente tenha participado voluntariosamente e quem sabe, até energeticamente do massacre. De qualquer maneira, a Antiga Yharnam ficou arrasada, nunca se recuperou.

Com a aproximação do amanhecer, Djura retornou ao Sonho do Caçador, foi quando provavelmente se deu conta de tudo que causou e então foi de encontro a Gehrman, o Primeiro Caçador, a pedido da boneca, próximo a grande árvore.

Destruído pela culpa e envergonhado pela carnificina que causou, ele caiu de joelhos e aceitou sua morte, cortando sua conexão com o Sonho do Caçador. Quando ele acordou, o sol havia nascido e a caçada acabou. Até agora, a Oficina tinha marcado e condenado os Barriletes de Pólvora como hereges. Os Barriletes de Pólvora que não haviam morrido em combate, ficaram tão bêbados de sangue que foram arrastados para o Pesadelo do Caçador, tal qual o exemplo explicado anteriormente.

Tudo o que restou foi Djura. E então ele foi para a Antiga Yharnam, o lugar em que causou tanto horror, e por fim abandonou seus votos de Caçador. Ninguém se importava com as feras da Antiga Yharnam, e ele as protegeria de qualquer derramamento de sangue.