Byrgenwerth, Kos e a Aranha Inexpressiva

“Byrgenwerth é um antigo lugar de aprendizado. E o túmulo dos deuses, esculpido abaixo de Yharnam, deveria ser familiar a todo caçador. Bem, uma vez um grupo de jovens estudiosos de Byrgenwerth descobriu um santo médium profundo dentro do túmulo. Isso levou à fundação da Igreja da Cura e ao estabelecimento da cura sanguínea. Nesse sentido, tudo que há de sagrado em Yharnam remonta a Byrgenwerth ”. -Alfred, caçador de Sanguevis.

Tudo começa em Byrgenwerth. Uma antiga instituição de ensino, Byrgenwerth foi construída em uma área tranquila e isolada, longe da cidade vizinha e perto de um grande lago. É aqui que um grupo de indivíduos estudou e explorou as profundezas do conhecimento humano.

Byrgenwerth não era necessariamente composta apenas por indivíduos acadêmicos, haviam outros sujeitos que eram responsáveis por outras atividades que não o estudo, dito isso, os membros de Byrgenwerth que são acadêmicos serão chamados por essas nomenclaturas (acadêmicos ou estudantes, ou algum sinônimo respectivo).

As informações a seguir são evidências manifestas no cerne do jogo, portanto, me atenho a expressar considerações e interpretações pormenores neste ínterim; as miríades interpretações são plausíveis e possíveis frente a obra esmiuçada subsequente a esta primeira.

Indivíduos que se pode concluir seguramente que faziam parte dos academicos de Byrgenwerth era Willem, Laurence, Micolash e Caryll.

Este último, Willem era o chefe da instituição e todos os personagens que se referem ao homem, o chamam especificamente como Mestre Willem, indicando um profundo respeito pela figura, mesmo que tivessem diferenças nas crenças.

Há também uma referência encontrada na ferramenta de runa da oficina, que se refere a ele como reitor Willem. Um reitor é um administrador de uma instituição acadêmica, o que apoia a colocação de Willem como chefe da academia e figura de liderança. O principal foco de estudo do Mestre Willem dizia respeito aos limites da inteligência humana.

Com relação a Laurence, este assume o papel de uma figura muito enigmática, especialmente para um personagem tão importante. Do crânio da Besta na Grande Catedral, o caçador (este é o personagem protagonista, nós, propriamente) testemunha a lembrança de um encontro entre Laurence e Willem, no qual Willem acusa o jovem Laurence de traí-lo.

Uma nota deixada na escadaria da Catedral diz: “Coloque sua mão sobre a cobertura sagrada do altar e insira o ditado do Mestre Laurence sobre sua carne.”

Fica evidente ao longo do jogo o quanto Laurence é reverenciado por ter sido, praticamente a figura mais importante para a Igreja da Cura. No que tange as origens da Igreja da Cura, há documentações que evidenciam suas origens na instituição de Byrgenwerth. O uniforme de estudante de Byrgenwerth anuncia:

“A Igreja da Cura tem suas raízes em Byrgenwerth e, naturalmente, baseia muito do seu design no uniforme original da instituição. O foco não no conhecimento ou pensamento, mas em pura pretensão certamente traria o Mestre Willem ao desespero, se ao menos ele soubesse".

O título de Laurence é o de Primeiro Vigário, evidenciado pela Caveira Humana do Pesadelo e em seu título na luta como chefe, o que confirma a idade de que ele foi um dos fundadores da Igreja e responsável pela separação da instituição acadêmica.

Micolash, foi outro estudioso, como evidenciado pelo uniforme de Byrgenwerth esfarrapado que ele usa durante a luta como chefe; Micolash também faz referências a outras partes e Byrgenwerth, que discutirei mais adiante.

Caryll é descrita como Mestre de Runas que, através de métodos desconhecidos, podia ouvir, perceber ou sentir os sussurros e declarações dos Eminentes. Apesar de não conseguir entender as palavras desumanas que eles falavam, foi capaz de gravá-las em símbolos visuais identificáveis denominados de Runas de Caryll.

"Mestre Caryll, estudante em Byrgenwerth, transcreveu as expressões inumanas dos Eminentes naquilo que chamamos de Runas de Caryll [...]" - Ferramenta de Runa da Oficina.

Podemos agora olhar para os acadêmicos, tendo explorado cada um individualmente, como uma unidade coletiva.

Willem, Laurence, Micolash, Gehrman, Maria e Caryll foram membros da instituição Byrgenwerth, instituição dedicada à promoção do conhecimento e à exploração do enorme labirinto construído no subsolo. Foi neste labirinto que os estudiosos fizeram a descoberta que colocou todos os eventos de Bloodborne em movimento.

De fato, toda a história de Bloodborne pode ser atribuída a um único momento definidor, no qual os estudantes descobriram algo profundo dentro das antigas criptas Pthumerianas.

O carrasco Alfred menciona: “Uma vez um grupo de jovens estudiosos de Byrgenwerth descobriu um santo médium profundo dentro do túmulo. Isso levou à fundação da Igreja da Cura e ao estabelecimento da cura sanguínea”.

Bem no interior do Labirinto, os eruditos descobriram o Sangue Antigo. Não está claro exatamente o que foi encontrado, mas no nível superior do edifício de Byrgenwerth encontramos a Concha Fantasmagórica Vazia, e esta diz:

"Casca invertebrado vazio, considerado um familiar de um Eminente. A Igreja descobriu uma grande variedade de invertebrados, ou fantasmas, como são chamados [...]".

O que quer que tenha sido encontrado, serviu de prova da existência dos Eminentes. É possível que os acadêmicos descobrissem Ebrietas, o Eminente abandonado e deixado para trás, que mais tarde comungaria com a Igreja da Cura. Eles certamente descobriram uma fonte do Sangue Antigo, o Sangue contaminado dos Eminentes, sendo que, se foi Ebrietas ou outra coisa não está claro.

Com a descoberta do Sangue Antigo e dos Eminentes, tudo mudou. A evolução tornou-se o objetivo; ir para além dos limites da humanidade e torne-se algo maior, ascender ao nível dos Eminentes e empurrar a humanidade para o próximo estágio.

Uma nota rabiscada encontrada no Centro de Conferências do Pesadelo diz: "O Mestre Willem estava certo. A evolução sem coragem será a ruína de nossa raça".

No entanto, rapidamente se tornou aparente que alguns dos acadêmicos, e Laurence em particular, diferiam em sua crença em como a evolução deveria ser realizada.

"[...] Os olhos simbolizam a verdade que o Mestre Willem buscou em sua pesquisa. Decepcionado com os limites do pensamento humano, Willem observou seres de planos superiores em busca de orientação e tentou enfileirar seu cérebro com os olhos, para elevar seus pensamentos." - Runa de Olho de Caryll

No entanto, as Runas Metamorfose Horária e Metamorfose Anti-Horária de Caryll afirmam: "[...] A descoberta do sangue tornou o sonho de evolução uma realidade. A metamorfose e os excessos e desvios que se seguiram foram apenas início".

Existem dois recursos diferentes que o jogador coleta durante sua jogatina em Bloodborne: Ecos de Sangue e Discernimento. Os Ecos de Sangue são meios pelo qual o Caçador ganha poder, utilizando-os como força e absorvendo-os de seus inimigos, enquanto Discernimento é o método no qual o Caçador ganha conhecimento, experienciando situações macabras, inumanas, e vislumbrando a verdade sobre o véu da perspectiva humana.

Enquanto alguns em Byrgenwerth acreditavam que o conhecimento e a compreensão dos Eminentes e os planos mais elevados da existência levariam a edificação da humanidade, outros acreditavam que era através da absorção e fusão com o Sangue Antigo que levaria à ascensão da humanidade. Este era um conceito anátema para tudo o que Willem defendia.

“Tema o sangue antigo”

Essas duas filosofias fundamentalmente opostas levariam ao cisma de Byrgenwerth. Mas há outra peça do quebra-cabeça.

Ao entrar no Aldeia dos Pescadores no Pesadelo do Caçador, o Caçador é recebido por um Semelhante Peixe, resmungando para si mesmo. “Byrgenwerth… Byrgenwerth… Assassinos enlouquecidos pelo sangue. Demônios blasfemos”.

Se o jogador estiver usando a runa Leito Nutritivo, o Semelhante dará a ele a Fermentada Amaldiçoada, uma caveira que diz: “Crânio de um local da vila de pescadores violada. O interior do crânio foi forçado na procura por olhos, evidenciado por inúmeros arranhões e entalhes”.

O que aconteceu na Aldeia dos Pescadores tem relação com Kos, o Eminente encontrado no final da área. Kos está aparentemente morto, e enquanto o Caçador batalha com seu Órfão, o Eminente está distante e jaz deste pesadelo.

E além dos resmungos do Semelhante Peixe, há apenas uma outra referência a Kos, a de Micolash em sua comunhão com o cosmos. "Ahh, Kos, ou alguns dizem Kosm ... Você ouve nossas preces? Como você fez uma vez pelo vago Rom, conceda-nos olhos, conceda-nos olhos ".

Rom, como o Caçador se depara, é uma criatura grande que é encontrada no fundo do Lago do Luar de Byrgenwerth. O título de Rom é o da Aranha Inexpressiva e mostra-se relativamente fraca. A única força real de Rom vem dos Parentes Aranha que ela pode gerar para se defender. Além disso, ela mal é capaz de se defender, seja através de projéteis descuidados de energia, ou se debatendo violentamente contra seu inimigo.

Quando o jogador encontra Rom, é o momento decisivo em que a história de Bloodborne vai de uma narrativa de bestas de caça, até um súbito entendimento de que nós, o jogador, mal chegamos a arranhar a superfície de uma verdade muito, muito mais sombria.

Mas Rom não é um Eminente plenamente desenvolvido. Micolash, em sua comunhão com o cosmo, resmunga: "Como você fez uma vez pelo Vago Rom, concede-nos olhos, concede-nos olhos. Plante olhos em nossos cérebros, limpe nossa idiotice bestial". Evidenciando que Rom nem sempre foi um Eminente.

O termo original em Inglês "Vacuous" do título do chefe "Rom The Vacuous Spider"; é definido pelo Oxford English Dictionary como: Ter ou mostrar falta de pensamento ou inteligência; sem mente. A palavra vem do latim vacuus que significa vazio.

De onde vem o Rom? Quem é ela? Qual é a relação dela com o grande morto, Kos?

O texto a seguir é circunstancialmente interpretativo baseado nas evidências reunidas até o presente momento, em detrimento disto, considere as alegações a seguir uma leitura singular, fica inteiramente a seu critério concordar com as considerações a posteriori.

Em Byrgenwerth, o Mestre Willem e seus alunos trabalharam para escavar o Labirinto Pthumeriano no subsolo, estudando seus deuses e explorando as profundezas do intelecto humano. Os estudiosos Byrgenwerth fizeram duas grandes descobertas em seus estudos. Sua primeira grande descoberta foi o Sangue Antigo, especificamente o sangue de um Eminente. É possível que este Eminente tenha sido Ebrietas, como no Salão de Conferências de Byrgenwerth podemos descobrir o Augúrio de Ebrietas, e também encontramos um Casco Fantasmagórico Vazio na câmara superior do edifício Byrgenwerth.

A segunda grande descoberta foi Kos. Quando joguei pela primeira vez a DLC The Old Hunters, a impressão inicial foi de que foram os estudiosos do Byrgenwerth que mataram Kos. Quando compartilhada esta teoria, muitas pessoas apontaram para a descrição do Parasita de Kos, que afirma:

"Quando a carcaça de Kos foi levada pelas ondas até a costa, suas entranhas fervilhavam com minúsculos parasitas, diferente de todos encontrados em humanos [...]".

Isso evidenciava o fato de Kos ter realmente sucumbido antes do encontro com Byrgenwerth, depois de ter sido levado para a costa da Aldeia dos Pescadores.

Apesar de não ter certezas, ou ideias minimamente seguras para decidir em que acreditar, ao jogar o DLC uma segunda vez, e encontrou Maria, as palavras desta agora faziam sentido mais considerável:

"Um cadáver não deve jamais ser perturbado. Ah, compreendo muito bem, como os segredos atraem suavemente”.

Quando encontrei Maria pela primeira vez, presumi que ela estava falando de seu próprio cadáver. Agora vislumbrado o que estava além de seus cuidados, tudo se encaixou. Enquanto vagava pela Aldeia dos Pescadores, dando uma olhada no seu design e características, cheguei a uma nova conclusão. Veja como os Semelhantes da aldeia jogam seus arpões; como os gigantes empunham âncoras maciças; como os naufrágios de navios poderosos alinham a costa.

Esta não é uma vila piscatória, é uma comunidade baleeira. Antes do lançamento do DLC, muitos jogadores notaram os estranhos mastros saindo da água na fronteira do pesadelo. Agora podemos ver a origem desses manifestos, a Aldeia. Os aldeões devem ter avistado o Eminente Kos no mar, levantaram-se e pegaram em armas para matar o que eles devem ter percebido como um monstro.

Eles a caçaram e a mataram, perdendo muitos de seus navios baleeiros no processo, mas inevitavelmente voltaram para casa vitoriosos, tendo mandado a criatura de volta ao mar. Mas um dia, o cadáver do Eminente foi levado para a praia. Quando os aldeões investigaram o cadáver, descobriram que ele estava repleto de parasitas, que logo infectaram e tomaram conta dos corpos e das mentes dos aldeões, transformando-os nos Semelhantes que encontramos.

Inevitavelmente, relatos do evento do Eminente morto chegou a Byrgenwerth. Eles enviaram dois indivíduos para investigar a aldeia dos Pescadores; Gehrman e Maria.

O trailer de anúncio mostrava Gehrman com sua foice estendida - a Lâmina do Sepultamento - entrando na aldeia, e encontramos Rakuyo, a arma de Maria, em um poço na aldeia. Gehrman, o Primeiro Caçador, viajou com sua aluna, Maria, até a aldeia e matou os Semelhantes. Os crânios foram abertos em busca de olhos, e os primeiros caçadores fizeram um caminho para o cadáver de Kos.

É aí que sua maior blasfêmia foi cometida. O elevador para o Centro de Pesquisas da Igreja de Cura mostra três estátuas pairando sobre uma criança, examinando-a. A figura central é claramente uma representação do Mestre Willem, apresentando os mesmos mantos e chapéu que os de um reitor. Gehrman e Maria descobriram que Kos estava grávido, o feto ainda estava intacto.

Uma regra muito importante do mundo de Bloodborne é que, mesmo que um indivíduo morra no Mundo Desperto, sua consciência ainda pode permanecer nas Terras dos Sonhos. Isso é algo que vai aparecer ocasionalmente, e é evidenciado pela existência do cadáver de Micolash no Mundo Desperto.

O Eminente assassinado foi levado de volta ao colégio Byrgenwerth e dissecado em nome da ciência. O que foi recuperado foi um Terço do Cordão Umbilical do Olho do Órfão. E foi então que o Mestre Willem, a maior mente de Byrgenwerth, teve uma epifania. Willem é citado na descrição na Sabedoria de Eminente como tendo afirmado: "Estamos pensando no plano mais básico. O que precisamos é de mais olhos".

O Olho é de fato o símbolo que representa não apenas o Discernimento no HUD do Jogador, mas também o conhecimento dos planos superiores da existência e dos Eminentes. A descoberta dos Eminentes e do Sangue Antigo dividiu os eruditos em duas facções opostas. Um eu chamarei de legalistas, liderados pelo Mestre Willem. Os legalistas acreditavam na evolução através dos olhos, o acúmulo de discernimento que permitiria a ascensão da humanidade. Esta facção consistia em Willem e seus alunos.

A outra facção, que eu chamarei de Radicais, foi liderada por Laurence. Os Radicais acreditavam na evolução através do Sangue, o acúmulo de poder que deixaria a humanidade ascender. Esta facção consistia em Laurence, Micolash, Gehrman e Maria.

Embora nunca tenha havido qualquer violência entre esses dois grupos, a diferença fundamental na filosofia levou a que eles inevitavelmente separassem-se para seguirem próprios diferentes. Enquanto os legalistas permaneceram em Byrgenwerth, os radicais fundaram a Igreja da Cura na busca de disseminar ainda mais seu conhecimento do Sangue Antigo. Este cisma não foi também puramente entre os maiores eruditos, mas também entre os acadêmicos, com muitos se unindo aos radicais.

Com a Igreja da Cura se fundando e florescendo, Willem e os legalistas restantes estavam, sem dúvida, preocupados com o poder crescente dos Radicais e a ameaça que representavam. Os legalistas estavam plenamente conscientes de que as ações da Igreja da Cura no uso do Sangue Antigo levariam à disseminação do Flagelo.

Enquanto a Igreja se espalhou por Yharnam, Willem e os legalistas restantes começaram a trabalhar em suas próprias pesquisas. É aqui que as coisas ficam confusas, pois há pouquíssima informação disponível sobre esse processo crucial. O que podemos ver, no entanto, são os resultados da pesquisa dos legalistas.

Se o Caçador encontrar Iosefka, ou melhor, a impostora Iosefka, depois que a Lua de Sangue tenha se levantado, matá-la fará com que ela derrube um Cordão do Olho, que afirma: “[...] O reitor Willem procurou o Cordão para elevar seu ser e pensamentos aos de um Eminente, alinhando seu cérebro com os olhos. A única escolha, ele sabia, para o homem se igualar a tal grandeza”.

Quando o Caçador entra em Byrgenwerth pela primeira vez, ele encontra, no segundo andar, um NPC caçador chamado Yurie, que parece ser um membro do Coro, os membros mais graduados da Igreja da Cura.

Yurie empunha Um Chamado Além, a arma suprema do Coro, e usa o traje de um membro do Coro. Isso mostraria que o Coro retornou às ruínas de Byrgenwerth de tempos em tempos, a fim de coletar anotações de pesquisas antigas ou artefatos. Evidenciando que a Impostora Iosefka, que empunha uma arma do Coro, o Augúrio de Ebrietas, estaria em posse de um artefato que pertenceu ao Mestre Willem.

O Coro recuperou este cordão, o Cordão Umbilical do Órfão de Kos. Willem usara o cordão para aprofundar sua pesquisa, aprofundando-se cada vez mais na vastidão do além ao entendimento humano.

Durante esse período, com uma intensa pesquisa sobre os Eminentes conduzidas em Byrgenwerth, os estudantes foram transformados em criaturas, denominadas de Jardins dos Olhos devida a pesquisa de Willem, os estranhos Semelhantes que vagariam pelo território da universidade.

Apenas quatro indivíduos foram deixados intactos: Willem, Dores o Sentinela do Túmulo, o porteiro sem nome encarregado da senha, e Rom. O que aconteceu com Caryll não é claro. Ela pode ter saído com Laurence. Pode ter sido transformada, ou ela pode ter deixado Byrgenwerth em um período não especificado para continuar sua pesquisa separadamente. No entanto, graças às transcrições de Caryll das palavras inumanas dos Eminentes, os Legalistas aprenderam sobre a importância e o poder que os grandes corpos de água tinham. Se dermos uma olhada em qualquer uma das runas do Lago ou do Mar, poderemos encontrar a descrição: "[...] Grandes volumes de água servem como um baluarte que guarda o sono e um augúrio da verdade arcana. Supere esse obstáculo e busque o que é seu".

Isso até combina com a mecânica do jogo, em que as runas representando a água fornecem aumento de defesa e resistência.

"O grande lago de lama, escondido agora da vista".— Micolash

O último e grande ritual do Mestre Willem ascendeu Rom a um recém-formado Eminente. Colocada no fundo do Lago do Luar, a mente vazia de Rom serviu como um escudo para o nosso plano físico, protegido pelo grande corpo de água.

Isso impediu o convite da Presença da Lua pela Igreja da Cura de Laurence. Com seu conhecimento e compreensão dos Eminentes, Willem foi capaz de usar o Cordão do Órfão para renascer um novo Eminente e alinhar seu cérebro com os olhos, usando-a como um baluarte para selar os Eminentes, o Pesadelo e o Sangue. E essa tal lua, mas de onde ela veio?

Nós já determinamos o que a palavra vazia significa: vazia, sem mente. Isto pode muito facilmente ser atribuído a um simplório ou a um ser humano. Rom, é fraca, ela certamente tenta se defender das escassas formas possíveis.

Na entrevista com Hidetaka Miyazaki encontrada no Guia Oficial, Miyazaki foi perguntado qual era seu chefe favorito. Sua resposta foi Rom. Mas isso em si, embora interessante, não foi muito impressionante. No entanto, os detalhes de sua resposta foram ... inesperados.

"Eu realmente gosto dela. Há alguns aspectos estranhamente fofos em seus movimentos e modelagem”

Há outro significado para vazio, algo que está em branco. Nos guiando pelas doutrinas do conhecimento, como a epistemologia por exemplo, temos uma corrente filosófica cientifica que se baseia no que chamamos como empirismo, e um grande filosofo e empirista na era moderna foi John Locke que descreve os seres humanos como seres que nascem, em suma, antros de necedade, uma Tabula Rasa, uma lousa em branco, seres vazios que são moldados ao longo de suas experiências, aprendendo e se desenvolvendo a partir dessa relação avultava do ontologia humana.

Um ser que pode ser descrito como sendo bonito, fraco, impotente e vazio de pensamentos, carente de experiência; um bebê.

Da Entrevista de Miyazaki: “No mundo de Bloodborne, bebês que são tratados como “especiais” de um jeito ou de outro são oferecidos como atração para os Eminentes. Todos perderam seus filhos por causa de suas posições e, como resultado, eles são atraídos por esses bebês "especiais". Os bebês são uma maneira de chamá-los”.

O Caçador pode encontrar uma nota em Yahar'gul deixada por um Caçador morto, que diz: "Rituais de pesadelo exigem um recém-nascido. Encontre um e silencie seu choro angustiante".

O primeiro instinto do jogador é associá-lo à Escola de Mensis. Eles devem estar usando alguma criança para realizar um ritual. Mas Micolash e seus alunos estão apenas seguindo os passos do mestre Willem, tentando reproduzir o sucesso dos legalistas de Byrgenwerth.

“Como você fez uma vez pelo vago Rom, conceda-nos olhos, conceda-nos olhos. Plante olhos em nossos cérebros, para limpar nossa idiotice bestial".

Rom não é um Eminente, na verdade Bloodborne causa confusão compreensível na medida em que se refere a muitas espécies diferentes, facções e grupos como pertencentes ao grupo singular, Eminentes. Mas os Semelhantes, mortais ascendidos, não são totalmente completos. Eminentes, como a Presença da Lua, a Ama de leite de Mergo ou o Órfão de Kos, eles são cósmicos, diferente de seus “parentes” Semelhantes. Matar Rom não lhe rende um Sangue-Frio dos Eminentes; matando Rom lhe gera um Sangue Frio dos Semelhantes.

Rom, filha de Willem, seja literal ou metaforicamente, nasceu dos frutos de sua pesquisa para evolução. Olhe para o jeito que ela se move, desesperadamente se afastando do Caçador, quase parece um recém nascido. Ao contrário do resto dos Semelhantes que são encontrados, Rom não possui mecanismos naturais de defesa além de sua capacidade de manipular energia.

E, parando pra pensar bem, ela não parece sequer uma aranha ... ela parece uma lagarta. A forma infantil de uma borboleta, que poderia algum dia tornar-se bela, mas nós a matamos... matamos um bebê.