[Glória's POV]

Chegamos todos na casa dos Armstrongs depois de finalmente acabar a tour. Abraçamos todo mundo e eu tinha uma decisão feita: vou morar sozinha.

- Gente, quero que vocês sejam os primeiros a saber que eu vou morar em um armazém abandonado, igual ao Tré. - eu disse

Todos ficaram boquiabertos. Eu tinha uma vida ótima com meu pai político me dando dinheiro e minha mãe católica me dando apoio moral, mas eu quero mais que isso. Quero fazer minha própria vida, fazendo camisetas e mershandising para bandas punk rock, não só para o Green Day. E qual é o melhor jeito pra isso do que morando com verdadeiros punk rockers da Gilman St?

- Glória, é muito perigoso. - Billie disse

- Eu sei, to pouco me fudendo, quero liberdade. - eu disse

- Seus pais não te prendem. - ele disse

- Não estou me referindo aos meus pais. - eu disse e ele compreendeu

- Vai pra qual armazém abandonado? - ele perguntou

- Não sei ainda, quero ir pra algum próximo da Gilman. - respondi

- Você é louca? - ele perguntou

Todo mundo em silêncio, só escutando.

- Você está pensando em morar em Berkeley? - ele perguntou

- Sim, fica só a 30 minutos de bicicleta daqui... - eu fui dizendo

- É, mas duvido que você vá fazer todo esse percurso todos os dias. É perigoso ficar andando de bicicleta pelas rodovias, Glória, você sabe disso. - ele disse

- Eu só venho de vez em quando. - eu disse

- Por que isso? - ele pergunta

- Ai Billie, que droga, qual é o problema? - eu começo a ficar irritada

- Qual é o problema? Você está mudando de cidade e me pergunta qual é o problema? Está arriscando sua vida e indo morar na parte mais sinistra da East Bay Area e quer saber qual é a porra do problema? - ele grita

- Não fala comigo como se eu fosse uma criança, eu sou mais velha que você e posso fazer o que eu quiser da minha vida. - eu disse

- Vai então, vai morar numa casa com um monte de drogados e tarados. - ele diz

- Eu vou! - eu gritei

- Vai abandonar sua família, seus amigos, eu. - ele diz

- Não seja hipócrita! Para de cuidar da minha vida e vai cuidar da vida da Adrienne. - eu digo no impulso

Silêncio.

- Não faz isso, Glória. - Tré disse

- Não, agora eu vou contar tudo pra ele. Tem um lugar mais... vazio? - eu pergunto e o Billie me leva até o quarto dele

Agora que estamos sozinhos eu posso contar meu segredo.

- Você vai se apaixonar pela Adrienne. Aliás, já se apaixonou. E eu sabia o tempo todo, muito antes dessa tour acontecer, que você iria conhecê-la. - eu disse

- Como? - ele perguntou

- Eu tenho umas espécies de premonições de vez em quando. O que interessa é o seguinte: eu nunca, nem por um segundo, deixei de te amar. - eu confessei

- Então... nossa, eu sou um idiota. - ele disse

- É. Eu sou mais idiota ainda, relaxa. - eu disse

- Mas você não precisa ir embora por causa disso, pelo menos não pra tão longe! - ele pediu

- Não adianta, Billie, já tomei minha decisão. Até algum dia. - eu disse e sai em disparada pela porta

Chorar, chorar e chorar. Arrumar as malas e partir com todo o meu dinheiro.

[Billie's POV]

Me trancar e me culpar. É tudo culpa minha, eu sou um idiota, como eu não percebi o que estava acontecendo a minha volta? Estou sentenciado a amar a Adrienne? Isso é tão estranho, eu amo a Glória também. Isso dói tanto, ela está sofrendo por saber que eu no fim pertenço a outra. Fumo um baseado e começo a compor uma música chamada Words I Might Have Ate:

"Now it seems I can't keep my mind of you

My brain drifts back to better days we've been through

Like sitting on blacktop of the school grounds

The love I witched about I finally found


But now it's gone and I take the blame

So there's nothing I can do but take the pain

Why?


Now I dwell on what you remind me of

A sweet young girl who sacrificed her love

As for me... I am blind without a cause

And now I reazlied what I have lost


It was something real that I could have had

Now I play the fool whose stable soul's gone bad

Why?


Tell me the words I might have said

That's pumping pressure deep inside my head

Was it bad enough to be too late?

Just tell me the words I might have ate

The words I might have ate

The words I might have ate


But now it's gone and I take the blame

So there's nothing I can do but take the pain

Why?"