Billie Joe Armstrong E Glória Haushinka
Private Ale
[Glória's POV]
Com um mochilão nas costas e um bolsa no cesto da bicicleta, fui pedalando pelas ruas desertas da manhã da East Bay Area. Pensando no que o Billie disse, eu decidi não ir pela interestadual, peguei um mapa e fui seguindo tranquilamente durante uns 35 minutos, até dar de cara com a minha Gilman Street. Pra quem vem aqui só de ônibus nos fins de semana, era um vitória pra mim ter vindo morar de verdade. Na própria rua vejo vários galpões e armazéns servindo de moradia para os mais destemidos punk rockers. Mas um em especial me chamou a atenção: The Punkiest Wicked Warehouse. Lar, doce lar.
[Billie's POV]
- Cara, se tá bem mal mesmo. - Mike disse
- Mal é pouco. Meu, eu perdi ela. - eu disse
- Não perdeu, ela só se mudou pra cidade vizinha, relaxa. - ele disse
- Mano, não é a mesma coisa. - eu disse
- Aliás, já ligou pra garota de Minnesota? - ele perguntou
- Não. Passei a noite inteira acordado, acabei compondo essas músicas. - eu disse, passando as letras pra ele
- No One Knows, One Of My Lies, Christie Road e Who Wrote Holden Caulfield? - ele disse, lendo os títulos
- Exatamentente. - eu disse
- Cara... liga pra garota. - ele disse
- Tá bom. - eu disse
Eu estava enrolando para ligar por medo, sei lá, mas tinha chegado a hora. Conversamos muito, enquanto no outro quarto o Mike escrevia a partitura do baixo em cima das minhas letras. E como ela é incrível... ela cursa Sexualidade Humana, e as coisas que ela sabia sobre esse assunto eram infinitas, o que me deixou... completamente tonto.
- Adie, estou pensando em morar sozinho, sabe... - eu fui dizendo
- Sério? Aonde? - ela perguntou
- Perto do Gilman, aquele lugar que eu te falei. - eu disse
- Por que? - ela perguntou
- Quero estar perto de uma amiga minha, a Glória, você conheceu ela. - eu disse
- Hm, rola um lance entre você e ela, né? - ela disse
- O que? Não, claro que não. - eu disse
- Ok. Enfim, tenho que ir, tchau. Me liga quando puder. - ela disse e desligou
Beleza, mais uma mulher pra me deixar maluco.
- E ai cara, já terminou a conversa? - Mike disse, entrando
- Aham, e você já terminou as partituras? - eu perguntei
- Já. - ele respondeu
- Cara... eu vou morar sozinho. - eu disse
Tudo foi bem rápido, arrumei minhas coisas e parti em um ônibus em destino a Berkeley. Todas os galpões e armazéns estavam lotados. Consegui um espacinho pra mim no Wasteland.
[Glória's POV]
- Eai, tudo bom garota? - uma menina chega e fala
- Tudo beleza, qual é seu nome? - eu pergunto
- Meu nome é Mary, moro aqui há um ano. - ela respondeu
- Uau, pode me dar umas dicas pra eu me virar bem aqui? - eu pergunto
- Claro. Não arrume confusão, não dê moral pra esses pevertidos, coloca suas coisas naquele armário com cadeado, tem taxa extra mas é mais seguro. E fica no seu canto. - ela disse
- Certo, e ai, o que vocês costumam fazer aqui? - eu pergunto
- Fumar, se drogar, beber, tocar música, conversar. - ela disse
- Legal, eu vou lá fora fazer uma ligação e já volto. - eu disse
Sai e liguei para o Tré.
- Alô?
- Glóoooria, minha menina, que saudade. - ele gritou do outro lado da linha
- Tréculito, anota meu endereço ai. - eu disse, passando meu endereço
- Anotei, maninha, o Billie... ele ficou mal depois que você foi embora. - ele disse
- Sério? Se ele começar a pensar em mim demais inventa que eu arrumei um namorado e faz ele ligar mais pra Adrienne. Eles foram feitos pra ficar juntos, tem que ser assim. - eu disse
- Tá, e ai já anda fazendo amigos? - Tré disse
Continuamos conversando e depois eu fui lá socializar com os punk rockers.
[Billie's POV]
Morar sozinho é tão... estranho. O Wasteland era um dos piores lugares que eu poderia estar, mas eu tava pouco me fudendo, eu estava lá apenas pra ficar de olho na Glória.
*trimm trimm*
- Alô? - eu perguntei
- Sou eu cara, o Tré. - ele respondeu
- Ah, e ai. - eu falei
- Descobri que a Glória tá no The Punkiest Wicked Warehouse... mas ela arrumou um namorado então nem pense em ir lá, desculpe cara. - ele disse
- Como? Tão rápido? Vadia. - eu disse
- O que? Do que chamou ela? - ele perguntou
- De nada cara, foi mal, valeu. - eu disse e desliguei
Não vou procurá-la. Não preciso dela.
[Semanas se passam, as ligações do Billie com a Adrienne vão ficando mais longas e mais frequentes, muitos ensaios, muitos shows no Gilman, Glória ficando popular entre os punks e virando namorada do baixista de uma banda chamada Kill Me Now, chamado Roger]
[Billie's POV]
Hoje eu passei na frente da TPWW, onde a Glória mora. Foi muito sem querer, mas comecei a pensar nela. Faz um bom tempinho que eu não penso nela, agora estou bem com minha relação a distância com minha incrível Adrienne. Mas derrepente... bateu uma saudade da Glória, e eu escrevi essa música, chamada Private Ale:
"I wonder down these streets all by myself
Think of my future now
I just don't know
I don't seem to care
I stop to notice that
I'm by your home
I wonder if you're sitting all alone
Or is your boyfriend there
Because I feel so right
Let my imagination go
Until you're in my sight
And through my veins temptation flows
Whoa hoa...
Out here...
So I sit down here on the hard concrete
Think of my future now
I just don't know
I don't seem to care
So I sit across the street from your home
I wonder if you're sitting all alone
Or is your boyfriend there
Because I feel so right
Let my imagination go
Until you're in my sight
And through my veins temptation flows
Whoa hoa...
Out here...
Because I feel so right
Let my imagination go
Until you're in my sight
And through my veins temptation flows
Whoa hoa...
Out here..."
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