[Billie's POV]

Estou pirando. Enlouquecendo. Surtando!! Argh, aaaah, aaaai, que isso, eu não consigo pensar, eu to suando? Não tô conseguindo me controlar, e que tontura é essa? Hospital? Médico? S.O.S? Alguém me leve pra um manicômio!!!!!!!!! Cambaleando sozinho pelas ruas complicadas de Berkeley, dei de cara com uma Clínica Psiquiátrica. Graças a... aquele cara lá no céu. Vou correndo pra entrada mas antes de conseguir entrar me esbarro em uma garota e caiu por cima dela.

- Desculpa, você tá bem? - eu pergunto

Não sei de onde veio sanidade mental para fazer uma pergunta como essa, mas seja lá de onde veio, essa sanidade já acabou. Quando eu olhei direito eu percebi que não era uma garota qualquer embaixo de mim... era a Glória.

- Billie? Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiillie! - ela gritou

Ela me agarrou - sim, eu continuava em cima dela, no chão - e me impediu de levantar ou de falar qualquer coisa. Ela simplesmente me abraçava com o máximo de força que tinha e chorava incessantemente.

- Billie, eu estou enlouquecendo. - ela disse

- Eu também estou enlouquecendo, por isso que eu vim aqui. - eu respondi

- O mundo está conspirando sempre contra mim. - ela falou

- Conta mim também! - eu disse

- Você não entende, eu me sinto um instrumento social sem utilidade nenhuma! - ela disse

- Como assim? - eu pergunto

- Meu pai anda fazendo fraudes políticas e roubando o dinheiro público que vem do salário de pessoas que eu conheço, minha mãe trai meu pai todo dia com o padre da igreja dela... o mundo é uma mentira, e eu não quero fazer parte disso. - ela disse

-Isso não quer dizer nada, o mundo sempre foi assim, você sabe disso. - eu disse

- Não! Isso já é o cúmulo, não posso aceitar calada... estou só... esperando o momento certo. - ela disse, pensando

- Momento certo pra quê? - eu pergunto, assustado

- Para a revolução. - ela diz, convicta

- Quem colocou essas coisas malucas na sua cabeça, Glória? - eu pergunto

- Meus amigos revolucionários. O meu namorado é o fundador do grupo e lá nós acolhemos qualquer alternativa para um mundo melhor. Desde ideias anarquistas, comunistas, liberalistas e até fascistas. - ela disse, empolgada

- Só você, Glória. Só porque eles estão obsecados com isso, não quer dizer que você tem que virar mais uma doida paranóica. Seja você. - eu disse

- E você... por que está enlouquecendo? Não me diga que não deu certo com a Adrienne, porque minhas previsões nunca erram! - ela disse

- Mais ou menos, ela tem que terminar com um cara lá que quer pedi-lá em noivado e tals, mas enfim... eu sinto sua falta, quer dizer, falta de te ter por perto. - eu disse

- Eu também, sinto sua falta, demais. - ela disse, sorrindo

Nós dois finalmente levantamos e entramos juntos na clínica. Descobri que o meu problema é falta de sexo e que a mulher que me atendeu só podia estar tirando onda com a minha cara, né? Me despedi da Glória com um "a gente se esbarra por ai" e talvez assim seja melhor mesmo. Mas isso não me impediu de compor uma música sobre as paranóias dela, chamada She:

"She

She screams in silence

A sullen riot penetrating through her mind

Waiting for a sign

To smash the silence with the brick of self-control


Are you locked up in a world

That's been planned out for you

Are you feeling like a social tool without a use

Scream at me until my ears bleed

I'm taking heed just for you


She

She's figured out

All her doubts were someone else's point of view

Waking up this time

To smash the silence with the brick of self-control


Are you locked up in a world

That's been planned out for you

Are you feeling like a social tool without a use

Scream at me until my ears bleed

I'm taking heed just for you


Are you locked up in a world

That's been planned out for you

Are you feeling like a social tool without a use

Scream at me until my ears bleed

I'm taking heed just for you"

E eu fui seguir a receita da minha médica e procurar uma prostituta. Quem sabe um pouco de sexo não me faria bem de verdade, né? Cheguei em um galpão de prostitutas, deitei na cama com uma e enquanto ela me fazia um boquete, eu comecei a falar.

- Sabe... eu me sinto muito anormal procurando uma prostituta. Eu sei que é normal, e não tenho nada contra vocês, imagina é só que eu... não é muito a minha cara, essa coisa de sair com qualquer uma. Um sou um cara muito intenso, cheio de sentimento e - eu fui dizendo

- Escuta aqui cara, você é gay? - ela perguntou

- Não. - eu respondi, de olhos arregalados

- Então cala a sua boca que você tá me depremindo, vai contar a sua vida chata pra um psicólogo.

Mal sabe ela que eu já tinha tentado. Paguei ela e sai de lá, porque aquilo não ia funcionar se a minha mente ficasse grudada na Glória e na Adrienne, que não me ligou ainda. Quando eu cheguei no meu quarto no Wasteland, me joguei na cama depois desse dia cansativo e comecei a compor Basket Case, sobre as minhas paranóias:

"Do you have the time to listen to me whine

About nothing and everything all at once

I am one of those

Melodramatic fools

Neurotic to the bone

No doubt about It


Sometimes I give myself the creeps

Sometimes my mind plays tricks on me

It all keeps adding up

I think I'm cracking up

Am i just paranoid?

Or am I just stoned


I went to a shrink

To analyze my dreams

She says it's lack of sex that's bringing me down

I went to a whore

She said my life's a bore

So quit my whining 'cause it's bringing her down


Sometimes I give myself the creeps

Sometimes my mind plays tricks on me

It all keeps adding up

I think I'm cracking up

Am I just paranoid?

Uh, yuh, yuh, ya


Grasping to control

So I better hold on


Sometimes I give myself the creeps

Sometimes my mind plays tricks on me

It all keeps adding up

I think I'm cracking up

Am i just paranoid?

Or am I just stoned"

Será que a Adrienne está passando por alguma fase de loucura também? Se ela estiver, junte-se ao clube.