De onde vinha aquele estranho objeto que tocava pratos? Aquela melodia que tanto ouvi e que falava direto com meu coração? Aquilo só podia ser obra de uma pessoa: Erik, meu anjo da música... Devo estar delirando, ele já não está entre nós, faleceu há muito tempo. Será que é imaginação minha? Como esse homem ainda causa esse efeito sobre mim?
Sou retirada de meus devaneios quando sinto uma presença sombria, viro-me para ver quem é o intruso e... Qual não foi minha surpresa quando Erik se adianta, a porta está coberta por fumaça, continua cheio de truques.

- Devia saber que estaria aqui. Como ousa vir me procurar, invadir minha vida?!

- Se você soubesse a dor pela qual passei, veria que não tive escolha, minha Christine.
- Tua Christine? Fui tua por apenas uma noite.
- Antes de você se casar... Você me encontrou, você veio até mim, não negue!

Uma música inteira me veio a cabeça naquele momento, imagens daquela noite derradeira povoou minha mente e coração. Por longos anos demos aquele homem como morto e agora aqui ele está... Tomando-me como sua propriedade novamente.

- Eu lhe amei! Sim! Lhe seguiria onde quer que fosse. Acordei para jurar meu amor e você havia partido!
- Eu precisei e nós dois sabemos a razão.

Não posso me arrepender, até o dia de minha morte, jamais poderei esquecer aquela noite sem luar...

- E agora?
- Como pode falar de agora? Para nós não há nenhum agora.