− Ecaaaaaa. – Enrico gritou. – Ta babando Joce. – comia seu doce e ela riu os olhando.

− Ecaaaaa. – riu mais ainda dividindo do seu com ele.

Victória gargalhou com o jeito deles dois e ficou também de pé e foi até eles quando se soltaram e os abraçou toda boba com aquela noticia. Heriberto também estava feliz pelos dois e os abraços emocionado deixando que suas lágrimas rolassem por seu rosto.

− Parabéns meus filhos! – secou as lágrimas.

− Obrigada papai! – o beijou e disse em seu ouvido. – É a hora de seguir em frente e deixar o passado para trás, ser feliz com o que temos e você vai conseguir porque eu estou aqui a seu lado e sempre vou estar porque eu te amo! – o olhou nos olhos e Heriberto sorriu em meio a suas lágrimas.

− Vamos conseguir! – ele disse com calma e olhou para Victória que sorriu para ele. – Eu amo muito vocês! – o abraço foi coletivo e eles deixaram o momento cheio de cor porque era assim que a vida tinha que ser dali em diante para que todos ficassem bem.

Eles ficaram ali comemorando por um bom tempo até que João levou Maria para que comemorassem sozinhos e Victória colocou as crianças para dormir, quando voltou ao quarto Heriberto estava deitado e olhava para o teto. Ela nada disse e foi até o closet, pegou uma camisola e foi para o banheiro, tirou aquela roupa que lhe apertava e foi para o chuveiro, precisava daquele banho pra relaxar o corpo e deixar que as dificuldades fossem embora.

Victória sabia que seu amor estava se afundando na depressão e ela não queria perdê-lo, sabia que era um processo bem difícil e que levaria tempo até que ele estivesse completamente bem, mas era tão dolorido saber que ele carregava aquela culpa que não era dele, não era dela e sim de pessoas maldosas que queriam justamente que eles se destruíssem entre si mais Victória somente tinha amor por ele e ficaria a seu lado enquanto ele quisesse.

Ela sentiu uns braços a segurarem e deu um pequeno salto por se assustar, mas Heriberto a segurou e a beijou no ombro acariciando sua barriga e ficou ali sentindo seu cheiro por longos minutos. Ela não disse nada apenas desfrutou do carinho que ele dedicava a ela e ele a virou beijando seus lábios e ela o segurou em seus braços, ele a amava tanto mais estava com tantas coisas ruins em sua cabeça que não o deixava ser feliz mesmo tendo de tudo ao seu redor, ela cessou o beijo e o olhou nos olhos com todo o amor que tinha por ele.

− Você está vestido ainda, meu amor! – acariciava seu rosto.

− Eu te amo! – a beijou novamente. – Você e nossos filhos são tudo para mim!

− Eu te quero bem! – sorriu com calma. – Te quero sorrindo e cheio de vida como sempre foi, quero que poder ver você e Enrico brigando como duas crianças! – ele teve que rir junto a ela. – É com esse sorriso que quero te ver todos os dias!

− Eu estou quebrado!

− Mas com amor vamos juntar cada pedacinho que se partiu e seremos felizes, vamos ter um filho e um neto, meu amor! – o beijou um monte de vezes. – Tudo esta caminhando para nossa felicidade e você não pode deixar que a maldade de Mayra vença!

− Eu não consigo ver um caminho... – suspirou.

− É só você olhar para nossos filhos, pra mim e buscar em nós a sua força a sua felicidade! – sorriu. – Eu estou aqui segurando a sua mão e não quero mais te encontrar como hoje!

− Eu não te prometo nada... – foi verdadeiro.

− Vamos amanhã mesmo ao medico e você vai ficar bem!

− Eu quero fazer amor com você! – pediu.

Victória sorriu, também queria fazer amor com ele e ela apenas o beijou na boca e tudo que ele vestia foi ao chão e eles fizerem amor intensamente deixando seus corpos e suas almas se conectassem mais uma vez. Victória iria fazer com que seu amor ficasse bem, ele iria voltar a sorrir e tudo de ruim que estava nele iria sumir porque com amor tudo se cura.

(...)

MESES DEPOIS...

Victória reluzia sua linda barriga de nove meses, seu menino se movia tanto que tirava muitas vezes seu ar, estava prestes a dar a luz e a ansiedade tomava seus dias e a hora não passava, ela queria conhecer logo o rostinho de seu menino e a cada passo se encontrava dentro do quarto que tinha preparado para ele e ali passava longos minutos agarrada aos ursos sentindo aquele cheiro maravilhoso. Heriberto estava sendo acompanhado e a cada dia que passou ficava melhor, o amor de todos era fundamental para que ele se reerguesse e ele já sorria naturalmente com tudo que se passava a seu redor e tinha a mesma ansiedade por conhecer o rostinho de seu menino.

João não ficava atrás em sua ansiedade e não via a hora de conhecer o rosto de sua menina, Maria estava tão feliz com a nova família que tinha ganhado e principalmente por Victória ter feito uma coleção completa para gestante. Era tão bom ser acolhida por eles, receber o amor e carinho de Victória que passava a maior parte do tempo junto a ela, as duas viraram confidentes e amigas de barriga, era assim que se chamava a nova coleção que tinha sido o maior sucesso com as duas na passarela.

Era por volta das três da tarde e Victória estava no quarto do filho, observava a tudo e buscava por algo que sentia que faltava ali, mas não sabia o que era, caminhou pelo quarto e do nada a porta se abriu. Enrico entrou correndo com um papel na mão e Joyce estava atrás dele, eles começaram a correr em volta do corpo de Victória e ela gritou para que eles parassem ou a machucaria ou eles mesmo poderiam se machucar.

− Mamãe, ele não quer me dar o papel! – Joyce falou nervosa por não conseguir pegar o papel.

Ela tinha se acostumado a chamá-la de mãe.

− Enrico, me de esse papel!

− Não! – correu para o outro lado do quarto.

− Onde ele pegou esse papel? – ela olhou para sua menina que ofegava.

− Ele pegou lá na gaveta do papai!

Victória no mesmo momento foi até o filho que tentou fugir, mas ela o segurou e tirou o papel de sua mão pensando ser algo de trabalho dele, ela leu o que tinha ali e de imediato sentiu um choque passar por todo seu corpo. Heriberto entrou naquele momento no quarto e a vendo branca foi de imediato até o seu amor e a segurou.

− O que foi meu amor? – tocou o rosto dele.

Victória o olhou nos olhos e sentiu as lágrimas queimarem seu rosto.

− Deu inconclusivo a pericia no rio? – seu coração batia acelerado.

Heriberto respirou pesado, tinha tentado falar para ela tantas vezes, mas ela não quis ouvir.

− Eu tentei te dizer! – falou com pesar. – Mas como tem muitos anos que o fato ocorreu possa ser que não tenha rastro do que Mayra fez!

− Mas pode ser que ela esteja viva! – os lábios tremeram.

− Ela não está! – era tão triste dizer aquilo. – Eu contratei algumas mulheres para tirar a verdade de Mayra e ela sempre confessou ter jogado nossa filha no rio.

− Maldita mulher! – amassou o papel.

− Você, não pode se alterar assim!

− Ela nunca vai nos deixar em paz! – chorou forte e o agarrou.

Heriberto a agarrou e beijou seus cabelos, tinha chorado tantas vezes ao olhar aquele papel que podia entender perfeitamente o que ela sentia e num gemido mais forte ela se soltou dele arfando e o liquido escorreu por suas pernas e ele não pensou em mais nada a não ser na chegada de seu pequeno. Tudo foi muito rápido e ele a levou para o hospital e ao chegar, ela foi encaminhada diretamente para a sala de parte e ele foi logo depois, seu pequeno tinha urgência em conhecer o mundo e com apenas cinco contrações ele nasceu com seu choro forte fazendo com que os dois chorassem.

Era a sua realização como mulher, era o seu desejo mais intenso e que ela pensou nunca poder realizar, mas ele estava ali para inundar seus corações de amor e paz, Heitor chegava no momento certo. Era o momento de fechar a porta do passado e dar lugar à vida, ao novo, a felicidade que somente poderia ser vivida se eles olhassem para frente e não é que eles fossem substituir a pequena Maria, mas ela precisa descansar e proteger a todos do céu. Victória recebeu seu pequeno nos braços e ele no mesmo momento a reconheceu e seu choro cessou.

− Oi meu amor! – ela falou toda boba dando o dedo a ele que segurou forte. – Esse é seu papai! – olhou para Heriberto que deixava suas lágrimas ainda rolarem por seu rosto.

− Oi meu campeão! – os olhinhos do pequeno correram rapidamente da direção da voz os deixando ainda mais apaixonados.

− Percebo que já é apaixonado pelos dois. – a enfermeira falou encantada.

Victória e Heriberto sorriram para ela e voltaram seus olhos ao pequeno que ficou por mais dois minutos em absoluto silencio mais logo a fome veio e ele chorou forte buscando o seio, ela entregou a ele e aqueles pequenos minutos segurando o seu mundo nos braços ela agradeceu a Deus por ser uma mulher completa. Heitor logo foi levado pela enfermeira e Heriberto a olhou sabendo que teria que sair, beijou seus lábios e disse tocando em seu rosto.

− Eu te amo!

− Eu também te amo! – sorriu e o beijou nos lábios. – Vá avisar os outros que eu estou bem e que nosso filho é lindo! – falou toda babona e ele riu alto.

− Eu volto logo para ficar com vocês!

Ela assentiu e depois de mais um beijo ele saiu e a medica terminou o procedimento e a encaminhou para o quarto, era uma nova fase e eles iriam viver intensamente como tinha que ser...