William e Gilbert chegaram à casa de Betty- agora de William também, visto que o homem não saía mais de lá- cheios de sacolas de mercado. Betty resolvera fazer um churrasco para o pessoal de seu trabalho, no intuito de se aproximar mais de seus colegas. Ela também havia convidado seu filho e a namorada, e agora Gil e William estavam encarregados de cuidar da carne e das bebidas.

—Eu acho que compramos comida para alimentar todos os times da ML ... sua mãe não precisa se preocupar com mais nada.

—Há! Essa eu quero ver. Mamãe parece que está servindo um jantar para a rainha da Inglaterra de tão nervosa que está.

Os homens riram e começaram a guardar os alimentos em seus devidos lugares.

Enquanto trabalhavam, William observava seu filho pelo canto do olho. Ele estava diferente...distraído. Gil sempre fora muito compenetrado desde pequeno. Para ele estar daquele jeito havia algo de estranho.

—Gil...- ele perguntou levando as cervejas para onde o filho estava arrumando o cooler- Está tudo bem com você? - William imaginou que o filho pudesse ter brigado com Sara, já que ele não o ouvira mencionar nem um minuto sua futura nora.

—Está, sim- Gil começou a botar as latas no cooler, sem dirigir o olhar ao pai. Mas logo parou o que estava fazendo, fechou o cooler e o usou como banco.

—Pai... eu tenho algo que quero falar com o senhor.

O homem mais velho parou e escutou a história de Gil. Assim como Sara, ele não se surpreendeu com a notícia.

—E você já aceitou? - ele quis saber.

—Na verdade, não...

—E qual é a sua dúvida, Gil? Eles são um grande time. Pense no que isso vai fazer com a sua carreira!

—O problema não é a minha carreira, pai... isso eu posso ter com qualquer time! O problema é o que eu vou deixar aqui.

William cruzou os braços e levou uma das mãos até o queixo, analisando seu filho.

—Gil... meu filho... eu entendo de onde você está vindo..., mas realmente acho que você está criando problemas onde não tem. O que você realmente quer fazer?

—Eu? Eu quero... eu quero ir...- ele admitiu. Era o sonho dele de criança , de quando começou a descobrir o basebal.

—Eu também acho que você deveria ir. Você precisa de seu próprio espaço para crescer... e não da sombra de seu pai em cima todo o tempo.

—Você não é tão ruim assim.

—Que bom! Mas nós sabemos que minha entrada no time te causou muitos problemas... e trabalhar comigo como técnico... eu ouço o que o povo fala. Que você só chegou aonde está porque eu te protegi... e tem toda a situação nos Devils...

—Eu não gostei quando você veio... mas tenho de admitir que após tudo isso... foi a melhor coisa que nos aconteceu.

—Fico feliz de você pensar assim, filho. E agora, acho que você tem outro caminho a trilhar... vai lá, Gil, e mostre a esses filhos da mãe que você é o melhor jogador que a história já conheceu!

Gil sorriu. Ele não sabia como precisava do aval do pai antes de tomar qualquer decisão. O que era realmente estranho para ele, já que por muitos anos guardou muito rancor por seu velho. Mas eles haviam crescido muito nesse tempo juntos. Era um alívio perceber o quanto.

— Mas e quanto a Sara? Já conversou com ela sobre isso?- o pai quis saber.

—Sim... na verdade... ela aceitou tão bem que eu acabei pedindo ela em casamento- Gil comentou, achando muito estranho aquelas palavras saindo de sua boca. Ele, noivo?!

— O quê?! Mas isso é maravilhoso meu filho!- William quase que exclamou e puxou Gil para um abraço apertado, e o filho retribuiu o abraço gratamente.

Foi desse jeito que Betty encontrou os dois na cozinha. Achando a cena gratificante e ,ao mesmo tempo, curiosa, a senhora apagou e acendeu a luz da cozinha para chamar a atenção dos dois.

“ Posso saber o que os senhores estão aprontando aí?”

William olhou para o filho e disse para ele.

—Essa é a sua deixa, campeão.

Gil se virou para a mãe e sentiu o frio na barriga o consumir. Ele stabia que a senhora gostava muito de Sara, mas ainda assim teve um medo irracional dela não curtir tanto a novidade quanto seu pai.

“Mãe... eu e Sara vamos nos casar!”

Betty abriu a boca de surpresa. Olhou de um homem para o outro, como quem quer confirmar uma notícia surpreendente. Mas antes que Gil pudesse ter um colapso nervoso, ela se recuperou, e com os olhos cheios de lágrimas foi abraçar o filho.

Quando Gil finalmente conseguiu se desfazer do abraço materno ele continou

“Eu sei que devia esperar a Sara para contar, mas o assunto surgiu e eu não poderia contar para meu pai e te deixar de fora.”

“Ah, meu filho? E como foi que você fez? Você tinha um anel? Foi romântico? Ai meu Deus, meu menino vai casar!”

Gil olhou para o pai, pedindo ajudar com o olhar. Sua mãe estava impossível de agitada!

“Mãe... foi de repente, eu nem tinha anel e ...

“O quê? Gilbert Grissom, como você me pede a mão em casamento dessa moça sem um anel! Eu achei que te ensinei melhor que isso!

“Betty, querida! Os tempos são outros! Sinta-se feliz em saber que ao menos eles vão mesmo se casar em vez de somente juntar as escovas!”

A mulher fulminou William com os olhos. Betty podia ser bem assustadora quando queria. Antes de esperar por um banho de sangue entre seus pais Gil retomou a prosa.

“Eu estava esperando que pudesse usar o anel da vovó.”

—“Ah! Sério, Gil? Você acha que Sara não vai preferir algo mais novo?”- ela quis ter certeza, mas Gil pode ver o prazer estampado no rosto da mãe com a ideia de passar esse tesouro adiante.

“Não. Sara não teve a oportunidade de seguir muitas tradições em sua vida, por isso eu acho que ela vai se sentir lisonjeada em participar desta.”

“Espere aí um instante!”

Com uma agilidade que surpreendeu Gil e William, Betty sumiu da cozinha e voltou com uma caixa cor de bordeaux, da qual Gil se lembrava de ter retirado uma vez um anel para presentear Nicole Daley. Nossa, há quanto tempo foi isso?! Uma vida, ele pensou.

Betty abriu a caixa e observou o anel com carinho. Era uma peça única, feita à mão por um joalheiro que não mais existia. Era um design elegante. De ouro, com belos aros e delicados arabescos, um diamante central circular acompanhado de minúsculos diamantes em volta. Gil pensou que ele mesmo não poderia escolher algo mais belo.

“Eu espero, meu filho, que você seja muito feliz em seu casamento, como eu fui com o seu pai.”

“Eu serei, mãe. Eu sei que serei.”

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Por conta de uma cena de crime envolvendo a família de um proeminente morador de Vegas, Sara não conseguiu comparecer ao churrasco de Betty. A senhora ficou desapontada, mas pediu a Gil para dizer a Sara que não se chateasse. Ela daria outro jeito de ver a nora por aqueles dias.

Assim, mesmo quando Gil chegou em casa tarde da noite, o apartamento ainda estava vazio. Ligou para sua futura esposa- ele ficava extremamente feliz de dizer isso- que o avisou que estaria em casa dali a uma hora, mais ou menos. O que deu a Gil tempo o suficiente para fazer uma surpresa.

Por isso, quando Sara chegou do trabalho morta de cansada, ela se deparou com uma sala iluminada por várias velas. Colocando a bolsa e as chaves no aparador, ela deu um leve sorriso. Havia no chão um caminho de rosas, que ela sabia que se seguisse toparia com seu noivo.

Ainda que estivesse cansada, ela não pode deixar de admirar o gesto. Só esperava que Gil não desejasse por muitas estripulias aquela noite. Ela não sabia se daria conta.

Seguindo o caminho até a suíte do casal, viu que as pétalas não levavam a cama, como havia pensado. O caminho terminava no banheiro, e o ambiente também iluminado por velas. Lá estava Gil, vestindo somente um moletom com o logo dos Devils. A visão de seu noivo, de seu corpo musculoso iluminado pelas chamas fez com que borboletas nascessem no estomago de Sara. Cansada ela poderia estar, mas ele fez acender nela o desejo pelo que via a sua frente.

—Uau...- ela sussurrou e entrou no comodo. Gil se levantou e sorriu para ela.

—Bem vinda, honey... achei que depois do dia de hoje precisasse ser tratada como a deusa que você é.

—Ah, Gilbert!

Gil riu e puxou a noiva para seus braços. Beijou-lhe a boca com vontade, descendo os lábios até onde o decote alto da blusa dela deixava. Sara passou as mãos pelos braços do noivo até chegar ao peitoral. Ela adorava a sensação dos poucos pelos que o homem tinha roçando em sua pele. Mas Gil não queria ser distraído.

—Não, amor... essa noite é para você... deixa eu te ajudar com essas roupas.

Gil despiu sua amada lentamente. Primeiro tirou o elástico que prendia os cabelos abastados dela. Um beijo. Depois, levou as mãos a blusa dela e a puxou delicadamente para cima, tomando o cuidado de roçar com os dedos todo o caminho, arrepiando a amada em desejo. Um beijo no centro do pescoço dela. Uma olhada para baixo e ele pode ver o corpo dela responder as carícias através do sutiã de renda que ela usava. Conteve um gemido. Ela, impaciente, desabotoou a calça social que usava, mas Gil retirou as mãos dela dali com mãos firmes, mas suave. Um tisque, tisque. Não queria ser apressado. Desceu a calça pelas longas e alvas pernas de Sara. Ele sabia por experiência da maciez delas, e roçou a barba por onde tirava o tecido. Desabotoou o calçado com ternura. Levantou um pé por vez para tirar a meia, e em cada um deu uma delicada mordida. Ela era gostosa em todos os cantos! Desimpedido, tirou a calça. Sentado no chão, apreciou a vista que ela fazia, só de calcinha e sutiã. Deusa de seus sonhos.

Sara ofereceu a mão e ele aceitou, levantando-se rapidamente. Procurou a boca dela novamente. Amava beijá-la. Retirou as últimas peças e encarou o corpo perfeito de sua noiva.

—Você é realmente a visão de beleza. Agora, para dentro da banheira, antes que eu desista disso tudo...- ele murmurou. A voz rouca de tesão.

—Você não vem comigo?- ela pediu. Ele não saberia dizer não a ela. Retirou o moletom e puxou um banquinho com um balde cheio de gelo, com uma garrafa de espumante descansando ali. Abriu a garrafa, que estourou num estrondo.Deixou próximo a banheira e entrou junto com a amada. A temperatura estava um pouco quente demais para seu gosto, mas ele podia aguentar. Ajeitou Sara para que ela deitasse em seu peito.

A morena gemeu em satisfação. Seu corpo cansado finalmente ia relaxando do dia. Gil pegou uma única taça, encheu do líquido dourado e deu a ela. Sara deu um bom gole. Pode ver que era das boas. Seu noivo não era mão de vaca com bebidas. Ofereceu o copo a ele, que deu um gole e devolveu a amada.

Enquanto consumiam a bebida, Gil aproveitou para brincar com o corpo da amada. Ensaboando as mãos, passou-as por toda a entensão, desde os seios até as pernas. Entretanto não encostou onde a morena mais ansiava.

—Gil...

Ele riu, e Sara largou o copo vazio no banquinho, passou as mãos por trás e o pegou de jeito. Gil gemeu e se ofereceu a ela.

—Ah, é... você pode, e eu não?

Gil puxou a noiva e a esmagou em seu peito. Ela sentiu o corpo dele rijo e rebolou. Gil finalmente levou a mão onde ela mais queria.

—Você não é fácil, amor. Eu queria fazer você relaxar, mas pelo visto...

— Não fala mais nada... só me beija...

E assim ele fez, e eles consumaram o amor deles na banheira.

Após chegar ao ápice juntos, Sara deixou o peso todo cair no namorado. Ainda juntos, ele distribuiu beijos por todo o pescoço dela, enquanto falava o quanto a amava.

E assim que eles recuperaram o fôlego Gil lembrou. Sentou-se mais reto na banheira e tateou a mesa em busca de um pequeno objeto.

— O que está fazendo, Gil?- ela quis saber o motivo dele perturbar o descanso dela.

Gil voltou a posição inicial fazendo com que Sara novamente nele se encostasse. Procurou a mão direita dela e, com os movimentos certeiros, deslizou seu anel de noivado.

—Você me distraiu mais cedo. Eu queria ter cuidado de você, feito uma massagem e depois...- ele elevou a mão dela para que ela visse o que fizera.

—Gil... é lindo..- a emoção estampada na voz, o olhar que ia do anel ao noivo.- eu amei... e eu te amo, muito.

Novamente um beijo. Finalmente noivos. Em breve... felizes para sempre.