Bruce olhava a seu redor. Estava em Elm Street, apesar de não saber exatamente como sabia disso. Começou a andar pela rua, ligeiramente desconfiado.

Estava saindo dela quando ouviu alguém gritando, de algum dos prédios ao redor - um grito de dor, de terror, de sofrimento.

—Mas que diabos está acontecendo?- ele se perguntou, enquanto corria as escadas em busca do refém. Entrou em um apartamento, de número 204, e deu de cara com uma cena perturbadora.

Uma garota, com cerca de 16 anos, estava deitada no chão, coberta de sangue. Sobre ela, um homem, de suéter vermelho com listras verde escuras, chapéu marrom e uma luva com garras. Sua pele era queimada, com tecido e músculos expostos. Ele estava torturando a garota, suas garras afiadas roçando a pele dela. De repente, ele levantou a mão e, com um golpe, decepou o braço da vítima. Bruce pôde ouvir outro grito vindo da boca da garota, sangue espirrando pelo toco do braço decepado. O algoz, levantado, ria de prazer, deliciado com o terror de sua presa.

Mas, de repente, ele sumiu, envolto em chamas. A garota, por fim, tombou a cabeça na direção do espectador horrorizado. Ela parecia tentar falar. Bruce se aproximou, cautelosamente. Quando chegou perto o suficiente, agachou-se para ouvir o que aquela pobre alma tinha a lhe dizer.

—Bat...man- ela murmurou. -Bat...man.

—Sim. Sou eu.- De súbito, ele se viu uniformizado, o traje cobrindo seu corpo. -Estou aqui.

—Venha... a Elm Street... detenha ele... nosso carrasco, o demônio...

—Eu irei até aí. Quem é esse monstro? Qual o nome dele?

A resposta veio baixa demais para ser ouvida. Bruce sabia que ela estava morrendo, e ela era sua única pista.

—Eu não ouvi- ele disse.- Quem é ele?

—Ele... e...le... é... Fred...dy, Freddy.

—Freddy? Mas que Freddy?

A garota parecia mal respirar.

—Freddy Kru... AAAAHHHH!!!

Do chão, o homem que a torturava - a quem ela chamava Freddy - apareceu. Agarrou-a, e simplesmente atravessou a garota com sua luva.

Bruce caiu pra trás, surpreso. Viu a mão de Freddy atravessar a garota, na altura do coração, e o próprio jogou o corpo no chão.

—MALDITO! - gritou Bruce. Já bastava; agora ele era o Batman, enfurecido, avançando sobre seu inimigo. Saltou sobre ele...

...e Freddy não estava lá. Quando se levantou, viu o monstro parado na porta , rindo. Ele fez um gesto, e Batman começou a flutuar em sua direção. Quando Freddy o agarrou, Bruce ouviu-o falar, levantando a mão com as garras:

—Bons sonhos, morcego.- E baixou a mão.

O grito que Bruce soltou era um misto de raiva e medo. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se no quarto, chamando por Alfred.

...

—Mestre Bruce, acalme-se!

—Não! O maldito matou alguém na minha frente! Na minha frente!

—Foi só um pesadelo, Bruce!

—Não, Alfred. Não foi. Eu sei que foi real. Vou esperar até amanhã - Jack Ryder é o jornalista mais rápido de Gotham. Se algo aconteceu mesmo, vai aparecer amanhã, no Gazeta de Gotham. Eu vou esperar, e quando chegar a hora, eu vou até Elm Street.