Não deu outra: os temores de Bruce se confirmavam. A garota havia sido brutalmente morta durante o sono, e ele fora testemunha. Agora era hora de agir.

—Alfred, irei arrumar minha ida até Springwood. Avise Gordon.

—Calma, senhor- disse Alfred.- O próprio mandou uma mensagem para você. Parece que ele quer te ver.

Bruce retirava a camisa, mostrando seus músculos para Alfred e Damian, e logo pôs a parte de cima do Bat-Traje.

—Gordon quer me ver?- ele repetiu. Parecia ligeiramente desconfiado.

—Sim- disse Damian, entrando na conversa.- Ele diz que tem algo relacionado ao caso de Elm Street.

Bruce vestiu as calças, luvas e cinto. Damian foi pondo seu traje também, só faltando o cinto e a máscara.

—Irei até o DPGC então. Se tem algo a ver com o caso, pode ser importante.

...

Dirigindo o Batmóvel, Batman refletia sobre todos os pontos a ser ligados.

Quem é esse Freddy?, ele perguntou mentalmente. Como ele mata as vítimas em seus sonhos? E qual é sua motivação para fazer isso? Devo agir rapidamente... Talvez Gordon tenha algo importante para mim no DPGC.

—Pai - chamou Robin.- Chegamos.

Damian apontava a imponente fachada do Departamento de Polícia de Gotham City, aproximando-se rapidamente. Batman freou o Batmóvel, e apertou o botão Ejetar.

Enquanto era lançado na escuridão da madrugada, quase manhã, o Homem-Morcego sentia o ar frio batendo em seu rosto. Olhou para trás. Robin estava logo atrás dele. Abrindo sua capa, Batman planou na direção do Bat-sinal.

...

James Gordon passava pelo hall do DPGC. Passou pelo tenente Aaron Cash, que lhe cumprimentou.

—Comissário- ele falou.

—Cash. Oi- Gordon respondeu. Ele parecia ter algo a falar.

—Ele está à espera no seu escritório.

—Obrigado, Aaron. Já imaginava que ele estaria adiantado.

Ele entrou no escritório. Escuro. Foi até sua mesa e esperou. Alguns segundos depois, duas figuras desceram do teto.

—Comissário.

—Olá, Batman- disse o nada surpreso comissário. -Vejo que Robin também veio.

Os dois encaravam Gordon. Ele pigarreou.

—Bom, acho que você sabe por quê está aqui...

—Sim, os assassinatos de Elm Street. Minhas fontes dizem que você tem algo para mim.

—Acho que sim. Você leu o Gazeta de Gotham de hoje?

—Li.

—Bom, parece que nós recebemos uma edição especial. Hoje, no horário normal, o jornal chegou aqui. Mas este, que chegou pra mim, era bem estranho... olhe.

Ele sacou um jornal de sua gaveta, e o passou a Batman. Ele viu o detetive encarar a manchete.

Na capa do jornal, havia algo escrito em sangue - ou, Gordon desejava, tinta vermelha. A mensagem era a seguinte:

"ELM STREET"

"MATANÇA"

"PROTEÇÃO"

"BATMAN"

—Alguém quer que eu vá até lá- disse o detetive. -Coincidência, pois era justo o que eu ia fazer.

—Você vai deixar Gotham? - perguntou Gordon, tenso. -Então quem vai cuidar da cidade?

—Pedi para que Asa Noturna viesse para cá. Enquanto ele estiver fora, Robin Vermelho vai cuidar de Blüdhaven.

—Muito bem. Então, aqui nos despedimos.- Gordon estendeu a mão,e Batman a apertou. Robin, que permaneceu quieto o tempo todo, olhou para os lados, e abraçou o comissário.

—Robin, você não vai comigo. É perigoso demais... Então por quê se despede do comissário?

Robin enrubesceu. Ficou com cara de zangado e socou de leve o pai, enquanto este sacava uma bomba de fumaça e a jogava no chão. Quando ela baixou, os dois haviam sumido.

...

O Batplano já estava pronto. Batman carregava alguns aparelhos para dentro dele, enquanto era ajudado por Dick Grayson, o Asa Noturna. Alfred e Damian olhavam, enquanto ele colocava o capacete.

—Bom, acho que por enquanto, é adeus. Apesar de ainda nos falarmos pelo comunicador. Avisem Oracle, ela será útil para a operação.

—Sim, patrão Bruce. Bem, adeus. - Alfred o abraçou, e Bruce retribuiu.

Asa, quieto, mas sorrindo, estendeu a mão e apertou a dele. Robin correu até o pai e o abraçou. O Cavaleiro das Trevas embarcou no Batplano, ligou os motores, e partiu.