Bruce acordou. Estava numa maca, numa caverna. Com computadores, plataformas e um carro blindado que mais parecia um tanque, dentro dela.
Levantou-se e olhou ao redor. Como retornara à Bat-Caverna? Quem o trouxera?
—Patrão Bruce, graças a Deus!
Alfred veio correndo de onde estava para falar com o amigo.
—Ah, que bom é revê-lo acordado...
—Obrigado, Alfred, mas... como eu cheguei aqui? Como me acharam?
—Rastreando seu traje.
Damian Wayne chegava, vestido como Robin, mas sem a máscara. Assim que ele chegou, percebeu que havia tido a sua removida, e seu peito despido da roupa. Só o cinto, a calça e as botas lhe restavam.
—É bom te ver de novo, pai...-o garoto o abraçou. Mas logo, soltou-se do abraço.- O comunicador ficou mudo de repente, pensamos que você tivesse... se metido em encrenca.
Você nem imagina, pensou Bruce.
—Bem, e como me trouxeram de volta? Springwood fica do outro lado do país, praticamente.
—Bem...- Alfred começou.
—Pedimos ajuda a ele.
Damian apontou para o outro lado da caverna. De lá, Batman viu um vulto.
Um cabelo preto impecável. Botas, cinto e capa vermelhos. O "S" vermelho com fundo amarelo contrastava com o uniforme azul, aproximando-se do trio.
Superman olhou para Bruce e disse:
—No que você se meteu? Faz um mês que o Batman sumiu tanto de Gotham quanto da Liga da Justiça!
—Desculpe, Clark- ele respondeu.- Estou em um caso... meio anormal. Sobrenatural, eu diria.
Superman analisou-o.
—E você pretende voltar para o caso, não?
—Sim. Já descobri quem está matando as pessoas e por quê. E quer me matar também. Agora, o problema é pegar o demônio.
Alfred interferiu:
—Mas você não pode ir, mestre Bruce! Você acabou de voltar!
—Sim, eu acabei de te trazer de volta enquanto você dormia!
Quando Clark disse isso, um pensamento passou pela cabeça do Cavaleiro das Trevas: e se Krueger tivesse vindo com ele? Será que Freddy o acompanhara até Gotham? Essa dúvida começou a devorá-lo por dentro.
—Bruce? Bruce!
Ele percebeu que tivera um devaneio,e que este não passou despercebido por Superman e Alfred. Perceberam que algo passou por sua cabeça, mas resolveram não comentar.
—Desculpem, perdi o foco- disse, logo percebendo o quão óbvia a afirmação fora.- A questão é... eu tenho que treinar contra o assassino. Ele é um monstro cruel, que mata só por diversão e se alimenta do medo que têm dele. Um demônio, literalmente.
—Uau- falou Clark.-Bruce, não sei se posso ajudar contra o sobrenatural, mas caso precise de ajuda, há três pessoas que podem. E eu posso chamá-las... ao menos uma delas.
—Ótimo. Muito obrigado, Clark. Mas por enquanto, preciso me ausentar da Liga. Tem alguém para me substituir?
—Tem o Arqueiro Verde...
Bruce revirou os olhos.
—Que seja então.
Os homens se abraçaram, e Clark levantou vôo.
—Até logo, Bruce- ele disse.-Para o alto e avante!
Dito isto, disparou pela saída do Batmóvel e foi embora.
...
Bruce passou o dia inteiro treinando. Técnicas de combate, esquivas, como ocultar-se rapidamente, como ter um sonho lúcido. Era a coisa mais importante naquele momento.
Alfred lhe disse:
—Senhor. Eu sei o que você vai fazer... acho. Vai se deitar, dormir, e esperar que seu assassino apareça.
—Isso- ele respondeu.
—E quer que eu monitore a sua mente...
—Isso- ele repetiu.
—... para que possamos capturá-lo.
—Exatamente. Vejam meu sonho, então o verão.
Bruce vestiu seu melhor traje: o traje Knightmare. Era semelhante a uma armadura, porém mais flexível e rápida, além de resistente. Pintada com tons de azul-noite e cinza escuro, era o melhor traje que tinha, apesar de só usá-lo em situações de sério risco. Pondo o capacete, que cobriu seu nariz e boca, deu a ordem para darem-no os sedativos. Então, quando seus olhos foram fechando, ouviu novamente aquela risada, como previra. Então disse a Alfred:
—Te vejo... do outro lado.
...
Damian Wayne estava na sala de estar da Mansão Wayne. Alternava entre os canais de notícias, procurando qualquer coisa para se entreter. Nada.
Parou em um canal.
Um repórter estava em Metrópolis, falando de um festival que ali aconteceria. Damian gostou da roupa dele. Principalmente de seu suéter vermelho, com listras verde-escuras.
A reportagem estava chata. Trocou o canal.
Uma novela. Um homem de chapéu marrom estava por cima de uma mulher, erguendo uma faca sobre ela. Enquanto a faca descia e subia, manchada de vermelho, Damian olhava para o chapéu que caiu no chão. Achou que seu pai ia gostar de ter um.
Mudou de canal, outra vez.
Era um filme de terror. O casal corria do assassino,que os perseguia. Eles se encurralaram num beco. O matador, usando uma máscara de hóquei, levantou sua mão, que vestia uma luva marrom com garras de metal.
—Agora vocês são meus!- ele gritou.
—Cha-to- bocejou Damian. Desligou a TV.
Assim que levantou do sofá, sentiu um pouco de fome, e foi à cozinha. Abriu a geladeira e pegou um pedaço de torta de amora que Alfred lhe deixara, mais a jarra de suco de morango.
Ao fazer isso, viu um reflexo na jarra. Um homem. Virou-se, mas não viu ninguém.
Subiu para o quarto, sentou-se na cama e comeu a torta. De repente, ficou sonolento...
Deixou o prato na cabeceira e esfregou os olhos. Não funcionou; ao contrário, ficou com mais sono.
Inconscientemente, foi deitando-se. E, piscando de sono, dormiu.
A última coisa que viu antes de fechar os olhos, foi Freddy ao lado da cama, sorrindo.