Kang Sora’s POV

Então ele havia marcado um encontro com a idiota da Taeyeon? Quem ela pensa que é? Ele é meu marido. De mentira, é claro, mas será de verdade no futuro. Ela não ia tirá-lo de mim. Não ia mesmo.

Leeteuk estava descendo as escadas e indo direto pra saída do hotel. Usava um jeans desbotado, uma camisa de gola V branca e um tênis simples, junto com um boné e óculos escuros. Estava lindo, mas não pra mim, então muito menos seria pra Taeyeon.

— Oppa! — chamei-o. Ele olhou e veio até mim.

— Bom dia, Sora — cumprimentou.

— Bom dia — sorri —. Aonde você vai? Temos que gravar o programa, esqueceu?

— Não posso hoje. Tenho um compromisso...

— Ah, não! Você me fez vir até aqui pra não gravarmos bem no dia em que está livre? Eu já chequei sua agenda. Você não tem nada pra hoje e eu já planejei nossa manhã pra gravação do programa. Vamos.

— Eu não posso...

— Você estava indo a algum lugar? — interrompi-o — Podemos ir juntos então. Como um bom casal.

— Não, eu... — hesitou ele — Tudo bem — ele respirou fundo —. Vai ser rápida a gravação?

— Sim — sorri, satisfeita —. Vamos.

Assim, levei-o até um parque que eu havia encontrado. Era um parque bonito para passear. Com o inverno chegando, parecia ainda mais bonito. Leeteuk segurava minha mão e eu estava bem satisfeita por ter conseguido afastá-lo de seu “compromisso”, até que ele pegou o celular e olhou preocupado.

— Nada de celular enquanto estiver comigo — sorri e peguei o celular de sua mão —. Sem preocupações, sem celular.

— É importante. Devolva, por favor — pediu ele.

— Nada é mais importante do que nós agora, oppa. Ou você tinha algo mais importante pra fazer agora do que estar junto a mim? — perguntei em um tom desafiador. Duvidava que ele fosse dizer algo na frente das câmeras durante a gravação do nosso programa.

— Não — respondeu ele, derrotado.

Continuamos nosso passeio. Agora não teria nada para nos atrapalhar. Nós fizemos muitas coisas: andamos de bicicleta, tomamos chocolate quente comprado por Leeteuk, comemos alguns lanches e conversamos bastante.

Depois de tudo isso, já se passava da hora do almoço. Taeyeon já devia ter ido embora do local que eles combinaram, mas eu ainda estava insegura. E se ela não tivesse ido embora? Eu tinha que prendê-lo mais um pouco, entretanto, faltavam-me desculpas.

— Já que acabamos de filmar, vou indo — disse ele.

— Não, oppa. Eu... — hesitei. Não sabia o que fazer. Minha sorte era que uma ideia veio a minha cabeça bem a tempo — Eu não estou me sentindo bem. Devem ter sido aqueles lanches que... — fingi ficar tonta e cai, sendo segurada imediatamente pelos braços dele.

— Sora! Sora! — exclamava ele — Acorde. Você está bem? Diretor, ajude-me aqui.

Senti várias mãos segurando-me.

— Oppa? — chamei com a voz fraca — Você vai ficar comigo?

— Não se preocupe — disse Leeteuk, preocupado —. Estou aqui com você.

Acenei fracamente. Eu merecia um prêmio como melhor atriz. Até eu estava começando acreditar que eu estava passando mal.

— Vamos levá-la de volta ao hotel — disse Leeteuk —. O médico que veio junto conosco pode examiná-la. Se levarmos pra um hospital pode causar muito alvoroço.

Com isso, colocaram-me dentro da van e levaram-me de volta ao hotel. Como o esperado, Leeteuk permaneceu ao meu lado o tempo todo

Taeyeon’s POV

Onde ele estava? Eu estava esperando há horas, há oito horas exatamente, e ele não aparecia. Nem ao menos telefonou. Eu já havia ligado várias vezes, mas o celular dele estava desligado. Eu estava congelando, mas ainda esperava por ele.

— Taeyeon-ah — chamaram-me. Levantei a cabeça de imediato. Era Eunhyuk.

— Ah, oppa — cumprimentei-o com um aceno de cabeça.

— Você está bem? Parece estar morrendo de frio — ele sentou-se ao meu lado e colocou uma jaqueta que segurava em meu ombro —. Leeteuk teve que gravar WGM de manhã e não conseguiu te avisar. Depois, Kang Sora começou a passar mal, então teve que voltar com ela pro hotel. Ele pediu pra eu vir aqui te buscar.

— Ele não virá? — perguntei, sentindo-me tonta.

— Não — respondeu Hyuk.

— Ligue pra ele — pedi —. Diga que ainda vou esperar aqui.

— Taeyeon, você parece fraca. Comeu alguma coisa durante esse tempo que ficou esperando?

Balancei a cabeça em negação.

— Vamos embora então — disse ele, assustado —. Você precisa se alimentar e se aquecer, senão ficará doente.

— Não, oppa — respondi —. Leeteuk tem que vir. Tenho medo de não ter outra oportunidade.

— Vai ter outra oportunidade, sim. Agora vamos.

— Oppa, eu finalmente reuni coragens. Finalmente decidi contar a ele como eu me sinto. Tenho medo de perder essa coragem que reuni. Medo de não conseguir fazer isso nunca mais. Você me entende? Eu preciso fazer isso agora. Por favor... — comecei a sentir lágrimas rolando sobre meu rosto e o vento gelado que batia fazia-me ficar com mais frio.

— Taeyeon-ah... — ele pareceu pensar —. Tudo bem. Vou falar pra ele vir pra cá.

— Obrigada — agradeci.

Vi-o pegando o celular e discando o número de Leeteuk. Encostei minha cabeça em seu ombro e senti meus olhos fechando. Depois disso, não vi mais nada.

Leeteuk’s POV

Já havia pedido à Eunhyuk que buscasse Taeyeon há um tempo e estava começando a ficar preocupado quando meu celular começou a tocar.

— Eunhyuk? — atendi — Conseguiu encontrá-la? Ela está bem? Diga a ela que sinto muito, por favor.

— Calma, hyung. É melhor você vir pra cá. Ela estava pedindo pra te chamar.

— Não pode só trazê-la?

— Não — respondeu ele —. É melhor você vir pra cá.

Desliguei o celular e chamei nosso motorista. Fomos para van e ele me levou à London Eye o mais rápido que pôde.

Quando cheguei, avistei Taeyeon com a cabeça apoiada no ombro de Eunhyuk. Fui até eles e percebi que ela estava dormindo.

— Assim que desliguei o telefone, ela dormiu — disse ele —. Desculpe, hyung.

— Sou eu quem deve se desculpar por ter te causado esse incômodo.

— Não foi nada — respondeu ele —. Vamos embora. Taeyeon não comeu nada o dia todo e parece estar congelando.

Acenei com a cabeça, peguei-a no colo e a levei pra van. Ela parecia exausta. O que eu tinha feito com ela? Meu pequeno anjo. Eu estava tão preocupado com ela que tinha até me esquecido de Kang Sora.

Sentei perto da janela e deitei-a no banco, deixando sua cabeça em meu colo. Afastei o cabelo de seu rosto e acariciei suas bochechas.

Ela se remexeu e segurou minha mão.

— Medo... — disse ela —. Leeteuk... — ela se moveu mais uma vez — Eu o amo tanto... Leeteuk...

Olhei confuso pra Eunhyuk, que estava sentado na minha frente.

— Eu te disse pra não tirar conclusões precipitadas — disse ele, sorrindo.

Sorri de volta e olhei pra Taeyeon. Ela ainda segurava minha mão. Entrelacei nossos dedos e acariciei seu rosto.

Ela me amava. Eu mal podia acreditar. Kim Taeyeon realmente me amava. A alegria que me invadia parecia querer explodir pra todos os cantos do mundo. Mas eu ainda precisava conversar direito com ela. Queria vê-la tentar me falar o que ela sente por mim. Seria uma cena um tanto engraçado agora que eu já sabia a resposta. Eu a deixaria envergonhada e depois roubaria um beijo, deixando-a mais envergonhada. As possíveis cenas de nós dois não saiam da minha cabeça e eu mal podia esperar para vê-las se tornando realidade.

Chegamos ao hotel e fui informado de que voltaríamos para Coréia somente no dia seguinte devido às condições de Kang Sora e, agora, de Taeyeon. Deixei-a em seu quarto com um bilhete amarrado em uma rosa vermelha em cima do criado-mudo ao lado de sua cama.