Taeyeon’s POV

Acordei com vozes ao meu redor. Abri os olhos devagar e vi as oito meninas mais importantes pra mim. Tentei sentar, mas minha cabeça doeu e tudo pareceu girar.

— Unni — Yuri segurou-me —, você está bem?

— Só estou um pouco tonta — respondi.

— Preparamos isso pra você — Sooyoung elevou uma badeja em seu colo —. É melhor comer antes que esfrie.

— Fizemos do jeito que você gosta, unni — disse Seohyun.

Tentei sentar novamente, dessa vez, mais devagar. Sooyoung colocou a bandeja em meu colo, mas ainda a segurava. Jessica pegou a colher e deu a comida na minha boca. A sopa estava muito boa. Tinha o mesmo sabor de sempre. Sabor do amor das minhas amigas. Isso soava clichê, mas não achei outra palavra pra descrever. Elas eram sempre tão atenciosas comigo e sempre cozinhavam quando alguém ficava doente. Posso dizer que amava essa parte de ficar doente: receber mais amor do que o normal das minhas melhores amigas.

— Obrigada, meninas, de coração — respondi.

— Não podemos deixar nossa líder doente — responde Sunny.

— Sinto muito estragar nosso momento fofo — disse Tiffany —, mas já está quase no horário de sairmos e Taeyeon ainda precisa se trocar.

Elas concordaram e saíram do quarto.

— Ah, Leeteuk deixou isso pra você — ela apontou pra uma rosa ao lado de minha cama.

Peguei a rosa e vi um bilhete amarrado. Tirei o bilhete e o abri.

“Desculpe, Taetae. Você ainda vai conversar comigo, né? Eu preciso muito falar com você e você também tem algo pra me contar, certo? Então vamos nos encontrar na torre de Seul às duas da tarde amanhã. Não se esqueça do disfarce.”

Sorri ao terminar de ler o bilhete. Ele ainda queria se encontrar comigo. Não o culpei pelo dia anterior. Ele não tinha opção, mas queria poder ter sido forte o suficiente pra ter continuado acordada e conversado com ele.

Terminei de comer e me arrumei. Logo estaríamos voando de volta pra Seul.

Kang Sora’s POV

Estávamos de volta à Coréia e aquela piranha já tinha atacado. Leeteuk estava indo ao encontro dela na torre de Seul e eu não podia deixar isso acontecer.

Ele estava com um boné e óculos escuros. Seria fácil começar uma confusão se alguém prestasse muita atenção nele, afinal, ele não estava irreconhecível assim como eu. Peguei uma peruca e óculos escuros, então ninguém me reconheceria. Já o cabelo de Leeteuk era reconhecível em qualquer lugar, mesmo por debaixo de um boné.

Ele estava andando, então fui atrás dele e mudei meu tom de voz.

— Ah, meu Deus! — exclamei — Você é o Leeteuk-oppa, não é?

Com isso, muitas garotas olharam e o reconheceram. Aproveitei a deixa pra sair e observar de longe. Meus planos saiam melhor do que o planejado. Ele ficou tão amontoado de fãs em volta que teve de ir embora. Assim, Taeyeon ficou esperando até ele resolver esse problema e poder ligar pra ela. A cara de decepção que a vi fazer quando Leeteuk ligou foi o suficiente pra me deixar feliz o resto do dia. Pena que aqueles dois eram teimosos e combinaram outro encontro na própria empresa. Mas nada que uma atuação minha, uns compromissos arranjados de ultima hora aqui e ali não me ajudasse a impedi-los de se encontrarem novamente.

Estava saindo com Leeteuk no dia do terceiro encontro quando o treinador dele veio falar conosco.

— Planos de última hora, Leeteuk — disse ele —. Arrume suas coisas e volte pra cá o mais rápido que puder. Vamos pra Europa pra outra SMTown. Isso é importante.

— Posso ir junto? — perguntei — Ainda temos que terminar de gravar nosso programa.

— Os produtores do WGM já têm outro casal agendado nesse período e fui informado que você começará gravar sua novela, Sora-ssi. Desculpe — o treinador fez uma pequena reverência e saiu apressado de lá.

— Desculpe, Sora — disse Leeteuk —. Vou voltar agora.

Ele sorriu e foi em direção à sua sala de treino.

Eu não podia deixá-lo ir assim. E se ele conseguisse se encontrar com Taeyeon? Não, eu não podia deixar.

Lembrei-me de que ela ainda estava esperando-o no terraço da SM e fui para lá. Quando cheguei, ela estava realmente lá. “Coitadinha”, pensei com ironia e ri sozinha.

— Taeyeon-ssi, meu oppa pediu pra que eu te avisasse que ele não virá — disse eu —. Ele me chamou hoje de manhã pra terminarmos algumas cenas do programa e depois quis ficar conversando comigo. Quando fomos ver, já estava tarde. O tempo corre pra nós quando estamos juntos — sorri de modo sonhador —. Ah, e parece que vocês têm que se preparar. Terão que voltar pra Europa hoje pra outra SMTown. Quer que eu fale com o oppa pra vocês marcarem outro dia pra se encontrarem?

— Não há necessidade de outro encontro — disse ela, seca —. Pode dizer ao seu oppa que não precisa me chamar de novo.

Taeyeon levantou e saiu de lá. Sorri, satisfeita. Não teria com o que me preocupar nesse tempo longe de Leeteuk.

Taeyeon’s POV

Sai do avião cansada, como sempre. Estávamos na Inglaterra de novo. Quando começamos a entrar no ônibus, Leeteuk veio em minha direção.

— Taetae — chamou ele.

Ignorei-o. Eu não queria conversar com ele. Se ele não queria conversar comigo, então por que eu tinha que correr atrás pra dizer o que sinto? Se ele sempre me deixava esperando, significava que não tinha nada pra me falar. Talvez Hyuk tivesse só brincado comigo, fazendo-me acreditar em um sentimento inexistente dentro do Leeteuk.

Ele ainda me chamava e eu fingia não ouvir. Sentei-me com Tiffany e ainda bem que ela também estava brava com Leeteuk por me fazer esperar três vezes, assim ela não saiu quando ele pediu.

Quando chegamos ao hotel, ele ainda tentava se aproximar de mim e eu o afastava mais. Talvez fosse infantilidade minha, mas eu realmente estava brava. Ele havia me deixado esperando não só uma, mas três vezes. Talvez fosse nosso destino, mostrando-nos que não fomos feitos um para outro, que não podemos nos encontrar.

Fui para o quarto e me joguei na cama, cansada de pensar nisso.

— Tae, vou descer pra comer alguma coisa. Venha comigo — chamou-me Tiffany.

— Estou sem fome. Pode ir — respondi.

— Ah, não! — exclamou ela —. Pode parar de ficar assim do imbecil do Leeteuk.

— Tiff, estou cansada, nervosa por causa dele e não quero encontrá-lo lá embaixo de novo. Deixe-me ficar aqui, por favor — pedi.

— Tudo bem — ela suspirou —. Mas se eu trazer algo pra você comer, não vai recusar, né?

— Não — sorri —. Pode trazer.

Com isso, ela saiu do quarto e eu sai logo depois dela. Fui para o terraço daquele hotel. Disseram-me que tinha uma vista linda e tinham razão. Dava pra ver boa parte de Londres lá de cima. Era tão lindo ver aquela cidade quando estava no pôr do sol.

— Taeyeon — ouvi aquela maldita voz ao meu lado.

Sem olhar pra ele, dei meia volta e comecei a voltar de onde eu tinha vindo.

— Taeyeon — chamou-me de novo —. Espera. Por que está brava? Eu fiz algo errado? Se for pela outra vez que não pude de encontrar, desculpe. Surgiu algo de última hora.

Não consegui me segurar e acabei explodindo ali mesmo.

— Pelas outras vezes, Leeteuk — enfatizei no plural — Não foi só uma, mas três vezes. Eu esperei por você no frio, sem comer. E, na última vez, fico sabendo que foi você que chamou a Kang Sora.

— Kang Sora? — perguntou ele, assustado — Ela que me chamou, não eu...

— Não me interrompa — interrompi-o —. Pra começo de conversa, foi você quem quis falar comigo. Eu concordei e te esperei, mas você vacilou comigo em todas as vezes, Leeteuk. Sabe como é se achar idiota por ter esperado uma pessoa outras duas vezes, mesmo ela tendo feito você esperar por oito horas? Sabe como é se sentir ridícula por, ainda assim, esperar ansiosa por essa pessoa, sabendo que ela não vem? Sabe como é ter que ouvir da sua esposa de mentira que a pessoa não te avisou que não iria ao encontro porque não viu o tempo passar? Sabe o que é...

Aconteceu tão rápido que fiquei sem reação. Leeteuk colocou a mão em minha cintura, puxou-me para perto dele, nossos corpos colados um no outro, e me beijou. Um beijo rápido, mas o suficiente pra me fazer calar a boca. Com a testa encostada na minha, ele falou:

— Só queria dizer que eu amo você. Aquela menina de quem eu te falei, o meu anjo, é você Kim Taeyeon. Não sabia se você sentia o mesmo por mim. Estava com medo de acabar estragando nossa amizade e acabei guardando isso pra mim por muito tempo, mas agora sei que você sente o mesmo, então estou aqui, finalmente falando tudo o que sinto.

— Como você sabe...?

— Você fala enquanto dorme, sabia? No dia do London Eye, fui eu quem te deixou em seu quarto.

Senti minhas bochechas corarem e ardência subir em meu rosto.

— E o que você tinha pra me falar? — perguntou ele, sorrindo.

— Você já sabe, idiota — bati nele, tentando me separar, mas ele impediu.

— Não sei, não. Não vai me dizer?

— Precisa mesmo que eu diga o quanto te amo?

Com isso, ele me beijou de novo. Os lábios suaves nos meus, fazendo meu corpo sentir como se tivesse passando uma corrente elétrica por ele. A mão dele em minha cintura, fazendo cada parte do meu corpo que ele tocava formigar. Passei meus braços envolta de seu pescoço e puxei algumas mechas de seu cabelo carinhosamente.

Eu podia ficar assim pra sempre nos braços dele. Sem preocupações, sem interrupções. Só assim, eu e ele. Pra sempre. O meu eterno anjo. Park Jung Su.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.