Baby Nations

Papá America e Papá Canada


Capítulo 4: Papá America e Papá Canada

Segunda Semana

Numa super-hiper-mega-ultra-gigantesca loja de marca, encontrava-se America a bisbilhotar a secção de roupa infantil. Ignorando por completo as roupas chatas e banais, Alfred focou-se nos fantásticos macacões que simulavam os fatos de variados super-heróis dos comics americanos.

― O que achas, Tony? ― O loiro ergueu uma mini-réplica de Spiderman e outra de Superman. ― Qual é o melhor? Tens razão, em caso de dúvida levo os dois! ― exclamou alegremente, desconsiderando as opiniões inexistentes do seu amigo alien.

A nação obcecada com heróis e hambúrgueres correu até à secção dos Avengers, primeiramente, escolheu o Captain America, o seu comparsa e seguidamente selecionou alguns modelos mais arrojados, nomeadamente uma fantasia de Hulk.

Com o carrinho das compras repleto até ao topo de vestes infantis, dirigiu-se à secção de biberões, estando já cansado dos biberões sem graça, que o seu Chefe de Estado lhe havia arranjado às pressas. Escolheu um par que imitava uma garrafa de coca-cola, outro que simulava um cachorro quente e mais um de um hambúrguer triplo.

Por último, comprou chupetas com a bandeira americana estampada, cobertores com imagens alusivas a marcos nacionais, tais como a Estátua da Liberdade ou o Empire State Building, e algumas toalhas de banho com desenhos de robôs e alienígenas.

Satisfeito e com a carteira totalmente vazia, Alfred regressou a casa animado.

OoOoO

Quem afirmasse que preparar um biberão de fórmula era canja, estava predisposto a levar uma valente tareia por parte da nação americana. Havia estado horas a fio à volta da cozinha e tudo o que conseguira fazer fora explodi-la quatro vezes numa única manhã.

A empregada que o seu chefe contratara para ajudá-lo, tivera que sair esse dia, pedindo folga devido a motivos pessoais. Como tal, America ficara sozinho a cargo de um bebé que não parava de chorar por culpa da fome.

Tentou pedir ajuda aos outros países encarregues de tomar conta dos restantes infantes, mas ninguém lhe atendia o telefone, ocupados de mais em cuidar dos seus próprios bebés.

Sem outra opção, Alfred pegou na mala de bebé, aconchegando o pequeno contra o peito e abandonando a sua ostentosa residência.

OoOoO

Canada pousou o bebé no berço com delicadeza e cuidado, acariciando-lhe a cabecita com ternura. Quando soou a campainha, temendo despertar o infante, Matthew apressou-se a abrir a porta, encontrando o seu irmão a segurar desajeitadamente o pequeno England, vestido com um terno macacão do super-herói conhecido como Flash, que em prantos tentava transmitir a sua incomodidade ao maior.

Alfred entrou com cara de ter passado a noite em claro. England e America passaram a conformar um curioso duo de chorosos, que soltavam baba e ranho. O americano jogou-se sobre o seu sósia com desespero.

― Já não sei o que fazer, Canada? Ele não para de chorar…! Por este andar vou enlouquecer!!

O menor tendo piedade do pobre infante, que não tinha culpa nenhuma de estar a cargo de um desnaturado como o seu irmão, arrancou-o dos braços do auto-intitulado super-herói, dando-se conta quase imediatamente do motivo da choradeira sem fim. Com toda a ternura, que apenas a experiência pode atribuir, Canada colocou o menino sobre uma manta estendida no sofá e trocou a fralda da criança. Seguidamente preparou-lhe um biberão que o coitadinho bebeu com gula de não ter sido alimentado por horas sem fim.

No momento de causar o arroto ao menino, America desencantou magicamente uma câmara de vídeo, imortalizando o evento por toda a eternidade e mais além.

OoOoO

No decorrer dos dias seguintes, Canada cuidava de ambos os bebés, ralhando sempre o irmão por não saber cuidar de England. Em vez disso, este passava o tempo a cumprir a sua promessa e a tirar fotos embaraçosas do pequeno de generosas sobrancelhas, passando pelo banho e terminando nas trocas de fralda. Fiel à sua palavra, America não deixava escapar nem uma única oportunidade de envergonhar England quando este regressasse à normalidade. Enquanto isso, Matthew explicava pacientemente ao irmão como cuidar de um bebé. Como lhe dar banho… Como trocar fraldas… Como preparar um biberão… Qual a melhor forma de o adormecer… Que musicas cantar…

Canada deitou o pequeno England no berço, deixando-o a poucos centímetros de France que dormia tranquilamente, alheio aos intrusos que irromperam na sua bela vida familiar.

OoOoO

Canada despertou com um pranto que parecia não ter fim, ao qual logo se uniu um segundo. Levantou-se rapidamente e dirigiu-se ao quarto, encontrando France no chão logo à entrada e England a poucos centímetros, que gatinhava na direção de Francis, com as sobrancelhas franzidas. Quando este o alcançou, Francis viu-se vítima de um ataque de puxões de cabelo, que foi imediatamente impedido, pois Canada pegou no pequeno Arthur, separando-os.

― Isso não se faz, Iggy! ― A nação desceu a vista ao sentir alguém puxar o tecido que cobria uma das suas pernas. ― Shh! Está tudo bem, Francis! Espera só um pouquinho e já te pego ao colo, sim!?― disse, tentando acalmá-lo e que não voltasse a chorar. Mas o francês não parecia disposto a ficar em silêncio, enquanto assistia ao seu cuidador a ser monopolizado pelo maldito britânico. ― Onde está aquele meu irmão inútil quando preciso dele?

Enquanto Canada lutava por acalmar os dois bebés chorosos que não se queriam ver nem pintados de ouro, oferecendo-se empurrões mútuos, enquanto permaneciam nos braços da pobre nação e ameaçando com jogarem-se um ao outro ao chão, America dormia a perna solta no quarto de hóspedes, ignorando a batalha que o irmão livrava no berçário.