14:25hs da tarde.

Serge corria como louco até a praça central. As ruas estavam entupidas de gente então seguiu pelo caminho mais rápido. Os prédios. Com grande agilidade e destreza pulava de um em um. Escalava as partes mais complicadas como se fosse uma aranha, estava atrasado para seu encontro com seu amigo Oliver, um menino que ele ajudara e que acabou por se afeiçoando a ele, tanto que decidiu lhe contar sua historia favorita. Historia essa que ele estava louco para continuar contando assim que chegasse a praça central, porém algo o chamou atenção no meio da rua que o fez parar. Havia uma pequena comoção num pequeno beco, ele para sua corrida para averiguar o que esta acontecendo.

– Que fuzuê e aquele? – Ele se agacha e percebe que são três garotas, discutindo. Eram muito bonitas, mas não foram elas que chamaram sua atenção e sim um certo individuo que estava sentado no chão desarrumado e com marcas de batom por todo o rosto. Olhava as três garotas com um semblante de vitória e satisfação. – Não to crendo? – Diz o jovem olhando a cena e balançando a cabeça incrédulo.

– Vocês não podem ficar com ele eu vi primeiro? – Berra uma das garotas que era morena e de cabelos negros.

– Nada haver, ele me convidou primeiro! Então cai fora bruaca. – Reclama a outra que era branca e tinha uma longa cabeleira vermelha.

– Sim vão em bora as duas e me deixem sozinha com meu príncipe. Vamos meu amor temos muito o que conversar, não é? – Pergunta a terceira que tinha um cabelo longo e dourado que ia quase até o chão, abraçando o braço do homem que na mesma hora a envolve e diz:

– Tem razão, amore mio! Mas o coraçion de Luiz tem lugar para todas usted! Venham! Eu lhes darei conforto e carinho como nenhum honbre, jamais lhes deu! – Diz Luiz com uma voz sedutora que faz com que as três se derretam todas e simplesmente lhe abraçam todas juntas.

– Ah, o senhor es um cavaleiro! – Diz a de cabelos negros.

– Um príncipe encantado! – Diz a ruiva.

– Um Dom Ruam! – Diz a loira.

– Um belo filho da puta isso sim! – Diz uma quarta voz.

– Ah?! – As três se assustam ao ouvirem essa voz e Luiz que estava com todas as meninas em seu colo se levanta, pondo-se diante delas em posição de luta dizendo todo posudo:

– Quem ousa xingar Luiz coracion de fogo?! Em seu momento de cortejo! Que fale agora, ou se cale para sempre?!

A resposta que Luiz recebeu não foi bem o que ele esperava. O Assassino espanhol apenas vê algo vindo em sua direção, mas como estava muito bêbado não percebeu o que era e só quando estava na sua frente é que ele seu deu conta que era um tijolo voando pra cima dele.

– Oh! Mama! – O Tijolo acerta sua cara em cheio, porém ele não cai, ainda fica em pose de luta. As meninas ficam assustadas e começam a gritar por ele:

– Príncipe Luiz!

– O senhor esta bem?

– Se machucou?

O Assassino apenas diz:

– Não se preocupem chicas! Vai precisar mais do que... Um tijolo para derrotar Luiz Coracion de...

Antes que ele terminasse sua frase de efeito, ele leva outra tijolada que o faz cambalear.

– Eu repito! Vai precisar de muito... Mais que dois TIJOLOS para derrubar... DIOS MIO NÃO!!! – E ele recebe uma terceira tijolada o fazendo finalmente cair no chão.

– AHHHH!!! SENHOR LUIZ!!! – Berrão as três moças.

– Não se preocupem meninas eu cuido dele! – Diz um jovem vestindo um manto azul com detalhes em branco pulando do alto de um prédio que estava em obra bem diante das moças. O jovem bate as mãos uma na outra para limpar uma suspeita poeira vermelha. – Vocês tiveram sorte, o pessoal da obra acabou derrubando alguns tijolos, mas parece que meu amigo as protegeu, sintam-se honradas. – Ao ouvirem isso os olhos das meninas cintilam. Em suas mentes elas entenderam que Luiz as protegeu da queda dos tijolos com seu próprio corpo.

– Nossa ele é um herói!

– Um galante herói!

– Um genuíno príncipe!

­– Um canalha irrecuperável! Como um cara desses consegue um encontro com três gatas dessas e nem me convida?! Acho que eu devia ter tacado mais tijolos nele? – Pensa Serge. – Então meninas podem deixar que eu cuido dele, depois você conversam mais, tudo bem? – As meninas se entre olham, para logo em seguida olharem para ele e seus olhos lacrimejam como grandes piscinas.

– NÃO! AGENTE QUER CUIDAR DELE!!! – Dizem as três em uni som, assustando Serge.

– Mas meninas, ele desmaio o que você podem fazer para ele se sentir bem?

E resposta vem rápida e direta.

– Dar beijinho! – Responde à morena.

– Fazer massagem! – Responde à ruiva.

– Tomar banho com ele! – Responde à loura.

Serge fica mudo ouvido aquilo, não sabia se odiava ou tinha inveja de Luiz.

– Olha meninas as ideias foram boas, mas... – Ele silencia, sua mente começa a funcionar em velocidade da luz, as palavras das meninas refletiam em uni som e então um grande, terrível e maléfico sorriso surge em sua face. – Sabem meninas, vocês tem razão!

– TEMOS?!

– Sim, o Luiz gosta de tudo isso que vocês falaram. Mas neste caso é diferente.

– Diferente como? – Pergunta à loira.

– Olhem para esta criatura desfalecida! – Aponta para Luiz no chão com tom dramático. – Entornou todas dês da noite passada e ainda de manha, por isso creio que nem seus doces carrinhos acordaram este traste! Por isso aplicarei um método chamado “CURA RESSCA DE SAFADOS A LÁ SERGE!” – Termina dizendo com seu dedo indicador levantado e brilhado.

– UAU!!! – Exclama duas delas.

– E isso funciona mesmo? – Pergunta à ruiva.

– Claro! Sigam-me, eu lhes mostro! – Diz Serge se aproximando do corpo de Luiz. – Primeiro pegamos o traste, e o seguramos assim! – O jovem pega seu irmão e o coloca entres os ombros. – Depois giramos dando um total de dez voltas com o sujismundo, assim! – Serge começa a girar, primeiro rápido, depois mais rápido e mais rápido até dar dez giros que nem o deixaram tonto.

– E que efeito isso tem nele? – Pergunta uma das meninas.

– Esse!

Luiz do nada abre os olhos e de sua boca sai um grande jorro de vomito. As meninas olham aquilo e ficam com nojo.

– Ai! Que horror!

– Isso era mesmo necessário?

– Claro! Ele tem que botar todos os maus fluidos para fora! Agora sem mais delongas, segunda parte do tratamento. Jogamos o individuo no chão, ASSIM! – Serge joga Luiz no chão como se fosse um saco de lixo. – Depois do presunto... Digo, paciente estar no chão gire o corpo dele como se fosse um rolo de pastel, assim ele sentira o aroma da terra, vejam! – E o jovem Assassino faz exatamente o que diz, gira o corpo de Luiz pelo chão até ele ficar todo sujo. As três moças assistem aquilo atentas a tudo que ele fazia, acreditando que Serge estava ajudando Luiz. Bobinhas!

– E por ultimo e mais importante passo o banho! Para desperta o calhorda!

– Ah! Isso agente pode fazer? – Pergunta uma delas.

– NEGATIVO!!! – Braga Serge. – Assim vocês interromperam o tratamento, o que se deve fazer é isso! – Ele pega novamente o corpo de Luiz e sem dó nem piedade o joga dentro de uma fonte que estava próximo deles. – Agora contamos até dez... Um, dois, três...

Antes de sequer chegar ao cinco os quatro ou melhor três são surpreendidos por um Luiz se levantando, todo esbaforido e assustado de dentro da fonte.

– JESUS CRISTO! ACUDAM-ME!!!

– SENHOR LUIZ!!! – As três moças berram juntas o nome de Luiz, porém quem da o primeiro passo é Serge que segura Luiz pelo colarinho do manto e levanta da fonte.

– E ai tá melhor agora? – Pergunta Serge inocentemente.

O Assassino espanhol tenta recuperar o ar. Estava desorientado, olhava para todos os lados, em cima e embaixo também, até que ele vê um jovem vestindo um manto azulado a sua frente, esfrega os olhos e consegue reconhecer seu amigo.

– Serge! Mio amigo! – Ele abraça Serge. – Amigo algo terrível aconteceu! Você não faz ideia, acho que fui emboscado e atacado por TEMPLARIOS!!! – Diz ele sacudindo Serge que estava com uma cara de sonso.

– Jura? Não diga?

– Digo sim! Me atacaram enquanto estava mostrado a paisagem turística a três lindas damas.

– São essas aqui? – Diz Serge apontando para as moças atrás dele.

– MENINAS!!! VOCÊS ESTÃO BEM?!

– PRINCIPE LUIZ!!! – As três avançam em cima de Luiz para abraça-lo, porém uma delas escorrega e as três e Luiz vão para dentro da fonte.

Momento de silencio, Serge assistia aquilo incrédulo. As meninas e Luiz se entre olham então do nada elas e o Assassino começam a rir e atacar água uns nos outros. Serge que assistia aquilo simplesmente da às costas e vai embora, seu plano de fazer Luiz pagar mico foi um fracasso total.

– Esse ai não tem salvação mesmo! – Diz resmungando.

14:40 hs

Serge se atrasara um pouco para seu encontro com Oliver. E pra piorar não veio sozinho, assim que estava indo embora Luiz e suas namoradas resolveram ir com ele.

– Puxa vida quem diria que você me veria em uma cena daquelas? Desculpa ai amigo. – Diz Luiz se desculpando.

– Não foi nada. – Responde Serge sem se virar.

– Você tem um bom amigo, príncipe. Ele ajudou você depois que foi atacado. – Diz a menina loira.

– Serio?! Puxa obrigado, mesmo.

– Tá, tá perdoado! – Responde Serge.

– Ele é muito serio! – Diz a morena.

– Demais. Mas é bonitinho também! – Exclama a ruiva.

– Não tanto quanto nosso herói, né meninas?

– SIM!!!

– Ah! Que isso meninas, eu sei que sou demais, a proposito, Serge não te apresentei as meninas. Essa aqui morena e de cabelos negros e a Esmeralda.

– Prazer! – Responde Esmeralda.

– A de cabelos ruivos e a Mérida.

– Oi! – Diz Mérida.

– E a de cabeleira loira é a Rapunzel! Mas todo mundo a chama de Zie!

– Tudo bem? – Diz Zie cumprimentando.

– Prazer meninas! Desculpe-me por não dar a devida atenção a vocês é porque estou atrasado para um compromisso. – Responde Serge cumprimentando as meninas.

– Compromisso? Podemos ir junto? – Pergunta Esmeralda.

– Sim, você é amigo do príncipe então e nosso amigo agora. – Responde Zie.

– Alias, você me parece familiar ou serra impressão minha? – Pergunta Mérida intrigada.

– Desculpe deve estar me confundido com alguém, agora se me dão licença, preciso encontra meu amigo que esta me esperando.

– Amigo? Que amigo é esse Serge? – Pergunta Luiz abraçado as meninas.

– Não que isso te importe, mas é um menino que ajudei hoje mais cedo. – Responde Serge.

– Oh! – Exclamam as meninas.

– Legal! E vão fazer o que? Soltar pipa, roda pião? Essas coisas de crianças. – Pergunta Luiz zoando Serge que sem se virar responde.

– Estou contando uma história para ele, apenas isso.

– Uma história? – Perguntam espantados Luiz e suas acompanhantes.

– Sim, uma história, muito importante para min. – Responde o jovem Assassino apertando bem forte o pingente que ele ganhou de Anna, que estava usando pendurado em seu pescoço mais por dentro do manto, para que miguem o visse. Estava ansioso para mostra-lo a Oliver. E ele finalmente chega há praça central, um pouco atrasado, imaginou ver Oliver lhe esperando ansioso para ouvir o restante da história e assim que o visse iria correndo para perto dele para abraça-lo e continuar a história, mas para sua surpresa Oliver não estava lá. – Ah?! – Exclama o jovem.

Seu amiguinho não estava no ponto de encontro. A única coisa que ficou lá foram os banco feitos de jornal que eles usaram como acento.

– Oliver?

– Ué? Cadê ele? Você não disse que ele estaria aqui te esperando. – Pergunta Luiz confuso.

– Sim... Ele estaria. Mas não esta. – Responde Serge confuso.

– Vai ver ele não gostou da historia e não quis mais ouvir. – Comenta Luiz que logo é interrompido por um olhar tenebroso de Serge.

– Isso é impossível! Eu vi nos olhos dele, a felicidade estampada, o desejo de querer ouvir a história até o final, ele não iria deixar a história pela metade, não mesmo!

O clima ficara tenso, Serge estava irritado, sentia algo lhe incomodando, Oliver não seria do tipo de quebrar promessas, alguma coisa estava errada, foi então que ele sentiu seu peito esquentar.

– O que? – Ele procura a fonte da quentura, abre seu manto e percebe que era o pingente de Anna brilhando.

– O que é isso Serge? Um pingente? – Pergunta Luiz.

– Puxa é lindo. – Exclama Mérida.

– Sim e muito. – Confirma Zie.

– E esta brilhando? – Pergunta Esmeralda.

Os quatro fazem um semicírculo em volta de Serge, que agora segura o pingente e sua mão. Estava quente e pulsando, então como que por instinto, Serge fecha os olhos e aperta o pingente contra seu rosto, e ouve a voz dela em sua mente.

Rápido Serge! Ele precisa de você! – E logo depois ouve outra voz que ele reconheceu muito bem.

– SERGE!!! SOCORRO!!!

Na mesma hora Serge abre os olhos solta o pingente que repossua novamente em seu peito e uma imensa onda de ódio invade seu ser e sem dizer uma só palavra ele avança como um raio para uma construção bem alta a sua frente e num piscar de olhos a escala já estando no topo. Lá em cima ele fecha seus olhos, se concentra e ativa sua “Visão de Águia”, o mundo a sua frente mudará de cor, olha em todas as direções possíveis procurando algo, até que...

– Achei! – O que Serge viu foi um grupo de auras vermelhas rodando um pequeno ponto dourado. Estavam a 500 metros há frente. E sem pensar duas vezes desativa sua visão e avança pelos telhados como louco.

– EI! SERGE? – Brada Luiz.

– Nossa o que ouve, príncipe? – Pergunta Zie.

– Eu não sei, mas pelo jeito é coisa seria! Quero que vocês esperem aqui eu já volto!

As meninas ficaram assustadas, então deram as mãos umas a outras e acenaram com a cabeça.

– Vamos ficar bem, só tome cuidado. – Diz Esmeralda.

– Só tome cuidado, por favor. – Pede Mérida.

– Que Deus te proteja príncipe. – Diz Zie lhe abençoando.

Em resposta ele da um selo nos lábios de cada uma delas.

– Obrigado eu já volto! – Se vira e coloca seu goro e sobe uma construção e se desata a correr pelos telhados, tentando seguir Serge.

Serge já estava adiantado, nunca sentiu seu corpo se mover tão rápido quanto agora. Era um amigo que estava precisando de ajuda e não ia deixar nada acontecer com ele, com mais nenhum.

– Serge, me espera! – Brada Luiz tentando acompanha o ritmo do outro, mas ele era mais rápido o fazendo ficar para trás.

Mais a frente o jovem Assassino avançava, pulava de prédio em prédio, telhas voavam pelos ares com suas fortes passadas, até que finalmente ele começa a ver algo. Era uma multidão que fazia um semicírculo, estavam revoltados e avançavam contra um grupo de pelo menos vinte soldados valencianos, que por sua vez usavam suas lanças como cordão de isolamento. Só essa cena já o deixou preocupado, só que o pior ainda estava por vir, ele finalmente para sua corrida e o que ele vê fez seu sangue ferver.

Viu uma família sendo posta para fora de sua casa, uma mulher com veste humildes sendo jogada no chão, com agressividade enquanto um soldado saía da casa carregando em seus braços duas crianças, uma menina de pelo menos seis anos em seu braço esquerdo e no direito um menininho que devia ter no máximo três anos. Ambos choravam e se debatiam. A menina gritava para que o soldado a soltasse e o menininho chorava pedido sua mãe, que por sua vez ao ver seus filhos sendo carregados se levanta e avança no soldado tentando socorrê-los.

– Meus filhos! Por favor, soltem eles! Eles não fizeram nada!

– Calada mulher! – Berra o soldado a chutando.

– AI! – A mãe das crianças e jogada fortemente ao chão.

– MAMÃE!!! – Berrão as crianças que são levadas pelo soldado e jogadas dentro de uma carroça com grades.

– Fiquem ai suas pestes. – Responde o soldado. – Eram só esses capitão! – Diz o soldado se dirigindo a um homem que trajava uma farda vermelha e amarela, usava um chapéu extravagante com penas brancas, botas pretas, calças brancas e possuía um longo sabre que carregava em sua cintura esquerda. Ao ouvir seu comandado, se vira e encara a multidão que lançava xingamentos e maldições contra os soldados.

– Ouçam bem seus inúteis! Estes indivíduos estão sendo presos e tendo seus bens confiscados, devido à falta de pagamento de impostos! Que isso sirva de lição para todos vocês!

– Isso é mentira! Nós pagamos semana passada os impostos....AHHH!!! – A mãe das crianças tenta argumentar, mas é impedida por um outro soldado que a segura pelos cabelos a forçando ficar de joelhos.

– Vocês pagaram ao governo, não a nós! E conforme nossas contas, não recebemos nada! Entendeu? – Diz o capitão que discursará para a multidão bem de ante dela. Então começa a olhar para ela com olhos maldosos. – Sabe você não é de se jogar fora... – O homem agarra o queixo da moça. – Seria uma pena desperdiçar não acham rapazes?

Todos eles riem e olham para a mãe das crianças como cães no sio. Alguns chegam a lamber os beiços fazendo a moça se treme e começar a chorar e diz implorando:

– Não, por favor! Não façam isso! Não na frente dos meus filhos, EU IMPLORO!!!

O capitão ri e diz maldosamente:

– Desculpe, mas ninguém lhe deu opção! Amarrem-na! – Ordena o capitão deles se erguendo, no mesmo instante dois soldados surgem, um a segura fortemente, enquanto o outro amarra suas mãos.

– NÃO! ME SOLTEM! – Grita a mãe das crianças em desespero, que é arrastada até a soleira de sua casa, um dos soldados joga a corda por cima da viga que fica em frente a porta e logo em seguida a puxa-a suspendendo. Seu corpo e puxado de tal maneira que ela tem que ficar na ponta dos pés. As crianças gritavam por sua mãe de dentro da carroça, enquanto ela mal conseguia dizer uma palavra, seu corpo inteiro doía.

– Agora podemos começar o que acham? – Pergunta o capitão desabotoando a fivela de seu cinto. A mãe das crianças apenas fecha seus olhos esperando pelo pior, quando...

– DEIXEM MINHA MÃE EM PAZ!!!

Ela abre os olhos, reconheceu aquela voz.

– Ainda está vivo? – Pergunta o capitão se virando para um grupo de cinco soldados que faziam um circulo em volta de algo. Ele caminha até eles e manda abrirem caminho. Dentro do circulo jazia no chão um menino. Estava todo machucado, sangue escorria por seus ferimentos, ele tenta se levantar com o resto de suas forças.

– S-Soltem a minha mãe... Seus miseráveis! – Brada o menino conseguindo ficar de pé e encarando o capitão.

– Ora bolas, você é mais teimoso do pensei. Levou essa surra toda dos meus soldados e ainda consegue fica de pé? E de se admirar, ou de se gozar! – Diz o capitão rindo sendo seguido pelos outros.

– N-Não, vou dizer de novo! Tirem suas patas DELA!!! – Brada o menino avançando contra o capitão que sem pestanejar chuta o garoto, que coloca seus braços na frente do chute. Seu pequeno corpo e arremessado até uma parede, o impacto fora forte o bastante para o menino cuspir sangue ao se chocar contra o muro.

– MEU FILHO!!!

– MANO!!!

O menino cai sentado no chão, com suas mãos sobre as pernas, sentia suas forças se esvaindo. Ergue seu rosto perante o capitão e a seus soldados que o encaravam. Então surpreende a todos com um sorriso, que despois se tornou uma gargalhada, primeiro baixa e depois alta.

O capitão não entende qual é graça então com fúria agarra o menino pelo colarinho da camisa e o suspende até ficar de frente para ele e pergunta:

– Qual é a graça fedelho? Esta vendo algum palhaço aqui? – O menino ri e diz:

– Vocês são a graça! Ficam se gabando com seus números e sua força, mas ficam com o cú na mão quando aparece algum Assassino!

Ao ouvir a palavra Assassino o capitão que demostrava imponência e força, começa a suar frio e a tremer, o menino percebeu e o provoca mais ainda:

– O que foi? Te fiz tremer?! Bom saber! – O menino ri mais deixando o capitão furioso que joga o garoto no chão, e se vira e da ordem.

– MATEM!!! – Dois soldados sacam suas espadas.

– NÃO!!!! OLIVER!!!! – Grita sua mãe ao ver que seu filho ia ser morto.

– MANO!!! – Grita a menina.

– MANINHO!!! – Grita o menininho.

O jovem ouviu as espadas serem desembainhadas, os gritos de suplica de sua mãe e irmãos. Olhava para o céu da tarde com uma coloração avermelhada, seu olho direito estava machuca e com sangue se espalhando pelo globo ocular. Não tinha mais forças para se levantar ou lutar, estava acabado, se odiava por dentro, não conseguiu proteger sua família. Queria fazer tantas coisas ainda. Crescer e ser forte, dar uma vida melhor a sua mãe e irmãos. Ajudar seu pai que passava semanas fora trabalhando nas forjarias da cidade. Pai esse que acabou de saber que foi preso, ao se recusar a cumprir ordens desses desgraçados. Bateram nele e mesmo assim ele não se curvou e nem fraquejou em nenhum momento. Por isso para feri-lo vieram até eles, para se vingarem. Bando de covardes era isso o que eles eram. Uma lagrima escorre por seu olho ainda bom e murmura:

– Desculpa Serge... Eu não fui forte o bastante. Não consegui proteger ninguém que eu amo... Se você puder me ouvir, cuida deles por min... Por favor... – Então o menino fecha seus olhos esperando seu fim, sua mãe amarrada só consegue gritar em agonia e sua irmãzinha abraça seu irmãozinho mais novo para que ele não veja a morte de Oliver. Sua historia havia chegado ao fim e ele não poderia ouvir o final da historia de Anna e Elsa.

– Ainda não acabou!

­– Ah?

– Não para você Oliver. ­– Diz uma voz em sua mente.

– ­Quem?

Abra seus olhos... E veja uma águia já chegou para lhe ajudar.

A voz era alegre e gentil, doce e carinhosa, como uma pessoa que ele sentia já conhecer. Então ele abre novamente seus olhos e vê os dois soldados que iam abatelo caídos no chão. Estavam mortos? Ele não sabia como eles morreram, mas sabia quem estava diante dele. Os outros soldados recuam assustados, o capitão observa o recém-chegado e com um dedo trêmulo aponta para o sujeito.

– Q-Quem é você?! E como ousa atacar meus homens?! – O homem a sua frente nada responde, estava de costas e ignorando tudo a sua volta e se aproxima do menino, se agachando e com sua mão esquerda levanta cuidadosamente sua cabeça. O menino ao olhar para o jovem a sua frente sorri e diz:

– Tá atrasado... Um pouquinho mais eu ia detonar com eles...

O Jovem sorri de volta e responde:

– Me desculpe pelo atraso, mas pode deixar que eu me encarrego do resto agora, tá.

O menino olha para seu amigo e com o resto de força que ainda tem o abraça.

– Ela disse para eu não desistir.

– Como?

– Que uma águia vira em meu auxilio... Foi a Anna, não foi?

O jovem faz um afago em sua cabeça e responde emocionado.

– Foi sim Oliver! Foi ela que me trouxe até aqui. Ela também falou comigo... Disse que todos aqueles que ouvem sua lenda se tornam seus guardiões, meu mestre, eu e agora você. Somos os guardiões da lenda dela amiguinho. – Ele então tira de dentro de seu manto o pingente em forma de asa rosado com o cristal no meio e entrega para seu amiguinho. – E este é o coração dela. Guarda pra min, por alguns minutos, pode fazer isso? – O menino recebe o pingente em suas mãos, olha bem para a relíquia e percebe um brilho pulsando dentro dele. E por instinto o aproxima para perto de seu peito e diz para o amigo.

– Pode deixar... Eu cuido bem dela!

Então o jovem carrega seu amigo até um muro e o senta deixando o encostado faz um ultimo afago em sua cabeça e diz olhando para o lado.

– Cuida dele. – E se vira indo até o capitão e os soldados que o encaravam, podia ver o medo em seus olhos e isso lhe deu prazer. Oliver agora sentado assistia a tudo e sentiu o pingente esquentar e uma gentil mão lhe envolvendo e depois o abraçando, não sentia nenhum medo. Seria a princesa, ele não sabia dizer, só estava ansioso para ver Serge em ação!

O capitão saca sua espada e aponta para o Assassino o questionando:

– O que faz aqui, moleque e como ousa matar dois de meus homens?

Ele não responde.

Os sodados e o povo estavam calados, cada olhar se voltava para ele esperando o jovem que apareceu do nada fazer algum movimento.

– Repito quem é você?! E o que esta fazendo aqui?!

Então ele ergue sua cabeça e responde:

– Limpe bem seus olvidos, lixo... Sou Serge Strider! Membro da Irmandade dos Assassinos! Discípulo do Grande Mestre Aster Dragnel! Conhecido pela alcunha de “Príncipe do fogo!” – Ele fecha seus punhos com tanta força que os soldado puderam ouvir seus ossos estalando. – Vocês interromperam um assunto muito importante e por isso estou aqui, para cumpri há promessa que fiz para um preciso amigo! Considerem-se sem sorte meus caros!

E ao dizer essas palavras o Assassino avança contra os soldados e seu capitão. E eles sentiriam a força e temível poder de suas garras.

O Lobo Branco estava solto e pronto para cravar suas pressas!!!