A conversa de ambos os amigos se encerrou em um abraço reconfortante, seguido pela expulsão de Ban ao Nathalia perceber as condições de sua vestimenta. O rosto da morena corou bruscamente e fez o homem rapidamente sair do cômodo ao fechar fortemente a porta, sentando ao pé da porta com a palma de sua mão em seu rosto quente, lembra-se que não há nenhuma vestimenta.

—Alteza Nathalia? – A voz doce e calma da princesa de Liones era escutada do outro lado da porta. Recebendo-a escondia por trás da porta, apenas com seu rosto a mostra, deixa-a entrar com apenas uma troca de roupa em mãos – Como estão as suas feridas, Alteza?

—Por favor, não me chame desta forma. Não mereço toda esta formalidade – Nathalia pede ao fechar a porta – Mas obrigada, creio que tenha sido difícil tratar de uma desconhecida. Minhas feridas logo irão cicatrizar.

—Que bom que está melhorando – Elizabeth alegrava-se com um sorriso suave nos lábios, estendendo a troca de roupa. Nathalia hesitou por um instante, mas agradeceu com um sorriso gentil – O senhor Meliodas diz ser o uniforme da Taverna, mas não tenho outra roupa além deste...

—Obrigada – Nathalia dizia ao vestir uma pequena blusa rosada e uma curta saia preta – Apenas acredito que esta vestimenta não combina comigo...

—Você está ótima! – Elizabeth dizia animada, deixando a morena incomodada – Vamos, logo estará na hora do jantar – Ela dizia ao abrir a porta e convidar Nathalia a descer as escadas. A morena não mentia a si mesma, estava com medo dos Sete Pecados Capitais.

Os degraus foram descidos com passos lentos, encolhendo o máximo possível das asas em suas costas e ao chegar no último degrau, antes de aparecer a frente de todos, respira fundo. Sentia o nervosismo correr por seu corpo, contudo, deu o último passo e mostrou-se aos homens reunidos em uma mesa.

—Não ficou ruim – Ban fora o primeiro a dizer algo referente a vestimenta da morena, olhando-a de cima a baixo, fazendo-a corar levemente e virar o rosto – Agora venha para cá e sente-se.

Hesitante, caminhou e sentou-se no banco de madeira ao lado de seu amigo, observando fixamente a mesa também de madeira. Um copo de madeira fora colocado à sua frente e seu cheiro era fascinante, a bebida que costumava beber todas as noites.

—Vá em frente – Ban dizia com um sorriso torto, sabendo que a mesma se segurava para o ato.

—Que delícia! – Nathalia dizia vitoriosa, após beber a cerveja em um único gole, deixando um sorriso prevalecer em seu rosto, que logo desapareceu ao lembrar do local onde estava e retomando a sua feição mais séria – Estava ótima, obrigada.

—O Ban nos contou um pouco sobre você, mas queremos escutar de você – Meliodas dizia ao fita-la com olhares sérios, junto de King. Nathalia explicou tudo, desde o momento de seu nascimento até o que havia acontecido antes de desmaiar há dois dias, recebendo as lágrimas de Elizabeth:

—Que história triste... Eu agradeço por ter me salvado àquela hora...

—Por favor, não é para tanto – Nathalia dizia incomodada, abaixando um pouco a saia e revirando o olhar para a bebida que havia repetido. Sua mente estava totalmente perdida, seu passado doloroso era algo impossível de ser mudado, mas perguntava-se se conseguiria fazer algo para arruma-lo – Nunca deixarei um inocente morrer em minha frente...

—Ei – Ban chama a atenção da mulher ao seu lado ao dar empurrá-la levemente com seu braço – Ficará tudo bem, eu irei garantir isto.

—Podemos confiar em você? – Meliodas questiona.

—Estou ciente de meus pecados, mas estou lhe implorando perdão senhor Meliodas. Gostaria de permanecer junto ao Ban durante esta jornada e serei eternamente grata por todos os seus cuidados – Nathalia dizia esperançosa – Obviamente, ajudarei de qualquer forma possível.

—Senhor Meliodas? – Elizabeth perguntava ao vê-lo pensativo.

—Tudo bem – Dizia Meliodas com um sorriso e levantando-se de seu lugar.

—Mas Meliodas! Isto não muda o fato dela ter sido uma Cavaleira Sagrada! – Era a vez do único animal de quatro patas proliferar as palavras inconformadas, fazendo Nathalia soltar um sorriso torto e dizer que era impossível estar bêbada com apenas algumas goladas para ver um porco falante. Explicando de que o porco era o filhote da enorme porca em que a Taverna se localizava e que seu nome era Hawk, ele enche o peito de orgulho – Não ouse direcionar suas palavras a mim, Cavaleira – Estas palavras foram as últimas ditas por ele, após receber os olhares sérios e frios da parte da morena, fazendo-o encolher-se de medo.

–Você poderá ficar conosco, mas se algo ocorrer, não hesitarei em te matar – Os olhos de Nathalia brilharam por um curto tempo, agradecendo-o ao levantar-se alegre de seu lugar, mas sendo impedida pela frase de Ban:

—Se você encostar um dedo nela... Vou mata-lo.

—Ban! – King brigava, sabendo de que sua irmã era apaixonada por Ban e que aquilo não agradaria a pequena.

—Vamos, Crow – Ban ignorava os outros e arrastava-a por seu braço para fora da Taverna com duas garrafas em mãos. Ambos se sentavam nos degraus de madeira em frente a porta, permanecendo um pouco distantes e em silêncio. O homem estende uma das garrafas a mulher, que aceitou sem hesitar – Era este horário? Em que costumávamos nos encontrar?

—Sim, logo estará no momento do jantar – Nathalia respondia, observando o céu quase totalmente escuro e iluminado pelas estrelas, dando um gole na bebida – É a primeira vez em que bebemos a luz do luar, não é?

—Sim – Ele respondia dando um grande gole. O silêncio prevaleceu por alguns instantes, algo que não era muito comum entre os adultos – Eu pretendo trazer Elaine de volta, de qualquer forma.

—Entendo...

—E você, o que pretende fazer a partir de agora? – Ban pergunta ao desviar o olhar para a mulher que apenas observava o céu.

—Quem sabe – Ela respondia com um sorriso tristonho nos lábios – Eu que sempre acreditei que meu castigo fosse ficar vendo a sua cara tapada para relembrar do passado, não aceitava o fato de estar sendo feliz ao seu lado, mas quando você partiu... Foi mais doloroso do que eu pensei – Nathalia estava sendo sincera pela primeira vez em relação ao seu passado, recebendo toda a atenção do maior ao seu lado que permanecia com o rosto vermelho por causa do álcool – Perdoe-me por não ter dito isso antes, mas tudo que penso agora é que seguirei você para onde for. Contanto que eu esteja com você, estarei bem – Ao dizer isto, fita o mais velho.

—Então nunca saia do meu lado – Estas palavras fizeram-na corar levemente, camuflando-se no rosto vermelho por causa da bebida, sendo seguido por uma risada – Qual é a graça?

—Quando Elaine estiver de volta, obviamente que não estarei por perto – Ela respondia brincalhona, recebendo apenas um leve soco em seu braço junto a frase: “Idiota” – Obrigada por tudo, Ban.

—Eu digo o mesmo – Era o que o homem diz ao deitar-se sobre o colo da mulher e observar detalhadamente seu rosto delicado. Estende seu braço e coloca sua mão sobre a pele macia do rosto de Nathalia, fitando-a gentilmente com um sorriso – Eu...

“Nunca vou deixar que lhe façam mal”