Não demorou muito para os outros membros dos Sete Pecados Capitais saírem da Taverna para reunirem-se a volta de uma fogueira no gramado a frente da porca gigante, King que saiu com a cara fechada e encarando o casal de adultos na escada do local, recebia a ignorância de ambos. Ban logo levantou-se para juntar-se aos companheiros para o jantar, sendo que ele iria ser o cozinheiro, convidando Nathalia a acompanhá-lo.

—Logo irei com vocês, apenas preciso de um tempo sozinha – Fora a resposta dela ao convite do humano. Ban havia pensado em repetir: “Nunca saia do meu lado”, mas desistiu e dera as costas. Ela dera sua ultima golada na garrafa em suas mãos e respirou fundo, observou pela milésima vez naquela noite o céu da noite e fora se encontrar na fogueira.

—Por favor Nathalia, coma à vontade – Elizabeth dizia estendendo um prato, enquanto aguardava Ban preparar o jantar. Nathalia sentia-se inquieta, sabia que ali não era bem desejada com exceção dos humanos presentes, pensava se o que fizera fora o certo a fazer – Suas asas são tão belas... – Ela diz ao passar as mãos pequenas nas enormes asas negras da morena.

—Ei...! – Nathalia sentia -se incomodada ao ser muito sensível ao toque nesta região, corando ao sentir arrepios e encolher as asas, contudo, a dor que sentia nos membros era insuportável. Ela afasta -se rapidamente para impedir que tocasse por mais tempo em suas penas – Por favor, não toque em minhas asas... Elas são sensíveis...

—Desculpe... Mas suas penas estão falhadas... – Elizabeth dizia ao desculpar-se.

—Nossas asas são sensíveis ao toque, mas em meu caso... – Nathalia dizia ao voltar a aproximar do grupo.

—Seu irmão lhe torturava, não é? – Meliodas perguntava, recebendo a confirmação da tengu.

—Mas isto nunca irá acontecer novamente – Ban complementava ao pedir o prato nas mãos da amiga, que estendeu agradecendo. O jantar estava servido e Nathalia não escondia o quanto gostara:

—Se eu soubesse que você cozinhava tão bem, teria feito você cozinhar pra mim!

—A janta que você recebia também não era ruim – Ban dizia bebendo cerveja novamente.

—Ei Nathalia – Diane chamava-a envergonhada, perguntando sobre o fato em que conheceram – Como você escondia as asas?

—Meus pais costumavam dizer que eu era abençoada por conseguir manipular tudo visível aos olhos dos mortais e minhas habilidades não fogem destes dizeres – Nathalia respondia ao fechar os olhos para concentrar -se e utilizar sua magia.

—Desapareceu! – Diane surpreende-se junto aos outros, vendo que suas asas já não eram mais vistas.

—Invisible (Invisível), permite que eu deixe algo invisível por um limitado tempo, mas ela apenas torna o material invisível, não permite que desapareça. Geralmente dura pouco menos de um dia, com vários anos de treinamento, mas agora não há mais necessidade de usá-la para esconder minhas asas – Nathalia explica desfazendo a magia.

—E como você aparecia na minha cela sem passar pela porta? – Era vez de Ban perguntar o fato perturbador.

—Isto é a Black Dance (Dança Negra), ela permite que eu teletranporte para o local em que eu tenha a imagem perfeita em minha mente. Consequentemente, penas negras de minha asa são deixadas no local onde utilizo a magia – Ela explica, deixando Ban pensativo. Ele agora havia a certeza desde o princípio da presença de suas asas, pois encontrava algumas penas em sua cela.

O jantar continuou alegre com todos bebendo, encerrando-se no final da noite com todos indo dormir. Elizabeth que dormia no mesmo quarto de Melhoras, Diane que recebia a companhia de King e Ban, já embriagado, que dormia no mesmo quarto que Hawk em uma cama de solteiro. Nathalia optou por dormir no telhado da Taverna, observando as estrelas e aconchegado em suas asas.

Após alguns dias, chegavam em uma pequena cidade comercial nomeada de Byzel, onde ocorreria há algumas horas um festival concorrendo um martelo que ninguém conseguia usar: concluindo ser o tesouro sagrado da gigante, Diane. Fora resolvido de que os homens passariam a procurar informações nas ruas, enquanto as mulheres procuravam algo para o almoço.

—Por que apenas a Nathalia ficará com vocês? – Diane resmungava ao ver que Nathalia acompanharia os homens à cidade.

—Sou a supervisora de Ban – Nathalia diz com um sorriso debochado nos lábios ao lado do homem mais alto, recebendo um leve soco em sua cabeça em meio a uma risada – E também, preciso de roupas.

—Mas... – Diane continua, sendo consolada por Elizabeth que convence-a de deixar a tengu partir com os homens ao dizer que teriam uma conversa feminina.

Chegando nas ruas da pequena cidade movimentada, os vendedores gritavam para atrair sua clientela, deixando Nathalia incomodada por todos os olhares que recebia. A única mulher dentre o grupo, vestida com o uniforme da Taverna do Javali, cobria suas costas com suas asas que chamavam atenção igualmente ao seu corpo marcado por sua vestimenta.

—Ei gatinha, vamos para outro lugar?

—Vamos dar uma volta?

Os homens diziam ao passarem encarando a morena furiosa. Dentre eles, um homem bêbado tentava pega-la por seu braço, sendo impedido por Ban que segura seu punho com força:

—Não está vendo que ela está incomodada? – Ele apertava cada vez mais o braço do homem acompanhado pelos olhares frios e impiedosos, fazendo -o gemer de dor – Vou te matar – Soltando o homem, que saiu correndo pelas ruas, ele vai a frente da morena que permanecia com um sorriso cínico:

—Obrigada, mas eu sei me cuidar.

A busca pela cidade encerrou-se com Nathalia comprando vários tecidos para costurar uma nova roupa e vestida com um vestido longo e branco, fazendo os dois homens conhecidos de Elaine avistarem a pequena fada em sua imagem; e encontrando o enorme tesouro sagrado de Diane na rocha em que ocorreria o festival. Meliodas e Ban empolgados para lutarem e recuperar a arma, arrastam King para o ringue de pedra.

—Ei mocinha você deveria apenas assistir – Dizia um dos homens ao ver Nathalia subindo na pedra – E após eu vencer isto, vamos dar uma volta.

—Quanta gentileza para um lixo como você. Será um prazer te derrotar– Nathalia diz com um sorriso simpático nos lábios, que desapareceu em um instante, ao sentir uma forte presença e a mão em seu ombro:

“Será um prazer te castigar, irmãzinha”