“O que está dizendo irmã?!” era o Nathalia perguntava a sua irmã mais velha, após escutar seu pedido de retornar ao se próprio povo. Estava inconformada, voando em sua forma de criança, enquanto Elaine estava sobre o cogumelo gigante junto a alguns de seu povo.

“Seus pais devem estar preocupados com você” Elaine tentava convencê-la a partir.

“Eu não me importo com eles! Estou vem aqui!” Nathalia dizia seus pensamentos, não sendo sinceros com seus próprios sentimentos, sentindo medo de retornar ao local em que era apenas infeliz. “Se eles tentarem me machucar novamente...?”

“Quando isto acontecer, venha voando o mais rápido que conseguir e todos nós iremos acabar com quem lhe fizer mal!” era o que as outras fadas diziam para encorajar a garota, que soltou um sorriso alegre nos lábios.

“Então vá, Nathalia” foram as últimas palavras ditas por ela a sua querida irmã mais nova, com um sorriso gentil em que sempre estava.

“Voltarei logo, é uma promessa!” e estas foram as últimas palavras ditas ao povo do Reino das fadas, voltando a sua forma original e partindo o mais rápido que podia.

Mas esta promessa nunca fora cumprida.

Nathalia que fora capturada ao retornar ao seu povo já morto, teve suas memórias apagadas e ficou sob controle da magia de Jin: Brain Control (Controle Cerebral) por longos cincos anos, sendo controlada pelo forte sentimento de obedecer a seu rei, que agora, seria seu irmão. Voltava a ser a garota que obedecia às ordens do rei sem ao menos hesitar, faria qualquer coisa pelo seu irmão que respondia como Hades.

Quando conseguira retomar suas memórias e sair da magia de seu irmão, não perdera tempo para retornar ao seu lar. Isto fora a vinte anos, encontrando apenas chamas.

—Perdoe-me... Irmã... – Esta era a certeza de que Ban havia de que Nathalia ainda não estava morta em seus braços, vendo-a murmurar palavras tristes e derramar lágrimas solitárias enquanto ela havia a visão que tanto temia, esta fora o último golpe de Jin, antes que desmaiasse: Nightmare (Pesadelo), mostrando a sua vítima seus piores medos.

Não podendo deixá-la em um campo de batalha e saber que ela morreria pela hemorragia, Ban carrega-a cuidadosamente em seus braços e vai em direção ao seu grupo, sendo questionado por King e Diane que foram ignorados.

—Ban, como Capitão dos Sete Pecados Capitais, você não deve levá-la conosco – Dizia Meliodas ao não ter uma total confiança em Nathalia, mesmo vendo o que ela fizera para proteger a princesa.

—Então eu irei deixar os Sete Pecados Capitais – Dizia Ban sem pensar muito, vendo o rosto de Nathalia que sofria em seu colo – Vou me responsabilizar por todos os atos dela.

—Mas Ban, por que quer tanto salvá-la?! – King questionava.

—Porque ela me salvou – Fora a resposta de Ban, dita sem ao menos olhar no rosto de seus companheiros. Sussurrando apenas a mulher em seu colo – Agora estaremos quites, não é Crow?

Nathalia que estava preso em um longo pesadelo, estando em um local totalmente escuro, com apenas as imagens das pessoas importantes em sua frente. “Eu apenas queria reencontrá-los” era o que Nathalia dizia a eles, ajoelhando-se e derramando lágrimas e implorando por perdão.

“Não espere chegar perto da Elaine” dizia uma das imagens, sendo ela de alguém que ainda não estava morto: Ban, o Imortal. Enquanto os outros dois, sendo uma de Elaine, dizia em uníssono com todos: “É a sua culpa”. Era doloroso, ouvir as pessoas que tanto amava dizer estas palavras com tanto ódio e raiva:

“Eu morri por sua culpa”.

“Eu morri por sua culpa”.

“Por sua culpa, Elaine morreu”.

Este era o pesadelo de Nathalia, o sentimento de culpa que guardava há tantos anos em seu coração, culpando-se pelo sofrimento e pela morte daqueles que confiaram nela: Elaine e o homem que a libertara. Sendo que a única coisa que conseguia dizer era: “Desculpe-me” e “Chega”.

Ao finalmente abrir seus olhos, perdendo a noção do tempo, enxerga-se em um quarto com poucas coisas. Tendo dificuldades para respirar e para mover-se por causa do corte que fora aberto em seu peito e em suas costas, sentava-se lentamente na cama em que acordara.

—Onde eu estou...? – Perguntava observando a sua volta, vendo que o local estava em movimento. Sentindo dor, coloca a mão no local da ferida e sente o sangue quente ultrapassar as bandagens, fazendo-a se tocar de suas vestimentas. Cora bruscamente ao ver suas condições, vendo que estava apenas com uma enorme faixa para cobrir seu ferimento e seus peitos, várias bandagens em cada região de seu corpo e estando apenas de calcinha. Cobrindo-se com a coberta, tenta levantar-se.

Não sabendo onde estava, abre a porta do pequeno quarto em que estava e avista escadas. Descendo-as com passos trêmulos e tomando cuidado para não fazer barulho, encolhe as asas como sempre fizera e aproximando-se do último andar, parando no último degrau antes ao escutar as vozes dos Sete Pecados Capitais:

—Ban, converse conosco! – Dizia King impaciente, voando com seu travesseiro como sempre – Você apenas está inventando desculpas para não falar a verdade!

—Isto mesmo! – Hawk concordava – Você devia tê-la deixado morrer! Ela era uma Cavaleira Sagrada! – Estas palavras fizeram a mulher que escutava a conversa querer fugir, querer morrer.

—Ban, você mesmo sabe das atrocidades – Meliodas complementava ao limpar um dos copos de madeira em suas mãos.

—Mesmo que ela não tenha assassinado seu próprio povo e sua família... Ela matou muitas outras pessoas – Era vez de Diane.

—Mas... – Dizia Elizabeth, estava confusa. Não conseguindo compreender de como uma mulher que se sacrificou para salvar sua vida, com os olhos brilhando de justiça, teria cometido tantos homicídios durante o seu passado – É uma pessoa importante ao senhor Ban, não é...? – Dizia estas palavras para si mesma. Enquanto Ban ignorava todas as palavras daqueles que disseram.

—O que você quis dizer com “Ela me salvou”? – Perguntava King, fitando-o curioso, acompanhado pelos olhares de todos ali – Você ficou calado por todos estes dois dias!

—Quando eu estava preso em Baste... – Ban finalmente começa a dizer algo, após virar seu último copo de cerveja – Ela era a responsável por me supervisionar, mas ela não era quem me torturava diariamente. Mas desde a primeira noite que a encontrei, ela me deu a chance de fugir daquela prisão.

—Mas por que ela...? – Hawk perguntava.

—Eu não sei! – Dizia Ban dando um soco na mesa, ao lembrar-se de que não sabe de nada sobre aquela mulher – Por isto que vou tirar as respostas dela! – Com esta última frase, Nathalia fazia o esforço de subir novamente todos os degraus para não se chatear mais.

—E o que pretende fazer depois de descobrir o que queria? – Elizabeth perguntava.

—Vou protegê-la a qualquer custo – Estas palavras de Ban já bastavam para Nathalia chorar novamente, não suportando escutar essas palavras vindas do homem que deveria lhe odiar.

Não suportando mais esta dor de ver o rosto de Ban e escutar ele dizer estas frases gentis, corre com as poucas forças que ainda tinha durante estes dois dias em que esteve de cama e sobe os degraus, quase caindo ao tropeçar, mas chega ao quarto pouco antes de Ban que escutara o barulho e fora ao seu encontro.

—Você é idiota? Com estes ferimentos... – Dizia Ban ao estender sua mão ao ombro da mulher, recebendo um tapa para afastar-se, recebendo os olhares tristonhos da mulher com o rosto vermelho por causa das lágrimas.

—Já chega disso Ban, não me cause mais dor do que o necessário – Implorava ao abaixar a cabeça para não o olhar – Deixe-me morrer... – Com esta frase, Ban range os dentes e lhe dá um tapa em seu rosto, deixando-a surpresa, mas logo a abraça e diz:

—Idiota, com este pensamento nunca conseguirá morrer...

"Mas eu não vou deixar que isto aconteça, nunca".