As Crônicas do Lanceiro azul do vento.

O passado sempre fica na memória


Levantei minha lança, e num movimento ágil eu defendi sua investida. É claro que aquela espada brilhante provavelmente teria me matado caso me acertasse, quem sabe, mas o fogo que a encandeava cessou no momento que ela se encostou em minha lança. Na verdade, minha arma foi quem brilhou, como numa resposta agressiva.

[...]

" Não sei bem como começar isso, mas vou tentar; Espero que as coisas fluam bem. Meu nome é Erick Chulainn Barker, e eu sou um guerreiro. Nasci e fui criado em meu clã, com nossas respectivas tradições, e sempre foi assim. Quando eu nasci? Quinhentos e Treze. É, eu sou bem velho. Sou do clã Barker, um dos quatro clãs assassinos mais respeitados dos tempos antigos, conhecidos por sua intelectualidade e astúcia. Os outros, Riley, Oxford e Reagan também tinham suas vantagens tanto territoriais quanto em questão de habilidade.

Riley's eram sinônimo de nobreza e magia: A geração mais poderosa de magos, que acima de tudo eram honrados. Ou pelo menos a maioria deles.

Oxford's eram os mais influentes, e poderosos. Cada um conseguia surpreender de um jeito, e vai por mim, não vai querer enfrentar um deles sem preparo.

Reagan's eram a força. Sabe quando se tem medo de algo? Pois é, eles causavam esse medo. Vai por mim, não vai querer enfrentar um deles nem com preparo.

O que resume tudo isso envolve guerra, golpes e muito sangue. Uma aliança que uma vez quebrada, nunca mais se regeneraria. E a coragem de um guerreiro, que foi forte o suficiente para invocar o poder dos Deuses e parar um monstro. Mas não qualquer monstro. De Alucard ele era chamado, e sua grandeza não era imposta só por seu nome. Se esse guerreiro sou eu? Nem pensar! Eu só tinha nove anos na época, e agradeço por isso. Seria barra demais pra mim. Algumas questões ainda tem que ser respondidas, do tipo: Quem é Alucard, e quem é o guerreiro que o deteve? Como se deram as guerras, e qual a relação dos clãs? Isso já é história para uma próxima página. "

[...]

Meu corpo balançava à medida que eu caminhava sobre aquela ponte. Nunca tinha me dado bem com pontes, ou altura. Não era por ter medo, mas realmente aquilo não era meu forte. Meus olhos se fixaram do outro lado, em que um templo erguido sobre várias ruínas mostrava a sua magia: o fato de ainda estar intacto.

Depois que pisei em terra firme, achei melhor não olhar para trás, ou para baixo. Aquela visão provavelmente me deixaria tonto. A entrada do templo era um arco grego, com algumas listras pretas que davam destaque ao branco. Parecia novo. Uma energia forte emanava dali, e eu não estava lá tão animado para descobrir o que tinha do outro lado. Mas entrei. E provavelmente foi a escolha mais idiota que eu já fiz, só não sabia ainda.

Três estátuas estavam prostradas sobre um elevado de mármore, e retratavam três homens de armadura com espadas empunhadas. Uma voz assustadora veio logo em seguida, e me fez apertar forte a lança que eu carregava em mãos; Gae Bolg. Foi uma frase dita numa língua que eu não conhecia, e já que eu não sabia bem o que fazer, fiz o que qualquer um teria feito. Continuei a andar. Dois passos depois eu senti o chão tremer, e a estátua do meio tomava uma cor avermelhada, como sangue, só que ainda mais viva. Então toda aquela cor pareceu escorrer do corpo até se manter somente sobre a espada, que agora brilhava. O guerreiro se levantou , e andou até mim. Na verdade ele correu, e ele era bem rápido. Um homem grande de armadura com uma espada que agora flamejava tentando me atacar, que lindo dia era aquele, e ele só estava começando. Foi um ataque de cima a baixo, e ele provavelmente tentou cortar meu peito, mas sem querer me gabar, meus reflexos foram mais rápidos.

Levantei minha lança, e num movimento ágil eu defendi sua investida. É claro que aquela espada brilhante provavelmente teria me matado caso me acertasse, quem sabe, mas o fogo que a encandeava cessou no momento que ela se encostou em minha lança. Na verdade, minha arma foi quem brilhou, como numa resposta agressiva. Não liguei para isso, apenas tomei como uma vantagem. O empurrei para trás e girei meu corpo num movimento preciso. Me abaixei na mesma velocidade, e estiquei minha perna direita numa rasteira. Aquilo o derrubou, e canalizei força o suficiente para pular e atirar minha arma contra seu peito. Ela penetrou sua armadura como se não fosse nada, e aquilo me surpreendeu. O que restou foram destroços de uma estátua de pedra e uma espada que agora virava pó. Escutei o som de um tremor, o senti sobre meus pés, e vi o chão cair atrás de mim. Nesse momento percebi que não teria volta. Então corri.