No quarto de Thomas, as 5:30 da manhã, ainda estava escuro. Na parede de frente para seu computador, tinha uma estante e nela havia um troféu de futebol, uma faixa de capitão do lado e algumas histórias em quadrinhos do Homem Aranha.
O machucado na sombrancelha de Thomas, agora era uma cicatriz bem aparente. Seu cabelo está mais comprido e seu corpo está um pouco mais musculoso.
Quando seu despertador toca, ele levanta e vai pro banheiro dizendo pra si mesmo " Tenho que ir logo, daqui a pouco a Raquel acorda e vem encher o saco.". Ele toma um banho rápido e vai pro seu quarto. Ele estava tremendo de frio, embora fosse novembro.
Mais tarde, Sandra vai até seu quarto e diz:
— Nossa, já tá acordado?
— É... responsabilidade né, é o que você disse! - Diz ele pondo um moletom vermelho com um símbolo que se parecia com um fogo laranja na frente.
— É... 18 anos... uma nova fase, nem acredito que cresceu tanto. - Diz ela
— "Nova fase", tá zuando né? Eu ainda tenho o terceiro colegial pra fazer ano que vem, não é uma nova fase! - Diz ele prendendo o cabelo e colocando a toca do moletom.
— É uma nova fase sim, vai ver! - Diz Sandra. - Quando descer, eu e seu pai queremos falar com vocês.
— Mãe... ele não é meu pai, para de forçar isso... - Diz Thomas colocando um tênis de basquete preto e azul.
— Se a Raquel me aceita, por que você não pode aceitar ele? - Diz Sandra.
— Porque o meu pai está morto e só representa o mal pra mim, já o Emanuel, não fez nada de mal, ele é daora... mas não é meu pai! - Diz Thomas pegando o celular e descendo para a sala.
No que ele termina de descer as escadas, Raquel pula nas costas dele e os dois caem no chão.
— Feliz ANIVERSÁRIOOOOOOOOOOOO! - Diz ela empolgada.
— Valeu criança! - Diz ele bagunçando o cabelo dela. - Quando pintou o cabelo? - Diz ele.
— Ontem, saberia se parasse em casa! - Diz ela levantando.
— Desculpa... mas tá bonito, vermelho escuro combina muito com você! - Diz ele.
— É vinho! - Diz ela.
— Tanto faz! - Diz ele levantando.
— Parabéns Thomas! - Diz Emanuel.
— Valeu, Emanuel! - Diz Thomas.
— Então, o que querem falar? - Pergunta, Thomas.
— Nós vamos te dar a minha moto, presente de aniversário! - Diz Emanuel.
— Ah não, aí... nossa... ah, não tenho o que falar! - Diz Thomas.
— Mas eu tenho. Não quero vocês dois saindo com a moto de noite ou indo pra festas com ela? Entendeu? - Diz Sandra.
— Não ando na garupa dele nem fudendo! - Diz Raquel.
— Anda... Ô se anda! - Diz Thomas.
— Gosto da minha vida, valeu! - Diz Raquel se sentando na mesa pra tomar café.
— Aqui Thomas, confiamos em você! - Diz Emanuel dando a chave da moto para Thomas.
— A não, mentira, caralho! - Diz Thomas emocionado.
— Vocês se comportaram bem, a última briga de vocês foi com o Gabriel, na viagem a dois meses. Parabéns! - Afirma Sandra.
— Não queremos você correndo, principalmente com alguém na garupa, ainda mais se for a sua irmã! - Alerta Emanuel.
— Beleza! Pode deixar! - Diz Thomas.
— Não subo nessa moto com ele dirigindo não! - Brinca Raquel - Não, sério, não vou pegar carona com você! - Diz ela mais séria.
— Ah vai, vai agora aliás! - Diz Thomas.
— Ainda não tem carta! - Diz Sandra.
— Só pra ir pra escola, não dá nada! - Diz Thomas colocando a chave no pescoço como um colar pelo laço da chave.
Depois do café, Thomas e Raquel vão para a garagem e ela pergunta:
— Sabe o nome dessa moto?
— Janete Pereira! - Diz ele.
— Ha... Ha, engraçado - Diz ela.
Ele monta na moto, coloca capacete, liga e manda Raquel subir.
— Ah... socorro! - Diz ela subindo na garupa.
— Se segura! - Diz ele saindo da garagem cantando pneu.
Ela o abraça e não solta até chegar na escola.
Quando chegam, Raquel desce, tira o capacete e diz:
— Você não é tão ruim assim, MAS PRECISAVA CORRER TANTO?
— Se a avenida permitia, não posso fazer nada! - Diz ele rindo e passando a mão na cabeça dela.
Entrando na sala, Thomas se senta do lado de Lipe e diz mostrando a chave da moto:
— Ae mano, tô como? Motorizado!
— Maaaano... mentira... caralho que daora! - Diz Lipe.
— É, agora ninguém me segura não! - Diz Thomas.
— Parabéns mano, na humilda, pelo aniversário e pela moto! - Diz Lipe.
— Valeu mano! - Diz Thomas.
Nessa hora, Gabi entra na sala, se senta em frente a Thomas e nem olha em seu rosto.
— Brigaram de novo? - Diz Lipe com um tom de monotonia.
— Não... ela tá fazendo drama por que eu esqueci o "aniversário" de um mês de namoro. - Diz Thomas sem dar muita bola.
— Fazem aniversário de namoro no mesmo dia do seu aniversário? - Diz Lipe.
— Não, foi dia 9... - Dizia Thomas antes de ser interrompido.
— HOJE É SEU ANIVERSÁRIO? - Diz Gabi se virando para trás brava.
— Puts... esqueci de te falar... "cê" acredita? - Diz Thomas ironicamente.
— NÃO... FALA... COMIGO! - Diz ela se virando para frente.
— Não vai sair com a gente hoje a noite então? - Diz Thomas para ela.
— Não! - Diz ela seca.
Quando Thomas vai continuar a conversa, a professora de física entra e começa a aula, cortando todas as conversas.
No meio da aula, Thomas vai ao banheiro para perder um tempo de aula e encontra Raquel e uma garota de sua sala no banco.
— O que "cê" tá fazendo pra fora? -Diz ele.
— Aula livre de artes, tem que buscar uma inspiração aqui fora. - Diz Raquel.
— Que bosta... aula de artes podia ser melhor que isso... - Diz ele indo pro banheiro - Tchaaaau.
Quando ele volta para sala, a professora diz:
— 15 minutos Thomas, sério?
— Foi mal, eu tava malzão... - Diz ele se sentando.
Baixo, Gabi diz:
— Não tem vergonha dessa cara de pau?
— Depende da ocasião, viu, linda! - Diz ele fazendo carinho no pescoço dela.
— Sai, tô brava com você! - Diz ela.
— Sem motivo, você sabe né! - Diz Thomas.
— Querem resolver isso lá fora? - Diz a professora para os dois.
— Sério? - Diz Thomas esperançoso.
— Não... perdão... - Diz Gabi.
A professora olha para Thomas o condenando só com o olhar.
No intervalo, Lipe, Mateus e Thomas vão a uma sala de ferragens que ficava no fundo da escola.
— Por que a gente tá aqui? - Diz Mateus.
— Sabe a bola que furou semana passada? eu quero saber aonde tá... preciso dela! - Diz Thomas fuçando em tudo.
— Pra que quer isso? - Diz Lipe.
— Da pra remendar. - Diz Thomas.
Ele acha a bola e os três ficam em um banco conversando. Nas aulas do meio, Raquel vai embora pois tinha consulta no oculista, mas antes passa na sala de Thomas deixar o capacete dela.
Na saida, Thomas abraça Gabi por trás e diz:
— Vai ficar assim comigo, no meu aniversário?
— É seu aniversário hoje? Nem sabia... - Diz ela ironicamente.
— Qual é... para vai, vem, vamos pra minha casa, oque que "cê" acha? - Diz ele dando o capacete de Raquel pra ela.
— Que? você nem tem carta! - Diz ela.
— Vamo logo. - Diz ele colocando o capacete e puxando ela pra perto da moto.
— Vem! - Diz ele já em cima da moto.
Ela monta na moto e eles vão para casa de Thomas. Assim que chegam, ele guarda a moto e Gabi entra pela porta da frente.
— Oi Gabi! - Diz Sandra a abraçando.
— Olá, Oi Raquel. - Diz Gabi.
— Eae! - Diz Raquel deitada no sofá.
— Mãe, eu tô com fome! - Diz Thomas entrando na sala.
— Boa tarde filho! - Diz Sandra.
— Boa tarde, tô com fome! - Diz ele.
— Não da pra ser mais sútil, só com a sua mãe? - Diz Gabi.
— Sabe que tá exagerando! - Diz Thomas levando ela pra cima.
No quarto de Thomas, ele fecha a porta e tenta beija-la, porém ela vira o rosto.
— Qual é! - Diz ele meio bravo.
— Qual é nada, você não merece, não me disse que era seu aniversário e esqueceu o um mês de namoro! - Diz ela nervosa.
— Que? você não tá brava por causa disso, o um mês de namoro eu já pedi desculpas e o que meu aniversário tem haver com você estar assim? - Questiona ele.
— Idiota... eu queria te fazer uma surpresa, dar um presente, sei lá! - Diz ela.
— Você pode me dar o seu... - Dizia ele até ser interrompido.
— Eu juro que se você falar cu, eu vou embora! - Dizia ela brava
— Seu beijo que você virou o rosto agora de pouco! - Diz ele rindo.
— Aaaaaah, por que eu namoro você? - Diz ela.
— Eu sei que você me ama! - Diz ele.
— Thomas... ah, tá vendo só... age como se não se preocupasse comigo e ainda me fala isso... - Diz ela mais chateada.
— É só a verdade! - Diz ele abraçando ela e logo após, dando um beijo.
Após o almoço, os dois se deitam no quarto de Thomas.
Após um tempo os dois pegam num sono e então Thomas começa a se incomodar com um sonho.
Em um fim de tarde, dois garotinhos de uns 8 anos estavam correndo em volta de um lago.
Seus pais estavam todos em um churrasco em uma fazenda. Adultos cuidavam deles, olhando de longe.
— Ei, Leo! - Diz Um deles.
— Fala, Thom! - Responde, Leo parando de correr.
— A fazenda do seu avô é muito legal! - Diz Thomas.
— Eu sei, você vai dormir aqui hoje né? - Diz Leo.
— Espero que minha mãe deixe! - Diz Thomas.
— Tô com fome, vamo comer! - Diz Leo correndo em direção aos adultos.
— Ta! - Diz Thomas correndo junto.
Chegando lá ele diz:
— Mãe, posso dormir aqui com o Leo hoje?
— Não sei... O que me diz, Aline? - Diz Sandra para a mãe de Leo.
— Acho que eles não merecem! - Diz Aline brincando.
— A gente merece sim! - Diz Leo.
— É verdade! - Diz Thomas.
— Tá bom... então podem dormir aqui! - Diz Aline.
Mais tarde, de noite, quando estavam quase dormindo, o pai de Thomas vai buscá-lo sem avisar.
— Pai, a mamãe deixou eu ficar! - Diz Thomas.
— Eu não quero saber! - Diz seu pai bêbado.
Quando Thomas vai embora, Leo diz:
— Odeio o pai dele!
— Não fala assim, filho... - Diz Aline.
Chegando em casa, Thomas vai para o quarto de sua mãe e vê ela de olho roxo.
— O que foi mãe? - Diz ele.
— Nada filho, eu cai! - Diz ela.
— Vai pro seu quarto, Thomas! - Diz o pai dele.
— O que aconteceu com a mamãe? - Diz Thomas bravo.
— Sai logo! - Diz ele colocando Thomas pra fora do quarto e fechando a porta.
Thomas fica pra fora e escuta o choro da sua mãe, os tapas que o seu pai dava nela, o prazer dele e o medo dela.
Depois de 40 minutos, que pra Sandra e Thomas foi uma eternidade, tudo fica quieto. Thomas vai pro seu quarto correndo, pega duas luvas do homem aranha que ele tinha e coloca. Quando seu pai abre a porta ele agarra em sua perna e tentava o bater, morder, empurrar, mas nada adiantava.
Seu pai o chuta com força na parede.
Sandra aparece com a roupa rasgada, toda machucada e com pernas trêmulas, e mesmo assim empurrou seu marido para longe de Thomas.
Ele pega ela pelo cabelo e leva pra cozinha. Thomas levanta e vai correndo atrás. Na cozinha, seu pai estava com uma faca quase furando Sandra. Thomas pega outra faca na gaveta e esfaqueia a perna de seu pai.
Ele solta Sandra na hora e da um soco no rosto de Thomas.
— Para... por favor, é só uma criança. - Diz Sandra até que seu marido ajoelha em seu pescoço.
— Solta! - Diz Thomas bravo batendo muito em seu pai.
— Muleque irritante! - Diz seu pai levantando meio manco e pegando Thomas pelo braço.
Joga ele em cima de uma mesa e diz:
— Então você quer ser um herói, né?
— Sai! - Diz Thomas cuspindo na cara dele.
Seu pai da um soco em seu rosto e logo após rasga sua luva da mão esquerda com a faca.
Quando ele vai rasgar a da mão direita, corta a mão de Thomas e o braço. Thomas começa a chorar e gritar. Sandra tinha ligado para a polícia mas não tinham chegado. Quando chegam, Thomas estava do lado de Sandra no chão. Ela estava desmaiada e seu pai tinha saído de carro.
A família de Leo, saiu da fazenda e voltou para a cidade para Aline ficar com Sandra no hospital. Thomas tinha dado vários pontos na mão, no pulso e no braço. Quando chega na casa de Leo, o avô dele o recebe.
— O que aconteceu com você? - Diz Leo.
— Meu pai... odeio ele! - Diz Thomas lacrimejando.
— Eu vou bater nele! - Diz Leo bravo.
— Valeu! - Diz Thomas.
Já eram 3h da manhã, mas por conta do acontecido, o avô de Leo deixou eles assistirem desenhos.
— O Goku é muito legal, ele é forte, aposto que ele podia bater no seu pai pra gente! - Diz Leo.
— É uma ótima idéia. - Diz Thomas.
As 6h os dois dormem. Mais tarde do dia, as 15, os dois vão para o hospital ver como Sandra está.
— Oi, mãe! - Diz Thomas entrando correndo no quarto.
— Oi filho... - Diz Sandra meio fraca.
— Você tá melhor? - Diz ele.
— Sem você eu estaria muito pior, ou talvez não estivesse aqui! - Diz Sandra.
— É, você foi um herói, Thomas. - Diz Aline.
— Meu pequeno herói! - Diz Sandra abraçando ele.
Muitos anos depois, Leonardo e Thomas estavam conversando e Thomas diz:
— Cara... to cansado!
— Não pode, amanhã você faz 15 anos! - Diz Leo.
— Só um aniversário! - Diz Thomas.
— Mas, 15 anos de amizade! - Diz Leo.
— É, nem compensa a gente contar, a gente sabe que vai ser eterna. - Diz Thomas.
— Isso aí! - Diz Leo.
Uns meses depois, Thomas estava chorando e berrando no hospital, médicos o estavam segurando, mas ele estava tão bravo que se mexia e superava a força dos médicos.
Todos os seus machucados estavam abrindo, mas ele não parava de gritar, um grito fundo, com muito mais dor do que aparentava. Também não abria os olhos, que já tinham despejado muitas lágrimas.
Quando dopam ele, ele não dorme, só não se mexe muito, Sandra segurando o choro diz:
— Thomas, se acalma por favor!
Ele não respondia nada. Uma semana depois, ele estava em casa e a polícia vai falar com ele sobre o acontecido.
— Ele não fala comigo, não tem feito nada, não sei se vai responder vocês. - Diz Sandra.
— Tudo bem senhora, mas precisamos tentar. - Diz um dos policiais.
Eles se sentam na sala com Thomas e fazem várias perguntas, nenhuma com respostas.
— Qual o seu problema, garoto, por que está assim? - Diz um dos policiais.
— Leonardo! - Diz Thomas com dificuldade por estar com a língua em recuperação.
— O que? Continua! - Diz um dos policiais.
— LEONARDO, ELE TA MORTO, ESSE É A PORRA DO MEU PROBLEMA. ENTÃO SE VOCÊS NÃO PODEM TRAZER ELE DE VOLTA, OU NÃO VÃO COLOCAR UMA BALA NA CABEÇA DE QUEM FEZ ISSO COM ELE, SUMAM DAQUI E MORRAM TAMBÉM! - Grita Thomas, de novo com dificuldade, antes de ir para o seu quarto com a ajuda de uma muleta.
— Thomas, acorda... - Diz Gabi assustada.
— AH... Tá... tá... foi só um pesadelo... relaxa! - Diz ele sentando.
— Você tá soado, sonhou com o que pra ficar tão desesperado enquanto dormia? - Diz Gabi.
— Sei lá... eu falei alguma coisa? - Diz ele.
— Leo e mãe, falou muito dos dois... Quem é Leo? - Pergunta Gabi.
— Isso não importa, tô com fome, que horas são? - Diz Thomas deitando no colo dela.
— 16:34, vamos sair que horas? - Diz ela.
— Não sei... - Diz ele levantando e colocando uma camisa.
Os dois descem pra sala e Thomas diz para Raquel:
— Não sai de frente dessa tv?
— Não enche, senhor! - Diz ela.
— Não fala assim comigo! - Diz ele fingindo estar bravo.
— E você vai fazer o que? - Diz ela levantando do sofá.
— Quer andar de moto comigo de novo? - Diz ele.
— Desculpa! - Diz ela voltando pro sofá.
— Gosta de andar de moto, Raquel? - Questiona, Gabi.
— Não, isso foi uma ameaça, é um perigo andar com esse moleque! - Diz Raquel.
— Exagero! - Diz ele.
— Vai sair com a gente hoje, Raquel? - Pergunta, Gabi.
— Claro que não, tá louca? - Diz Thomas da cozinha.
— Ah, por que não? É sua festinha de niver! - Diz Raquel.
— Vamos beber! - Diz ele.
— Idai! - Retruca Raquel.
— Você bebe? - Diz ele.
— Só o que você for beber! - Diz Raquel.
— Melhor não então, Raquel, ele só bebe uma coisa ruim lá! - Diz Gabi.
— Não vai e pronto! - Diz Thomas.
— Vamos ver então! - Diz Raquel.
Algumas horas depois, quando Thomas e Gabi estavam quase saindo para encontrar Lipe, Mateus e mais dois amigos, Sandra aparece e diz:
— Não tá esquecendo nada?
— Nossa, verdade, me dá 50 conto aí! - Diz ele.
— Tô falando da Raquel! - Diz Sandra.
— Mas eu preciso real de 50 conto. - Diz ele.
— Ta, toma, mas a Raquel vai junto, ela quer comemorar seu aniversário com você! - Diz Sandra.
— Ok, RAQUEL, VEM LOGO ! - Diz ele esperando fora da casa.
— Prontooo, eae, aonde a gente vai? - Diz Raquel.
— Beber em uma praça, vamo. - Diz ele.
Chegando na praça, Thomas faz duas bebidas com cachaça, quando Gabi vai pegar uma ele não deixa e diz:
— Não, Não, não, esse é da Raquel.
— Que... sério... eu nem bebo... mas tá, ham, da aqui, aguento qualquer coisa que você bebe! - Diz Raquel.
Ela bebe um, dois, três goles e depois fala:
— Ahn, tem gosto forte... mas não é tão ruim!
— Que bom que gostou, porque eu só bebo isso, a nooooite inteira. E amanhã tem aula em, se prepara! - Diz Thomas com um tom de maldade.
Depois de algumas horas, Thomas como de costume estava bêbado e Raquel estava cinco vezes pior.
— Tô com sono... - Dizia ela fechando os olhos e acordando rapidamente.
— Relaxa, daqui um tempo Nois vai embora. - Diz Thomas.
Thomas e Gabi se distanciam um pouco de todos e ele diz:
— Vai dormir em casa né?
— Thomas... sabe que eu não posso... - Diz ela.
— Qual é, por favor! - Insiste ele.
— Minha irmã te mata Thomas, sério. - Diz Gabi o beijando.
Ele para o beijo e diz "acho que valeria a pena".
Após um tempo, eles voltam pro grupo e Raquel está dormindo no banco.
— Ela vai vomitar bastante mano, cê tá fudido! - Diz Lipe se referindo a Raquel.
— Ela disse que ia beber o que eu bebesse, fazer o que?! - Diz Thomas.
— Sabe que foi maldade com ela, Thomas, cachaça, muita maldade. - Diz Gabi.
— Exagerados! - Diz Thomas.
No que ele termina de dizer isso, Raquel vira para o lado e vomita.
— Merda. - Diz Thomas.
— Eu tô ma... - Diz ela até vomitar de novo.
— Acho que ela vai dar pt, tá branca demais, suando, vomitando... Quer o prêmio de melhor irmão do ano agora ou quer esperar pra ver se algum idiota te supera? - Diz Gabi.
— Acho... que eu vou levar... ela pra casa! - Diz Thomas querendo muito segurar a risada.
— Qual a graça? - Diz Gabi.
— Nad... nada... - Diz Thomas ainda segurando a risada.
— Dormiu de novo! - Diz Lipe.
— Ótimo! - Diz Thomas bebendo cachaça pura direto da garrafa.
Thomas se despede de todos, acorda Raquel e os dois vão embora. Raquel não conseguia nem andar e Thomas coloca ela em suas costas para levar pra casa.
— Se você vomitar em mim, eu te mato! - Diz ele.
Thomas fica 5 minutos tentando abrir a porta da frente da casa, ele sobe as escadas e quando vai colocar Raquel no quarto dela, a porta tá trancada.
— Por que tranca a porta do seu quarto? Dá a chave aí! - Sussurra ele.
— Hm... ahn... - Murmura Raquel sem nem chegar perto de acordar.
— Merda... - Diz Thomas.
Ele leva Raquel para seu quarto e a deixa na cama, ele olha os bolsos dela e não encontra a chave.
Thomas começar a falar por pensamento" Será que tá no bolso de trás? Não... não vou mexer na bunda dela, se ela acordasse, estaria fora do contexto e pensaria coisa errada... e se eu deixar ela dormir aqui no chão... não, tá frio... ah... não tem jeito" , pensando isso, ele empurra ela pra beira da cama aonde é encostada na parede, então Raquel não cairia da cama e não ocuparia quase nenhum espaço. Após espremer ela no canto, ele coloca uma roupa de jogar bola e se deita.
— Eu juro que mato ela se ela vomitar na minha cama! - Diz Thomas baixo fechando os olhos.
Assim que o relógio da 5:36, Thomas consegue dormir. Os despertadores de seus celulares começam a tocar 10 minutos depois para irem pra escola.
— Puta que pariu... não acredito nisso... - Diz Thomas se levantando.
Quando Sandra acorda, vai até o quarto de Raquel e a porta não abre, depois tenta o de Thomas que era logo em frente e a porta também estava trancada.
Thomas havia deixado um bilhete no chão dizendo "chegamo mó tarde, não rola de ir pra escola hoje não!!! bom dia!".
Sandra desiste de acordalos e Thomas espera até que os dois vão trabalhar pra abrir a porta.
Quando ele percebe que os dois sairam, pega suas cobertas e vai dormir na sala, deixando Raquel em seu quarto.
As 9h, Thomas acorda com o barulho de Raquel vomitando. Ele vai até o banheiro e quando chega, ela diz:
— Eu te odeio... sério... de verdade... - Diz ela sem se soltar da privada, salivando.
— Você tá péssima... eu tentei avisar. - Diz Thomas.
— Tentou nad... - Raquel vomita e volta a falar - filho da puta...
— Ah... eu tô mal também, não exagera vai, vomita o que tem pra vomitar e sai daí! - Diz Thomas.
Quando ela vai para a sala, ele está tomando café, com tranquilidade e normalidade.
— Eu devia contar isso pra mamãe! - Diz Raquel.
— Conta, eu não te obriguei a nada! - Diz Thomas.
— Sabe que se eu falar, você se ferra! - Diz Raquel.
— Tenta a sorte, de Maria fumaça você já tem fama, só falta querer a de cachaceira agora... - Diz Thomas.
— Você é muito chato... - Diz ela.
Nenhum dos dois voltou a dormir, ficaram juntos na sala, assistindo filme.
Em uma certa hora, Lipe manda mensagem para Thomas, porém era uma foto de Gabriela beijando um cara sentada em seu colo.
Thomas joga o celular na parede com muita força e logo em seguida grita:
— AAAAAAAAAH, VADIA!
— Hey... o que foi? - Diz Raquel meio assustada indo pegar o celular dele que parou do outro lado da sala.
Na tela completamente trincada, Raquel consegue ver a foto e diz:
— Certeza que é ela?
— ... tenho, Lipe não ia me mandar, se não tivesse certeza!
— Diz ele mais chateado do que bravo.
— Nossa... porra... você quebrou seu celular... - Diz ela.
— Não tem problema... Sandra vai me dar outro de presente... - Diz ele tirando os Chips e cartões do celular.
— Ah, verdade, ouvi eles falando sobre isso! - Diz ela.
— Tchau! - Diz Thomas soltando o celular no lixo.
— O que vai fazer? - Pergunta Raquel.
— O que acha? - Diz Thomas.
— Tirar satisfação? - Pergunta Raquel.
— Não, pra que... não precisa fazer nada, acabou e pronto, ela que se foda! - Diz ele.
— Você parece chateado! - Diz ela.
— Queria que eu estivesse como? - Diz Thomas.
— Sei lá... convencido do mesmo jeito que é quase toda hora, fala que vai pegar outra garota e beber cachaça, sei lá, essas suas coisas! - Diz Raquel.
— Bom saber que o que sai da minha boca pra você se resume a cachaça e farra! - Diz ele em um tom mais alegre.
— Não to certa? - Questiona ela.
— Mais que certa! - Diz Thomas com um sorriso de canto de boca.
Thomas depois de um tempo sobe para o quarto para jogar.
As 13 horas Sandra liga para Thomas.
— Que que foi mãe? - Diz ele grosso porque a ligação tava atrapalhando o jogo.
— Vai comer fora com a Raquel, a gente não vai poder voltar para casa, deu um rolo aqui, só vamos voltar de tardezinha. Pode usar seu cartão! - Diz ela com pressa.
— Tá bom, o que deu aí? - Diz ele já desconcentrado do jogo.
— Depois eu explico, beijo, amo vocês! - Diz ela desligando.
"Ham... tá né..." Pensa Thomas.
Ele pensa em ir ao shopping, porém, iria terminar aquela partida primeiro, até que Raquel entra no quarto e diz:
— Ei, quer lanche? tô fazendo!
— Não, não faz não, vamos comer no shopping! - Diz Thomas sem olhar pra ela.
— Sério? Por que? - Questiona, ela.
— Mãe ligou falando que só iam voltar de tarde, aí falou pra gente ir comer fora! - Diz Thomas.
— Tá, vamos logo então, tô com fome! - Diz ela saindo do quarto.
Quando a partida acaba, Thomas se apronta em 5 minutos e desce para a sala.
— Demorou, tô morrendo de fome! - Diz Raquel.
— Desculpa, vamo logo então! - Diz ele pegando a chave da moto.
— Já chamei um Uber! - Diz Raquel tirando a chave da mão dele.
— Que, por que? - Questiona Thomas indignado.
— Porque VOCÊ NÃO tem carta e eu quero continuar vivinha... Ele chegou, vamos! - Afirma ela.
Quando chegam no shopping, vão para a praça de alimentação.
— Eae, vamo comer aonde? - Pergunta Thomas.
— Bk! - Diz Raquel.
— Você come isso quase todo dia! - Diz Thomas.
— Desculpa, senhor da saúde alcoólatra... - Diz ela indo em direção ao restaurante.
— Insuportável! - Sussurra Thomas.
Depois de comer, Raquel vai ao banheiro e encontra Jéssica, Elisabeth e mais uma garota que aparentava ter a sua idade.
A impressão que Raquel teve, era de que as duas estavam enquadrando Elisabeth.
Raquel olha pra Jéssica, e a mesma responde o olhar sério, piscando um olho e mordendo o lábio.
— Você tá bem Elisabeth? - Pergunta Raquel tomando coragem.
— Não vai me dar nem um oi, nem um abraço? - Diz Jéssica para Raquel.
— Não to falando com você... Elisabeth, quer ir ver um filme comigo e com o Thomas? - Insiste Raquel.
— Ah, é por isso que você tá corajosa hoje, o irmãozão pustiço tá com você... - Diz Jéssica enquanto abraça Elisabeth.
Quando Elisabeth ia abrir a boca para falar, a garota da um chute em sua barriga e quando ela vai dar um soco, Raquel segura sua mão e a empurra para trás.
— Encosta mais um dedo nela e eu mato você! - Diz Raquel enquanto aponta o dedo na cara da garota.
— Calma Raquel, a Vi só tem ciúmes da Elisabeth... - Diz Jéssica passando a mão no rosto da Elisabeth.
— Machucou você? - Diz Raquel se abaixando perto da Elisabeth.
— Relaxa ... - Diz Elisabeth.
— Vem, vamos, o Thomas tá esperando a gente! - Diz Raquel pegando na mão de Elisabeth e saindo do banheiro.
Porém, antes que saíssem, Jéssica puxa Elisabeth e olha para ela como se dissesse "se ir, eu acabo com você!".
— Solta ela Jéssica, já tem uma escrava nova, não vai fazer isso com a Elisabeth, entendeu? - Diz Raquel brava sem medo algum.
— Eu adoraria se você fosse brava assim a alguns anos atrás... - Diz Jéssica soltando Elisabeth.
— Vai se fuder! - Diz Raquel saindo do banheiro com Elisabeth.
Quando as duas saem, a garota irritada começa a questionar a Jéssica.
— Por que fica abraçando a Elisabeth, beijando ela, ela é ridícula! - Afirma a garota, muito brava.
— Ela é linda! - Diz Jéssica enquanto as duas saem do banheiro também.
— E eu? Sou o que pra você? - Questiona a garota.
— Contente-se, não ia gostar de ser meu brinquedinho! - Afirma Jéssica.
Já Raquel, quando encontra com Thomas, estava tremendo de raiva.
— Eae Elisabeth. - Diz Thomas
— Oi! - Diz ela o abraçando.
— O que aconteceu com você? - Diz Thomas para Raquel.
— Elisabeth tava com a Jéssica no banheiro... ah, esquece isso, eu já resolvi! - Diz Raquel nervosa ainda.
— Relaxa, a Violetta só é meio ciumenta! - Diz Elisabeth.
— Defende ela também? - Diz Raquel.
— Desculpa... - Diz Elisabeth.
— Ta, que seja, vamos assistir alguma coisa vai... - Diz Thomas encerrando o assunto.
— Tem um que tá passando, parece legal, é de terror! - Diz Elisabeth.
— Por mim, tá ótimo! - Diz Raquel.
— Bora então! - Diz Thomas.
Eles entram na sala do cinema e antes que o filme comece, Thomas diz:
— Sério? uma pipoca gigante? você acabou de comer, não fazer 15 minutos!
— Desculpaaaaaa papai, da próxima vez é só você não pagar, acho que você esqueceu que você que comprou, bobão! - Diz Raquel.
Elisabeth ri da conversa e Thomas diz:
— Ri não Elisabeth, ela é idiota!
— Vocês são demais! - Diz ela.
Após o início do filme, estavam Raquel do lado esquerdo, Thomas no direito e Elisabeth no meio. Um grupo de amigos se sentou do lado de Raquel. conforme o andar do filme, o cara ao seu lado começou a passar alguns dedos em sua perna. Raquel instantânea tira a mão dele e não fala nada, porém faz força pra não lacrimejar. Depois de um tempo, o cara voltou a tentar, então ela puxou a manga de Elisabeth que viu o que estava acontecendo e avisou o Thomas.
— Levanta Raquel, você também Elisabeth! - Diz ele bravo.
Ela não diz nada, está quase chorando, só obedece.
Assim que elas se levantam, ele vai até o cara e da um soco em seu nariz.
— Cê tá louco mano? - Diz o amigo dele levantando enquanto ele fica com a mão no rosto.
— Não, ele foi louco de encostar na minha irmã! - Diz Thomas bravo.
— Eu não fiz... - Quando o cara ia se explicar, Thomas da outro soco nele, porém muito forte, assim quebrando o nariz do cara.
— Não encosta em mais nenhuma garota de novo, arrombado de merda! - Diz Thomas antes de sair da sala junto com as duas.
Fora do cinema, Raquel tenta conter o choro mas não consegue.
— Ei... relaxa, já dei um jeito, não deu tempo de ele fazer nada né? - Diz Thomas.
— Não... - Diz ela encostando o rosto nele e chorando.
— Relaxa... Pode chorar! - Diz ele.
Quando Raquel estava quase parando de chorar, Jéssica aparece para pegar Elisabeth.
— Vem Elisabeth, tenho que te levar pro seu pai! - Diz Jéssica.
— Tá chorando, neném? - Diz Violetta para Raquel.
Raquel já não estava nem um pouco bem e estável emocionalmente, então projetou toda sua raiva em Violetta.
— Cala a boca... - Diz Raquel levantando e indo em direção a ela.
— Acha que eu tenho medo de gente nervosinha!? - Diz Violetta esperando ela.
Thomas se levanta e antes que Raquel desse um soco nela, ele segura sua mão.
— Não ouse encostar nela, Raquel! - Diz Jéssica nervosa pela primeira vez na frente de Thomas.
Raquel para de fazer força com a mão e Thomas a solta. Porém logo depois ela dá um soco na Violetta e toma outro de Jéssica, porém ela estava usando um soco inglês.
Raquel cai no chão e Violetta fica reclamando de dor.
Thomas ajuda Raquel a se sentar e olha para Jéssica com raiva.
— Que foi irmãozão? Eu avisei, não avisei? - Diz Jéssica.
— Ah... mata ela Jéssica. - Diz Violetta com a mão na boca.
— Vadia... - Diz Raquel levantando.
— Chega né? - Diz Thomas a ajudando.
Raquel devolve um soco em Jéssica, porém Violetta estava com um soco já muito perto do rosto de Raquel. Thomas segura a mão de Violetta e Raquel também.
— Caralho Raquel, para! - Diz ele.
— Ae garoto, tem como soltar a mão da minha irmã, fazendo o favor? Sei que ela deve ter feito merda, desculpa! - Diz uma garota de cabelos escuros da idade de Thomas que se aproximava.
— Perdão... Diz Thomas soltando Violetta.
— Tudo bem, ela é um estorvo. E Jéssica, um soco inglês, que legal, é isso que você aprende com ela? - Diz a garota tentando erguer Violetta pelos cabelos.
— Tá doendo! - Diz Violetta tentando se soltar e unhando a mão de sua irmã.
— Me responde! - Diz ela unhando a costela de Violetta.
— Não, ta, desculpa, para, tá doendo! - Diz Violetta quase chorando.
— Escrota! - Diz a garota a jogando no chão.
— Vamos Elisabeth! - Diz Jéssica pegando na mão dela, virando as costas e indo embora.
— Vamos também, vai, levanta que eu não tenho o dia todo pra lidar com o nojo de pessoa que você é! - Diz a garota saindo com a Violetta.
— Ae, olha aqui, pra mim! - Diz Thomas querendo ver o rosto de Raquel.
— Não encosta, tá doendo muito! - Diz Raquel.
— Eu imagino, cortou e fez um caroço. - Diz ele mexendo no rosto dela com muito cuidado.
— Mamãe e papai não podem ver isso... nem ficar sabendo do cinema. Não pode contar pra ninguém, promete? - Diz ela muito chateada e com raiva, a beira de uma explosão.
— Prometo! Diz ele a abraçando.
Quando chegam em casa, seus pais ainda não chegaram e Raquel vai para o banheiro.
Thomas se senta no sofá da sala e fica pensando em tudo que a Raquel já teria sofrido.
Raquel cai num sono e quando acorda já era 3h da manhã.
— Ah... merda, que fome, porque ninguém me acordou. - Diz Raquel para si mesma.
Ela vai até a cozinha, faz um lanche, pega uma caixa de suco e volta para o quarto. Assim que ela ia fechar a porta, escuta Thomas conversando com alguém.
— Caralho Lipe, mata esse filho da puta! - Diz Thomas.
Raquel fecha a porta de seu quarto e vai para o de Thomas. Ele olha para trás assustado e diz:
— Caralho, Raquel, que susto, pensei que fosse a mãe!
— Desculpa... posso ficar aqui? Se não for atrapalhar você... - Diz Raquel.
— Pode, claro que pode! Ae Lipe, vou jogar só mais essa, da Gg aí. - Diz Thomas.
Quando a partida dela acaba, Thomas se senta ao lado da cama e ela diz:
— É bem confortável aqui...
— Não acostuma não, pode ser? - Diz ele.
— Acho que vou pegar essa cama pra mim. - Diz ela sem levantar.
— Eu troco pelo... ah... pelo, é, você não tem nada que me interesse. - Diz Thomas.
— Tô nem aí, roubei então, pode sair daqui que eu tô com sono! - Diz ela enquanto empresa ele com o pé para fora da cama.
— Oooo, cheia de graça! - Diz ele beliscando a batata da perna dela.
— Aí, idiota, tá vendo, não pode brincar que você já vem todo ignorante. - Diz ela se sentando.
— É, quase foi o que eu pensei quando você apanhou pra Jéssica hoje. - Diz ele.
— É, com um soco inglês... - Diz ela.
— Aí ... relaxa, eu tô brincando... foi covardia dela. Mas adorei os seus socos, se serve de consolo. - Diz ele abraçando ela.
— Cuidado com meu olho... - Diz ela.
— Ficou feio em... você é demais, tomou um desse logo em baixo do olho e levantou... coloca um Band aind aí pelo menos.
— Tem algum aí? - Diz ela.
— Perai! - Diz ele abrindo o guarda roupa e pegando uma caixa.
— O que tem aí? - Diz ela.
— Lembranças. - Diz ele fechando a caixa. - Vira o machucado pra mim. - Diz ele.
— Cuidado, tá doendo. - Diz ela virando o rosto.
— Imagino... - Diz ele colocando o curativo.
— Doeu, idiota! - Diz ela.
— De nada... - Diz ele sarcasticamente.
— Lembrei agora, você vai jogar amanhã? - Diz ela.
— Aonde? - Pergunta ele bocejando.
— Na escola, sabe, interclasse, é amanhã, a gente tá no final do ano! - Diz Raquel.
— Nossa, que merda, por isso que os caras da sala não paravam de falar... nossa. - Diz ele.
— É... sua sala sempre teve briga com a sala que é o terceiro agora. - Diz ela.
— Que merda, meu tornozelo tá um lixo. - Diz ele.
— Não joga então, se tá machucado. - Diz ela.
— Não... vou humilhar aquele otário. - Diz ele.
— Só não se mata tá... e... acaba com ele, na frente da cidade inteira! - Diz Raquel.
— Como assim cidade inteira? - Diz ele surpreso.
— O interclasse é bem famoso na nossa escola, vai muita gente assistir. - Diz
— Caralho, daora... - Diz ele.
— Bom... só não se mata ok? Quero só ver você amanhã, boa noite, idiota. E... valeu, por me defender hoje, eu não sei o que faria se você não estivesse lá... - Diz ela.
— Relaxa... Eu não fiz nada além do que um irmão deveria fazer, Namoral, não foi nada demais, e... por mais que não pareça, eu não sei como dizer isso... - Diz ele.
— Eu te amo? - Diz ela meio insegura abrindo os braços.
— É... eu te amo! - Diz ele levantando e a dando um abraço.
— Você é demais, sabia? - Diz ela lacrimejando.
— Relaxa... vai dormir, falo? - Diz ele limpando a primeira lágrima que escorreu.
— O machucado... - Diz ela.
— Eu sei... vai dormir tá? boa noite, criança! - Diz Thomas a levando para o quarto dela. Ela se deita, ele a beija na testa e então fecha a porta e vai para o seu quarto.
Após fechar sua porta, Thomas olha para o seu pé e diz para si mesmo "amanhã eu quebro a perna daquele filho da puta".