Margo diz:

É incrível como nosso destino está escrito nas linhas da mão de um velho sábio, mas que, por vontade nossa, nem sempre acontece. Eu fui contra meu destino na metade de minha vida, eu que decidi não cumprir o destino proposto para mim e destruí minha única casa e que destrui a mim mesmo. Eu que prometi amar a Deusa em cima de tudo, falhei no meu papel de amante, mãe, sacerdotisa e filha da Deusa. Fui uma discípula da Ilha de Avalon, que hoje não aparece mais. E fui ainda, um personagem importante das grandes lendas do Rei Artur, mesmo nunca sendo tão lembrada. Conheci o Artur meu amante de outras vidas, Lancelot do Lago meu amor verdadeiro,Viviane a senhora do Lago que cuidou de mim com sua filha, minha avó Rosa a que cuidou de mim e me protegeu, Morgana das Fadas minha melhor amiga até eu ser traída, Padre Gregório que antecipou minha morte, Maria uma das únicas cristãs que amei e Gwenhwyfar minha inimiga hoje e sempre.

O vento soava frio, Clara uma moça jovem de apenas 19 anos tentava proteger a recém nascida dos seus braços, mas era complicado devido ao grande balanço de o cavalo que a sustentava. Clara estava com frio, seu longo cabelo negro embaraçados balançava por causa do vento, seus lábios e bochechas rosadas tremiam devido ao frio e seus olhos mel enxergavam a estrada esburacada. Ela pensava em Avalon, nos seus campos calmos e suas macieiras ela estava louca para voltar para lá, mas sabia que sua mãe devia pelo menos uma vez conhecer sua filha.

- Estamos chegando Clara dos Vales – o homem forte moreno, que cavalgava a sua frente, disse numa voz suave.

- Oh sim, quando chegarmos iramos, ambos, descansar – Clara respondeu.

- A senhora esta com frio? – perguntou o homem atrás dela, um idoso já, mas que lhe ajudava muito.

- Mais uma coberta não seria ruim – ela sorriu e olhou para o recém nascido de cabelos bem negros – O que acha pequena?

Os homens pararam e o idoso colocou mais um coberto de pele de ovelha em Clara.

- Estou agradecida Sir Lout – ela sorriu, era definitivamente uma ótima mulher meiga, carinhosa, bonita e muito bem educada. Sir Lout agradeceu e pensou “Se eu, poucos anos mais jovem, pediria esta dama em casamento”.Continuaram o caminho longo e frio Clara cantarolava para a filha, não era uma voz suave, mas era bonita, até serem interrompidos. Quatro cavalos brancos pararam na frente de Sir Carlos o homem forte e moreno que cavalgava na frente.

- Irmãos, por gentileza, não estariam vindo da ilha impetuosa de Avalon não? – um novo padre de cabelos lisos pretos, olhos azuis anil e um nariz absurdamente grande dizia:

- Não senhor padre, eu vim da ilha repleta de paz de Avalon, apenas esses dois rapazes estão me acompanhando para a casa de minha mãe – Clara respondeu apertando a criança em seu seio que agora mamava e tentando sentir o colar com pingente de carregava sobre o pescoço.

- Poderia então, a senhorita, vim conosco? – outro jovem do cavalo mais magro disse.

- Não deixaremos ir – Sir Carlos tirou a espada de sua bainha.

- Sinto muito, mas não terão escolhas. Por acaso se negarem de que levamos a senhorita teremos uma pequena discutição – o Padre falou e ouviram barulhos vindo de dentro do mato, mais homens armados estavam rodeado os três.

- Senhor a senhora esta levando sua filha para conhecer a avó não tem nada de mais! – Sir Lout disse.

- Me de a criança! – o Padre disse.

- Nunca! – Clara gritou.

Dois homens desceram dos seus cavalos e puxaram Clara do seu, Sir Carlos foi impedi-los, mas acabou sendo agredido por outro homem. Arrancaram a criança dos braços de Clara que estava sendo segurada por dois homens. O padre a olhou de cima para baixo.

- A avó da criança é seguidora de Deus? – ele perguntou.

Clara depois de muitas lutas afirmou com a cabeça que sim.

- Levem-a para a avó que dará uma criação melhor do que a da mãe bruxa! – o padre disse levando a criança na direção de Clara – E você venha conosco.

- Nunca! – gritou Sir Carlos, o rapaz que batia e segurava nele pegou a espada presa a sua cintura e cortou metade de sua cabeça, Sir Carlos caiu imediatamente no chão com sangue saindo de sua cabeça e os olhos presos em Clara, que gritava de desespero.

O padre passou reto e deu a criança para o idoso.

- Deixe-me despedir dela, deixe-me! – Clara gritava.

- Senhor, mesmo sendo bruxa ela é a mãe da criança, deixes que se despida da criança – um homem que segurava o braço de Clara disse.

- Não pedi suas palavras Robin! – o padre gritou – Mas como somos bondosos e caridosos se despida de sua filha!

Soltaram Clara e ela foi correndo para sua filha e para o idoso.

- Leve ela em segurança, por favor! – ela olhou com olhos em lágrimas para o idoso que concordou com a cabeça e se virou para menina - Minha querida, vovó cuidará tão bem de você quando mamãe ouviu? Não temas medo, pois mamãe estará com você para sempre e seu papai também, mesmo longe ele estará comigo e com você – ela beijou a cabecinha da criança que deu um sorriso tímido, ela tirou o colar do pentagrama e colocou na criança – Eu te amo minha filha, Blessed Be.

- Pare de recitar feitiços perto desta criança pura que a partir de agora é cristã! – o padre gritou e puxou o braço da mulher que caia em prantos – Leve-a para avó que Deus a abençoe! – o padre chegou perto da criança e fez três vezes a cruz em sua testa ela resmungou e começou a chorar.

Sir Lout começou a cavalgar rapidamente para a casa da mãe de Clara e para trás ficou os gritos de Clara, a criança chorava junto com a mãe até Sir Lout não saber mais quem gritava pedindo a filha ou quem gritava pedindo a mãe.