O vento soprava forte enquanto uma criança de apenas 12 anos brincava correndo atrás de folhas secas que voavam. Ela corria tão rápido quanto o vento que adentrava dentro de uma floresta e a garota sem medo seguindo suas ordens, de tão rápido que a garotinha corria ela tropeçou em um galho e caiu no chão. Ela por alguns minutos ficou lá caída no chão aquilo para ela era magico mesmo o Padre Sebastian falando que magias eram coisas ruins. Ela colocava a mão na terra e a fechava sentindo a terra fresca entre seus pequenos dedos, o vento corria quanto ela balançando seus cachos e a convidando para mais uma corrida, pela podia ouvir os barulhos da cachoeira próximo dela e sentia o calor do seu corpo sendo transportado para a terra numa ligação infinita.

– Margo! Menina onde estas?! – gritava a avó da garota Rosa, uma idosa preservada pelo tempo, sei cabelo branco sempre preso a um coque, tinha os olhos castanhos vivos e suas vestes de criadas normal que trabalhava no campo.

– Vovó! – a criança veio correndo suja de terra – Eu estava brincando com o vento, vovó!

– Eu imagino meu amor, mas olhe! O que fez com sua roupa nova! – a menina tristonha olhou para a roupa bordada a mão que a avó lhe deu de aniversário ela era azul com alguns babados brancos na barra.

– Me desculpe vovó.

– Que isso minha criança! – e a avó puxou a menina para si – Quero minha menina suja de terra mesmo, mas antes de nossa convidada chegar terei que lhe dar um belo banho.

– Banho não vovó! – a criança resmungou.

– Banho sim! – a avó empurrava a criança para dentro de uma pequena casa que ao lado havia um poço – Depois de sua aula um belo banho.

– Aulas com o Padre Sebastian de novo?! – a criança perguntou desanimada.

– É importante minha querida, é muito importante estudar Cristo.

– Mas eu nem conheço esse! – a criança disse.

– Claro que conhece é ele quem protege a você, a mim e quem protege sua mamãe também! – Rosa não gostava de falar da filha devido sua morte triste, mas achava que era importante dizer a menina sobre sua mãe e acima de tudo lhe tornar cristã para seu próprio bem.

– Não é Cristo quem me protege, e sim minha mãe!

– Pare menina! – a avó beliscou de leve seu braço que resmungou – Se Padre Sebastian ouvir isto será imediatamente levada para cumprir castigos!

A avó ajoelhou na frente da menina e viu como ela crescia, era tão bonita quando a mãe e sabia que se houvessem visitantes homens a procura de noivas sua neta seria levada, tão parecida com a mãe, menos seus olhos verdes. Viviane queria ver a menina, a avó receosa esperava que fosse apenas uma simples visita para conhecer a menina grande, mas seu coração dizia que não seria apenas uma simples visita.

– Estude bem, por favor, querida – a avó disse passando a mão nos cabelos soltos da menina.

– Tudo bem vovó – a menina disse tristonha, mas logo abriu um sorriso. “Sim, minha neta é linda” a avó pensou.

– Obrigada meu amor – abraçou a menina e pegou sua mão e a levou para dentro da casa, lá sentou a menina e trançou seu longo cabelo enrolado até o Padre Sebastian chegar. Padre Sebastian chegou como sempre ao mau humor e logo Margo e o Padre estavam no quarto da menina estudando.

– Versículo de hoje “E disse-lhe: ’Vão pelo mundo todo e pregue a todas as pessoas’”, menina escreva e pares de desenhar coisas fúteis! – O Padre narigudo de cabelos raspados que sempre usava uma roupa preta e uma cruz dourada disse a Margo.

– Borboletas não são fúteis – a menina disse indiferente.

– Então me diga o que este versículo diz e no que ele interfira em tua vida.

– Ele diz que o amor humano é tudo e se eu amar vou para o paraíso – a menina disse sem deixar de olhar para o papel desenhado. O Padre bateu na sua mão o que fez a pena passar para o outro lado da folha estragando o desenho da menina.

– Por que você fez isso?! – perguntou a menina triste.

– Não grite comigo garotinha insolente! – o Padre gritou mais alto – Estamos aqui para estudar a Cristo, a Jesus e seus discípulos e você fica desenhando bobagens!

– Eu estou ouvindo ao senhor! – a menina dizia querendo convencer o Padre de que o que ele fez foi inútil.

– Pare de me desobedecer!

– Não estou desobedecendo a ninguém pare! - a menina dizia a lágrimas. A avó atrás da porta ouviu o desespero da menina tentado se safar de apanhar do Padre, ela queria interromper isso, gritar com ele e dizer-lhe uma boas verdades, mas sabia que era errado queria a neta cristã para poder ficar mais fácil de protege-la ainda sim seu coração gritava em desespero queria alguém não si, mas alguém forte para parar o Padre de bater na menina que agora gritava. Rosa se virou para ir distrai-lhe a cabeça, mas quando viu a pequena Viviane estava atrás dela.

– Não diga que quem esta atrás desta porta é Margo dos Vales – Viviane uma moça não tão bonita, mas sábia seu cabelo caia numa trança e seus olhos cinza fitavam a senhora desesperada que só pode balançar a cabeça afirmando e dar espaço para ela passar.

Margo no colo do Padre deitada de barriga para baixo sentia suas nádegas doerem enquanto o Padre batia com uma varinha de figueira.

– Isto é para você aprender a ter respeito com os senhores do céu! – i Padre a bateu.

– Mas eu tenho senhor, desculpe-me se fui uma menina má! – a menina em lágrimas e desespero gritava.

Viviane abriu a porta rapidamente e viu a imagem do Padre batendo na menina. O Padre Sebastian se assustou ao ver Viviane e deixou a menina cair no chão que correu para trás de Viviane.

– Como o senhor pode fazer isso barbaridade com uma criança! – Viviane gritava e aos olhos de Sebastian e de Margo ela crescia cada vez mais.

– A marca na tua testa, você é uma das bruxas que queimará no inferno! Estou ensinando a esta capetinha – ele olhou com rancor para Margo que se escondeu mais nas pernas de Viviane – O ensinamento do Cristo!

– Desde modo horrível! Cristo é a favor de bater em crianças e faze-las engolir sua bíblia!

– Padre já embora! – Rosa chegou à sala e disse, a menina correu para a avó.

– Rosa deixaras esta enviada do demônio falar assim comigo?! – o padre disse.

– Ela era amiga de minha filha por tanto minha amiga também – ela disse abraçando a menina que chorava.

– Sua filha, uma bruxa também!

– Cale esta boca padre para falar de minha mãe! – a menina gritou e o padre foi em sua direção, mas Viviane se colocou no meio e por alguns instantes parecia que ela era maior que o padre.

– Vá embora – ela disse nervosa.

– Eu vou, mas depois você e sua neta imunda terão que se confessar! – o padre saiu bufando e batendo os pés firmemente.

– Vovó eu disse que ele era ruim – a neta caia em choros nos braços da avó e Viviane a fitava.

Logo mais tarde Margo dormia e Rosa decidiu conversar com Viviane.

– Rosa por que dera sua neta para ser ensinada por este homem?! – Viviane perguntava tomando um xicara de chá.

– Para salva-la Viviane! Salva-la do destino da mãe – Rosa dizia em lágrimas – Eu até pensei em coloca-la num convento perto de Camelot!

– Você sabe que isto não a salvara – ela repetia – A menina não nasce ficar presa em um quarto ouvindo palavras de Cristo, não! Ela é uma enviada da Deusa Rosa não pode negar! A menina é igual à mãe.

Rosa refletiu em alguns momentos e lembrou-se da infância da filha que não foi diferente da de Margo, Clara gostava de brincar na floresta, brigava com os padres, não suportava ir a igreja e sempre dizia falar com fadas e sua neta em nada era diferente.

– Ela estará longe de mim Viviane! – a avó chorava – Eu perdi-a uma vez e tive a chance de ganha-la de novo e vou perdê-la novamente isso é demais para uma pobre idosa!

– Não ira perde-la e sim iras ajuda-la a encontrar seu caminho, as profecias dizem que Margo dos Vales será muito importante no futuro, mas apenas se ela for pagã. O sangue da Deusa corre puro em suas veias por parte de mãe e de pai, ela é sábia e guerreira Rosa esta menina tem que ser criada em Avalon o lugar dela.

– Viviane entenda minha situação de mãe e avó! Minha filha morreu por ser pagã!

Barulho de vozes acordaram Margo que estava encolhida na cama, ela pensou em levantar e verificar o que acontecia no andar de baixo da casa, mas acho melhor tentar ouvir de cima.

– Sua filha morreu sendo fiel a Deusa! Porque era seu destino.

– A última vez que vi minha filha foi quando ela tinha a idade de Margo agora! – Rosa acabava-se em lágrimas.

– Mas você lembra-se do que sua filha dizia por mensagens? – Viviane tentava convencer Rosa.

– Que Avalon era o lugar mais lindo que ela já viu e que não fora tão feliz, que sempre estava comigo sempre...

– Entendo sua parte de mãe e avó, amanhã de manhã partirei para Avalon – Viviane se levantou esperando ouvir a voz de Rosa dizendo que Margo seria sua e que ela poderia leva-la para Avalon a qualquer momento.

– Tudo bem Viviane, quero que Margo seja feliz igual a mãe e que cumpra seu destino como Deus ou Deusa queira – a avó parou de chorar.

– Esta fazendo a melhor coisa Rosa, não tenha noção – Viviane voltou e ajoelhou na frente da velha com olhos inchados e segurou sua mãe “Ela sabe que é o melhor para neta, e no fundo ela é uma pagã” – Alias a menina leva o medalhão do pentagrama da mãe desde que nasceu.

– Cuidará bem dela Viviane? Tão bem que nada acontecera com a minha menina? – Rosa disse nervosa.

– Prometo que cuidarei dela como se fosse minha Rosa, prometo pela mãe soberana que ela será tão sábia quanto as velhas árvores que ela habita, tão corajosa quando o fogo que correi em suas veias, tão bondosa quanto a terra que se deixa fecundar por sementes, tão pura quanto a água que ela se nada e tão inteligente quando o ar que habita em seus pulmões, eu juro pela Deusa Rosa!

Viviane estava feliz tudo daria certo, sem contar que quando viu a menina sendo agredida por aquele homem horroroso sentiu por ela um carinho tão forte que poderia se dizer que seria um carinho de mãe para filha. Ela naquele momento havia jurado para a Deusa, para Clara dos Vales e Rosa que protegeria a menina de tudo até da morte.

Rosa sentiu mais confortável por sentir a jura de Viviane, pois sabia que elas eram tão fieis a promessa quando o próprio senhor, sua neta estaria em boas mãos como sua filha esteve e sabia que a neta teria um futuro brilhante e importante. A neta não era qualquer uma, era Margo dos Vales uma futura pagã que vivia em Avalon.