As Aventuras do Pequeno Eryk

54 – A Garota Borboleta


– Beleza. Por onde vamos começar para pegar a Gangue da Bicicleta? – Pergunta Eryk entrando na casa da árvore acompanhado de Junior e Jeová enquanto Jessy já se encontrava no supercomputador procurando por uma maneira.

– Já estou trabalhando nisso meninos. – Respondeu Jessy teclando sem parar, até que Luane invade o local apreensiva, assustando a todos.

– Galera... Vocês não vão acreditar... – Dizia Luane ofegante, enquanto segurava um jornal enrolado em sua mão direita.

– O que foi Luane? – Pergunta Jeová começando a ficar preocupado com o estado de Luane. Ela estava respirando um pouco pesado, provavelmente por ter corrido tanto. Mas assim que recuperou o fôlego, ela conta.

– Pegaram a Gangue da Bicicleta.

– O QUE?! – Os quatro quase berram surpreendidos com a notícia de Luane.

– Jessy! – Chama Eryk, para pedir para a prima pesquisar sobre isso na internet para confirmar, e sua prima já sabia disso.

– Já estou pesquisando. – Avisou a morena, teclando mais ainda no computador.

– Tá no jornal e tudo. E o pior foi a pessoa que os prendeu. – Dizia a loira, entregando o jornal para Eryk lê. Junior e Jeová ficam atrás do pequeno para olhar a folha também. A notícia estava na primeira página.

– “Quem é a Garota Borboleta?” Quem é a Garota Borboleta? – Leu Junior e depois perguntou, já direcionando seu olhar para Jessy.

– Achei! – Anunciou a prima de Eryk, ligando a matéria no jornal da manhã no telão da casa da árvore.

–“Vários órfão foram encontrados em um ferro velho aparentemente abandonado. Crianças e jovem dos oito até os dezessete anos se instalaram no local como um recurso de uma moradia precária. E para sobreviver, os mais velhos dos órfãos intitulados ‘Gangue da Bicicleta’ roubavam comida e brinquedos, montados em bicicletas equipadas com armas e foguetes, todas apreendidas. Olhando assim parece coisa do futuro, mas é a pura realidade” – Informava a jornalista, enquanto a tela mostrava o ferro velho, as crianças sendo levadas pela policia, as bicicletas da gangue sendo guardadas em algum deposito pela policia, enquanto a jornalista terminava com um breve comentário.

– “EU NÃO SEI QUEM É ESSA BORBOLETA, MAS ASSIM QUE EU SAIR DO REFORMATÓRIO, MINHA GANGUE VAI SE VINGAR DE VOCÊ! TÁ ME ENTENDENDO?!” – Aparecia Denis na tela, sendo entrevistado as pressas, já que era levado para dentro de uma viatura da policia.

– “E para ficar mais estranho, isso tudo não seria possível se não fosse por uma garotinha fantasiada de borboleta. A própria até deixou seu cartão de visita com uma foto sua.” – A entrevistadora mostrava uma foto da Garota Borboleta fazendo uma pose com as mãos na cintura, e com uma marca de batom na fotografia.

– “Quem será essa Borboleta? Será uma espécie de heroína para os jovens? Será que ela vai entrar em ação novamente? Fiquem ligados no Jornal da Manhã.” – A jornalista terminava sua matéria, mas Jessy desliga o monitor antes disso.

– Caraca... – Se expressa Eryk ainda tentando absorver essa informação.

– Tá todo mundo falando dela. Eu também me pergunto se ela é uma super heroína para crianças. Já imaginou? – Dizia Luane.

– Ah não. Vai começar. – Reclama Junior.

– O que foi? – Pergunta Eryk não entendendo essa negação vinda do amigo. E Jeová parecia apoiar.

– Agora as garotas vão ficar se achando depois dessa Borboleta aparecer. – Respondeu Jeová por ele.

– E qual é o problema, hã?! – Questiona Jessy com a sobrancelha franzida.

– O problema é que agora elas vão ficar no nosso pé, nos meninos, dizendo que super herói agora é coisa de menina. – Esclareceu Junior.

– Mas que besteira. Eu hein. – Retruca Luane.

– Se bem que... não seria má idéia. – Comentou Jessy pensando alto e as duas se entreolham com cumplicidade.

Eryk não estava gostando do rumo que essa conversa estava tomando. Para impedir uma guerra de meninos contra meninas, ele interveio.

– Eu não vejo problema também das meninas serem heróis agora. – Falou Eryk.

– Heróis não, Eryk. Heroínas. – Corrigiu Jessy.

– Isso! Mas eu também não queria que as meninas ficassem falando dos garotos por causa disso. – Prosseguiu Eryk.

– E porque não, hein? Vocês meninos não vivem dizendo que as meninas são “fraquinhas” e não sei o que mais?! – Retruca Jessy.

– Bom... eu não falo. Mas ajudar as pessoas tem que ser pra todos. Não só um menino ou menina. Os dois têm que fazer o bem. Assim todos acabam sorrindo. – Justifica Eryk usando seu ponto de vista. E acaba fazendo sentido. Jessy, Luane, Junior e Jeová também percebem que seu amigo estava certo, e acabam se arrependendo dos recentes pensamentos contraditórios que estavam sentindo pelo outro.

– Tem razão... – Se pronunciou Junior.

– É mesmo. Me desculpe meninos. – Pediu Jessy.

– Tudo bem! – Sorrir Junior.

– Tá, mudando de assunto. Estou mais curioso mesmo é saber quem é essa tal de Borboleta. – Falou Eryk.

– Será que é algum conhecido nosso? – Pensa Junior em voz alta.

– Conhecida. – Corrigiu Jessy mais uma vez.

– Então você conhece ela Jessy? – Se anima Junior trocando as bolas.

– Ai Junior... – Jessy bate a mão na testa com a lerdice do amigo.

– E porque tem que ser justo uma conhecida nossa? – Pergunta Eryk.

– Ah... Vai saber. Tipo, a gente vive bancando os heróis, aí aparece uma garota que viu tanto a gente fazer isso que resolveu se juntar no ramo em grande estilo, não acha? – Explica Junior.

– Bom, se for uma conhecida nossa, quem seria? – Se pergunta Luane.

– Será que não é você? – Supõe Jeová.

– E-eu? Como assim? – Pergunta Luane surpreendida.

– A menina tem cabelo rosa e a Luane tem cabelo loiro. Já da pra ver que não é ela. – Diz Junior como se fosse a coisa mais óbvia.

– Ninguém da nossa idade pode pintar o cabelo de rosa ou nascer com ele. Só pode ser uma peruca. – Deduziu Jessy.

– Gente, eu posso afirmar com toda a certeza que eu não tenho nada a ver com a Borboleta. E tem mais! Se eu fosse me fantasiar de alguma super heroína, seria de uma dançarina. – Justificou Luane.

– É. Faz sentido. – Assente Jeová.

– Tá bem. Não é a Luane. Então...? – Pergunta Eryk tentando suspeitar de mais alguém.

– AH JÁ SEI!!! Só pode ser a nova namorada do Eryk! – Deduziu Junior com uma voz tão alta que fez Eryk se engasgar com a sua própria saliva.

– QUE!? – Berram os outros três surpresos.

– E-eu n-não tenho nada -querodizer- namorada! – Exclama Eryk em sua defesa, embora esteja um pouco gago de vergonha.

– De quem você tá falando, Junior? – Pergunta Luane.

– Oras, daquela menina ruiva que beijou o Eryk.

– Ah, ela? – Diz Eryk se tocando de quem Junior se referia.

– E porque você acha que é ela? – Questiona Jessy.

– Hã? Vocês não assistem filmes, não? Toda vez que aparece um personagem novo é porque ele tem alguma importância na trama. Ou vocês acham que eles só aparecem para aparecer?

– Mas isso não é filme, cara! – Briga Jeová.

– Eu sei. É Fanfic.

O Autor enfia sua mão na tela e dá um cascudão em Junior.

– Tá! Desculpa! Não vai mais acontecer. – Garante Junior passando a mão na cabeça para amenizar a dor.

– Bom, se for ela, a gente pergunta amanhã na escola. – Falou Eryk.

– Se for ela, será que ela vai nos responder? – Se pergunta Jeová.

– Só tem uma maneira de a gente saber. – Dizia Jessy.

– Raptar ela e fazê-la confessar?

Todo mundo olhou para Jeová na hora.

– O que? Foi só uma ideia inocente ae. – Justifica o rapaz, fazendo todos os quatro darem um passo pra trás.

No dia seguinte, na Escola...

– ÂNGELA!!! – Assim que avistaram a ruiva, os cinco gritam correndo em sua direção.

– Ah oi garotada! Que agitação toda é essa? – Responde Ângela com um sorriso encantador em seu rosto ao cumprimentar os meninos. Estavam no empurra-empurra só para fazer uma pergunta.

– Nós queríamos saber se-AI! – Dizia Junior, tentando se ajeitar nesse grude quinteto todo desgovernado.

– Você ouviu falar da garota borboleta? – Pergunta Jeová, fazendo Ângela sorrir mais animada ainda.

– Siiiim! Que linda, não é? Quando eu a vi pela TV eu me apaixonei pela roupa dela! – Respondeu Ângela como uma fã apaixonada pelo seu ídolo.

Aquilo diminuiu um pouco o animo dos garotos. Ela dizia como se não fosse realmente ela.

– Então você não é a Borboleta? – Pergunta Junior indo direto ao ponto.

– Hã? Eu? Quem dera. Adoraria ser uma super heroína, mas eu sou... medrosa demais. Mas eu adoro Borboletas! – Ângela respondeu sem jeito. Demonstrava um pouco de timidez ao encolher seu rosto desviando seu olhar para o canto. Até terminar transbordando animação ao citar as borboletas.

– Engraçado. Pra mim você não parece medrosa. Eu te acho bem legal Ângela. – Falou Eryk sincero.

– Obrigada fofo. Eu também te acho muito corajoso. – Agradece Ângela apertando a bochecha de Eryk de leve. O pequeno sorri sem graça, gostando daquilo.

– E ainda diz que não é a sua namorada. – Brincou Junior, alterando Eryk.

– QUAL É CARA?! – Brigou o gordinho, fazendo todos rirem de Eryk, um tanto corado de vergonha.

– É... Ângela. Eu estou curiosa. O que é isso aí em sua mão? – Pergunta Jessy apontando para o objeto estranho que a ruiva segurava.

– Ah isso? Isso é uma garrafa térmica. Para o grupo do meio ambiente que eu faço parte. – Responde Ângela, mostrando sua garrafa verde, fazendo todos os cinco se animarem.

– Que dahora...! – Falou Junior com os olhos brilhando.

– Grupo do meio ambiente? A gente pode participar? – Pergunta Eryk esperançoso.

– Você querem mesmo? – Ângela pergunta para confirmar, se animando com a idéia.

– Queremos sim! Estávamos procurando uma maneira de participarmos de um grupo desses recentemente. – Repondeu Jessy pelo grupo.

– Será que a gente poderia participar? – Pergunta Eryk.

– Hm... Bom... deixa eu ver... – Ângela faz menção de pensar sobre o assunto. Parecia dividida com essa proposta, o que assustava Eryk um pouco.

– Nós não podemos? – Pergunta Eryk mais uma vez, começando a ficar preocupado por não poder participar.

E para lhe responder, o rosto que transmitia duvida a pouco tempo na face de Ângela muda para um sorriso divertido.

– É claro que podem!

– EBAAA!!!!!!!!!!!!!! – Comemoram todos os cinco alegres.

– Sábado eu levo vocês até o local aonde iremos nos reunir. Me encontrem na praça e não se esqueçam de levar objetos recicláveis, tá bem lindos?

– Tá combinado! – Responde Eryk sorrindo de orelha a orelha.

– Nosso grupo recebe o apoio da escola, então não haverá problemas com seus pais. É só pedir a permissão deles que vocês estão dentro, certo?

– Pode deixar. – Confirma Jessy.

– Está bem, eu tenho que ir. Até mais pessoal! – Se despede Ângela deixando o local.

– Não se preocupa! A gente vai falar com os nossos pais e vamos levar um monte de coisas recicláveis pra vocês! – Dizia Eryk ao longe.

Sábado...

Com a permissão de seus pais, Jessy tinha indo para sua casa no Icuí para trazer mais coisas recicláveis na combe de seu pai, por isso Eryk corria na rua sozinho com os materiais recicláveis até o local que tinha combinado de se encontra com os seus amigos na praça.

– Droooga! Eu estou atrasado! Espero não terem ido embora sem mim! – Dizia Eryk apertando o passo.

Para chegar mais rápido no local ele pega um atalho ao dobrar em um beco. Só que devido as coisas que carregava, o garoto não vê o tijolo em seu caminho e acaba tropeçando, deixando cair tudo no chão.

– Ai... meu queixo... – Resmunga Eryk manhoso enquanto massageava seu queixo.

Quando Eryk já estava preste a se levantar, um par de botas rosados aparecem na sua frente.

Quando o garoto sobe o olhar, ele se depara com saias de couro rosa, roupa com enfeites rosa, asas de borboleta e uma garota usando uma mascara que cobria apenas a parte superior do rosto, da cor rosa.

– Caraca... Você é a Garota Borboleta. – Falou Eryk, enquanto a Borboleta a sua frente permanência neutra diante da expressão de choque do garoto.

Continua...