"O que esta acontecendo aqui?" disse uma voz muito familiar.

"Nada, senhora, já estamos resolvendo" disse a 'sapo-gigante’.

"Resolvendo o que? Se eu ainda estou aqui parado esperando para comer”.

"Moleque, como é irritante, cale a boca”.

"Eu sei que sou, mas de acordo com os panfletos essa escola é 'socialista' então eu tenho direitos iguais, ah, é mesmo, o panfleto é uma mentira, os quartos são horríveis, a escola é toda cercada, parece uma prisão, fora essa falta de educação dos funcionários e esta comida péssima, que agora eu sei por que é assim, não podia ser melhor já que é preparado por uma sapa gigante dessas. Como você pega as coisas com seus dedos grudados?” e cai na risada.

"JA CHEGA!!! QUEM É VOCÊ??PARA FALAR ASSIM COMIGO!! O UNICO MAL EDUCADO AQUI É VOCÊ"

"Quem sou eu? Já que quer saber eu lhe digo, meu nome é Sertekeros Vezeros. Muita desgraçença, para você.Bom, problema seu me conhecer"

"Deem comida ao menino"

"MAS" contestou a 'sapa-gigante'

"Não precisa não.Perdi a fome.Mas mesmo assim, obrigado...Como se chama mesmo?"

"Joana. Joana Wanrelsen"

"Por que a paradinha? Era para parecer o cara do 007??" e cai na risada de novo... Ate que eu me lembrei de onde conhecia esse nome, olhei-a e ela estava rindo, com a maior cara de 'que menino idiota esse' então eu sorri e continuei : “Oi Joana, posso dizer a quanto tempo, ou seria ousadia de minha parte?"

"Você não muda"

"Mas é claro, se eu mudasse ia ser muito chato,não?"

"Impossível ser mais" a disse chorando de rir da minha cara

Mas quando eu ia perguntar sobre o Alpha e se ela tinha noticias de Arthur (ou pelo menos o conhecia e sabia que ele estava bem), alguém veio correndo a chamado e falando que ela tinha que comparecer a sua sala imediatamente que era caso de vida ou morte.

"Sertekeros, estou ocupada agora, então terei que me retirar, amanhã quando acabar o teste conversamos mais, tenho muita coisa para te contar"

"Pera, então você quis fizer semana que vem, não é?"

"Mudou o dia do teste, é amanhã, boa sorte querido" gritou ela de longe

"Obrigado, não se esquece de falar comigo depois, tenho muito a te perguntar" gritei respondendo-a

Ahh, e agora, a prova já ia ser amanhã. Resolvi ir para o quarto e descansar um pouco. Abri a porta, estava tudo em ordem, parece que meus colegas de quarto gostaram da arrumação e me deixaram ate um bilhete na minha cama. Em um pedaço de papel mal cortado estava escrito:

"Querido Colega de quarto

Agradecemos muito a sua arrumação, pois conseguimos dormir bem, como não o vimos ainda

È você não voltou ontem

Ele sabe, idiota, e pare de pegar o papel da minha mão. Voltando, não ligue para esse retardado. Acho que nos daremos muito bem e

Fico muito massa a porta, e as janelas então? Cortinas azul marinho

uhuuuuuuuuuuu

para de ser fresco vei, ta emboiolando a carta e

Não é uma carta estrupício, é um bilhete, você não esta vendo a estrutura informal??

Parar por aqui porque o pedaço de papel ta acabando... Até mais tarde "

Ri muito lendo aquilo, deitado na cama. Olhei para cortina e lembrei porque havia a escolhido.Azul marinho, uma cor tão linda mas também tão triste para mim. A mesma cor forte que eu havia visto nos olhos serenos daquela menina de cabelo prateado que eu ajudei. Por que eu a ajudei? Por que eu estava lembrando isso agora? Tenho que parar de pensar tanto assim nesse sonho e encarar a realidade. Esquecer um pouco, foi apenas um sonho bom, nunca mais tê-la-ei em meus braços nem falarei nada que eu sinto por ela, porque ela não existe. Devo fazer amizades reais.Meus novo colegas de quarto pareciam uma boa pedida.

Já estava me acostumando com a ideia de ser apenas um sonho, ate reencontrar Joana, então tudo foi verdade mesmo, que maravilha aquilo, mas Angel. Será que eu a veria de novo? E os outros meus amigos? Naquela hora senti saudade ate do chato do Bob. Ate das rosas que eu vi em todos os lugares. Virei de brusco na cama e ameacei a cara contra o travesseiro e fiz a coisa mais inusitada que eu já pensei em fazer em toda minha vida. Eu chorei.Chorei igual criança quando roubam doce. Meu 'doce' já haviam roubado e sem forças a única coisa que poderia fazer era chorar.