Depois de todas as tramoias por parte de Saga e dos seus, somos levados por Minamino até Eddon, onde Ashitaroth estava preocupadíssimo com Nowa e os outros, justamente por causa de algo que seu irmão mais velho poderia fazer contra ela. O rei de Eddon tinha em mente os recados de Aioria e de Louis que iam para Yesshra, mas que apenas Kobalt tinha voltado. De repente, um portal abriu e Ashi se colocou em pose de combate.

— Calma, Ashi, sou eu. Obrigado pelo pingente que você me deu, é bastante útil. – Mino disse tudo aquilo com um sorriso no rosto.

— É uma grande ajuda, não é mesmo? Além de um atalho excelente. – Disse Ashi, ao retribuir o sorriso.

— Deixando as formalidades de lado, vim por causa de Saga. Ele deseja vingança contra você e Nowa, e já está avaliando possibilidades. Ainda mais, ele tem um plano. É melhor se preparar.

— Não me importo que meu irmão queira vingança contra mim, mas o que Nowa fez para ele?

— Segundo ele, ela é uma ameaça que deve ser contida.

— Ela não é uma ameaça, é só uma criança. Tá certo que é uma criança poderosa, mas isso é paranoia ao extremo!

— Ora, Ast, você sabe como Saga é.

— Sei... AAAAAAHHHHHH!!!! Papa! – Gritou Ashitaroth ao perceber a presença de seu pai, Eclipse.

Naquele momento voltavam Nowa, Kazuia, Solaris, Ellury, Dimitri, Kuramma e Riei. Eles praticavam a maior algazarra. Avistando seu pai e Minamino, corre para reverenciar os dois.

— Educada ela, não? – Comenta Riei.

— Cala a boca, seu bobo, nós também temos que fazer isso! – Ralha Kuramma.

— Dá-lhe dura, manchado! – Provocou Ellury.

— IH! Vai começar. – Disse Dimitri.

— Quietos – disse Kazuia calmamente, mas com a voz potente de quem brada sem gritar.

— Tio Minamino, a que devemos essa visita tão boa? Tio Saga está bem? Soube que ele estava um tanto nervoso hoje na reunião do Conselho, espero que ele esteja bem! – Disse Nowa com um sorriso no rosto.

— FALSA!! – Disse Solaris ao fingir um espirro.

— Fica quieto – ralhou Kazuia.

— Vim conversar com o seu pai, e sim, Saga está muito bem. Vou mandar o seu recado para ele, obrigado por se preocupar! – Disse Minamino com outro sorriso no rosto, ignorando completamente o que Solaris e Kazuia haviam acabado de dizer.

— Não há de quê, tio Minamino. Agora, com a licença de vocês, eu devo ir dormir – e os reverenciando, ela se pôs em direção de seu quarto, acompanhado do restante.

No momento seguinte, Nowa boceja com exagero...

— Que soninho!

— Nowa é sempre tão educada como hoje? – Pergunta Ellury intrigado com as ações tomadas pela irmã.

— Invariavelmente sim – responde Solaris sem emoção.

— Boa noite a todos, apaguem a luz e vão dormir, amanhã será um dia cheio – disse Kazuia ao bater às portas dos quartos de todos.

— Sim, General! – Disse Nowa imitando um soldado, e os demais caíram na gargalhada, até mesmo o alvo da zueira.

Depois de uma noite bem dormida, Nowa acordou e se pôs a andar pelos corredores.

— Bom dia, vossa alteza. Em que posso ser útil à senhorita?

— Bom dia, Jarbas. Sabe onde estão meus irmãos?

— Com certeza. Vossas altezas seus irmãos estão no jardim sul – respondeu Jarbas com uma mesura.

— Obrigada. – Agradeceu a pequena, e depois de uma pequena mesura por parte do criado, ela sai em direção onde o mesmo indicou que os irmãos da jovem Lannkaster estavam. Andou calmamente, sentindo a brisa acariciar seu rosto, passando pelos jardins e flamboyants que haviam ali, e logo encontra Kazuia.

— Bom dia, Kazu. O que fazem?

— Estou treinando seus irmãos, Kuramma e Riei. – Explica o mais velho a ela, e logo se vira para os dois, em tom de ordem – Kuramma! Riei! Acelerem o passo! Ellury e Dimitri têm 1000 flexões a mais que vocês! Solaris, concentre-se mais ou vai cair!

Naquele momento, e pequena olha para cima e seu primo estava se equilibrando em um único palanque de cinco metros de altura, onde mal dava para ficar de pé com um pé só.

— Não é arriscado para o Sohar fazer isso? Ele está com o poder de flutuação dele?

— Não é e não está.

— Posso treinar também? Parece divertido!

— Divertido? Nowa, isso não é para ser divertido! É treinamento mental e físico para poder desenvolver os poderes deles. Você já tem os seus completos e não precisa de nada disso!

— Mas eu quero, e vou treinar com Solaris! – Dizendo isso, Nowa subiu em outro palanque, ficando sem tremer ou se desequilibrar.

— Já que você quer, aproveite! – Disse Kazuia ao dar de ombros. Ao menos ela tinha seu poder de flutuação, mas no momento seguinte o youko avermelhado viu uma bola azulada de energia voar na direção dele.

— O que é isso?

— Meu poder de flutuação! Segura aí!

— Ai, Nowa, coloca isso de volta! Se você cair, papa me mata pelo amor que tem a você! Pelo amor que você tem a mim, coloca isso de volta!

— Aiaiai, Kazu, você está me desconcentrando.

— EU? Você é a doida e eu que levo?

Enquanto o youko mais velho tentava convencer sua irmã que era perigoso demais para que ela ficasse naquela situação, Ashitaroth chega à procura de sua filha.

— Kazuia, você viu Nowa? – Perguntou o monarca de Eddon ao filho.

— Sim, mas o senhor não vai gostar de saber onde ela está!

— Ela foi pra Yesshra? Águia? Tizeta? Eu falei para ela não ir para esses lugares de jeito nenhum!

— Não, papa, ela está aqui, em Eddon.

— Onde? – Perguntou Ashi já exasperado, e Kazuia apontou para cima do palanque onde ela estava.

— Ai meus deuses, Nowa, você vai cair! Ah, que susto, ela não cai, tem o poder de flutuação dela!

— Esse aqui, papa? – Disse Kazuia mostrando a bola de poder azulada.

— MINHA FILHA!! – Disse um Ashitaroth desesperado.

— Acalme-se, papa múmia roxa. Tenho certeza de que Nowa não cairá e ainda aposto que ela pode treinar conosco, e ainda ganha de mim!

— Ellury, sei que você é o mais poderoso deles, mas nunca fale isso, ela ganha sim, mas ela já veio pronta de fábrica! – Disse Ashitaroth, orgulhoso de sua criação e ao mesmo tempo com medo de que ela caísse do lugar onde estava.

— Ela é carro, por acaso, papa?

Antes que Ashitaroth pudesse dar uma resposta malcriada, Kazuia recebeu um pedido de desafio de Nowa, e o monarca de Eddon ralhou.

— Nowa, comporte-se! E se você se machucar?

— Deixa disso, papa, eu ganho dele a qualquer hora e lugar, e com um disparo só!

— Se você diz...! – Disse Ashitaroth, acreditando na convicção da filha.

— Então prepare-se, Lluryzinho! – Disse a pequena com coragem.

Os dois começaram a trocar alguns golpes mais fracos, ora atordoando, ora acertando, mas nada grave. Ashi e Kazuia estavam loucos da vida.

— Eu vou ganhar de você, Nowa, você vai ver! – Disparatou Ellury.

— Eu acho que não!

Quando Ellury começou a se preparar para lançar seu próprio golpe, Nowa lhe rouba um beijo, deixando seu irmão desconcertado...

— Minha chance! MOON CHROMATIC BEAM!! – E com um disparo poderoso derruba Ellury a vários metros de distância dela.

— Belo golpe, Nowa, mas isso foi jogo sujo!! – Reclamou Ellury, vermelho de vergonha.

— Não acho. – Disse a pequena com cara de sapeca.

— Mas eu adorei! – Disse ele com uma cara de mais sapeca ainda.

Enquanto os pequenos treinavam sob a tutela de Kazuia e Ashitaroth, Saga em sua casa ainda planejava a vingança contra o irmão e a sobrinha, ou mesmo contra qualquer um que os apoiasse em qualquer lugar que fosse. Minamino foi chegando na miúda, logo no começo da manhã... E foi pego.

— Mino, onde você esteve?

— Fui falar com Erigor.

— Em Águia? Por isso demorou tanto para voltar. Poderia ter me avisado, não é? Fiquei preocupado contigo! Soube de alguma coisa útil?

— Apenas que Aiacos realmente está lá e a monstrinha de Ashitaroth resolveu também brincar de ser deus!

— Ela não é muito nova para isso não?

— É, mas Ashitaroth está supervisionando tudo o que ela está fazendo.

— Acho que Erigor não te contou o que era, não é mesmo?

— Ela está fazendo três crianças se quiser saber mesmo, Saga! Quanta desconfiança! – Disse Minamino indignado, e com esse sentimento, saiu batendo o pé no chão.

“Nowa brincando de ser deus, e Ashitaroth a está ensinando? Estranho, ela só tem seiscentos anos, pouquíssimo para um clone! ”, pensava alto Saga.

— Falando sozinho, papa? – Perguntou Aioria com diversão na voz.

— Pensando. Sabia que Nowa está fazendo bebês clonados nos laboratórios de Eddon?

— Todo mundo sabe disso, mas o que sabemos é que ela pretende formar um exército de youkos como ela. Só acho que isso é maluquice do guarda de Eddon que eu sondei!

— Você se surpreenderia com o que Ashitaroth é capaz. E a menina, sendo clone dele, acho que é melhor não subestimá-la.

— Se você diz... Eu vim avisar que Louis e eu vamos voltar para Eddon, antes que levemos bronca por passar o final de semana inteiro aqui.

— Boa viagem, filhos.

Enquanto os filhos de Saga voltavam para Eddon, lá Ashitaroth estava quase arrancando os cabelos por causa do último ‘combate’ que Nowa teve. “Ela sabe que ele gosta dela e usou isso contra ele. Quem ensinou isso a ela? ”. Ashi e Lu começaram a discutir a respeito disto e depois a respeito dos clones que ela estava fazendo.

— Posso saber onde ela está? – Pergunta Luccifer, com um quê de divertimento em sua voz.

— Brincando lá no laboratório – respondeu Ashi no mesmo tom.

— Fazendo o quê lá? Clones dela? – Perguntou Hypnos com descrença.

— Exatamente. – Respondeu Ashi com a maior cara de travesso.

— Quê? Eu falei de brincadeira, não era para ser verdade! Como você pôde deixar que ela fizesse isso, quem está lá com ela? – Hypnos estava completamente surpreso e temeroso.

— Pelo que sei, Solaris e Ellury. Por que a pergunta?

— E o Kazuia?

— Isso está ficando confuso. O que tem isso a ver?

— É que eu preciso falar com ele, onde ele está?

— No jardim norte com Kuramma, Riei e Dimitri.

— Até mais! – E Hypnos, depois de tudo o que conversou com o irmão, foi atrás do sobrinho. Enquanto o youko de pelagem azul escura devaneava a respeito de Nowa, Kazuia aparece no meio do caminho e conversa com o tio. Depois de conversarem um pouco, o assunto é mudado drasticamente.

— Você já conhece o Kuronoe? – Perguntou Kazuia a Hypnos, mas antes que ele pudesse responder, Dimitri pediu pra falar com ele.

— Papa, o senhor está preocupado com a Nowa, não é? – Perguntou Dimitri depois que Kazuia deixou os dois a sós.

— Está tão fácil de saber assim? Se está tão aparente, você sabe o que ela está fazendo lá?

— Sim, sei, mas não é necessário revelar agora. Se o senhor me acompanhar ao laboratório, posso mostrar tudo ao senhor!

— É impressão minha ou você está querendo fugir do treinamento?

— Mais ou menos isso aí.

E Fate, como sempre, observa a tudo e a todos na Linha Temporal.

— O que a pequena dama faria se eu... – devaneou o guardião da Linha Temporal enquanto Krysen estava nas proximidades e ouviu tudo, interrompendo antes que ele finalizasse a frase, quebrando o silêncio.

— O que o senhor quer dizer com isso, mestre Fate?

— Ah, você está aí, Krys. Achei que eu tinha sido claro em dizer que gostaria de ficar sozinho.

— O senhor foi bem claro. Porém, quando o senhor falou de Nowa, fiquei para saber o que o senhor estava falando.

— Insolente você, não? Sua sorte é que eu estou ocupado e não tenho para te punir por isso. – Enquanto dizia isso, Fate fez um chicote aparecer em suas mãos, vindo da mais pura energia e o solidificando para uso.

Krys sabia que seu mestre estava aprontando alguma, e ele tinha simpatizado com Nowa pelo fato de ela ser parecida com ele. Entediado com tudo o que ocorrera até ali, Fate decidiu sair, levantando-se de repente.

— Para onde, senhor?

— Não te devo explicações, moleque insolente!

— Sim senhor... – respondeu Krys de maneira resignada.

Enquanto isso, em Eddon, Kazuia resolveu não esperar mais que Dimitri acabasse de conversar com Hypnos e foi entrando na sala onde os dois conversaram privativamente. Na ponta dos pés, o youko de pelagem vermelha foi chegando mais próximo de onde os dois conversavam, e pôde ouvir parte da conversa.

— Não, Dimi, isso não é certo! Nowa é sua irmã.

Com a mente embaralhada pelo que acabara de ouvir, Kazuia tentou atinar o pensamento, porém não conseguiu. Por isso, continuou a ouvir.

— Eu sei, papa... Mas não está dando mais para esconder, tá ficando muito na cara desde ontem.

Sem mais se conter ou se esconder, Kazuia entrou disparando...

— Evidente demais para o meu gosto! – Dimitri olhou para trás completamente apavorado, e encontrou o olhar completamente cheio de raiva de Kazuia.

— Escuta aqui, Dimitri, Nowa é sua irmã e eu não admito que você fale ou pense alguma coisa sobre ela, entendeu?

— Kazuia, acalme-se, você está falando com o coração, sabemos o quanto você é apaixonado por Nowa.

— Ótimo, se sabem não interfiram! – Disse o youko de pelagem vermelha se dirigindo ao laboratório. Os dois olhavam para ele, assustados.

— Nossa, eu não quero vê-lo bravo nunca!! – Disparou Hypnos.

— Nem eu, papa Lu, nem eu!

Enquanto isso, no Laboratório, Ashitaroth ensinava Nowa.

— Muito bem, minha querida. Agora, juntando esses genes que são seus, com os de seu irmão Aiacos você cria uma nova pessoa! – Disse o monarca de Eddon à filha, empolgado.

— Brincando mais uma vez de ser deus, querido Ashi?

— Não, Fate. Ensinando.

— Tio Fate! – Exclamou Nowa, correndo em direção ao guardião da Linha Temporal.

— Nowa! Está ainda mais bonita. – Disse Fate, pensando consigo mesmo em seguida “e poderosa”.

— Obrigada, tio Fate, e eu ouvi, viu? Você se lembra de Ellury e Solaris, não?

— Claro! – Respondeu sem graça, e enquanto isso... “Devo estar ficando velho, não percebi os dois ali”.

— Nowa, o que faz?

— Tentando criar um clone meu!

— Outra menina, não!

— Não, tio Fate. É um menino mesmo. Pode ficar sossegado que só tem eu para bagunçar a Linha Temporal!

— Mas você é uma bagunça que me diverte, então pode bagunçar à vontade.

— Hey, Ellury, é impressão minha ou o tio Fate gosta da Nowa? – Perguntou Solaris retoricamente. Mas o youko de pelagem lilás respondeu mesmo assim...

— Impressão? Eu já tenho certeza e vou explodir o Fate em vários pedaços! – Ellury exalava fúria.

— Não faça isso, vamos esperar meu papa chegar! – Solaris pediu tendo Ellury tão nervoso daquele jeito.

— O que vocês cochicham tanto? – Perguntou Fate desconfiado.

— Nada não... – disseram os dois rapidamente.

Mudando um pouco o cenário, em Yesshra Saga continuava planejando intensamente, tanto que não viu Mino chegar até que o youkai cor de rosa lhe tocasse o ombro.

— Hã? – Perguntou o youko azul claro.

— Saga, por que você detesta tanto Ashitaroth? Ele é seu irmão mais novo!

— Se insiste tanto em saber, lhe contarei. Isso aconteceu há 10 mil anos atrás. Ashi era adolescente e eu um pouco mais impetuoso do que hoje em dia.

Saga começou a contar. “Uma tarde fresca e ensolarada, o ar da maresia enchia meus pulmões, quando respirava fundo e tranquilo. Abaixo à esquerda havia uma frota de navios que descarregavam mercadorias para minha pequena cidade. Tão diferente da minha terra natal, onde tudo sempre vivia congelado”.

— Você nasceu no Cocytos? – perguntou Mino realmente surpreso.

— Sim, e daí? – Respondeu Saga brutalmente.

— Nada, achei muito legal! – Mino sorria enquanto falava. Adorava quando Saga queria lhe contar suas histórias.

— Posso?

— Evidente!

“Suspirei e fechei os olhos, então fui acordado de meu devaneio ao sentir que jogavam água em mim. Ao me erguer assustado, assumi uma expressão aborrecida, sabia que eram meus irmãos me pregando uma peça”.

— Sonhando acordado, Saga? – Perguntou Darien ao chegar de supetão, mas não conseguiu assustar ninguém. Só conseguiu deixar Saga ainda mais aborrecido.

— Não enche, Darien! – Respondeu o youko azul claro irritadíssimo.

“Depois de preencher uma longa estrada, ladeada de milhares de árvores, a limusine negra chega aos domínios da mansão, parando próxima à praia. Um homem alto, longos cabelos azulados desce, abotoando seu terno ao fazê-lo. Vai até a outra porta do carro e a abre para um rapaz de seus 600 anos de cabelos arroxeados, porém mais curtos.

— Obrigado, Hypnos.

— Por que quis vir para cá e não direto para a mansão?

— Saudades do mar... – respondeu o jovem que vinha com Hypnos.

— Mas você ficou fora somente um dia! – Respondeu bem-humorado o youko azul escuro.

— Eu sei... – Este youko deu um sorriso alegre ao responder, o mar sempre o atraía, onde melhor se identificava. Abriu os braços e respirou fundo, odiava quando se afastava daquele lugar por causa de compromissos, contratos e tudo o que envolvia negócios. Porém, era preciso, então ele suportava. Levantou uma sobrancelha, reconheceu seu irmão sentado nas pedras com a coluna curvada: era Saga. Este notou o barulho vindo atrás de si e espiou, fazendo cara de espanto.

Espantado do jeito que estava, ele pegou uma pedra, virou para onde seus irmãos estavam e atirou uma pedra dentro d’água, acertando Hades. Este gemeu de dor e o fulminou com o olhar.

— Mas que ideia idiota é essa, Saga? – Respondeu o youko de pelagem negra.

Saga, por sua vez, gesticulava freneticamente, fazia sinais estranhos. Foi quando o irmão entendeu, era Ashitaroth! Tinha chegado de viagem, e se os visse daquela maneira seria o fim.

— Descansando um pouco, Saga? – Perguntou Ashi ao irmão, que continuava a gesticular até ouvir sua voz.

— Desculpe, eu já ia voltar... – disse o jovem youko azul claro encabulado.

— Tudo bem, Saga, tudo bem. Não vim te repreender. – Saga abaixou a cabeça, constrangido ao encontrar os belos olhos dourados e brilhantes no rosto de seu irmão.

— Um lindo dia para se distrair, não é, Saga? – O youko azul claro abriu os olhos, um arrepio percorreu seu corpo ao sentir o lábio de seu irmão tocar sua orelha. Ashi se afastou um pouco, ficando com o rosto bem próximo do de Saga e sorriu gentilmente. Antes de entrar no carro, virou-se e acenou para o irmão de pelagem mais clara. Hypnos, que observava tudo de longe, acenou para ele também”.

— Se eu estou entendendo, Ashi dava em cima de você e o Hypnos ria disso tudo?

— Sim. Mas voltando a estória...

— Espera aí, quer dizer que o Ashi sempre foi como ele é hoje, e aonde é que vocês moravam? Achei que fosse em Eddon! – Continuou Mino com os questionamentos.

— Sim, ele sempre foi bonito e nós morávamos na mansão Lannkaster, aqui em Yesshra. Posso continuar agora?

— Não, ‘guenta aí, que eu já volto... – e Mino saiu da sala por alguns minutos, deixando Saga com seus pensamentos ligados àquela época.

— Pronto, demorei? – Perguntou Mino poucos minutos depois, voltando para ouvir a estória.

— O que é isso? – Perguntou Saga já com irritação.

— Pipoca e guaraná, uma estória dessas merece a combinação. – Disse Mino ao rir um bocado.

— Céus... Agora continuando...

“Parou a colher a caminho da boca, descendo de volta ao prato, notando algo. A ausência de alguém à mesa. Da cabeceira, Ashitaroth olhou para todos os presentes que comiam silenciosos, parando na cadeira vazia entre Poseidon e Hades. Era o lugar onde normalmente Saga comia. Ashi virou-se para Hypnos, ao se lado à mesa.

— Saga está bem?

— Sim, ele está. Só falou que estava um pouco indisposto. – Hypnos mentia por não ter encontrado Saga em qualquer parte da mansão, e Ashi pareceu aceitar a desculpa, pois abaixou a cabeça para continuar a tomar sua sopa. Para procurar o garoto, teria de se retirar da mesa com a maior descrição possível.

Carregando uma bandeja, Hypnos viu a luz do quarto de Saga acesa, a empurrando com o pé. Saga estava na varanda, exercitando-se sem parar.

— Onde estava?

— Estava quente, fui passear um pouco.

— Poderia ter avisado que não viria jantar.

— E para quê? Não iam notar a diferença mesmo...

— Eu notei, Ashi também. Tive que inventar uma desculpa para ele não perceber que você não tinha ido deliberadamente.

Apesar do desânimo, a barriga de Saga roncou alto, o fazendo se encolher. Hypnos pegou a bandeja em sua mão, a ajeitou em seu colo e começou a alimentar o irmão. Não era possível saber quem era o mais velho naquele momento, se era Saga ou se era Hypnos.

— Amanhã irei ajudar alguns pescadores, quer vir junto?

A ideia de pescar iluminou o rosto chateado de Saga.

— Sabia que ia gostar.

Assim que todos terminaram de comer, foram se deitar. O dia seguinte seria promissor.

Com isso, no dia seguinte, Hades suspirava cansado, jogando os papéis em cima da mesa, encostando as costas no espaldar de sua poltrona de couro, e enquanto isso, Ashitaroth, que estava com ele, andava de um lado para o outro do escritório, em claro tom de ansiedade. Ser herdeiro de um império dava trabalho, mas um trabalho monótono. Via os navios pela janela e resolveu observar, e Hades se assustou em não ver o irmão perto da mesa, e ele observava Hypnos, que algumas vezes ajudava os pescadores.

Saga sempre estava com ele.

— Desculpe, Ashi. Sei que Hypnos é digno de admiração, mas pensei que o trabalho vinha antes do prazer...

Percebendo o tom zombeteiro do irmão, Ashitaroth olhou de esguelha para ele, com um sorriso malicioso no rosto.

— E quem disse que eu tô olhando o Hypnos?

À primeira vista, Hades ficou confuso a respeito do que ele estava fazendo, mas enfim percebeu do que se tratava...

Ele olhava para Saga.

Este vestia uma calça surrada que aderia às pernas. Seu torso bem definido estava descoberto, brilhando naturalmente por causa do suor. Puxava uma rede cheia de peixes, fazendo com que seus músculos retesassem, sorrindo para Hypnos por um feito simples, mas isto o tornava belo. Hades mordeu o lábio inferior, largando o bloco de notas que segurava a esmo enquanto ria levemente.

— Ah, Saga... Imagino como ele deve...

— Hades! – Disse Ashi ao censurar o irmão. Ele o olhava assustado, seu tom de voz transparecia aquilo, falava muito sério.

— Você... – começou Hades uma pergunta com um tom de escárnio, mas foi logo interrompido.

— Não! Não! Nunca tentei nada, ainda que quisesse muito; Hypnos me mataria se eu tocasse em um fio de cabelo dele. Ele ama Saga mais que qualquer coisa no mundo, mataria quem o magoasse.

— Hypnos o ama? – Ao ver Hades acenar com a cabeça, o futuro rei de Eddon não se sentia bem, se sentia estranho.

— Não estou me sentindo bem, Hades. Pode pedir, por favor, para que Hypnos me substitua na Confederação hoje?

— Como desejar – disse Hades ao fazer uma mesura.

Eles voltavam para a mansão, ainda era cedo, faltava apenas algumas horas para o horário de almoço. Hypnos encontrou Hades no meio do caminho, este vestia um traje social.

— Hypnos, preciso falar contigo – disse Hades.

— Saga, vá na frente para tomar o seu banho enquanto eu converso com Hades, sim?

— Sim, irmão!

Enquanto Saga seguia para a mansão, Hades o observava com malícia no olhar. Mas a contemplação não durou muito tempo, Hypnos o olhava com raiva.

— Hey, calma, olhar não arranca pedaço.

— Diga logo o que quer! – Disse Hypnos já irritado.

— Ashitaroth quer que o substitua hoje, ele está se sentindo um pouco indisposto.

- Por que ele não fala que não tá a fim de trabalhar, era mais bonito!! – Reclamou o youko de pelagem azul escura – Me dê meia hora. Vou tomar um banho e vou para a Confederação. – E saiu pisando duro.

Ashitaroth viu Hypnos entrar no carro já vestido e foi colocar uma roupa mais leve, para ficar à vontade. Sentiu-se bem e foi andando pela mansão. Inconscientemente, chegou onde ficavam os quartos de seus irmãos e parou onde ouviu o barulho de água caindo. Parou à frente da porta do quarto, a abriu sem fazer barulho.

Ali havia um típico quarto de adolescente. Jogos eletrônicos à frente jogados no chão, pôsteres fixados na parede, cama desarrumada no centro do aposento, na varanda vários itens largados como uma bola de basquete gasta, halteres e pesos. Era fácil saber onde se exercitava. Tirou os sapatos e jogou-se na cama de seu irmão mais velho.

Alguns segundos depois, Saga saía do banheiro com uma toalha amarrada à cintura, esfregando a cabeça com outra. Quando deu por si, parou de cantarolar e ficou estático, tinha achado Ashitaroth à sua cama.

— Oi! Hoje decidi tirar uma folga, pensei que talvez pudéssemos fazer alguma coisa juntos, o que acha?

— Eu e você? – E sentou-se de costas para Ashitaroth em sua cama, enquanto continuava a secar seus cabelos.

O futuro rei de Eddon viu que havia um álbum de fotos em cima do criado mudo à direita da cama e o abriu. Saga se empolgou e ficou olhando as fotos com ele. Quando menos o youko de pelagem azul clara esperou, seu irmão de pelagem lilás o beijou levemente no canto de sua boca. Este olhou arregalado para o outro, completamente surpreso.

No momento seguinte, Ashitaroth segura o rosto do irmão e o beijou profunda e gentilmente. Não se sentindo bem naquela situação, Saga afastou o irmão com um safanão. Ficou de costas para ele, sentado na cama, respirando ofegante.

— O que foi isso, Saga? – Perguntou o Eddono curioso.

— Que tipo de brincadeira é essa? – Perguntou o yesshriano rosnando e espumando de raiva.

— Eu não disse que estava brincando. Por que é difícil aceitar que alguém goste de você?

Ainda desconfiado, Saga continua.

— Olhe para mim. O que você vê?

Ashi levantou-se, deu alguns passos pelo quarto procurando alguma coisa, e quando encontrou, o colocou à frente do irmão.

— O que eu vejo? Um rosto exótico e másculo, lindos olhos azuis, cabelos macios e o corpo de um deus! – Disse o Eddono ao suspirar.

O yesshriano ficou besta com a resposta do irmão, surpreendendo-se ao extremo. Depois de uma experiência sensorial extremamente intensa, os dois estavam cansados, ofegantes. Saga abraçou Ashi e o aconchegou em seu peito. “Só eu sei fazer seu corpo queimar”, pensava o youko de pelagem azul clara naquele momento”.

Saga parou por um momento de contar sua história e riu, como se lembrasse de uma sensação maravilhosa.

— Tá, pode parar, você me diz que o Ashi te seduziu só para provocar o Hypnos?

— Por aí. Só que algo deu errado e ele desmaiou em cima de mim.

— Aiaiai, adorei o estilo do Ashi! – Exclamou Mino.

— Céus, você vai me deixar terminar de contar a estória ou vai ficar sonhando com o meu irmão?

— Credo! Quanto ciúme! Pode contar, quero saber mais.

“O sol já tinha se posto quando Hypnos retornou à mansão, afrouxou a gravata quando pulou do carro. Estava cansado e com fome, seria a última vez que aceitaria os caprichos de Ashitaroth. Era o dia em que ele planejara passar com Saga, e infelizmente não dera certo.

Na entrada de casa, Darien o recebeu, o ajudando a tirar o casaco e o blazer. Viu que na biblioteca Poseidon lia um livro. Em um sofá ao fundo, Hades estava sentado lendo também, e quando este sentou, o youko de pelagem negra se adiantou e deixou à frente do rosto do de pelagem azul uma taça pequena de Absinto. Agradeceu e suspirou. “Como é bom chegar em casa e ser recebido pelos meus irmãos”, pensou Hypnos, feliz com as pequenas coisas da vida.

A governanta entra no local, com os braços cruzados e mal-humorada.

— O jantar está servido.

— Aconteceu alguma coisa, Marilda?

— Claro! Pergunte ao seu irmão! Saga prometeu me ajudar na cozinha e sumiu a tarde inteira! ”.

— Você já fazia isso, né, Saga?

— Eu tive um bom motivo, além do que ela era chata pra caramba.

— O que você fez com ela mais tarde?

— Mandei embora. Posso continuar?

— À vontade! – Respondeu Mino de maneira descontraída.

“Marilda virou de costas e saiu pisando duro da biblioteca. Darien, Hades e Poseidon se entreolharam cúmplices, soltando risadinhas abafadas. Hypnos não gostou da ideia e olhou para os irmãos, franzindo o cenho.

— Onde estão Saga e Ashitaroth?

— Nem ideia – disse Darien.

— Nem olha para mim! – Disse Hades, enquanto Poseidon só balançava a cabeça em negativa. Tendo maus pressentimentos, Hypnos resolve sair andando em direção ao quarto de Saga. Claro que, quando Hypnos saiu da sala e depois de algum tempo, os três caíram na gargalhada.

Já à frente do quarto do irmão, bateu à porta, e não obteve resposta vinda de dentro. Com isso, aproveitando que tinha a chave de todos os aposentos, abre e entra sem o menor cuidado, e lá ele teve a visão de uma cena nada agradável para si: a de Ashitaroth e de Saga dormindo juntos, abraçados, e de cueca.

— ASHITAROTH!! Muito bem, mocinho, deixando suas obrigações para isso? – Vociferou Hypnos.

— Não brigue com ele, Lu, ele não passou bem quando veio me chamar para um passeio – informou Saga com a voz baixa.

— E você também! – Disparou o youko de pelagem azul escura enquanto o irmão se encolhia. Ashi acordou naquele momento e, para provoca-lo ainda mais, levantou-se, abraçou os ombros de Saga, encostou sua cabeça na dele e elevou sua voz, arrogante.

— Isso mesmo, Saga passou a tarde inteira cuidando de mim. Tem algum problema?

Saga passava o olhar de um para o outro amedrontado, parecia que ambos se atacariam a qualquer momento. Esfregando sua cabeça, Hypnos calculava que Ashi sempre tinha o que queria.

— Tudo bem. Mas que isso não se repita, ouviram?

Saga acenou positiva e energeticamente com a cabeça, enquanto Ashi apenas levantou o queixo, com uma leve confirmação. Inconformado com a cena, Hypnos balançou sua cabeça e deixou o quarto do youko de pelagem azul clara. Ele não sabia o quanto de Kitsune dominava o corpo de Ashi.

“Ah, como eu gostaria de ser alvo das atenções assim”, pensava Saga consigo mesmo naquela hora.

Depois de algum tempo que Hypnos deixou o quarto, o Eddono disparou para o irmão mais velho.

— Como você o deixa invadir assim a sua privacidade? – Perguntou Ashi lânguido.

— Invadir? E você, o que fez? – Respondeu Saga com uma pergunta irritada.

— Ah... Mas eu posso, né? – Ashi portava um sorriso sacana, como se ele fosse o ser mais importante do mundo.

Saga, em uma atitude rápida tirou as mãos do Eddono de seu rosto, olhou os mamilos dele e os apertou com força, os torcendo em seguida.

— Quer dizer que você já entrou aqui com um propósito?

— Para, Saga! Isso dói! – Disse Ashitaroth massageando o peito.

— Dói, é? – Perguntou raivoso o youko de pelagem azul clara, continuando a apertar os mamilos do irmão.

Naquela vez, quem ria era Hypnos, pois ouvia tudo silenciosamente do lado de fora do quarto do primeiro, já sabendo que os dois um dia poderiam até se matar”.

— Adorei. Tem outra? – Perguntou Mino empolgado.

— Não! – Respondeu Saga já irritado.

— Ah, mas quer dizer que Ashi já era poderoso e mimado até naquela época?

— Era sim, e eu era sua marionete!

— Mas Saga, se você não gostava, por que fazia as vontades dele?

— Na verdade, todos nós fazíamos o que ele queria, todos nós morávamos ali porque ele queria, era fácil, entende?

E a discussão ia longe.

Enquanto isso, em Eddon, Fate conversava com Nowa sobre os mais variados assuntos, enquanto Ellury e Dimitri apenas observavam tudo. Kazuia havia chegado e perguntou por Nowa em voz alta, e a pequena orientou o irmão de pelagem vermelha para chegar onde eles estavam.

— Aqui, Kazu, conversando com o tio Fate.

— Com isso? – Kazuia apontou para o guardião do tempo – Você poderia ter arrumado alguém melhor, não é mesmo?

— Kazuia! – Repreendeu Ashitaroth.

— Sim, papa. Desculpe-me, Fate. – Era claro que Kazuia não queria se desculpar.

“Kazuia não gosta de mim, isso pode atrapalhar meus planos”, Fate pensou consigo mesmo.

— Que planos, tio Fate? – Perguntou Nowa.

— O quê? Você lê pensamentos também, pequena? O que você não faz, me conta?

— O que eu não faço? – Perguntou Nowa a si mesma e pensou por alguns segundos, colocando o dedo na boca – Ainda não aprendi a controlar minhas caudas, é difícil controlar duas delas, não param quietas...

— Nowa, isso lá é coisa que se diga? – Fate riu levemente com o jeitinho ingênuo da pequena.

— Nowa, vamos. Já está na sua aula de esgrima, depois tem a de culinária, aula de... – e Kazuia teria falado a lista inteira, se Nowa não o tivesse interrompido.

— Já sei! Aula de se livrar de tanta aula!

— Não, espertinha, aula de equitação.

— Isso me perturba, por que eu não posso fazer igual ao Llury e ao Sohar?

— Fugir dos treinos? Não, não pode. Faça as suas aulas certinho que no fim de semana que eu te levo em Yesshra para fazermos compras.

— Sério mesmo? – Perguntou a menina com os olhinhos brilhando.

— Sim... – respondeu Kazuia quase no automático.

— Com licença, tio Fate. Meu carrasco vai me levar para a execução!! – E fez um gesto de como se estivesse sendo enforcada, o que deixou Kazuia mais aborrecido do que com a frase que ela acabou de disparar.

— Nowa! – Berrou Kazuia sem se conter.

— Mas coitada, que horas ela se diverte? – Perguntou Fate de maneira divertida.

— Nunca! – Respondeu Kazuia exasperado – Quero que ela seja uma boa rainha e que você não mande nela!

— Nossa, que mau humor... Alguém pisou em seu calo, é? – E depois de dizer isso, Fate desaparece, deixando Kazuia abestado e Nowa rindo levemente.

— E que ela não faça... Ei, onde ele foi? – Perguntou Ashitaroth chegando próximo dos dois.

— E eu lá é que sei? – Perguntou retoricamente Kazuia com um azedume daqueles. Alguém ia pagar por Fate ter deixado ele irritado daquele jeito.

Enquanto isso, em outra ala do palácio de Eddon, Nowa tinha as suas aulas, assistida de perto por Kazuia, Kuramma e Riei. Este último esperava para comer o que Nowa preparava, pois era aula de culinária.

— Pronto, professor, terminei!

Poseidon, o professor de culinária de Nowa, olhou para o que ela fez e disse...

— Muito bem. Agora vejamos... Quem irá experimentar? Já sei! Riei, você irá experimentar o bolo que Nowa fez!

— Trouxe o sal de frutas? – Perguntou Kuramma.

— Claro, não sou louco! Quando ela vai aprender a cozinhar com Minamino ou mesmo com o chef da cozinha de Eddon? – Perguntou Riei de cara feia.

— Quando ela alcançar a bancada! – Com a piadinha infame, Kazuia, Kuramma e Riei terminaram rindo. Nowa mostrou a língua. Ela poderia ser baixinha, mas era mais poderosa que todos ali juntos.

Já em Faren, Aiacos continuava seu treinamento com Erigor. Era árduo, mas o youko adorava seu mestre.

— Erigor? – Perguntou Aiacos entre uma ação de treino e outra – Quando poderei ir a Eddon visitar minha irmã? Soube que ela despertou, estou louco para vê-la.

— Quando eu julgar necessário. – Respondeu Erigor seriamente.

— Mas... – Aiacos tentava fazer uma cara de pidão para tentar convencer seu mestre.

— Tá, pode ir amanhã, mas não faça mais essa cara, assim eu acabo chorando. – Ele tinha caído inteiramente na chantagem.

— Obrigado, mestre Erigor! – Disse Aiacos contente com o presente.

— Só assim para alguém te chamar de mestre, não é, Erigor? – Uma voz pôde ser ouvida ao fundo.

— Ah, essa voz... Apareça, papa! – Disse o youko de pelagem verde, ao ponto que Ashitaroth foi aparecendo das sombras.

— Olha como fala com o seu pai, imprestável! – Disse Ashitaroth em tom de chacota.

— Papa! – Disse Aiacos com alegria, correndo na direção do pai.

— Como você cresceu, Aiacos! Está diferente...

— Sei disso, papa, meu pelo está mais escuro, e eu cresci! Como está Nowa?

- Fiquei ofendido! – Disse Ashitaroth em tom de falsa ofensa – Você só pensa na sua irmã? E em seu velho pai? – Ashitaroth sempre adorava usar de chantagem, mas aquela não tinha colado.

— Até penso, mas chegaram aqui os boatos de que Nowa tinha sido posta em sono eterno, fiquei extremamente preocupado!

— Te conto tudo enquanto estivermos indo para casa esse final de semana. Vai acontecer a União Dourada e quero que você esteja presente.

— E ninguém me convida? – Perguntou Erigor visivelmente ofendido.

— Você foi convidado, Erigor. Mas não poderá ir comigo, somente Aiacos.

— Ufa, obrigado por explicar, papa. Boa viagem, “pequeno” Aia.

Já de volta à Eddon, todos estavam ansiosos pela chegada de Ashitaroth, que tinha dito que traria uma surpresa. Os guardas percebem a inquietação e começam a discutir sobre o que seria, Kobalt estava entre eles, conjecturando o que poderia ser. Mal ele pensara aquilo e Ashitaroth apareceu, e trazia consigo um rapaz andando ao seu lado. Este sorria abertamente para este último.

Seu companheiro de ronda estranha e pergunta...

— Quem é? Conhecido seu?

— Tonto! Esse é Aiacos, irmão gêmeo de LunnaNowa!

— Os senhores Ellury e Dimitri não são os únicos irmãos dela não?

— Claro que não, besta! Só faltava o senhor Aiacos. Ele foi treinar com o senhor Erigor havia 500 anos, mas agora retornou.

— Caramba, Kobalt, tá bem inteirado da minha posição, não? – Ironizou o irmão de LunnaNowa.

— Peço mil perdões, vossa alteza. Não quis ofender... – mas antes que o filho de Saga pudesse falar alguma coisa, um grito o interrompeu, vinha se aproximando em velocidade estonteante, era ninguém mais, ninguém menos que Nowa.

— Aiacos! Irmão! – Disse ela, visivelmente emocionada.

— Nowa? Pequena Dama! Você está linda! – E suspendeu a irmã no ar.

— Você ficou forte, Aia!

— Como se fosse difícil te levantar, né?

— Aiacos! – Disseram Ellury e Dimitri em uníssono, correndo para abraçar o irmão.

— Diga que você veio para morar conosco! – Afirmou Ellury, emocionado.

— Ellury, Dimitri, vocês estão ficando maiores que eu!

— Ares eddonos, eu diria. – Brincou Dimitri.

— Chega de lero lero que tenho assuntos importantes a tratar com vocês. Sigam-me. – Disse Ashitaroth com um pouco de irritação, porque sabia que o falatório não teria fim se eles começassem a conversar daquele jeito.

Todos responderam em uníssono e seguiram Ashitaroth em direção à sala de jantar. Chegando ao aposento, uma sala muito bem trabalhada, com candelabros no alto das paredes a cada dois metros, espaçados a cada 4 metros um do outro, totalizando três de cada lado. A simetria era linda. Ao centro da sala havia um mesão retangular de madeira polida com várias cadeiras ao longo dos lados e duas nas pontas, uma de cada lado. Havia uma toalha bordada ricamente e com uma barra linda, era sabido que aquele tipo de peça era confeccionado apenas em Eddon.

Quando todos sentaram à espera do jantar, afinal de contas era final da tarde. Nowa sentava-se em uma das cabeceiras da mesa, com Aiacos ao seu lado direito e Ashitaroth ao seu lado esquerdo.

— Pode falar, papa – disse Nowa fortuitamente.

— É o seguinte – começou Ashitaroth – Quero avisar a vocês que Saga ainda anda em pé de guerra com todos nós, inclusive contigo, pequena Dama. – Nowa já queria falar, mas Ashi pediu-lhe com um gesto que aguardasse ele terminar de falar – Ele tem dívidas passadas comigo e fará de tudo para me atingir ou até mesmo me matar. – Todos, com a exceção de Kazuia, que já sabia de todo o ocorrido, fizeram cara de espanto – Com isso, resolvi convocar a União Dourada.

— E o que é essa União Dourada? – Perguntou Aiacos.

— Você é um dos que deveria saber, já que passou 500 anos treinando com Erigor, mas eu explicarei assim mesmo, já que os outros ainda não sabem. É uma reunião que consiste em reunir os youkos de olhos dourados.

— O único metido – implica Nowa.

— Não sou metido: sou lindo, maravilhoso, gostoso, além de ser muito poderoso. – Vangloriou-se Ellury.

— E nem um pouco modesto – disparou Kazuia, rindo no processo. Ellury, por sua vez, fez bico e virou o rosto para o outro lado.

— Fiquem quietos os dois. Ellury, há bem mais youkos de olhos dourados do que você pensa.

— Mas papa, por que só os de olhos dourados? Eles têm algum poder especial? – Pergunta Nowa, deixando Ashi bastante surpreso, já que ela também tinha os olhos dourados.

— Muito me admira que você pergunte isso, filha. Seus poderes são surpreendentes e só com um único golpe acabaria com um exército inteiro e...

— Pode parar por aí, papa. Não vou fazer o seu serviço sujo. – Nowa olhava para o pai em desafio, deixando os demais sem ação.

— Nowa, faça o que o seu pai manda! Seja uma boa menina e faça, por favor.

— Não! Papa quer arranjar encrenca com o tio Saga, ele não é ruim, não fez nada contra mim! – Disparou a pequena pelo lado racional da questão.

— Nowa! – Começou ralhando Ashi.

— Não!

Todos na sala ouviam a discussão e acompanhavam a tudo calados. Não sabiam de quem tomar partido até então.

— Pare de me enfrentar, menininha, tenho poder suficiente e experiência para acabar com você!

— Tem? Se bem que experiência eu não duvido que tenha!

— Não me desafie e não seja tão insolente!

— Por quê? Vai me matar?

— Poderia!

Foi neste instante em que todos interviram.

— Ninguém mexe com a minha irmã! – Levantou Aiacos, batendo forte na mesa, forte o suficiente para causar um estralo nos pés dela.

- E você, pequeno Aiacos? Vai fazer algo contra mim?

— Se você se atrever a fazer algo contra Nowa, pode ter certeza que sim!

— Concordo com Aiacos! – Disparou Ellury.

— Todos concordamos. Se ameaçar Nowa, está ameaçando a nós também! – Disparou Dimitri.

— Vejo que tem uma armada forte.

— Eu sei, tio Fate!

É quando Fate se revela, tirando a mão do ombro de Ashitaroth.

— Fate? Era você aí o tempo todo, onde já se viu enfrentar Nowa!

— Vocês dão muito crédito para essa pirralha, até hoje a única coisa que eu vi nela foi essa barreira que a protege de ataques, coisa sua, não é mesmo, querido Ashi?

— Não mesmo! Não fui eu quem fez isso! Que barreira é essa?

— Não se faça de sonso, Ashi. Este tipo não fica bem em você.

— Tio Fate, papa, se quiserem brigar, porque não vão lá para fora? Assim param de gritar nos meus ouvidos.

— Ora, sua pirralha... – mal Fate acabara de falar e todos estavam prontos para atacar, inclusive Kuramma e Riei que estavam quietos até o momento.

— Não sou tolo, mas não vim por este motivo, sei o que Saga pretende.

— Andou bisbilhotando de novo, tio Fate?

— Posso continuar?

— Claro! – Nowa ostentava em seu rosto um sorriso inocente.

— Saga quer vingança, creio que seja isso mesmo, mas não o fará enquanto não arquitetar um plano decente. Nowa, sua experiência, onde está? – Perguntou, ácido. Mas logo uma discussão anunciada começaria.

— Não lhe interessa.

— Se não interessasse, eu não me daria ao trabalho de perguntar!

— E se interessasse a mim, eu já tinha falado!

— Caramba! Como você me irrita, criança!

— Sei disso, é o meu prazer. – Nowa sorriu para desconcertar o guardião do tempo.

— Nowa, vamos, seja educada e fale onde está sua experiência, Fate quer saber. – disparou Kazuia, tentando por panos quentes.

— Não quero e não vou falar, Kazu, de jeito algum. Faço questão que ele não saiba, tio Fate é tão confiável quanto uma cobra pronta pra dar o bote, como eu vou saber se ele vai entregar Andrew pra Saga? Com a palavra dele?

— E quem é Andrew?

— Se esqueceu do Chronos!

— Do que vocês estão falando? – perguntou um Kazuia já irritado.

— Na hora certa você vai saber, papa! – respondeu Solaris ali ao lado.

Com a distração de Kazuia, Fate entrega à Nowa uma pequena esfera...

— Aqui está o que você me pediu, divirta-se. – e após isso, ele desaparece.

Nowa pega a esfera com as mãos que lhe foi ofertada por Fate e esta brilhe em dourado, fazendo com que Nowa assuma sua forma verdadeira.

— Nowa, filha, está tudo bem com você? – perguntou um Ashitaroth assustado.

— Claro, papa!

— E quem te deu isso?

— Fate – disse Kazuia tirando a esfera das mãos de Nowa, fazendo com que ela voltasse ao normal – isso aqui é perigoso, é chamada de Gouki, ela serve para retirar a alma das pessoas. Mas por que Fate deu isso à Nowa?

— Eu pedi a ele, também vi este livro – mostrou a pequena.

— Mas pra quê isso? – perguntou Ellury

— Venham comigo que eu explico no caminho.

Nowa os leva por vários corredores que, após algum tempo de curvas para os dois lados, levaram para um grande jardim de inverno, onde havia uma porta ao fundo. Por fim, Ellury, ao chegar...

— Que lugar é esse?

— Um jardim – responde Dimitri.

— Isso eu sei, bocó, mas o que tem a ver? – perguntou Ellury depois de aplicar em si mesmo um facepalm.

— É que eu acho que é aqui onde o tal de André está! – respondeu Dimitri, com uma feição de quem está com a cabeça no mundo da lua.

— É Andrew – corrigiu prontamente Nowa.

— Que seja, é tudo o mesmo nome mesmo! – disparou Dimitri, dando de ombros.

— Se fosse eu teria colocado André ao invés de Andrew. – enquanto respondia irritada, Nowa abria uma passagem que tinha como destino o laboratório. Todos ficaram surpresos.

— Tudo bem, tudo certo, Nowa! Mas você nos trouxe aqui, e pra que vai usar a bola Gouki? – perguntou Aiacos, direto ao ponto.

— Não vou usá-la ainda, mas mais tarde vou usar.

— Maçãzinha, eu sei que você não é geneticista, então como conseguiu fazer isso? – perguntou Kazuia apontando para os três úteros artificiais onde havia três crianças, duas do mesmo tamanho e mesma cor de pêlo enquanto outra era diferente.

— Estes são Andrew, Chronos e Alexia. São os primeiros clones de Nowa. A menina se dividiu de Andrew. – explicou Solaris.

— Você está me dizendo que sabia disso tudo e nunca contou nada para a gente, e agora vocês estão precisando da nossa ajuda para que nem Saga ou Fate os peguem, e tudo isso na maior? – perguntou Riei.

— Isso mesmo – respondeu Nowa com um sorriso.

— Então tá, eu vou ajudar. – respondeu o youko de pelagem negra.

— Nada disso! Ellury, Dimitri, Riei, nós fomos deixados de lado e agora eles querem a nossa ajuda! Vocês vão ajudar assim, fácil? – perguntou Kuramma levemente irritado.

— Ao menos eu vou, Nowa é minha irmã, meu amorzinho... – e dizendo isso desviou rapidamente de uma bola de energia lançada pelo youko de pelagem vermelha – E o Dimi também vai. – Ellury dizia isso e arrastava o irmão para perto dos úteros.

— Traidor!! – gritou Kuramma, mas em seguida virou-se para o outro irmão – e agora só falta você, Riei. Vai me abandonar também?

— Não concordo com você, Kuramma. Nowa é nossa amiga, quase nossa irmã, se ela pede a nossa ajuda eu a ajudarei, queira você ou não.

— Isso mesmo, manchado, você está sozinho! – disparou Solaris à guisa de provocação.

— Sohar, não o incomode! Se ele não quer ajudar, então não vou forçar. Se vocês querem me ajudar, tudo bem. Só os mostrei para que saibam que eles são meus clones, então... – no momento seguinte todos ficaram em silêncio e Solaris ficou em alerta.

— O que houve? – perguntou Dimitri.

— Alguém está se aproximando – diz Solaris.

— E é poderoso – complementa Aiacos.

— Vocês tão vendo ou sentindo demais, não tem ninguém lá fora!

Ao passo em que Nowa percebeu que a energia não vinha de fora mas sim de dentro do laboratório, pôs-se a correr para dentro do mesmo.

— Não é alguém que se aproxima. Não precisam ficar exaltados, eles estão manifestando seus poderes, Andrew e Chronos.

— Como não? Você tem que concordar comigo que essa aura é pra lá de agressiva, se essa energia vem dos dois, me perdoe, eles são perigosos demais pra você!

— Parem com o exagero. Eles não vão me causar nada!!

— Posso me defender?

Todos os presentes, com exceção de Nowa, olhavam para os lados, até que olharam para o útero à frente e perceberam que era Andrew que tinha falado, ele estava de pé e de olhos abertos. A filha de Ashitaroth gargalhava sem parar por causa disso. Após entenderem, Ellury e Solaris também riram junto.

“Qual é a graça, mama?”, perguntou mentalmente Andrew.

“É a reação deles”, responde Nowa do mesmo jeito ao clone.

“Ellury, Solaris e Dimitri também podem me ouvir?”

“Claro”

— É o Andrew falando! – abobou-se Ellury verbalmente então.

— O senhor papa múmia roxa deveria saber que eles falavam, se são clones de Nowa, eles quebram algumas regras, não? – perguntou Riei.

— Eu sei, mas não pensei que eles fossem falar tão cedo! – compensou Dimitri.

— DÁ PRA VOCÊS ME EXPLICAREM O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – exasperou-se Kuramma, gritando em desespero por ver todos se dando bem sem ele.

— Calma aí, Manchado. Eu explico.

Enquanto isso, em Yesshra, Saga continuava seu calvário auto-imposto de planejar algo que o fizesse se vingar de Ashitaroth. Mino exasperou-se ao ver seu querido se torturando por horas a fio.

— Saga, querido, por favor, pare com isso!

— Não, Mino. Você sabe que eu mereço ter essa vingança.

— Como você pode merecer algo que não é seu?

— É simples. Eu mereço, eu quero e eu vou poder!

Depois de algumas discussões menores, o principal teor da discussão veio à tona.

— Mas Saga, não quero que você brigue com Ashi, não vale a pena. Você sabe que ele é poderoso, tem todos do lado dele... E você tem quem? – perguntou Mino com sinceridade.

— Tenho... Tenho... Ah, eu tenho você!

Mino corou, aguardou alguns segundos para tomar coragem...

— Isso é lisonjeiro, mas eu lá sou poderoso? Tenho alguma coisa? NÃO SOU NINGUÉM, NUNCA FUI! SOU APENAS UM YOUKO QUE NÃO É NADA, QUE NÃO TEM NADA!! – explodiu o youko de pelagem cor de rosa. Saga corre na direção do companheiro e o abraça forte.

— Isso não é verdade. Você é importante pra mim, e se alguém tirar você de mim, eu enlouqueço. O Lu já se foi, você não pode fazer isso comigo também!

Percebendo que o companheiro estava angustiado, resolveu deixar o assunto para outra hora. Ele não estava em condições de conversar sobre aquilo.

— Vamos dormir, Saga. Vamos dormir, você não está bem. – e assim Minamino foi conduzindo Saga até seu quarto. Foi quando Saga parou e olhou para trás.

— O que houve?

— Tem mais alguém aqui?

— Como assim?

— Não é preciso ficar tão alarmado assim, Saga. Sou eu, Lu!

— Hypnos! Por que está aqui?

— Vim lhe ver, por que chora?

Era fácil ver que Saga estava emocionado com a presença do irmão ali.

— Não é choro não, é só um cisco no meu olho...

Depois que o youko de pelagem azul clara limpou as lágrimas, Hypnos continuou.

— Vim conversar com você.

— Sobre?

— Você já sabe sobre o que é.

— Se veio até aqui pra me pedir pra não fazer nada contra o seu querido Ashi, esquece! Me vingarei dele e de Nowa!

Minamino, que como sempre somente observava, percebeu que Hypnos estava cauteloso em relação ao irmão.

“Será verdade mesmo o que ele tá dizendo?”, pensou o youko de pelagem cor de rosa consigo mesmo.

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— Saga, me ouve, não vale a pena. Devemos deixar as vinganças do passado lá, sei que Ashi fez mal a você, mas não é preciso ficar remoendo isso pro resto da sua vida! Foi há tanto tempo...

— Você sabe que é o último que deveria me pedir isso.

— Eu? Não entendo, por quê? Nunca quis vingança contra ninguém!

— Não? – perguntou Saga da maneira mais irônica que conseguia. Hypnos estava acostumado a este comportamento.

— Já chega! Não vim aqui pra brigar, vim aqui pra conversarmos sobre uma pessoa em comum, que nos perturba com sua presença.

— Ashitaroth?

— Não. Fate.

— Fate é um problema de Ashitaroth, ele que cuide dos problemas amorosos dele! Os dois que se entendam.

— Desisto, Saga. Essa é a última vez que eu vou te explicar. Fate é nosso inimigo, quer que os youkos sejam submissos a ele, entende? Isso inclui você!! – disparou o mais alto numa raiva malcontida. Saga ficou constrangido com o tom de voz utilizado.

— Vamos conversar com calma. – disse Minamino, tentando colocar panos quentes – Vamos para a sala de estar, eu sirvo algumas guloseimas e chá enquanto conversamos com mais calma, está bem?

Os dois concordaram com Minamino.