Apolonyx

Estou comprometida para minha proteção


Já ao nascer do sol, levantei e fui para o Arsenal.

Eu nunca soube fazer uma espada, mas agora eu o teria de um jeito ou de outro. A arma/wolverine era ótima, eu podia usá-la normalmente sem sentir peso nem nada, mas na hora H elas incomodavam para acertar alguém ou algo parecido. Resolvi então fazer uma espada enquanto não soubesse usar arco e flecha.

Apolo devia estar brincando quando me deu isso. Imaginei-me até tentando, Pierce chegaria e me veria toda espetada de fechas. Seria cômico.

Então peguei alguns materiais e... bom, fiquei perdida.

- Já aqui tão cedo?

Me virei.

- Pierce? Dormiu aqui ou só veio debochar do meu jeito de começar a fazer uma espada?

- Ia fazer uma espada? Pensei que inventaria uma coisa nova, porque essas coisas ai não é para fazer uma espada ou seja lá o que for.

Olhei para a mesa onde havia as coisas.

- Éh... dou o meu jeito.

- Claro, claro. - tirou tudo da mesa e começou pegar os materiais certos. - Pensei que gostasse dos presentes.

- Gostei, mas um é meio incomodo na hora da batalha e outro mal sei usar. Pensei numa espada, leve, afiada, diferente, útil.

- Então deixa que eu ajudo, antes que faça uma besteira. - ele fez umas coisas, derreteu o metal, etc.

No final, agora estava batendo um martelo grande na lâmina para deixá-la reta.

- Então, como foi a conversa com sua mãe?

- Horrível. Apesar da boa intenção, ela fez me sentir uma incapaz.

- Como assim?

- Vamos dizer que eu tinha que fazer uma coisa muito importante, mas ela fez por mim. Umpf, achando que eu “tinha problemas demais”. Ela não quer admitir que cresci e posso cuidar de mim mesma.

- E não pode sem ajuda, Dafni.

O sangue me ferveu.

- Acha que sou incapaz?!

- Ai! - martelou o dedo. - Não... só que... por exemplo, se fosse tão capaz assim, porque não matou o C.I. quando apareceu na sua casa?

- Ahh... éh... eu estava desprevenida.

Respirou fundo.

- Primeiro vença suas batalhas sozinha e depois fale que não precisa de ajuda. Alias - largou o martelo. - faça isso você mesma, já que se acha tão capaz.

Por sorte, o alcancei antes que saísse do Arsenal.

- Não faz assim, Pierce.

Então a porta da entrada abriu.

Era Beccs.

- Interrompi alguma coisa?

- Com certeza. Aliás - parou ao lado dela. - Converse com sua amiga. Ela não sabe como é quando não tem ninguém para cuidar de você. - e saiu.

Beccs e eu nos entreolhamos.

- O que ele quis dizer com isso?

- Hum... Prs é órfão.

- Então por isso ele ficou assim...

- Do que estavam falando?

- Da minha conversa com... Nyx. - respondi, Beccs não pareceu surpresa. - Já soube?

Demorou um tempo para ela falar.

- Nyx veio a mim antes de ir embora.

- Por que? - ela sorriu, fiquei com medo do que diria.

- Você é comprometida, Dafni.

- O QUE?!!!

A porta se abriu num estrondo e acabou batendo na cabeça de Beccs, arremessando-a em uma parede.

Era Yudy.

- Meu deus! - Beccs estava caída no chão, desmaiada. - Você é louco?!

- Você é comprometida?!

A garota resmungou.

Piscou umas vezes e levantou.

- Garoto, quer me matar?! Não acha que só porque é filho de Hades que...

- Porque uma mãe faria isso com a filha?

- Proteger, é claro.

- Mas que é esse safado?

- Hei! - chamei. - Eu que tenho que fazer as perguntar aqui. Afinal, é eu que estou… vocês sabem.

- Dafni, você ainda não está realmente comprometida. É que quando você tiver de sair, precisará de muita proteção. Coisa que para – respirou fundo. - um deus seria moleza.

Se eu estivesse tomando um café, cuspiria.

- Deus!

- Uhum. Aliás, um dos seus irmãos.

- Eu não tenho irmãos.

- Deuses de segunda geração, sim. Tánatos, amiga. Você escolhe se quer ou não.

- Ele? - perguntou Yudy. - Aquele inútil que só atrapalha meu pai?

- Tánatos foi o primeiro a governar o mundo inferior. Hades só aplacou esse deus por causa dos mortais, que deram importância demais a ele. Agora os dois dividem o mesmo lugar, só isso.

- Não defenda essa personificação de meia tigela!

- Só está assim porque ficou com ciumes.

Tirei a minha espada inacabada de cima da mesa e fui me distanciando dos dois aos poucos, saindo do Arsenal.

“Comprometida? Isso só podia ser brincadeira.” pensei.

Passando preocupada, percebi que a Arena de Combate ficava cada vez mais cheio. Todos os campistas pareciam estar lá ou entrando, literalmente.

Uma campista conhecida passava por ali.

- Oi? Awm... o que está acontecendo?

- Pandora! O que está fazendo aqui?

- Como assim? Eu estou...

- Não se lembra? Polemos desafiou Flin Pierce para um duelo na Arena de Combate na segunda-feira.

- Combate? Aah, droga! Eu lembro.

- Tipo raro, esse garoto. Quase perfeito.

- Hei, Polemos! Assim vão achar que você é florzinha.

- Vai sonhando. Ainda ganho de você na espada.

- Arena De Combate na segunda? Quero te mostrar as minhas novas armas pessoalmente.

- Para perder de novo? Aah, não.

- Tá com medinho.

- Ok. Segunda.

- Feito.”

- Onde Pierce vai se arrumar... armar...?

- Entrada oeste.

- Obrigada.

Vamos dizer que a arena era enorme.

Demorei muito para chegar na entrada oeste, obrigar um Pierce magoado abrir a porta de ferro e me ouvir.

- Eu sei de tudo. Desculpe.

- Dane-se. - resmungou, ajeitando a armadura bronzeada com detalhes negros.

- Não vai me ouvir mesmo?

- Não. Estou aqui para outra coisa.

- Mas Prs...

- Não o chame assim, garota primária. - disse Jena, saindo de algum-lugar-sombrio-que-não-vi. - Cai fora.

- Eu só queria...

- Não quer nada, reles semideusa.

- Quer saber? - joguei a espada inacabada no chão. - Dane-se também. - e sai.

“Que diacho é isso, Flin Pierce?!” ouvi Jena gritar.

Entrei por uma entrada segundária do lado oeste e sentei no topo, pois lá em baixo estava cheíssimo. Polemos parecia minúsculo vendo lá de cima. Trajava uma armadura vermelho lava e couraceiro que cobria todo seu corpo, anéis prateados em todos os dedos, peitoral de aço, não usava elmo e segurava nas duas mãos espadas longas estilo cimitarra.

Quando Pierce entrou com sua armadura de bronse, uns campistas e chalé de Hermes e Hefesto uivaram. Usava uma espada estilo Montante, dava para perceber pelos traços da era da Renascença e Idade Média Tardia. Um pouco a cima das mãos, sobre a bainha, havia um ferro derretido e entortado em forma de um Kraken misturado com um dragão colombiano.

Havia também outras espadas com ele, mas não sou capaz de descrever.

- Já contaram sobre mim?