Terra

“Lembrete mental... Nunca mais voltar para Nova York...”

Ele cuspiu no chão, irritado. Sua arma lhe era inútil caída no meio da horda e as feridas que tinha nas costas não lhe ajudavam nem um pouco.

“Malditos demônios...” Rocket Raccoon sussurrou para si mesmo, pressionando a ferida para parar o sangramento. Por pouco não se infectara mas não escapara de se machucar na batalha. Sentia-se terrível; nunca em toda sua vida escapara de uma batalha tão covardemente. Mas o que poderia fazer? Se não tivesse sido abandonado, talvez tivesse uma chance. Se não tivesse sido deixado para trás...

Rocket secou as lágrimas com a costa da pata. Diabos. O que Peter diria ao vê-lo em tal estado? Escondido como uma maldita criança, incapaz de segurar seu desespero, seu medo. Rocket Raccoon sentindo medo. Neste momento, no entanto, ele não se importou. Questionava-se se era o único não infectado na Terra. Mesmo que o fosse, sabia que não permaneceria assim por muito tempo... Ele suspirou. E então ficou de pé.

“Deixe-me orgulhoso, garoto” Ele disse para o nada, desejando que Star Lord pudesse ouvi-lo. “Pelos deuses de Asgard, não manche meu nome dizendo que morri comido por canibais”

O guaxinim saiu do esgoto com cautela, prestando atenção aos seus arredores, as orelhas em pé. Estivera ali embaixo por longos minutos e esperava que os filhos da puta tivessem se afastado o suficiente. Para seu alívio, eles tinham. Esgueirando-se por trás de um carro, ele procurou por sua arma e, não a vendo, grunhiu em irritação.

“Vocês canalhas comem metal também?” Ele sussurrou, sorrindo de leve. Nisso, ele se virou para trás e descobriu da pior maneira que estava sendo observado. Não por dezenas, mas por centenas. Ou talvez milhares. Ele ficou de pé e preparou suas garras.

Sempre soubera se virar. Quando era Guardião do Quadrante Keystone usava muito de força bruta. Suas garras, ele se lembrou, abriram muitas gargantas no passado e poderiam fazer o mesmo agora.

Tudo bem que, no passado, um arranhão de um paciente não lhe deixaria doente também. Mas essa era outra história.

Ele subiu no carro instintivamente um segundo antes de os seres reagirem. Pegando impulso, ele pulou numa tentativa suicida, rasgando de imediato o rosto de um deles, o olho saltando da órbita, e avançando para outro. Se fosse morrer, morreria com dignidade. Ou não se chamava Rocket Raccoon.