Ben e Anita conversavam abraçados, sobre a cama do garoto no quarto de Omar.

– Eu acho que eu não acredito em milagre. – Dizia a garota, preocupada com o que poderia acontecer.

– Como assim. – Questionou ele, passando a mão na testa dela e afastando alguns fios de cabelo.

– Que essa história toda pode acabar numa boa, como acontece nos filmes, o Antônio é louco, e parece que ninguém acredita com certeza nisso. – Afirmou Anita, com angústia na voz.

– Anita, se vai continuar a pensar nisso. – Disse ele, preocupado, com as ideias da garota, enquanto distribuía beijos pelo pescoço dela.

– Não sei, eu só queria não precisar mais pensar nisso tudo, tocar a nossa vida como a gente sempre sonhou, só que o Antônio, parece um fantasma Ben, que sempre causa a mesma reação na gente, essa angustia, esse medo que, que eu não sei nem se quer de onde vem direito. – Desabafou Anita, erguendo-se por instante para encarar Ben.

– Normal, o que ele aprontou com a gente, sem dúvidas nunca passou pela nossa cabeça. – Ele afirmou, a entendendo. – Mais chega de pensar nisso. – Pediu ele, com um sorriso. – Eu acho que a gente tem coisa mais importante pra fazer, do que pensar no Antônio, não acha. – Falou o garoto, seguido de um beijo.

– Ah e o que, só por curiosidade. – Perguntou Anita, antes dos dois se unirem em mais um beijo apaixonado.

– Hum, por exemplo, eu fazer um lanche pra gente, com essa confusão toda eu nem almocei. – Disse Ben, com uma gargalhada, Anita sentou-se ao seu lado.

– Ah entendi, claro boa ideia. – Respondeu Anita, com desdém.

– Eu não disse nada, foi você que pensou. – Implicou ele, com um beijo e outro.

– Eu, ah tá bom. – Anita riu.

– Você, você, e você. – Disse ele, a empurrando na cama, seguido de um beijo.

– Para, seu doido. – Falou ela, as gargalhadas.

– Tá bom sério, eu vou fazer alguma coisa pra gente comer, e para, por favor, de pensar nesse história. – Disse com um ultimo beijo, e levantando.

– Que história, eu já esqueci. – Brincou Anita ajeitando o travesseiro, querendo muito que fosse verdade. Ben se dirigiu a cozinha.

– Melhor que você tem a fazer Anita, e eu não to brincando. – Afirmou ele.

– Pode ser. – Anita concordou, com um sorriso para ele, voltando a se escorar na cama.

Minutos depois, Ben voltou suas atenções para garota e percebeu que ela havia adormecido, o garoto sentou-se na beira da cama e encarou Anita, pensativo e com uma certa preocupação lhe rondando, por mais que ele não quisesse admitir, a opinião da garota a respeito do bilhete animo tinha lhe preocupado além do normal, Ben sabia que ele tinha uma consciência a respeito das atitudes de Antônio que não era nada agradável, e ele não conseguia mais acreditar na redenção do irmão, a talvez numa coisa Anita tivesse razão, algo tinha que ser feito antes que algo mais sério houvesse, Ben levantou olhou de relance o papel que Anita havia largado sobre a mesa com a ameaça, puxou a coberta e cobriu a garota, com cuidado para não acorda-la, e resgatou o papel sobre a mesa logo depois, e saiu pela porta devagar.

Chegando ao casarão Hernandez lhe esperava como ele havia pedido ao telefone, assim como Vera e Ronaldo.

– Filho o que houve, porque você chamou a gente aqui. – Ronaldo questionou assim que colocou os olhos no garoto.

– Pai é, eu vou explicar, mais sinceramente acho melhor vocês sentarem. – Disse Ben, com a cabeça perturbada com a situação.

– Ben, agora eu estou ficando aflito. – Hernandez afirmou.

– Ah você tá aflito Hernandez, você deveria de ficar aflito por deixar o Antônio por aí, e não se preocupar em descobrir o que ele anda fazendo. – Ben disparou, meio ríspido.

– Ham, como, o que meu filho tem a ver com isso agora. – Hernandez rebateu confuso.

– Ben pega leve, o Antônio nem esta aqui. – Ronaldo quis colocar panos quentes na situação.

– Ela não tá aqui, porque simplesmente eu não aguento mais, olhar pra cara cínica do Antônio. – Disse ele, tenso. – E Hernandez pede pro Antônio parar de mandar ameaça anônima pra Anita. – Afirmou o garoto alcançando o papel a ele.

– Mais o que. – Vera se espantou.

– Isso mesmo que vocês todos ouviram. – Ben garantiu.

– Mais não pode ter sido ele que mandou isso. – Hernandez ficou na dúvida, enquanto encarava as palavras escritas ao papel.

– Mais dizia que tinha sido o Antônio. – Questionou Ronaldo, com preocupação.

– Não, mais foi ele, quem mais faria isso, olha aqui Hernandez eu acho bom você pedir pro Antônio ameaçar a Anita pela frente, se ele quiser continuar com isso, e de preferencia na minha presença, aí a gente vê o que acontece. – Disse Ben categórico, cansado dos devaneios de Antônio.

– Mais o Antônio não faria algo contra minha filha, eu pensei que, fosse garantido que ele podia ter saído daquela instituição. – Vera entrou em pânico.

– Eu não sei, mais seja lá quem foi o louco que liberou o Antônio, porque ele deve ter enganando e muito todo mundo pra sair de lá. – Afirmou Ben, extremamente nervoso.

– Eu vou ficar mais atento Ben, mais agora não brigue de novo com o Antônio, eu me sinto tão mal de ver aonde as coisas entre vocês chegaram, pra mim os dois são meus filhos. – Hernandez pediu em suplica.

– Brigar com o Antônio, você não viu nada ainda, perto do que eu posso fazer com ele, se ele tentar fazer alguma coisa contra a Anita. – Ben disse em tom de ameaça.

– Ben chega, já basta aquele circo todo que houve na praça. – Ronaldo o repreendeu.

– Eu vou tentar ficar atento com ele, eu ainda prefiro acreditar que meu filho, gosta da Anita e não se conforma que ele não queira ela, e que seja só isso. – Hernandez afirmou com um acerta tristeza no olhar.

– Pois eu acho bom ele se acostumar, porque só um tem jeito do Antônio me tirar de perto da Anita, e eu acho que ele já sabe disso. – Respondeu Ben de volta, antes de Hernandez se dirigir a porta para ir embora.

– Meu deus do céu! - Isso parece um pesadelo sem fim. – Balbuciou Vera totalmente aflita.

– Horrível, será que esse menino tá tramando alguma coisa mesmo. – Ronaldo especulou, também preocupado.

– Eu não sei, mais também não adianta ficar impressionado, até porque a Anita já tava muito nervosa com isso, então não vamos piorar as coisas. – Sugeriu ele.

– E cadê a Anita, onde ela tá. – Vera retrucou assustada.

– Ela tá lá no Omar, aliás, eu vou ver ela. – Explicou ele.

– Vai lá, melhor vocês dois não andarem sozinhos por aí, principalmente a Anita. – Ronaldo pediu.

– Você tem razão pai. – Ele concordou, caminhando até a porta, deixando Vera e Ronaldo mergulhados em seus pensamentos.

De volta ao quarto de Omar.

– Ben, você tinha saído. – Perguntou Anita, despertando confusa.

– É eu fui lá no casarão, foi mal, te acordei com a batida da porta né. – Justificou ele.

– Se foi no casarão fazer o que, você não foi falar com o Antônio foi. – Ela indagou preocupada, se ajeitando na cabeceira da cama.

– Não, melhor deixar o Antônio pra lá, eu não vou falar com ele. – Prometeu ele, se escorando a cama ao lado dela.

– Ai que frio, nossa não vi você sair, acho que eu apaguei aqui. – Disse Anita.

– É eu acho que você dormiu e muito. – Alfinetou ele sorrindo.

– Ah claro, foi você que demorou, foi fabricar o pão pra colocar no sanduíche. – Anita ironizou, ajeitando os cabelos bagunçados.

– Me lembra disso da próxima vez vai. – Riu o garoto. – Chega pra lá. – Disse ele, descalçando os caçados.

– Que você vai deitar aqui, piro, o Omar vai correr nós dois quando chegar. – Anita afirmou se arredando um pouco, com ele deitando ao lado dela.

– O Omar vai trabalhar até tarde hoje. – Disse Ben, sorrindo travesso.

– É tem certeza. – Ela murmurou, gostando da ideia.

– Eu ti amo. – Declarou ele, a encarando nos olhos.

– Eu também, amo muito. – Respondeu ela sorridente, apoiando a cabeça no peito dele, e os dois trocaram um beijo empolgado e permaneceram abraçados um ao outro, como forma de espantar todos os medos que lhes atormentavam naquele momento.