Havia um sorriso escondido nos lábios avermelhados. Não sabia se estava feliz pela noite passada ou se era pela preocupação que ele tinha com ela. Já havia se passado algumas horas que Luna estava deitada e finalmente decidiu lavar os cabelos e retirar aquele cheiro de chuva, motel barato e Erick de seu corpo.

A toalha vermelha de algodão macia destacava o branco de sua pele. Estava sentada em sua cama, com o lençol amarrotado e olhava para o armário que estava com a porta aberta, podendo ver suas roupas penduradas. Levantou-se da cama, deixando a toalha cair no chão, deixando seu corpo nú e amostra. Seus dedos delicados deslizaram pelas saias penduradas e puxou uma saia com babados de renda com laços brancos e rosa.

O céu estava negro e estrelado. A lua estava cheia e sua luz, iluminava até os becos mais escuros da cidade. Seus pés, que vestiam uma sapatilha rosa velho de veludo, caminhavam lentamente na rua. Seu corpo estava coberto por um, sobretudo branco, que protegia seu corpo do vento gelado da noite. Seus cabelos brancos, que brilhavam como a Lua estavam presos em um coque ao topo da cabeça. Suas mãos delicadas, estavam dentro do bolso do casaco.

Mais alguns passos e pode perceber o agito da noite perto da lanchonete. Seus dedos delicadamente foram retirados do bolso e puxaram o grampo que prendia os seus fios brancos e negros. O cabelo desenrolou e caiu perfeitamente sobre os ombros. Seus dedos deslizaram sobre os botões negros do casaco, abrindo-os enquanto entrava no Ico.

Seus olhos que estavam maquiados de preto encontraram Philip com um sorriso bobo olhando para ela. Sorriu igualmente para ele.

- Eu achei que você ia ficar a noite toda na sua casa. – Ele segurava uma jarra de café quente.

- achei que você soubesse tudo sobre mim.

-Não sei tudo. Eu sei dos seus gostos, das suas duvidas,das suas certezas. Dos seus sentimentos e dos seus desejos. – Seus dedos bagunçaram seus cabelos.

Suas bochechas brancas coraram.

-Ela esta no bar.

Luna sorrio. Caminhou em direção a Leticia, retirando seu casaco, deixando a mostra seus ombros nús e seu corpete branco simples.

- Achei que você nunca mais viria.

- Você que chegou mais cedo. – Colocou seu casaco sobre o colo. – Está comendo o que?

- Batata frita com sorvete de creme, maionese, mostarda e molho apimentado a lá Philip. Eu achava que você estava na do Erick, mas pelo o que eu vi das trocas de sorriso e pela preocupação dele na noite passada...

- Cala a boca – Luna cortou-a. – Não estou na de ninguém. – Segurou o sorriso

- Uhrum – Disse com a boca cheia. – Sei - Disse com um ar irônico.

- Não sei... Eu olho por Erick e sinto uma coisa, olho pro Philip sinto a mesma coisa mas... mas... de maneira diferente.

Leticia sorriu.

- Podia deixar um pra mim. Fica nesse não caga e não desocupa moita com os caras mais gatos eu já apareceram na cidade e não deixa nenhum! NENHUMZINHO, pra amiga aqui.

Luna suspirou.

- Então me conte o que rolou com o Erick lá. Passaram anoite na mesma cama foi? Abraçados, ambos sem roupa e...

- NÃO! Não aconteceu nada. Eu dormi na cama ele no chão.

Eram onze oras da noite e fazia o mesmo caminho que fez a algumas horas atrás, mas voltava para casa. A noite estava mais fria que o normal e a neblina mais densa do que as noites anteriores. Um arrepio subiu pela sua coluna.

Seus dedos tocaram a maçaneta gelada e a segurou com força. O som da chave girando e o trinco destrancando, ecoou pela casa vazia e escura. Fechou a porta sem fazer barulho. Seus pés tocavam o chão delicadamente. Subia os degraus um por um enquanto desabotoava seu casaco.

Caminhou o corredor retirando os sapatos e segurando o casado desajeitadamente. Retirou o corpete que vestia e a saia deslizou sobre suas pernas até encontrar o chão.

Seu corpo descansou sobre o lençol apenas vestindo suas roupas brancas intimas. Recontroceu-se para pegar o edredom que estava pendurado na ponta da cama e se cobriu.

Três e meia da manhã. Sua testa franzia. Seu corpo rodava para um lado e para o outro. Aquela noite estava sendo uma noite difícil. Seu coração batia forte e gotas de suor escorriam pela sua testa. Suas unhas encravaram no lençol azulado. Gritos agonizantes saiam pela sua boca. Seus olhos estavam fechados. Seu corpo doía. A Luz do quarto foi acesa e os dedos grossos de Patch tocaram seus ombros.

-LUNA? LUNA?

Seus olhos abriram. O ar entrava com dificuldade pelas suas narinas fazendo-a respirar com os lábios abertos. Lagrimas escorreram pelo seus olhos.

-Foi só um sonho. – Patch foi até a porta.- Vire o travesseiro. Talvez o outro lado te traga sonhos bons.

Virou o travesseiro. Secou as lagrimas que escorriam pela sua face e apoio a cabeça sobre o travesseiro gelado e fofo.

Patch deu alguns passos para frente e a cobriu com o edredom.

-Quer que eu fique aqui ?

Fez um sinal de negação com a cabeça.

- Qualquer coisa, só chamar.

Caminhou novamente para a porta. Tocou no interruptor fazendo a luz se apagar.

Seu corpo branco e magro tremia. Algumas lagrimas escorreram pela sua face e adormeceu novamente.

Seus pés se arrastavam pelo piso negro da sala de aula. Seu corpo doía e seus olhos estavam quase se fechando.

Leticia estava sentada na mesma bancada de sempre, virada para trás. Sua face demonstrava seu sentimento de dó. Seus olhos estavam fixados na multidão que estavam em volta da bancada de Nora. Alguém chorava escandalosamente.

-Sophia foi assassinada brutalmente. – Leticia virou sua face para olhar para Luna, que estava parada ao seu lado – E pelo visto, você também! – Leticia franziu a testa ao olhar para as olheiras de Luna.

- Eu tive um sonho. Talvez... – Ela parou por um instante. Fechou os olhos e logo em seguida os abriu. – Como assim? Mota? Por quem?

- Não se sabe. Encontraram seu corpo hoje de manha, no bosque.

- Morreu do que?

- Levaram seu coração. – Leticia olhou para a multidão envolta de Nora.

Leticia arregalou os olhos.

-Que? Como assim?

-Segundo o xerife, seu tórax estava destroçado e seu coração sumiu. Então, provavelmente, alguém o roubo... Comeu ou pior, vendeu. O medico que examinou Sophia disse que só um animal poderia dar uma mordida e rasgar a pele dela como foi rasgada. Mais, que animal faria isso?

Luna suspirou.

Nora chorava desesperadamente, já que Sophia era sua melhor amiga desde o jardim de infância.

Luna jogou sua bolsa sobre a bancada e apoiou sua cabeça sobre. Passou a aula de história com os olhos fechados e a mente desligada.

Já havia passado três aulas e o sinal do almoço tocou. Luna estava sentada torta na cadeira de plástica laranja neon do refeitório e cutucava o macarrão que nadava no molho branco com o garfo de metal, quando Leticia sentou ao seu lado.

- Mesmo achando nora uma vadia, que uma bigorna devia cair sobre ela e esmagar todos os seus ossos, sinto uma dó.- Suspirou – E você? que está parecendo que saiu da Zombilandia ?

- Eu não dormi direito está noite. Eu tive um sonho estranho. Não me lembro de exatamente o que se passou, mas... – Deu um suspiro longo – me angustiou, foi doloroso. Foi tão real – Sua testa franziu.

Bocejou algumas vezes antes de entrar no Ico. O lugar estava vazio com apenas duas ou quatro pessoas espalhadas pelo salão comendo alguma coisa.

Caminhou lentamente até a cozinha onde Philip estava. Estava com a bacia apoiada na pia e lavava os copos de milk-shake. O avental bordo que vestia, havia algumas gotículas de água respingadas.

Sua mochila estava pendurada no seu ombro direito. Puxou as mangas do moletom branco e as segurou com os dedos.

Caminhou lentamente até Philip e o abraçou delicadamente por trás. Apoiou sua cabeça nas costas largas dele e fechou os olhos.

- tev sonhos ruins não foi ? – fechou o registro da torneira.

- só não lembro o que foi – Suspirou.

Philip virou-se e a abraçou.

Ela o abraçou forte e esfregou sua face no avental bordo que ele vestia.

- Vai ficar tudo bem- ele encostou os lábios em seus fios brancos.

O seu dia passou lento. Estava cansada e olhava no relógio a cada segundo que se passava.

Seus dedos estavam entrelaçados com os dedos de Philip. Caminhavam lentamente pela luz do luar naquela noite gelada. Nenhum som saia de suas bocas. O único som que escutavam era a cantoria das corujas e seus passos.

Seus fios brancos acompanhavam o vento. Suas bochechas estavam vermelhas, por causa do vento gelado que queimava sua pele fina.

Os cabelos curtos de Philip acompanhavam como podiam o vento. Sua pele continuava quem e branca.

As luzes das casas estavam apagadas. Todos já estavam em suas camas quentes. Apenas algumas luzes dos postes da rua estavam acessas.

-Acho melhor você parar de vê-lo.

- Ver quem?

-Erick

Luna sorriu.

- Por quê? – Luna segurou uma gargalhada.

- Por que não te quero perto dele.

- Ciumes?

- Não é ciúmes- Ele soltou sua mão. – Só não quero ter que ir tira-la depois do mundo que ele te colocará.

Luna gargalhou.

- Então, tá com ciúmes?

Philip parou de andar. Segurou Luna pelo braço e olhou furiosamente para dentro de seus olhos azuis.

-Estou falando serio Luna, não estou aqui para isso.

Um galho quebrou atrás de um arbusto perto deles. Sua face branca e quente virou rapidamente para onde o barulho veio. Ele a soltou e suspirou.

-Vá pra casa e não pare por nada. Continue andando e tranque as portas e as janelas.

Luna ficou parada em sua frente. Estava espantada com as ações de philip.

-Por que continua parada? Vai!

Luna espremeu os olhos por alguns segundos e voltou a caminhar. Seus passos eram largos e rápidos.

Philip caminhou rapidamente para o arbusto.

Luna continuou a caminhar, passou por algumas casas térreas e sobrados antes de chegar em casa. A porta bateu.

- NÃO TEM GELADEIRA NA SUA CASA, NÃO ? – Scoty estava na cozinha bebendo uma cerveja.

Luna passou direto e subiu para seu quarto.

No relógio que estava sobre a cabeceira, marcavam uma hora da manha. Jogou a mochila no chão. Retirou sua roupa e deitou-se apenas vestindo suas roupas intimas. O quarto era iluminado apenas pela luz do luar.

O edredom branco estava sobre o seu corpo, vedando o calor de seu corpo, impedindo que o vento gelado que estrava pelo vão da janela, tocasse seu corpo. Seus cabelos brancos estavam espalhados sobre o travesseiro fofo. Seus olhos estavam fechados e os sonhos tomavam conta de sua mente.

“Estava dentro de um barco feito de ossos humanos que navegava por um rio de lava. Ao longe, avistava um castelo com torres enormes. Criaturas medonhas voavam em volta. Seu canto era absurdamente agonizante. Ela tampou os ouvidos com a palma da mão.

O barco a levou até o castelo. Seus dedos dos pés tocaram o chão rochoso. O calor era insuportável. Começava a nascer bolhas em sua pele.

Vestia um vestido antigo, feito de seda e veludo branco. As bordas, eram delicadamente enfeitadas com uma fita de veludo vermelha. Caminhava lentamente pelo chão rochoso fazendo ferimentos em seus pés despidos.

Caminhou até chegar no castelo. As enormes portas eram feitas de madeira maciça.

Seus dedos a tocaram e elas se abriram. O piso era de mármore negro. As pilastras eram feitas de ouro e as paredes tinham pinturas de anjos nús.

Seus pés feridos deixavam pegadas de sangue a cada passo dado. A barra de seu vestido branco estava imunda de terra e sangue.

Caminhou pelo longo salão até encontrar três portas. Em cada uma, havia um desenho. Na primeira porta, havia um anjo com assas negras sentado em uma nuvem rosada. Na segunda porta, haviam dois anjos, um de assas negras e outro de asas brancas. Ambos estavam sentados um ao lado do outro na nuvem rosada e finalmente, na ultima porta, havia um anjo de assas brancas sentado na tal nuvem rosada. “

O vento bateu com força , fazendo a janela do quarto abrir. Seus olhos se arregalaram ao ouvir o barulho estridente, da madeira da janela, batendo na parede do quarto. Havia algum apoiado em sua janela dentro de seu quarto.

-Não tinham mandado você trancar a janela?

Sua respiração estava ofegante.

Ele deu alguns passos para frente. Sua sombra, finalmente apareceu. Ela estava sentada em sua cama. O edredom estava no chão e apenas suas pernas estavam cobertas pelo fino e transparente lençol.

Seu corpo estremeceu ao olhar para a parede e ver o vulto desenhado. Tinha formato de homem, mas.. possuía asas enormes. Seus olhos foram rapidamente para Erick que se encontrava perto da janela.

Não havia asas em suas costas. Luna coçou os olhos com a esperança que aquilo que via era apenas um sonho. Olhou novamente para sombra e o mesmo desenho estava lá.

-Philip está cuidando muito mal de você. – um sorriso sarcástico nasceu em seus lábios.

Levantou-se da cama rapidamente. Seus dedos tocaram a parede, onde a sombra estava desenhada. Ela o olhou.

- Mas o que .. – Um trovão quebrou o silencio da noite.

- Hoje é noite de lua cheia. - Erick caminhou até ela. Seu tórax estava despido e usava apenas uma calça jeans preta larga e baixar, mostrava sua roupa intima. – Você devia ouvir o que as pessoas falam.- Ele colocou uma mecha de cabelo branco para trás da orelha dela.

O relógio marcava 02h45min da madrugada. Sua face mostrava sua curiosidade em saber o por que daquilo.

A luz da lua deixava o rosto dele mais pálido que o normal. Seus olhos estavam extremamente iguais a de um felino, a pupila esticada e a íris reluzente.

Um raio rasgou o céu negro. O cheio de chuva tomava conta do ambiente. As cortinas dançavam junto com o vento. Seus fios brancos levantavam e abaixavam suavemente.

- O que você é ? – A chuva caia forte. Alguns buracos eram abertos na grama pela grande quantidade de agua.

- Filho de Lúcifer

- Você é uma ilusão?

- não

- esse corpo é seu ?

Ele riu

- É

- Eu sempre achei que vocês...

- E somos – ele a interrompeu

- Então por que... – ela deu uma pausa. – Por que você é assim?

Eles sussurravam. Seus corpos estavam tão próximos que ambas as respirações, estavam sincronizadas.

-Não importa.

Ela fez um sinal de afirmação com a cabeça.

- Você sente?

-Como você

- O que sente?

- Pra que tantas perguntas?

O relógio marcava 3h da madrugada. Ela podi sentir o calor vindo do corpo dele. Seus olhos estavam fixados. O medo tomava conta de seu corpo e de sua alma.

- Por que eu quero saber...

Ele sorriu.

- O que você veio fazer aqui ?

- Levar você.

-Pra onde?

- Pra morte.

Seus olhos encheram de lagrima.

- Dói?

Ele a olhava seriamente.

- Como vai ser?

- O que?

-A minha morte. – Ela engoliu seco.

- Não sei.

- O que aconteceu com a Sophia...

- Sim, fui eu.

-Por que?

- Preciso de almas pra continuar vivo.

- o que você quer de mim? – uma lagrima escorreu pela sua face

- Sua alma.

Finalmente, Luna se calou.

Ele suspirou.

- Por que eu ?

- Por que a sua é especial. –

O silencio tomou conta do ambiente. O medo ficava claro em seus olhos.

-Não tenha medo, pequena. - Ele encostou sua testa na cabeça dela.

Ele sorria. Olhava para ela como se tivesse a reencontrado depois de alguns anos.

- o que você fará com ela?

- Voltar pro lugar, da onde eu nunca devia ter saído.

- E por que saiu ? – Seus dentes batiam um nos outros, involuntariamente.

- Desobedeci ordens.

Ela o olhava.

- Castigo. Viver no seu mundo. Como um de vocês, com metas a cumprir.

- Por que ela é especial ?

- É a alma mais pura e desejada por todos. É a mais procurada. Fruto de amor e ódio, luz e treva.

- Mas que besteira, se fosse assim, eu seria filha de um anjo ede um demônio- ela sorria com um tom de deboche,

- Você é reencarnação.

Ela gargalhou. Ele a olhava sério, não conseguia enxergar nada de engraçado naquelas simples palavaras. Luna ficou seria.

- Não é brincadeira. Eles estão atrás e você. Todos eles. Você não devia ter entrado naquele lugar.Agora eles sabem aonde você está.

- Eles quem? E por que você está aqui e eles não ? E por que você sabe e eles não ?

- Você foi para em uma dimensão que nunca deveria nem ter sonhado. Você é questão de guerra. Quem tiver a sua alma. Terá o poder das dimensões. O mal triunfará, ou o bem. Depende em que mãos ela cair. Você é a minha solução. Você não tem ideia, o quanto é doloroso e sofrido estar entre vocês. Scoty vacilou. Tinha que ter tomado conta direito de você.

- O que Scoty tem haver?

Ele sorriu.

- Você só está aqui, por que ele foi designado a cuidar de você. Esconder o teu cheiro. Assim seria impossível encontra-la. Mas eu a encontrei. E você, fez o favor de aparecer aonde não devia. Agora todos sabem.

Luna ficava cada vez mais confusa a cada palavra dita. Erick suspirou.

-Já que ajoelhei, rezo o terço todo. Sabedoria invejava os homens, pois eles amavam. Sua inveja, fez com que fosse castigada, sendo mandada para o mundo dos Homens por Deus. Ele lhe ofereceu um dom, Sabedoria escolheu o dom da beleza e da sedução. Seu corpo esculpido foi jogado nu em um rio, perto de Paris. Dizem que nenhuma beleza chegou pero da dela. Seu cabelo era amarelo como os raios de sol. Sua pele branca como a neve, os olhos, azuis como o céu de um dia de verão indiano. Ao acordar, percebeu que seu corpo estava sem trajes e como uma humana, seu primeiro sentimento, o de vergonha. Camponesas que passavam por lá, a viram chorando e tiveram dó. Levaram ela para a sua casa e lá, a vestiram e lhe deram comida. Como a bondade delas foram tão grande, elas receberam de Deus, pelo resto de suas vidas, ótimas colheitas. Sabedoria passou a ajuda-las nas colheitas e em tudo que precisavam. Um dia, estava caminhando ela estrada de terra, quando um jovem, com trajes negros, montado em um cavalo preto, passou por ela. O seu sorriso meigo e puro, o enfeitiçou na hora. Seu coração havia disparado. Lúcifer, sentia e vivia como um deles. Ele podia ver que ela não era apenas uma deles. Ele sentia o que ela. Mas, como homem, seus desejos, impulsos e sentimentos, foram mais fortes. Do suposto amor deles, nasceu Johanna. Filha da luz e da treva. Sabedoria abandonou a garota em frente a uma casa, com um pedaço de papel escrito seu nome. Ela, Sabedoria, foi castigada por Deus. Não está nem na luz, nem na treva e muito menos no teu mundo. Foi mandada para o meio de isso tudo. O mundo dos suicidas. Você. Você é a johanna. Você é a reencarnação dela.

Luna estava espantada.

- Eu passei 196 anos procurando por você. Esperando você voltar.

- O que aconteceu com Johanna?

- Morreu de amor.

Ela o olhava com dó.

- Você me esperou 196 anos, só pra me matar e poder voltar para o seu mundo? – Havia um nó de choro em sua garganta.

- Você não sabe como foi doloroso passar todos os dias, anos, todos harmonizados em um inferno sem vida alguma, com o seu gelo corrompendo cada ponto da minha alma, somente por ela, para poder olhar novamente nos seus olhos. 196 anos, somente para pedir perdão a ela!

Ela o olhava com um olhar sofrido. Talvez sua ficha finalmente estivesse caindo. Podia sentir as pontas dos dedos de Erick acariciando sua face pálida.

- Eu disse para você não ir lá. Pelo menos, não aquela noite. – Scoty estava ali a um bom tempo calado.

Erick ainda tinha Luna em seus braços. Ele sorriu.

- Scoty. Scoty. Você não está fazendo a sua missão direito. Assim, terei que tirar Madalena de você. – Erick continuava com o sorriso nos lábios.

- Você continua o mesmo tolo. – Scoty disse sorrindo. – Não bastou ter matado a própria mulher, terá que matar a mulher do amigo também?

Erick ainda tinha Luna em seus braços. Ela observava espantadas, ambos. Ele olhou para scoty e afirmou com a cabeça.

-Você brilha Scoty. Sua bondade me dá enjoou.

- Ora essa, Erick. Suas burradas e tolices me dão muita dor de cabeça e eu nunca reclamei. – Scoty sorriu.

-Eu pedi pra você tomar conta dela Scoty. Eu não podia ter achado ela com tanta facilidade.

- Adolescentes. – Scoty deu de ombros. – Estão sempre aprontando por ai.

- todos sabem que ela está aqui.

Scoty olhou para Luna, com um olhar ameaçador.

- Eu .. eu ... – Luna gaguejou.

- Eu vou contar tudo pra sua irmã, Luna. Falando nisso, esta sem celular por três meses, caso você saia viva dessa. – Scoty disse com um tom de voz bravo e ameaçador.

- Tres meses? – Luna disse indignada.

- Não reclama, se não aumento pra um ano.

Luna espremeu os olhos.

- Foi bom te ver, Leonardo. – Disse scoty caminhando até Ercik.- Agora, vá, que eu cuido dela. Já pasosu por um longo castigo, não precisa passar de novo pelo mesmo. – Scoty retirou Luna dos Braços de Erick.

- Leonardo? – Erick sorriu- A quanto tempo ninguém me chama assim.- Ele olhou para ela e o sorriso que havia ali, sumira.-Eu deixei ela em sua proteção, Giulliano. E você, não a protegeu.

- Não se preocupe. Philip ajudará.

Raiva tomou conta do corpo de Erick.

- Philip? – Erick puxou Luna de novo para seus braços. – ele olha pra ela como um urubu olha para um búfalo morto.

- Não venha com essa Erick. Deixe seu ciúme tolo de lado. O mais importante é ela. – Scoty o olhou de baixo para cima.- E caso ela o escolher... – Ele deu um sorriso de lado. – A incompetência, foi sua. – Scoty a puxou de volta. – Agora vá embora. Você atrai muito deles.

A raiva que tomava conta dele aumentava. Não queria ve-la e nem imaginar Luna novamente nos braços de Philip.

- Cuidarei dela, como se fosse Madalena.

Luna abraçou scoty e escondeu sua face m seu tórax. Ambos, scoty e Erick se olharam e fizeram um sinal de afirmação com a cabeça.

Luna ao olhar de volta pra Erick, não o encontrou mais lá.