Ao Seu Lado

Capítulo Sete


Cora costumava ser muito observadora na maioria das vezes. Henry sempre destacava essa característica dela, que se desenvolvera ainda mais com o passar dos anos que estavam juntos. Por essa razão, nada do que acontecesse passava despercebido pela mulher. Podia ser as coisas mais bobas, mas ela conseguia notar. Ainda mais se tratando de suas meninas.

Era por isso que naquela Ação de Graças, quando Regina e Robin estavam na mesma sala, mas parecendo a quilômetros de distância um do outro, a mulher já sabia que alguma coisa havia acontecido. O sinal de alerta em sua mente ficou ligado o dia todo, enquanto observava a forma como Regina mal trocara palavras com Robin, ou mal olhara para ele. Não podia dizer que todos haviam percebido aquele clima, mas tinha certeza que ela e Clare compartilhavam os mesmos pensamentos, mesmo que não tenham conversado sobre o assunto. Ambas eram mães, e ambas conheciam seus filhos e o sentimento que cada um tinha pelo outro em seu peito.

Enquanto observava a forma um pouco desesperada que o loiro buscava contato com a morena, enquanto a filha deles estava deitada no chão da sala fazendo a maior bagunça com os avôs e a tia, Cora lembrava da primeira vez que Regina lhe falara de Robin. A menina havia chegado um pouco possessa em casa por causa de um garoto que havia brigado na escola. Foi adorável ver a forma como Robin foi conquistando a amizade de Regina ao longo das semanas seguintes, e Cora sabia de cada detalhe, pois sua menina dividia tudo com ela. Quando Regina levou Robin para casa e o apresentou a Cora, a mulher não tinha dúvida de que ele era realmente um menino de ouro.

Muitas vezes Cora até pensara que a amizade iria evoluir para um sentimento a mais, porém Robin e Regina sempre foram muito leais a amizade entre eles, tanto que se envolveram com outras pessoas amorosamente, mas nunca desistindo um do outro. A mulher sabia que apenas uma ligação era necessária para que Robin corresse até sua menina, pronto para secar suas lágrimas ou lhe arrancar sorrisos. E a mais velha sempre seria grata a ele por isso, e por um milhão de coisas mais. Robin fora a primeira pessoa a saber da gravidez de Regina. O loiro abraçou sua menina quando a mesma fora abandonada pelo namorado, esteve ali a cada momento dos meses que se seguiram, e foi ele mesmo que segurou a mão de Regina na hora que sua neta havia vindo ao mundo. Robin se tornara um pai para Olívia, e um dos melhores. Então Cora sabia que era inevitável que sua menina começasse a enxergar Robin com outros olhos, por isso, quando aconteceu, Cora não se surpreendeu, apenas torceu para que o destino colaborasse para que aquela história corresse da melhor forma possível.

Sendo muito observadora, a avó de Olívia passou os últimos anos vendo o olhar de amor que saia dos olhos castanhos da filha em direção aos azuis de Robin, e sabia que os sentimentos eram recíprocos. O casal de amigos desenvolveu uma cumplicidade ainda maior com os anos de crescimento de Olívia, e se tornaram dois pais incríveis. Cora sabia dos sentimentos de Regina por Robin, mas havia um empecilho que não havia como transcender, então ela observou os dois continuarem a guardar no fundo do peito todo aquele amor que refletia nas íris.

Agora que o empecilho ficou para trás, a mais velha não entendia qual o motivo de tanto temor, de tanta demora para que os dois finalmente abrissem os olhos e percebessem que pertenciam um ao outro, que poderiam finalmente formar a família que mereciam ser. Não apenas dois amigos que tinham uma filha juntos, mas um casal, com um laço de amor tão forte e bonito, um encontro do destino.

Por isso, quando Regina levantou-se e seguiu até a cozinha para servir um pouco de suco para a filha, Cora levantou-se discretamente e foi atrás, parando no batente enquanto observava a morena abrir a geladeira e colocar o suco de uva no copinho da Carmen Sandiego, que Olívia insistira muito para levar consigo.

“Filha…” Cora chamou a atenção de Regina, que sorriu para ela, terminando de encher o copo.

“Oi, mãe. Sua neta é um saquinho sem fundo quando se trata de suco de uva.” comentou risonha, guardando a jarra na geladeira e virando para a mãe, percebendo o olhar que Cora jogava sobre ela. Regina conhecia muito bem a mãe e sabia que já havia percebido que algo não estava no lugar.

“Eu vou precisar perguntar o que aconteceu ou você vai me contar de boa vontade?” se aproximou de sua menina, tocando a ponta do nariz dela, um ato que fazia com as filhas desde que eram crianças. Agora, anos depois, sua menininha já não era tão pequena, era uma mãe, uma mulher formada, mas que ainda necessitava de seus conselhos.

“Não sei se é um bom momento para dizer tudo que meu coração está sentindo, mamãe. Além disso, Olívia quer o suco, e se eu demorar para levar, ela virá atrás de mim e...” começou, e Cora semicerrou os olhos.

“Se você está fugindo dele da mesma forma que está fugindo de mim, então eu o desejo sorte.” disse com um pouco de ironia, chamando a atenção de Regina, que tinha os olhos castanhos em qualquer lugar que não fosse os olhos da mãe.

“Eu… Não estou fugindo de ninguém, mamãe.” comprimiu os lábios.

“Estou vendo…” disse apenas, suspirando e se afastando, escorando-se no balcão enquanto fingia estar prestando muita atenção nos azulejos da cozinha de Clare.

“Eu…” Regina começou novamente, sabendo que não sairia dali sem ao menos dar uma boa explicação para a mãe. “Só estou com medo.” deixou o copinho da filha em cima da mesa e seguiu até o lado da mãe, se escorando também.

“Com medo do que, filha?” Questionou baixinho, ainda fingindo interesse nos azulejos. Regina mordeu os lábios, pensando no que falaria.

“De dar esse passo e não dar certo.” sussurrou, olhando para a porta para ter certeza de que não vinha ninguém. “Eu o amo tanto, mamãe. Mas, se um relacionamento com ele não der certo, eu não quero prejudicar a minha filha. Tenho muito medo de magoarmos um ao outro e acabar magoando Olívia no processo.”

“Se eu disser que isso não vai acontecer, vou estar mentindo para você, filha. A gente não sabe onde vamos estar amanhã, ou em que situação estaremos. E acho muito prudente você pensar em Olívia, isso afirma o quão incrível você é como mãe.” buscou a mão da filha, seus olhos se encontrando com os de Regina. “Mas, se você se privar de ter alguém, meu amor, vai estar sendo injusta com você. E se privar de viver esse amor com o Robin, vai privar você e Olívia de terem a família que merecem.”

“Você tem razão, mesmo assim, está tudo uma confusão na minha cabeça…” Regina respondeu, sentindo os olhos marejarem com as palavras da mãe.

“Eu sei que sim, mas não deixe que o medo de se relacionar a impeça de viver. Você ama esse homem, e ele é mesmo incrível. Ele é o pai da sua filha. Se não der certo, vocês vão saber enfrentar a situação da melhor forma possível para Olívia.” Cora disse, puxando Regina para um abraço. A mais nova aceitou o carinho que sua mãe fazia em seus cabelos, desejando, naquele momento, ser apenas uma garotinha com o joelho ralado. Entretanto, a realidade era muito diferente e Regina sabia que não podia fugir para sempre. “Se permita viver esse sentimento tão lindo, minha menina, deixe ele sair desse coração. Isso já ficou muito tempo trancado dentro de você.” Cora se afastou, secando os rastros de lágrimas e Regina forçou um sorriso, assentindo com a cabeça. “Se não der certo, você vai sempre ter o meu colo para correr.”

“Eu te amo, mamãe.” disse apenas, deixando um beijo na bochecha de Cora. E antes que falasse mais alguma coisa, passinhos rápidos puderam ser ouvidos e logo a garotinha apontou na porta, as mãozinhas na cintura observando a mãe.

“Você esqueceu meu suco, mamãe.” fez um bico, já contendo um belo bigode de suco de uva. Regina a achava tão adorável, só queria agarrar sua garotinha e mordê-la inteira. “E a titia Zelena me convidou para dormir na casa dela. Posso ir?” os olhos tão castanhos quanto os da mãe brilharam e Regina assentiu com a cabeça.

Quando voltaram para a sala onde todos os outros estavam, Zelena buscou os olhos da mãe e piscou, e Cora percebeu que a filha havia herdado sua característica também.

***

Em todos esses longos anos em que se conheciam, Robin e Regina nunca haviam ficado tanto tempo sem se falar. Fazia quase uma hora que haviam saído da casa de Clare, e Robin sabia que se Olívia estivesse ali, o clima estaria muito mais ameno. Mas, parecia que sua garotinha havia os trocado por Zelena naquela noite, e, por incrível que parecesse, Robin se sentia um pouco grato à ruiva pelo convite a sua garotinha. Ele precisava de um momento a sós com Regina, precisava conversar com ela, e sabia que era melhor que estivessem sozinhos.

Robin a observava pelo canto dos olhos algumas vezes, tirando a atenção da estrada uma vez ou outra para observá-la melhor. Regina havia conseguido o ignorar muito bem durante todo aquele dia, e Robin sabia que ela estava tentando fazer o mesmo naquele momento. A mulher não lhe dirigia o olhar sequer uma vez, perdida demais em pensamentos, ou ao menos parecia estar.

Quando finalmente chegaram em frente ao apartamento de Regina, ela sequer percebeu. Robin desligou o carro e coçou a garganta, chamando a atenção dela. Pela primeira vez desde que entraram dentro do carro, azuis e castanhos se encontraram.

“Obrigada por ter me trazido.” Ela lhe deu um pequeno sorriso. Robin assentiu, suspirando.

“Eu gostaria de subir, Regina. Acabei deixando uma pasta do trabalho na sua sala, com algumas avaliações que preciso corrigir para segunda-feira.” disse uma meia verdade. Ele tinha mesmo que pegar a pasta, mas não era para isso que queria subir.

“Claro.” Regina concordou, saindo do carro. Eles fizeram o caminho até o apartamento em silêncio, os azuis sempre em cima da figura de Regina. Robin mordeu o interior da bochecha, se perguntando se havia interpretado tudo errado. Não queria causar aquele tipo de comportamento em Regina… Nunca quis. Se ter a sua Regina de volta significava que deveriam ficar apenas na amizade, ele não se importaria. Mas precisava ter certeza de que ela não sentia o mesmo.

O silêncio nunca foi um incômodo entre eles, mas agora era tão ruim que sufocava.

Quando Regina entrou no apartamento e deu as costas para ele, seguindo até a cozinha, Robin deixou mais um suspiro escapar de seus lábios. Ele foi até a sala como quem não queria nada, pegou a pasta e seguiu até o balcão, se escorando nele e observando a mulher terminar de tomar um copo de água.

“Eu gostaria de conversar, Regina…” o loiro começou.

“Robin, nós podemos apenas esquecer o que aconteceu ontem… Foi um momento.” ela disse, nervosa. O loiro confirmou com a cabeça, sentindo-se chateado. Ele soltou um riso sem graça.

“Eu não quero esquecer, não sem antes ao menos entender. Você fugiu o dia todo de mim, Regina. Não consegue nem mesmo olhar nos meus olhos... ” Robin contornou o balcão e se aproximou dela, Regina se afastando até sentir a pia atrás de si.

“Robin… É complicado.” ela disse apenas, num sussurro tão baixo que ele achou que tinha imaginado.

“Eu sei que é complicado, mas nós podemos ao menos conversar sobre o que sentimos?” ele perguntou, passando a mão nos cabelos, nervoso. Respirou fundo e observou os olhos castanhos que amava, sabendo que deveria abrir seu coração, que deveria arriscar. “Porque eu estou completamente apaixonado por você e não consigo mais fingir que não estou. Preciso que você saiba e compreenda que eu quero tentar tudo com você, Regina. Já deveria ter feito isso há muito tempo atrás, mas fiquei em um relacionamento confortável repetindo para mim mesmo que você era apenas minha amiga e que era coisa da minha cabeça a forma como meu coração pulava ao ver você.” os olhos azuis marejados observavam a mulher negar com a cabeça, os lábios que ele tanto achava bonitos presos um contra o outro. “Eu sei que pode ser muita coisa para processar, mas eu não podia mais guardar para mim. Eu amo você, Regina, com cada fibra do meu ser. Eu amo a forma como você conhece cada detalhe meu, amo a forma como sua mão encaixa na minha e a forma como você me abraça. Eu amo ter estado ao seu lado todos esses anos, vendo a mulher incrível que você se tornou. Eu te amo tanto por ter me dado a filha mais incrível do mundo, te amo por ter decidido dividi-la comigo, amo a nossa família, e quero fazer ela crescer tanto quanto você quiser. Quero cozinhar para você e Olívia, e quero arrumá-la para dormir, sem precisar me preocupar se está tarde demais para ir embora, porque meu lugar vai ser aqui com vocês. Eu te amo, Regina, não só como minha melhor amiga, mas como a mulher que quero para mim.” Robin estava quase sem fôlego e algumas poucas lágrimas escorreram da bochecha dele. Em compensação, Regina tinha o rosto tomado por tantas delas que seria impossível contar. O coração de ambos batia forte no peito e ouvir tudo aquilo sair dos lábios de Robin era quase como um sonho. O loiro havia se aproximado consideravelmente da morena agora, apenas alguns centímetros os separando. “Então, se você não sentir o mesmo, vai doer como o inferno. Vai ser horrível. Mas, eu vou entender. Só que eu preciso saber, Regina… Preciso saber, para poder fazer alguma coisa quanto a isso, porque eu não aguento mais estar perto e não poder te beijar da forma que quero, não poder te tocar como eu quero. Eu preciso saber o que se passa na sua cabeça, se temos ao menos uma chance de fazer isso acontecer…” ele tocou a bochecha dela com delicadeza, limpando algumas lágrimas que rolavam por ali. A mulher fechou os olhos e aproveitou aquele carinho, um milhão de pensamentos cruzando em sua cabeça.

Robin estava ali, na frente dela, se declarando e dizendo que queria tudo com ela. Depois de todas aquelas palavras, Regina sabia que não havia mais para onde correr e que era hora de enfrentar aquela situação. Ela queria muito aquele homem, queria saber como seria beijá-lo e tê-lo de todas as formas possíveis.

“Eu tenho medo…” ela sussurrou, abrindo os castanhos e se deparando com os azuis a olhando com tanto amor que fez o ar sumir de deus pulmões.

“Do que, meu amor?” Robin perguntou, e Regina quase derreteu ali mesmo ao ouvir aquelas duas palavras saindo dos lábios dele.

“De não dar certo. De magoarmos Olívia.” deixou o fantasma desses pensamentos sair de seus lábios, compartilhando com o seu melhor amigo e sabendo que ele saberia como situar ela na situação. Regina tinha noção de que Robin nunca mais seria apenas seu melhor amigo, mas que não importava o rótulo da relação deles, ele a apoiaria com todo o amor do mundo. “De perder você. Eu… Eu até conseguiria aceitar, Robin, mas eu não aguentaria ver Olívia crescer sem te ter com ela…” a voz falhou e Robin colocou os dedos nos lábios dela, o coração pesando com os fantasmas que se criaram na mente de Regina.

“Quero que escute muito bem o que eu vou falar agora, ok?” ele pediu, recebendo uma leve confirmação dela. Robin se aproximou e a beijou na testa, sentindo as mãos de Regina agarrarem firmemente os braços dele, a respiração se acelerando ainda mais. Então ele se afastou e começou a falar. “Nada vai me afastar de você e de Olívia, Regina. Eu não poderia viver sem vocês. Vocês são a minha vida e, ao menos que me peçam para ir embora, eu nunca irei. Não importa se formos apenas amigos, ou namorados… O meu destino se selou com o seu naquele dia em que nos esbarramos no corredor da escola… E Olívia é a minha menina desde que eu vi o médico colocá-la em seus braços.” Sorriu fraco e emocionado, vendo a primeira sombra de um sorriso no rosto de Regina. O toque da mulher em seus braços o fazia flutuar e Robin se inclinou para frente, tocando o nariz dela com a ponta do seu. “Seu medo é válido, Regina, mas se depender de mim… Eu vou lutar com todas as minhas forças para te fazer a mulher mais feliz de todas e ser tudo que a Olívia merece…”

“Você já é tudo que nós merecemos…” a mulher sussurrou, fechando os olhos com o toque do nariz de Robin no seu. As respirações se misturavam e Regina sentiu um pouco daquele medo sair das suas costas, sabendo que Robin estaria ao seu lado e que eles poderiam, sim, resolver tudo juntos.

“Eu quero ser mais do que já sou. Me deixa amar você, Regina.” ele pediu baixinho, abrindo os azuis e vendo a mulher totalmente entregue. “Se você sentir o mesmo que eu, me deixa te fazer feliz.” o nariz do loiro, assim como na noite anterior, fez uma trilha pela bochecha de Regina, e apenas com aquilo o homem sentiu ela derreter ainda mais em seus braços.

“Você não percebe que eu te amo tanto que chega a doer?” ela perguntou baixinho, as mãos subindo dos braços dele até a barba por fazer, um pequeno sorriso abrindo nos lábios dela ao poder tocá-lo ali como ela sempre quis. “Eu te amo tanto, há tantos anos, que não existem palavras capazes de expressar estar assim com você agora. Você e Olívia são as melhores coisas que aconteceram na minha vida, Robin, e eu também quero tudo com você. Quero ser sua, quero nossa família, quero ver Olívia te fazer de gato e sapato do café da manhã até a hora de dormir.” sorriram juntos e Regina traçou o sorriso dele com a ponta dos dedos, os narizes se encontrando novamente. “Eu já sou sua há muito tempo, eu estava aqui te esperando.”

“Eu posso beijar você?” ele perguntou, se afastando para olhá-la nos olhos. Regina riu, concordando com a cabeça e soltando um por favor, num sussurro.

Como se estivesse apreciando a obra de arte mais preciosa do mundo, o que de fato para ele era, Robin observou cada detalhe do rosto de Regina. O homem sabia que seria a última vez que olharia para ela naquela versão, a versão da mulher que era apenas sua melhor amiga. Conforme se aproximava ainda mais dela, fazendo o espaço que antes já era pequeno se tornar mínimo, Robin sabia que estava prestes a dar um passo que não teria mais volta, e ele realmente não iria querer mais voltar. Quando as respirações se encontraram e os castanhos se deixaram fechar, esperando o contato, Regina sentiu Robin salpicar pequenos beijos por todo o canto de sua boca, e então, finalmente, os lábios se encontraram, um encostar singelo, doce, apenas sentindo a sensação que aquele momento significava. Quando Regina entreabriu os lábios e as línguas se encontraram, Regina agarrou o pescoço de Robin e tentou intensificar ainda mais o contato. Era tão bom beijá-lo que a mulher não queria ter que soltá-lo nunca mais. As línguas se entrelaçaram, conhecendo-se, e as mãos do homem enlaçaram a cintura da mulher, fazendo uma trilha por suas costas por cima da blusa. Se separaram quando o ar se tornou escasso, mas apenas o bastante para tomar um pouco de ar e retomar o contato, agora mais famintos, com toques mais fortes e um pouco desesperados.

As mãos de Regina se perderam por entre os fios de cabelo do loiro, enquanto uma mão dele encontrou a bochecha da mulher, as pontas dos dedos seguindo até a sua nuca numa carícia que fez Regina se arrepiar dos pés à cabeça.

Quando mais uma vez o ar faltou, Robin se afastou o bastante para buscar os castanhos, que continuaram fechados. Ele contornou os lábios dela e logo viu um grande sorriso se abrir ali. Não conseguiu se impedir de beijá-lo, sentindo os dedos de Regina em sua nuca o segurar perto de sua boca, a mulher não demorou em tomar os lábios dele em um beijo novamente. Abraçando-a, Robin virou-se com ela e começou a seguir, as bocas ainda unidas, até a mesa. Quando sentiu o corpo dos dois bater ali, ele a suspendeu e a colocou sentada lá, se afastando e sorrindo afetado quando ela enlaçou as pernas em sua cintura.

“Por que perdemos tanto tempo, Robin?” Ela perguntou ofegante, arrancando uma risada do homem. Robin deu de ombros e ficou a admirá-la recuperar o fôlego. Os olhos castanhos buscaram os azuis e Regina sentiu o coração se acalmar na mesma hora. As palavras, os toques, os beijos, a segurança de tê-lo em seus braços. Tudo isso empurrou os medos para longe, e ela sabia que ficariam bem.

“Eu te amo!” Robin declarou, fazendo um sorriso enfeitar os lábios dela. Regina o puxou para um beijo, e quando ficaram ofegantes, Robin fez uma trilha do queixo até o pescoço da mulher, sentindo as mãos dela apertarem ainda mais o corpo dele no seu.

“Faz amor comigo, Robin.” ela pediu ofegante no ouvido dele, sentindo o homem se afastar para olhá-la nos olhos. “Faz cinco anos que eu desejo você e eu não quero esperar mais nenhum segundo, quero que me faça sua.” beijou o queixo dele, as mãos dela encontrando o caminho para dentro da camiseta que ele usava. Robin gemeu baixinho ao sentir as mãos geladas dela em contato com a sua pele e buscou os castanhos novamente.

“Está certa disso? Porque você é tudo que eu quero, Regina.” ele perguntou, apenas para ter certeza que podia ultrapassar aquele limite. Que podia se perder no corpo dela. A morena mordeu os lábios e assentiu, as pernas se apertando ao redor da cintura dele.

“Eu te amo e eu te quero.” falou por fim, puxando-o para si. Robin não precisou de nenhuma outra palavra para reivindicar a boca de Regina na sua, os dedos se perdendo por cada centímetro de pele dela.

Os corpos se encaixavam perfeitamente, mais uma prova de que foram feitos um para o outro. Enquanto Regina tinha as mãos acariciando a pele do homem, Robin depositava uma série de beijos molhados no pescoço dela, suspiros e gemidos tomando conta da cozinha. Com todo o cuidado, e querendo que a primeira vez deles fosse incrível para ela, Robin a pegou em seus braços, os dois seguindo em meio a beijos e carícias até o quarto da morena.

Robin a depositou delicadamente na cama, observando a forma como o peito dela descia e subia, como os lábios estavam inchados e como os olhos brilhavam cheios de expectativa. Como ele a amava. Não havia dúvidas de que ela era o amor de sua vida e tê-la assim, entregue a ele, era inexplicável. Robin queria que ela se sentisse a mulher mais linda e amada do mundo, e por isso ele beijou cada pedaço do rosto dela, as mãos de Regina já tomando vida e acariciando e apertando as costas dele por cima da camisa.

Toque por toque, peça por peça, os dois foram se conhecendo, descobrindo os pedaços de pele no corpo um do outro, as mãos e lábios fazendo caminhos que eram desconhecidos, mas que, a partir daquele dia, iriam ser mapeados em sensações. Robin beijou cada pedaço do corpo de Regina, deliciando-se e procurando forças para se conter, querendo dar a ela todo prazer que merecia. A mulher se derreteu em gemidos quando Robin a fez chegar lá, sentindo o homem deitar-se sobre ela e tomar seus lábios, esperando que ela estivesse pronta novamente.

Robin sorriu ao observar as bochechas coradas, e Regina teve que devolver o sorriso ao ver aquele olhar apaixonado para ela. A mulher buscou a boca dele, descendo os beijos para o pescoço do homem, as mãos seguindo caminhos mais maliciosos, que fizeram o homem gemer e enterrar a cabeça no pescoço dela.

“Eu quero você, Robin.” ela pediu baixinho, buscando a boca dele.

Quando Robin juntou seu corpo no dela, os olhos azuis buscaram os castanhos, as bocas se encontrando logo depois. O amor que sentiam um pelo outro marcava cada toque, cada movimento ritmado, era expressado em gemidos e suspiros que os dois deixavam escapar por seus lábios.

Regina achou que era impossível sentir-se da forma como estava se sentindo naquele momento. Tinha certeza que não conseguiria mais viver sem Robin, e percebeu que tê-lo assim era muito melhor do que imaginara. O homem tocou partes de seu corpo que fizeram seu prazer aumentar e Regina atingiu o ápice enquanto a boca dele pressionava a sua, o homem a seguindo logo depois, os corpos ainda se movimentando e tentando prolongar as sensações.

Robin fez menção de sair de cima da mulher, que envolveu uma das pernas em sua cintura, gemendo baixinho com o movimento e o fazendo ficar no lugar.

“Fica um pouquinho aqui?” pediu, ainda ofegantes, buscando os azuis. Robin beijou a testa dela, depois os olhos, o nariz, passou o nariz pelas bochechas dela e beijou sua boca por fim, tentando ao máximo controlar seu peso para que não a machucasse.

“Não quero te machucar, meu amor.” sussurrou baixinho, sentindo os dedos dela lhe acariciar os cabelos.

“Você não vai.” ela assegurou, buscando os lábios dele mais uma vez, depois se separando e mirando os azuis. “Eu te amo com todo o meu coração.”

“Eu também te amo, Regina.” beijou a ponta do nariz dela, sorrindo, os azuis brilhando ao ver os castanhos emocionados. “Com todo o meu coração.”