Ao Seu Lado

Capítulo Oito.


Regina inspirou o cheiro de Robin, a ponta do nariz brincando delicadamente com a pele dele. Em reflexo o homem a apertou mais em seus braços, suspirando contra seus cabelos.

"Nosso cheiro está junto." Regina cochichou, levantando a cabeça e buscando os olhos azuis. Robin observou todo o rosto dela, levantando uma sobrancelha com a observação. "Eu sempre quis saber como eles ficariam juntos…" a mão dela parou no rosto dele, se deliciando com a barba por fazer.

"Nosso cheiro?" questionou, a ponta dos dedos fazendo um carinho de cima a baixo nas costas dela. Era madrugada e, embora Regina tenha cochilado por alguns instantes, Robin não conseguiu parar de observá-la. Não conseguia fechar os olhos sabendo que a tinha em seus braços, depois de fazerem amor de todas as formas possíveis. Sua alma estava em festa, como se tivesse encontrado uma parte que há muito tempo estava perdida.

"Sim…" concordou, roçando os lábios nos dele. Eles trocaram alguns beijos antes de se afastarem, Regina abrindo um sorriso sonolento. "Você não dormiu nada?"

"Estou com um pouco de medo de isso ser um sonho e quando eu acordar não ter você aqui." Ele brincou, trazendo uma das mãos até a bochecha dela. "Além disso, você é tão perfeita que não consigo parar de te admirar" sorriu bobo quando as bochechas dela coraram. Regina beijou-o mais uma vez antes de deitar no peito dele.

"Você pode dormir tranquilo, Robin. Eu estou aqui e isso é real." Buscou os azuis, colando a testa, enquanto as respirações se misturavam. "Precisa que eu prove mais uma vez?"

"Oh, por favor…" Pediu, sorrindo ao sentir os lábios dela contra os seus. Se beijaram uma dúzia de vezes e Robin rolou com ela na cama, cuidando para não machucá-la e voltando a beijá-la. Quando estavam ofegantes, Robin se separou apenas o necessário para colar sua testa na dela. "Quando você soube?" ele perguntou, se afastando para encarar os castanhos. Regina franziu a testa, sem entender.

"O que?" Sorriu ao sentir os lábios dele em seu cenho. Robin fez uma trilha de beijos até sua têmpora, seguindo pela bochecha e enfim chegando nos lábios.

"Que era algo mais do que amizade." Regina se afastou, procurando os azuis. A mulher sorriu, uma das mãos adentrando os cabelos dele, que se encontravam uma verdadeira bagunça causada por ela. Robin a observava atentamente e Regina sabia que ele esperava uma resposta, mas ela acabou se perdendo nos oceanos azuis. Lembrou-se de quando estava grávida de Olívia e fantasiava com momentos assim. Era surreal pensar que demorara para seus desejos se concretizarem, mas que agora estavam ali. Que tinha feito amor com Robin, que tinham se declarado, que estavam enroscados um no outro, sem conseguirem se desgrudar. Fora tudo que ela sonhou durante todos esses anos. Robin beijou delicadamente a ponta de seu nariz, trazendo a atenção dela de volta, que buscou os lábios dele antes de responder.

"Durante a gravidez de Olívia…" foi sincera. "Eu achei que estava apenas confusa, mas com as semanas passando, você foi tomando ainda mais meu coração." Robin se inclinou e beijou a testa dela, se afastando e descansando sua cabeça sobre o peito da mulher, sem depositar todo seu peso sobre ela.

"Queria ter percebido meus sentimentos antes. Me parte o coração pensar que você sufocou isso por tantos anos…" Regina sentiu o hálito dele contra a pele dela e se arrepiou, soltando um suspiro. Tinha as duas mãos perdidas nos fios de cabelo dele e desceu uma delas pela pele das costas, num vai e vem, buscando confortá-lo.

"Isso não importa agora, Robin. Eu já disse, estamos aqui agora. Eu tenho você." Chamou a atenção dele, que levantou a cabeça e buscou os castanhos. "Talvez as coisas aconteçam quando devem acontecer." esfregou a ponta do nariz no dele, em um beijo esquimó.

"Talvez seja tudo questão de tempo." Robin completou, iniciando uma nova série de beijos, que foram muito bem aceitos pela morena. Os lábios de Robin eram viciantes, e ela só podia se permitir aproveitar, sedenta a cada beijo.

"Como vai ser agora, Robin?" Regina perguntou após alguns instantes em silêncio.

"Com nós? Olívia?" Robin questionou, se afastando para olhar os castanhos. A ponta dos dedos de Regina acariciavam os fios da nuca dele e o homem começava a sentir um pouco de sono.

"Os dois." Ela mordeu os lábios.

"Bom, podemos ir levando devagar, hum? Embora eu tenha certeza que vamos querer recuperar o tempo perdido, a gente não precisa dar nome a nada disso nesse exato momento. Amanhã pode ser que eu chegue aqui te pedindo em namoro, quem sabe…" brincou, arrancando uma risada dela, que selou os lábios rapidamente. "Não precisamos de rótulos agora, só quero que tenha em mente que eu te amo e que quero ficar com você."

"Eu também quero muito ficar com você." Robin beijou a ponta do nariz dela.

"Quanto a Via… Acho que podemos esperar um pouco para contar. Tenho certeza que ela vai ficar feliz, mas pode ser um pouco confuso o fato de que nossa amizade resultou em um relacionamento amoroso." Robin começou, enquanto falava uma das mãos penteava alguns fios de cabelo de Regina. "Se preciso, podemos achar alguma psicóloga especializada para conversar e ver qual o melhor caminho, huh? O que você acha?"

"É uma boa ideia… Podemos encontrar alguém, não é? Para ela entender da melhor forma possível." buscou os azuis que lhe passavam segurança. "Também acho que ela vai ficar feliz…"

"É claro que vai. Não tenho dúvidas." Deixou um beijo na testa dela e outro na boca. "Agora, podemos aproveitar mais um pouco, já que temos a casa somente para nós." sorriu, sem nenhum pingo de vergonha na cara. Regina não pode fazer nada além de puxá-lo para si e aproveitar que tinha aquele homem ao seu dispor.

Afinal, foram cinco anos inteiros esperando por aquilo. Mas sua imaginação nunca poderia fazer jus ao que realmente era ter Robin para ela.

Quando, mais tarde, o som da respiração do homem mostrava que ele tinha finalmente pegado no sono, Regina se permitiu apertar ele ainda mais, agradecendo ao destino por ter alinhado o caminho dos dois.

Se passavam das 9h quando, no outro dia, a campainha tocou sem parar, assustando Robin e Regina que estavam nos braços um do outro no sofá. Ambos sabiam que, pelo desespero, só poderia ser sua menina.

Regina não estava acostumada a ficar longe de Olívia e não poderia negar que não via a hora de poder aproveitar o fim de semana com ela. Antes que levantasse, no entanto, Robin a puxou para mais um beijo.

"Robin, temos que abrir…" ela sussurrou contra os lábios dele, o homem lhe beijando mais uma vez. Depois deixou que ela fosse até a porta, abrindo e se abaixando a tempo de Olívia pular em seu colo e beijar sua bochecha. "Caquinho!" Encheu a filha de beijos, uma gargalhada saindo da boca da menina. Zelena observava a cena sorrindo, mas quando Robin apareceu no campo de visão delas, a ruiva levantou a sobrancelha para Regina, curiosa.

"Eu tava com muita saudade, mamãe." Olívia exclamou, os olhos brilharam ainda mais quando viu o pai, correndo até ele e se jogando em seus braços. O homem beijou a testa dela, acenando para Zelena e seguindo com a sua menina em direção a sala, deixando as duas irmãs sozinhas.

"Regina… Você com uma cara de quem comeu e amou." Fez piada, os castanhos se arregalando. Regina deu um tapa no braço da irmã, e Zelena nem precisava perguntar para saber o que tinha acontecido. "Ele é tudo isso?"

"Ele é perfeito, Zel!"

***

Dezembro havia chegado depressa. Nova Iorque, como sempre, estava uma correria sem fim. O inverno estava rigoroso naquele ano, mas a tão prometida neve ainda não havia caído. Sendo fã do inverno e também da neve, Regina tinha que ser sincera ao afirmar que, por mais que gostasse, as coisas ficavam um pouco mais difíceis quando nevava. O frio era gostoso, e agora, tendo alguém para dividir a cama, podia afirmar que realmente gostava do clima mais gelado, entretanto, não podia deixar de afirmar que o frio atrapalhava em alguns momentos.

Apertando o casaco ainda mais quando desceu do táxi, Regina seguiu rapidamente até a entrada de seu prédio. Vapor saia de sua boca quando ela respirava e, admirando o céu, Regina percebeu que talvez o próximo dia seria de sol, pois as estrelas apontavam brilhantes. Ao menos a chuva não viria tão cedo. O frio já privava Olívia de fazer muitas coisas, era uma estação que necessitava que as crianças ficassem mais dentro de suas casas, e isso muitas vezes era uma tortura para sua menina. Um sábado de chuva faria ela se emburrar, com toda certeza.

As mãos protegidas pela luva apertaram o botão do elevador e Regina olhou o relógio, vendo que eram quase 20h. A reunião no escritório havia demorado mais que o esperado, a sorte era que provavelmente sua garotinha já estaria de banho tomado, agasalhada e quentinha junto com o pai.

Robin.

Pensar em Robin era sempre um calmante para o coração da morena nas últimas semanas. Ela se sentia tão feliz, tão realizada, e nada poderia tirar isso dela. Pensar que chegaria em casa e encontraria o amor de sua vida junto de sua filha fazia o coração dela saltar de felicidade. Claro que Robin já fizera isso muitas vezes antes, mas agora tudo estava diferente.

Agora tudo estava completo.

Do momento em que ela chegava e os encontrava fazendo algum dever, ou alguma brincadeira, ou cozinhando, até o momento que a filha corria para os seus braços, a enchia de beijos e perguntava como tinha sido seu dia, enquanto tagarelava sem parar sobre o dela também. Então assim que a menina tirava a atenção da mãe, Robin sempre dava um jeito de a tocar com todo o amor que tinha em seu coração, fosse com um beijo demorado na bochecha, um beijo no canto da boca, um beijinho no nariz em dias mais frios. E então, eles jantavam em um clima gostoso, Olívia sempre tagarelando sem parar, adorando a forma como agora sempre tinha seu pai mais próximo de si. Juntos eles colocavam sua menina para dormir, e depois, em algumas noites, Regina pedia para Robin ficar. E ele ficava, nunca conseguia resistir aos pedidos dela, que ficavam cada vez mais frequentes.

Regina mal conseguia esperar para o momento em que finalmente eles contariam para Olívia sobre a relação deles. Haviam agendado um horário com uma psicóloga que uma professora que trabalhava com Robin indicara, e eles conversariam com a mulher na próxima semana. Regina estava ansiosa, e sabia que Robin também.

Quando finalmente o elevador a deixou em seu andar, a morena foi a passos rápidos até seu apartamento e o adentrou, o calor do ambiente fazendo ela relaxar. Escutava algumas risadas e a voz melodiosa de Robin cantando e, tirando as botas, Regina caminhou pé por pé até que pudesse espiar o que acontecia.

Olívia estava em cima da cadeira para alcançar o balcão, enquanto recheava um tipo de massa com queijo e presunto, enquanto Robin arrumava a temperatura do forno.

“Continua a cantar, papai” a menina reclamou, passando as mãozinhas sujas de farinha nos cabelos, o que fez Regina fazer uma careta. Ela observou quando Robin virou-se para a filha e nesse ato percebeu sua presença, abrindo um sorriso ainda maior e lhe dirigindo uma piscada. Regina jogou um beijo para ele e o homem se aproximou de Olívia.

“O que vai dizer ao seu irmão? Oh Oh Oh!” Robin começou a cantarolar, a menina faceira voltou a fechar a massa com os recheios. “O que vai dizer ao seu pai? Eu não sei!” nesse momento Olívia esqueceu completamente o que estava fazendo e levou as mãos a altura da barriga, fingindo que tocava uma guitarra. Regina teve que se segurar para não mordê-la. “O que vai dizer a sua mãe? Deixe-me em paz, oh oh oh oh” Robin continuou a cantar e viu que sua garotinha se preparou para cantar o refrão, mas então os olhinhos castanhos perceberam a mãe os espiando e na mesma hora ela pulou da cadeira, correndo em direção de Regina.

“Meu Deus, meu amor, Marie ficaria orgulhosa de ver um caquinho como você performando desse jeito.” Regina fez menção a vocalista da banda e Olívia gargalhou, beijando a bochecha da mãe.

“E o papai não canta muito bem, mamãe?” a menina questionou retoricamente, Regina concordando com a cabeça na mesma hora, buscando os azuis de Robin.

“Seu pai deveria ter sido cantor, e não professor.” Regina brincou, soltando sua menina no chão para que ela voltasse para onde estava, subindo na cadeira com a ajuda de Robin. Regina se aproximou, o balcão entre eles. “O que está saindo aí?” curiosa, observou o que eles estavam preparando.

“Papai disse que o nome é pastel. Foi a vovó Clare que nos mandou a receita.” Olívia explicou.

“E o seu cabelo vai comer pastel também?” a mulher perguntou, visto que a menininha tinha alguns lugares do cabelo cobertos de farinha.

“Isso é pura arte dessa mocinha, que fica passando as mãos pelos cabelos.” Robin apertou a cintura dela, fazendo Olívia se encolher. Regina fez uma careta, mas sabia que estava tudo sob controle. “Por que você não toma um banho para se esquentar? Aqui ainda vai demorar bastante.”

“É, mamãe. Toma um banho para ficar cheirosinha, os pastéis ainda tem que assar.” Olívia falou convicta, com o total controle de sua cozinha. Regina sorriu, se despedindo deles e seguindo em direção ao quarto.

Ela não conseguiu terminar seu caminho, no entanto, pois assim que chegou ao corredor, sentiu sua cintura ser enlaçada e Robin encaixar o rosto em seu pescoço, beijando a bochecha dela. A mulher sorriu e fechou os olhos, virando-se de frente para ele.

“Apenas um beijo e eu vou. Sem sermões.” Robin falou contra os lábios dela, já os tomando em um beijo apaixonado. Regina derreteu nos braços dele, forçando-se a lembrar que a filha estava na cozinha e esperava por eles. O loiro salpicou mais beijos pelo rosto dela quando eles se separaram, fazendo a morena sorrir.

“Você disse apenas um.” ela provocou, mesmo que não estivesse contrariada com os outros que recebera. Robin semicerrou os olhos, beijando-a mais uma vez e a largando.

“Não esqueça que eu amo você.” sussurrou antes de sumir em direção a cozinha, fazendo Regina suspirar sozinha.

Ela não poderia esquecer, porque o amava também.

***

No domingo, sendo o dia mais frio de toda aquela semana, Regina e Robin se encontravam enrolados em um cobertor no sofá, duas taças de vinho vazias na mesa de centro.

Olívia já estava na cama, provavelmente no décimo quinto sono, e Robin ainda pretendia dirigir até a casa dos seus pais, mas ainda não tivera forças o bastante para sair dos braços de Regina. A mulher estava enrolando, tentando fazer ele passar mais uma noite junto com ela, o que era uma tentação para Robin.

"Eu tenho aula amanhã, meu amor. Preciso pegar as minhas coisas." ele tentou argumentar mais uma vez, os lábios próximos da têmpora de Regina. Ela suspirou, se apertando mais ainda nos braços dele, irredutível.

"Está tarde e frio, Robin. Você não vai até a casa da sua mãe agora. Dorme aqui hoje, por favor." Virou o rosto na direção dele, beijando o canto dos lábios finos. "Por favor. Por favor. Por favor." A cada pedido, ela beijava um pedaço do rosto do homem. Robin suspirou, sabendo que aquela batalha ele já havia perdido.

"Você é tão impossível, mulher." mordeu fraquinho a bochecha dela, ganhando um lindo sorriso vitorioso dela.

"E você me ama." disse convencida, voltando a prestar atenção no seriado de domingo a noite que passava na TV.

Robin a observou por alguns segundos, lembrando-se de que tinha algo que queria perguntar a ela desde a sexta a noite, mas não encontrava o momento certo. Na verdade, até mesmo pensara em levar a morena para jantar fora, comprar flores e fazer uma surpresa, porém não havia momento mais especial do que aquele, quando a tinha confortável em seus braços, relaxada e feliz.

Ele a observou por minutos a fio, percebendo que era o cara mais feliz do mundo por ter Regina ali, por poder acompanhar cada expressão de seu rosto com a série. Notara que nem percebia o que se passava na TV, no entanto, ele tentava decorar cada sorriso que ela dava, a forma como o cenho franzia, as ruguinhas que ficavam mais evidentes ao lado do olho quando ela sorria. Robin a amava muito mais do que as palavras poderiam explicar e quando viu, o pedido saltou de seus lábios:

"Namora comigo, Regina?" a morena tirou rapidamente a atenção do filme, buscando os azuis. A sobrancelha arqueou e Robin repetiu a pergunta, sabendo que ela achava que não havia entendido bem. "Namora comigo?"

O sorriso que se abriu nos lábios dela foi tão lindo que ele teve certeza que se apaixonou ainda mais naquele momento.

"É claro que eu namoro com você, amor." Ela respondeu, tombando a testa na dele, que sorriu, emocionado pelo sim ter saído da boca da mulher. Ele buscou a boca dela em um beijo cheio de carinho, as mãos de mulher se agarrando aos cabelos de Robin, que sorriu entre o contato, pensando que aquilo era algo que Regina sempre fazia.

"Eu tenho algo para você então, namorada." Falou, levantando-se do sofá e seguindo rapidamente até o quarto dela, onde suas coisas ficavam. No caminho conferiu se Olívia estava bem, e quando voltou para a sala carregava uma caixa de veludo. Regina sentiu os olhos marejaram quando ele sentou-se à frente dela e pegou sua mão. "Passei em frente a uma loja no centro esses dias e quando vi essas alianças na vitrine… De alguma forma eu não consegui seguir meu caminho sem comprá-las. Quero usá-las até que possamos trocar por uma de casamento, quando estivermos preparados." Ele foi dizendo, pegando uma aliança e colocando no dedo da mulher, levando a mão dela até os lábios e depositando um delicado beijo. Regina fez o mesmo com ele, pulando rapidamente no colo do homem assim que pode. "Você é a mulher da minha vida, minha melhor amiga, minha companheira, mãe da minha filha, e eu amo você. Obrigada por me esperar." Beijou os lábios dela com delicadeza.

"Eu te esperaria por mil vidas, se necessário fosse. Eu te amo muito, Robin. Obrigada por ser esse homem incrível, esse pai sensacional." Falou baixinho, as duas mãos segurando o rosto dele. Robin sorriu emocionado com a fala dela, e Regina o abraçou, ficando alguns instantes naquele abraço lar, que só Robin sabia lhe proporcionar.

Ele e Olívia eram seu lar. Seus bens mais preciosos. Suas vidas.

***

Na quinta à tarde, Regina havia pedido a tarde livre e estava nesse momento na cozinha preparando sanduíches. Ela e Robin haviam se encontrado na tarde anterior com a psicóloga, tendo uma conversa importante e que acalmou cada célula do corpo da mulher. Ela agora se encontrava ansiosa pela reação de sua menina, e olhava no relógio de tempos em tempos, cuidando das horas. Robin e Olívia já deviam estar chegando, por isso a morena se apressou em cortar alguns pedaços de bolo, além de colocar o chocolate quente na garrafa térmica.

A psicóloga havia conversado com eles sobre a melhor forma de contar a criança sobre o relacionamento. Regina e Robin então combinaram com a filha para fazerem um piquenique, aproveitando que o dia estava com um sol forte, apesar do frio. O professor ficou de pegar a filha na escola e depois os três seguiriam até o parque, onde deixariam sua menina se divertir, ficar confortável, para então conversarem.

E assim foi feito. Regina agasalhou Olívia dos pés a cabeça, a menina eufórica por saber que passaria o resto da tarde no parque com os pais. Sem saber o que levar para brincar, Olívia demorou minutos inteiros para escolher os brinquedos no quarto, enquanto Robin segurava Regina em seus braços na sala, lhe passando uma segurança sem igual.

Em cima do patinete, Olívia ia pela calçada na frente dos pais, enquanto Robin levava a cesta com as comidas e Regina tinha uma mochila com diferentes tipos de brinquedos pendurada nas costas. Apesar de estarem apreensivos, ambos os pais estavam contentes por finalmente estarem prestes a contar sobre o namoro para a filha. Além disso, Olívia estava tão faceira em cima do patinete, que as simples risadas da menina acalmavam o coração de Regina.

Eles acharam um lugar onde pegava sol no parque, para que não passassem frio. Olívia fez de tudo, desde correr entre os balanços, descer nos escorregadores, chamar os pais para um pega-pega e esconde-esconde, deu diversas voltas em seu patinete, e então cansou e sentou-se de frente para os dois adultos. A ponta do nariz estava vermelha, assim como as bochechas. Fios do cabelo rebeldes teimavam em sair de baixo da toca dela e Regina não demorou a estender um copo de chocolate quente para a sua garotinha, que tomou tudo deixando um bigode.

"Eu amo vir no parque!" Ela comentou, mirando o céu e abrindo um sorriso. "Você não vai acreditar, mamãe, eu e o papai vimos um monte de cachorros puxando um menino hoje. Não é, papai?" Robin concordou, e ela voltou a tagarelar. "Deve ser muito trabalhoso cuidar de tantos cachorros. Mas eu queria um. Seria legal, não seria?" disse, mirando os pais. Era rotineiro agora a menina falar sobre os animais domésticos, fazendo Regina acreditar que logo teriam que adotar um para a garotinha. Quem sabe no Natal…

"Seria muito legal, Via." Regina sorriu para ela, oferecendo um sanduíche, aceito de bom grado pela garota.

"Quem sabe se você se comportar pelo restante do mês, o Papai Noel não te traga um cachorro, filha?" Robin perguntou, Regina olhando para ele admirada pelos pensamentos iguais aos dela, mesmo que não tivessem conversado nada a respeito. Já Olívia arregalou os olhos com a possibilidade.

"Vou ser a garotinha mais comportada do mundo a partir de hoje…" disse como quem não queria nada. Os pais riram.

O casal observou enquanto a filha lanchava, a mão de Robin buscando a de Regina e dando um leve aperto, tomando-a para si quando percebeu o quão gelada estava. Regina deu um sorriso fraco e com um olhar eles sabiam que estava na hora.

"Caquinho…" Regina chamou a atenção da menina, que buscou os olhos da mãe. "Eu e o seu pai queríamos conversar com você." Abriu os braços chamando a menina para seu colo. Olívia deu um gole no chocolate quente e correu pros braços da mãe, um tanto preocupada.

"Eu não aprontei nada, mamãe." A garotinha logo se defendeu, fazendo Regina sorrir e Robin dar uma leve gargalhada, apertando a ponta do nariz da menina.

"Nós sabemos que não, filha. Eu e a mamãe só queremos te contar uma coisa." Robin acalmou a garotinha, que suspirou aliviada.

"Caquinho, você lembra quando a mamãe te contou que eu e o seu pai somos amigos de muitos e muitos anos?" Regina perguntou e Olívia assentiu. "E que quando a mamãe descobriu que estava esperando você, o seu pai foi um anjo nas nossas vidas? Porque ele cuidou de nós duas, e não saiu do nosso lado desde então."

"Ele é o melhor papai do mundo, mamãe." Olívia disse sincera, olhando com tanto amor para Robin que o loiro sentiu os olhos marejarem.

"Então, filha, conforme o tempo foi passando, conforme você foi crescendo, eu e o seu pai percebemos que a gente se gostava muito e muito, e que queríamos ser mais que amigos. A mamãe percebeu que amava o seu papai, porque ele me deixa muito feliz e te faz muito feliz. Ele é incrível para nós duas." Regina falava devagar, prestando atenção nas expressões de Olívia, ao mesmo tempo que penteava os fios da filha com a ponta dos dedos.

"Vocês se amam como a vovó Cora ama o vovô Henry, mamãe?" Franziu o cenho, buscando os castanhos da mãe. "Que nem a vovó Clare e o vovô George?" Buscou os olhos de Robin, que confirmou com a cabeça.

"Isso, princesa. A mamãe e o papai sentiram o amor crescer tanto dentro do peito, que percebemos que queremos ficar juntinhos para sempre e cuidando de você." Robin explicou, sentindo Regina buscar o seu olhar. Ambos estavam nervosos, vendo as engrenagens na cabeça da filha rodar e rodar.

"Vocês vão ficar juntos até terem cabelo branco como a vovó Clare?" Olívia perguntou. Robin sorriu.

"Vamos sim. Quero muito ver o quão bonita sua mãe vai ficar de cabelos brancos." Robin piscou para as duas.

"Então agora vocês não são mais amigos, mamãe?" Ela mirou o rosto de Regina.

"Agora nós somos namorados, caquinho. Mas o seu pai nunca vai deixar de ser meu amigo, porque são sentimentos que fazem parte de uma relação. Quando você for maior, vai conseguir entender melhor." ela traçou o rostinho da menina. "No momento, é importante que você entenda que eu e o seu pai te amamos muito, Olívia, e que amamos um ao outro também. Queremos saber se está tudo bem para você que o papai namore a mamãe, porque a gente se ama muito e queremos formar uma família muito unida com você." Terminou de explicar, esperando uma reação da filha. Robin prendeu a respiração quando os olhos de Olívia se encheram de lágrimas e viu o medo nos olhos de Regina. Isso quebrou o coração dele.

"Você não gostou da notícia, filha?" Ele conseguiu perguntar, apertando a mão de sua garotinha. Olívia fez um beicinho e correu pros braços do pai, abraçando fortemente o pescoço do homem.

"É que meu coração tá muitoooo feliz, papai. Eu senti vontade de chorar." Ela sussurrou, a voz saindo abafada. Robin a apertou em seus braços, suspirando um pouco mais aliviado. "Agora você nunca mais vai precisar deixar eu e a mamãe, não é?" perguntou. "Vai poder dormir lá na nossa casa sempre, e eu vou poder falar pras minhas amigas que meus pais estão juntinhos. Eu não podia falar isso antes. Mas agora eu posso." Virou-se para Regina, abrindo um sorriso. "E a mamãe tá feliz. Eu amo ver a mamãe feliz." voltou pros braços de Regina, que apertou a filha ao seu corpo.

"Eu e o seu pai te amamos muito, caquinho. Você é a criança mais especial desse mundo." Regina sussurrou no ouvido dela, sentindo os braços de Robin ao redor delas, completando aquele abraço. A garotinha beijou a bochecha da mãe e do pai, completamente feliz.

Para Olívia, as coisas agora faziam muito mais sentido que antes, porque os pais estavam felizes e ela também estava.

"Agora a gente pode ter um cachorro, mamãe." Pulou dos braços dos dois, fazendo uma dancinha de comemoração. Regina gargalhou e concordou com a cabeça, sabendo que sua garotinha era muito esperta.

"Vamos pensar no seu caso." Foi Robin quem respondeu, puxando a garotinha para seus braços e a enchendo de cócegas. Quando a menina estava cansada de tanto gargalhar, o homem buscou a testa de Regina, deixando um leve beijo, sentindo a mulher buscar seus lábios logo depois.

Olívia bateu palminhas com o beijo dos pais, e foi a vez de Regina enchê-la de cócegas. A família continuou no parque até que o frio se tornasse insuportável, e mesmo assim foi uma batalha fazer Olívia ir para casa. A garotinha só concordou depois dos pais terem prometido que ela dormiria na cama junto deles naquela noite. Depois dos adultos pontuarem que apenas naquela noite ela poderia dormir junto a eles, porque, ao contrário, a cama do quarto dela iria ficar muito triste de tanta saudade, Olívia comemorou. Com a mão enlaçada na de Regina, Robin observou enquanto Olívia ia na frente com o patinete, tão feliz que Robin tinha certeza que ela demoraria séculos para dormir.

Mas, ele também estava tão feliz, que nem se importava.

***

Na madrugada do dia 25 de dezembro, a neve caiu em pequenos intervalos na cidade de Nova Iorque, o que não possibilitaria seu acúmulo para o dia de Natal, o que provavelmente causaria frustração em muitas crianças.

Robin e Regina esperaram Olívia cair no sono, depois da menina enrolar horas e horas para dormir. A animação para um dos dias favoritos do ano era tanta, que os pais da menina tiveram que ler diversas histórias até que ela finalmente se deixasse vencer pelo sono.

O casal então seguiu para a sala, abrindo uma garrafa de vinho enquanto desfrutavam de um tempinho juntos. Terminaram de arrumar os presentes abaixo da árvore, Regina lembrando-se de colocar algumas bolachas em um prato, juntamente com um copo de leite, e então os dois se aninharam no sofá, sem nenhum pingo de sono.

Infelizmente, juntos, chegaram à conclusão de que não seria o melhor momento para presentear a filha com um cachorro, visto que acreditavam que o bichinho precisava de um espaço maior para poder viver, e o apartamento de Regina parecia muito limitado para um filhote.

O almoço do dia seguinte seria no apartamento, e embora agora não fosse mais segredo o envolvimento, seria a primeira vez que todos se encontrariam. Além disso, seria o primeiro Natal deles como um casal, e Robin não conseguia esconder o quanto estava bobo por ser capaz de acordar junto de Regina naquele dia tão especial e poder abrir os presentes com Olívia.

"Deveríamos morder os biscoitos, não é? Para parecer real.” comentou pensativo, as mãos brincando com algumas mechas do cabelo de Regina. A mulher concordou, embora não tenha feito nada para sair dos braços dele.

“Não podemos esquecer desse detalhe.” disse apenas, virando o rosto e encontrando os olhos azuis. “Você está tão animado quanto Olívia.”

“Deu para notar?” fez piada, arrancando um sorriso dela. As mãos da morena foram parar na barba por fazer dele e ali ficaram, olhando-o com admiração. “É a primeira vez que vou passar essa data inteira com vocês, meu amor. Vou ver você acordar, depois ver Olívia acordar, e vamos abrir os presentes todos juntos.”

“Eu sonhei com isso por tanto tempo.” Regina disse, recebendo um leve beijo. “Depois vamos receber nossos pais na nossa casa, como a família que sempre quisemos ser.” sentiu ele deixar um beijo na mão dela, a palavra nossa casa não passando despercebido para Robin.

“Estamos completos agora. Você está feliz?” ele perguntou, traçando os lábios vermelhos que abriram para um sorriso. Robin percebeu que não precisava que ela respondesse com palavras, porque os sentimentos de Regina transbordavam pelos olhos castanhos.

“Estou tão feliz que isso quase não cabe em mim, meu amor.” ela sussurrou, aproximando o rosto do dele.

“Então deixe transbordar.” Robin sussurrou de volta, antes de tomar os lábios dela.

Na manhã seguinte, o homem acordara antes das duas mulheres da sua vida, e ele ficara por longos e longos minutos admirando a morena em seus braços. Robin tinha certeza que não havia nenhum presente de Natal que superasse aquele. Acordar com Regina em seus braços era uma das melhores coisas do seu dia, e estava ficando cada vez mais frequente, ele só conseguia agradecer por isso.

Sabendo que teriam um longo dia pela frente, o homem levantou-se depois de depositar um beijo nos cabelos castanhos e seguiu até a cozinha, começando a preparar panquecas e torradas para o café da manhã. Embaixo da árvore os diversos presentes descansavam, esperando somente o momento de Olívia acordar como um furacão e rasgar os belos embrulhos.

Quando a mesa estava posta, o homem seguiu até o quarto de Regina, deparando-se com a mulher já acordada, terminando de se arrumar. Ele ficou parado no batente, observando enquanto ela colocava um par de brinco nas orelhas e passava um leve batom nos lábios. Quando se virou e enxergou a figura dele, aquele sorriso elusivo enfeitou os lábios que Robin tanto amava e logo eles estavam nos braços um do outro, Regina tendo que retocar o batom novamente alguns minutos depois.

Aquele seria o primeiro Natal que Robin estaria ali para acordar Olívia junto de Regina. Seria a primeira vez que a filha pularia em seu colo com os olhinhos ainda sonolentos, abraçando seu pescoço e lhe desejando Feliz Natal. Depois de alguns segundos, a pequena pularia dos braços do pai para o chão, totalmente energizada para ver os presentes que o bom velhinho havia deixado para ela, tão animada que mal tomaria o café da manhã.

É claro que Robin sempre dava um jeito de ver a menina nos Natais anteriores, mas agora ele não tinha porque se preocupar com isso mais, pois estava onde deveria estar. Tinha os braços de Regina lhe abraçando a cintura enquanto observavam Olívia deitada no tapete, desvendando as pecinhas de um gigante quebra-cabeça, que eles iriam montar por muitas e muitas noites até que ficasse realmente pronto.

Robin Locksley não precisava de nenhuma outra coisa para viver, se tivesse Regina e Olívia. Não era o primeiro Natal que passava com elas, mas havia sido o mais especial em todos aqueles anos.

***

Passinhos silenciosos despertaram Robin do sono. Ele espiou o relógio ao lado da cama e viu que se passavam das 3h da manhã, e logo sentiu quando Olívia subiu ao seu lado da cama e se enfiou embaixo das cobertas, engatinhando até encontrar o rosto do pai. Ela tinha Patas a tiracolo, e Robin sabia que ela devia ter tido um pesadelo, ou simplesmente perdido o sono.

“Não consigo dormir, papai.” ela cochichou, os castanhos encontrando os azuis, antes de se aninhar nos braços do pai. Robin a recebeu prontamente, dando uma olhada em Regina e certificando-se que a mulher nem mesmo se mexera em seu sono.

“O que aconteceu?” ele perguntou, cochichando de volta.

“Não sei… Meu sono fugiu.” explicou a garotinha, como se fosse óbvio. Robin abafou uma risada nos cabelos dela e devagar começou a fazer um leve cafuné.

“Que coisa feia, senhor sono!” brincou “Temos que procurá-lo então, filha.” sugeriu, mas a menina levantou a cabeça e fez uma careta.

“Não consegui encontrar, papai.” fez um beicinho, deitando novamente nos braços de Robin.

“Não tem problema, o papai te ajuda agora.” ele acalentou.

Enquanto tentava fazer a filha dormir, Robin cantou diversas músicas, narrou algumas histórias, até mesmo começou a contar carneirinhos, mas algum tempo depois, a garotinha continuava com os olhos bem abertos, ainda mais acordada que ele.

“Não é pra dormir, papai.” Olívia bateu na ponta do nariz dele, lhe chamando a atenção quando o homem parara a contagem. Lutando para manter-se acordado, Robin lembrou-se da única coisa capaz de fazê-lo dormir nessas situações quando era mais novo.

“E se a gente fosse até a cozinha e o papai preparasse um leitinho morno para você tomar, querida? O que acha?” sugeriu, e também cansada e impaciente pelo sono ter fugido, Olívia aceitou.

Assim, os dois fizeram seu caminho até a cozinha, com cuidado para não acordar Regina. Robin colocou Olívia sentada no balcão e foi até a geladeira, pegando um pouco de leite e levando até o microondas, aquecendo-o um pouquinho. Quando o líquido estava morno, ele colocou-o no copinho da Carmen Sandiego e entregou para a filha, que deixou o Patas de lado e tomou alguns goles do leite, pedindo colo pro pai. Robin então, como fez tantas e tantas vezes quando Olívia era menor, ninou a garotinha de lá para cá, arrancando primeiro algumas gargalhadas da menina, que logo tomava o leite em silêncio. Uma das mãos do homem fazia um cafuné nas madeixas da menina enquanto cantava baixinho a letra de Milk and Toast and Honey, e logo Olívia se encontrava sonolenta.

Foi essa cena que Regina viu quando procurou os dois no apartamento. Foi impossível segurar o sorriso nos lábios e o calor no coração. Como os amava! Cenas como aquela eram mais e mais frequentes agora que Robin estava praticamente morando ali, e a morena se sentia tão grata por tê-lo. Tanto por ela, como por Olívia.

Robin era perfeito, em todos os sentidos.

Quando a filha tombou ainda mais a cabeça contra seu ombro, Robin sabia que eles haviam ganhado aquela procura pelo sono. Ele levou o copinho da Carmen Sandiego até a pia, guardou o leite na geladeira e quando virou-se para seguir até o quarto da menina, se deparou com o amor de sua vida os observando, um sorriso brilhante nos lábios, o qual ele devolveu.

Juntos os dois colocaram a menina novamente na cama, e instantes depois se encontravam no outro quarto, as pernas entrelaçadas enquanto Regina descansava a cabeça no peito do homem.

“Você deveria buscar o resto das suas coisas na casa da sua mãe.” Regina disse baixinho, fazendo os olhos azuis abrirem. Robin se remexeu, buscando os olhos castanhos, surpreso.

“Você quer que eu me mude para cá, senhorita Mills?” sussurrou, vendo Regina confirmar com a cabeça.

“Eu quero, nossa filha também quer.” traçou a sobrancelha dele. “Além disso, você tem passado os últimos meses praticamente todos os dias aqui com a gente… Você quer também?”

“Eu iria amar, meu bem.” sorriram juntos, Robin roubando um beijo de Regina. “Se vocês duas estão bem com isso, então eu também estou.” Regina bicou os lábios nos dele mais uma vez, se afastando e percebendo o quanto os azuis brilhavam. Era madrugada e ambos teriam que trabalhar amanhã, mas parecia um ótimo momento para tomar aquela decisão. Regina aprendera que o tempo ia ajeitando as coisas junto ao destino, e que levara muitos anos para os dois encontrarem o caminho um para o outro. Eles cultivaram uma linda amizade, depois tiveram que lidar com os sentimentos amorosos aflorando em seu peito, e no meio disso tudo Olívia os uniu ainda mais.

Agora, meses depois de terem se declarado um para o outro, não sentiam mais a necessidade de esperar para dar passos grandes assim. Pensavam muito em Olívia, sim, mas sabiam que a menina também estava em êxtase pelo namoro dos pais.

E também Regina não desejava mais perder tempo por medo ou receio. Os últimos meses ao lado de Robin e da filha estavam fazendo-a a mulher mais feliz do mundo e ela queria que continuasse assim.

“Eu estou no momento mais feliz da minha vida, Robin.” ela beijou a ponta do nariz dele. “Te amo, meu amor.”

“Eu te amo também. Muito.” beijou todo o rosto dela e depois os lábios, puxando-a ainda mais para si.

Ele também estava no momento mais feliz da vida dele. Se considerava um sortudo por ter tido Regina ao seu lado por tantos anos. Era tão grato a ela por ter lhe dado Olívia. E não conseguia nem descrever o que sentia quando se dava conta de que escreveria as próximas páginas de sua vida junto a ela.

Os dois estavam mesmo no momento mais feliz de suas vidas. Um ao lado do outro, mais unidos que nunca.