Na manhã seguinte como todos os dias eu acordei em minha cama e o sol iluminava meu rosto me fazendo ter uma tremenda preguiça de levantar, a cama esta um pouco molhada de suor, eu não soo que nojo e sim é Connor que esta encolhido na minha frente. Ammy deve ter saído e ele ficou com medo que ficar naquele quarto com tartarugas sinistras o olhando, foi isso mesmo. Eu estico a mão para debaixo da cama entre as brechas dela e a parede, meu celular esta jogado no chão e eu tento pegar é um pouco difícil, quando eu finalmente o pego não há mensagem nenhuma e isso me desanima um pouco. Eu olho as horas e são onze e vinte o que significa que algo não esta normal, então resolvo mandar uma mensagem para Ammy.

AshCuspi: Ammy por que não me acordou? Sério, eu não quero nunca mais Connor na minha cama.

AmmyC: Bem menos Ashley, a Zoe ficou sabendo sobre o que você fez ontem para o Thomas e resolveu que poderia te perdoar...Seus dias de sol chegaram maninha!

Ammy era a única pessoa que eu conhecia que ainda chamava sua irmã que esta no final da adolescência de “maninha”, apesar de só me importar e brigar muito por causa disso no começo desse ano eu nunca gostei desse apelido. Ammy e eu sempre fomos muito apegadas, fazíamos tudo juntas e quando ela casou eu fiquei bem deprimida e ala achou que me dar esse tipo de carinho seria a solução. Mas, a boa noticia é que meus dias livres chegaram, é nem tanto porque ainda tenho que cuidar de Connor, mas ele pode comer areia enquanto eu durmo, apesar que ele estava uma gracinha dormindo, suas bochechas estavam vermelhas por causa do sol e ele dava leves sorrisos quando eu tocava suas costas com o meu pé para aliviar um pouco do calor.

Eu vou me arrastando até a ponta da cama quando meus pés finalmente encostam ao chão aliviando ainda mais o calor infinito, é eu não gosto muito de calor, todos sabem que o tipo de pessoa como eu acham que as pessoas no frio são mais elegantes e que é ótimo para terminar de ler aquele livro de romance comendo chocolate debaixo daquela tonelada de cobertas com cheiro de amaciante. Eu vou ao banheiro e percebo que há uma pequena seta no canto do espelho apontando diretamente para a janela, tentei ignorar que aquilo foi feito com um batom de cor perfeita e que a pessoa havia gastado com tal besteira, eu olho para a janela e percebo que é de frente com a de Thomas que me olha dando uma pequena piscada, eu sorrio para ele e volto para lavar meu rosto. Depois de lava-lo com aquela perfeita água gelada e escovar os dentes e perceber que sempre tenho vontade de beber a água da pia porque ela é mais refrescante do que a da geladeira, eu vou para a cozinha e saio abrindo os armários até encontrar uma caixa de biscoitos que Ammy achou que esconderia de mim. Uma coisa que é um grande fato sobre eu: Quando não tem ninguém mais velho do que eu na casa, é eu que mando então eu como tudo que tem açúcar e coloco música no último volume quando eu estou de bom-humor.

O silencio que estava aquela casa era perfeito até Connor acordar e vir correndo para a cozinha como se tivesse visto um monstro e gruda nos meus braços com aquele corpinho suado e com cheiro de quem dorme abraçado com a mamãe.

– O que foi Connor?

– Tia Ash, eu tenho medo de ficar só! Não me deixe só!

– Para de fogo do cú e vai arrumar uma coisa para comer agora!

Ele olhou ao redor e viu a caixa de serial na segunda prateleira, ele pegou e também uma tigela e jogou suco de laranja e dentro o serial. Connor sempre foi de comer coisas inacreditáveis que eu já teria morrido se fosse eu, uma vez ele comeu feijão com strogonoff e todas as pessoas que têm cérebros sabem que essa combinação é somente quando você esta morrendo de vontade de ter dor de barriga, mas ele nunca tem.

– Você vai comer isso mesmo?

– Eu não posso tomar leite, então meu papai disse que posso comer assim.

– Vocês são pessoas estranhas, me dão medo!

Ele sentou e começou a comer como se aquilo fosse um pedaço do céu, eu olhei para as coisas de praia que estavam ao meu lado e voltei o olhar para ele, não seria tão ruim se eu o levasse para dar uma voltinha na praia.

– Você quer sair comigo?

– Sério tia Ash? Você disse que não gosta de sair comigo porque faço birra.

– Você faz birra só que hoje eu vou te levar a praia e você tem trinta minutos.

Ele levantou o pote para beber o resto de suco que estava nele, e saiu correndo arrastando aquela boia horrorosa de pato. Eu voltei para o quarto e somente troquei-me e fiquei esperando Connor na varanda que não demorou muito e veio ainda lambendo os lábios do serial, eu segurei sua mão e saímos em direção á praia, Connor só andava tropeçando naquele chinelo que era maior que ele, eu ficava parando toda hora para ele pegar o chinelo.

Quando finalmente chegamos a praia ela estava cheia de jovens laranjas jogando vôlei e fazendo caminhada á beira do mar que estava maravilhoso, de longe eu consegui ver Noah surfando que logo veio correndo em minha direção.

– Ash, não sabia que tinha irmão.

– Ele não é meu irmão, é meu sobrinho Connor. Cumprimente-o Connor!

– Eu sou Connor Cooper Clarck, tenho quatro anos e não gosto que fique paquerando minha tia Ash – Connor disse o encarando.

Eu sorri sentindo minhas bochechas corarem de vergonha, Noah abaixou-se ficando da altura de Connor e fez uma cara de quem queria fazer amizade com ele.

– Posso te ensinar a surfar...

– Assim pode então!

Connor saiu correndo para a água e eu atrás dele parecendo uma retardada no meio daquele monte de gente, quando finalmente chegamos à água que estava uma maravilha de perfeita. Noah e eu colocamos Connor encima da prancha, eu tenho certeza que naquele momento Connor estava se sentindo o rei do Havaí nem conhecendo o Havaí.

– Cuidado com a onda Connor!

Eu joguei meus braços sobre ele e o abaixei fazendo mergulhar para a onda não o levar, mas não adiantou muito e ele foi parar na beira da praia. Eu fui correndo o socorrer pois ele estava caído na prancha paradinho.

– Connor você esta bem? – Eu perguntei o pegando.

– Isso foi demais! –Ele levantou dando risada.

Eu o levantei rodando sobre as águas e ele morria de rir, quando eu o soltei e ele voltou para pegar a onda que estava vindo. Noah se aproximou de eu rindo.

– O que foi?

– Você o odeia e ao mesmo tempo o ama demais.

– Ele é o irmão que eu nunca tive.

Noah se aproximou mais e olhou no fundo dos meus olhos e os desceu até os meus lábios quando finalmente os beijou, confesso que tive vontade de atacar alguma coisa nele. Mas também confesso que não foi tão ruim assim. Eu dei um passo para trás e virei os olhos até a rua quando avistei Thomas descendo com as coisas do carro e corri até ele para ajuda-lo.

– Thomas, quer ajuda?

– Por que você não vai ajudar Noah?

Droga! Ele tinha visto, mas por que droga se Thomas não é nada meu? Eu continuei o seguindo até a barraca e ele fazia de tudo para não me olhar só que eu estava quase fazendo malabarismo somente para chamar sua atenção.

– Não é para ter ciúme, eu mal te conheço e quem dera te dou direito a isso.

– Você é igual à Holly e a todas as outras daqui da praia.

Agora ele acabou de passar dos meus limites, eu bati a mão no balcão e fiquei esperando ele reclamar só que ele somente arrumava as tartarugas e os brincos nas prateleiras.

– Eu não sou igual á elas, você que é um amigo idiota que a partir da noite de ontem acha que agora é algo meu. Eu que achei que te conhecer poderia ser interessante.

– Sabe o que você faz? Vira á esquerda daquela rua e vai para a puta que pariu.

Eu o fitei com raiva e saí andando como se nada tivesse acontecido, mas eu estava com uma vontade enorme de dar um murro na cara dele.

– Ashley – ele gritou – foi mal, você esta certa!

Eu virei mostrando os dois dedos do meio e disse:

– Não foi mal, foi péssimo. E eu sempre estou certa!

Ele riu e voltou a arrumar as prateleiras.