Gabriel continuou voando para o leste, mas sua mente estava em outro lugar no convento, o Arcanjo ainda estava preocupado com a presença de Lúcifer no local e queria resolver logo esse outro problema para rapidamente voltar ao convento e ajudar o seu irmão.

– Rafael como eu queria que estivesse aqui... – Disse Gabriel e respirou fundo. – Mas o que é isso?

Algo chamou a atenção de Gabriel, nas montanhas uma enorme escuridão era visível. A lua brilhava iluminando quase toda a montanha exceto um ponto negro. Não era somente o ponto que chamou a atenção de Gabriel, mas também a energia maligna que vinha daquele local.

– Nenhum demônio e nem mesmo Lúcifer seria capaz de emitir uma energia tão negativa como essa, acho que estava certo Rafael deve ser realmente algum ser pagão que não conhecemos!

Gabriel pousou próximo ao ponto negro e recolheu suas asas, não completamente elas ficaram dobradas em suas costas como se fosse parte do seu visual. As asas brancas combinavam perfeitamente com o dourado da armadura de Gabriel.

O arcanjo começou a caminhar com cautela, sua mão direita estava em sua espada a segurando com firmeza. Gabriel estava atento a tudo ao seu redor. Um barulho o vez parar e olhar atentamente para a direita, um cervo passou correndo ao seu lado. Gabriel pode sentir o medo e o desespero do animal, realmente seja o que for que estiver a frente é algo realmente poderoso e assustador pensou o arcanjo.

Gabriel caminhou mais alguns minutos e a cada passo sentia a energia maligna aumentando, o arcanjo parou e olhava atentamente para frente.

– Mas o que é isso? – Perguntou o arcanjo chocado com o que estava vendo. Era como se parte da noite ganhasse vida. Como se sombras começassem a ter vontade própria e a andar. – As figuras escuras!

Realmente eram as figuras escuras, mas elas estavam com uma aparência diferente. Antes elas aparentavam ser uma sombra com braços, pernas, olhos e boca. Elas ainda possuíam essas características, mas agora estavam diferentes. Elas possuíam asas percebeu Gabriel e não apenas asas em seus braços esquerdos uma outra sobra era visível, ela era redonda e sólida similar a um escudo. E nas mãos livres outra sombra similar ao escudo do braço esquerdo, mas esse se parecia com uma espada.

Bem-vindo meu caro Arcanjo! – Disse uma voz que causou arrepios em Gabriel. Era a voz do ser que controlava Metatron. Um ser terrível, um mau sem igual.

– Você... – Disse Gabriel.

Sim sou eu, agora tenho um novo exército o seu irmão acabou com o primeiro que eu tinha e agora resolvi fazer algumas modificações e vou testa-las em você.

– Testa-las em mim?

Isso mesmo... ataquem! – Ao ouvir essa ordem todas as figuras escuras correram na direção de Gabriel. O arcanjo rapidamente desembainhou sua espada o Flagelo de fogo e encarou o adversário esperando pelo embate. A enorme espada flamejante de Gabriel não intimidou as figuras escuras que continuavam correndo em sua direção.

Quando as primeiras estavam bem perto Gabriel partiu para o ataque. Com alguns golpes de sua espada o arcanjo fez com que vinte figuras se desintegrassem. As demais figuras continuavam avançando e atacando e Gabriel as abatia.

Eles são muitos. – Pensou Gabriel enquanto lutava. Ele sabia que poderia derrotar mais da metade daquele exército sozinho, mas chegaria um momento em que ele teria que parar ou teria problemas. – Não posso parar nunca. – Disse a si mesmo e Gabriel continuava atacando.

Prometi a Miguel que daria um jeito nisso e não tenho medo de morrer, Rafael morreu cumprindo o seu dever devo seguir o exemplo de meu irmão e fazer o mesmo, se tiver que morrer, morrei lutando. – Gabriel correu para cima das figuras e continuava a derrotar uma por uma. Ele parou ao perceber que estava cercado e as figuras pararam todas apontavam suas espadas se preparando para ataca-lo.

– PROTEGER OS HUMANOS É O DEVER DE UM ANJO! – Gritou Gabriel e expandiu a sua aura.

O poder do arcanjo era como uma bomba, grande parte das figuras próximas a Gabriel começaram a se desintegrar uma por uma. Uma pequena cratera era visível e Gabriel estava no centro dela. As figuras que restavam o olhavam atentamente ainda se preparavam para ataca-lo. Gabriel abriu suas asas e como uma flecha voou para cima, as figuras abriram suas asas negras, assim como suas armas pareciam ser uma sombra solidificada e partiram em direção a Gabriel.

No ar a luta do arcanjo com as figuras continuava. Parecia que eles estavam em terra a espada de Gabriel dizimava as demais figuras. Algumas tentavam revidar cruzando suas espadas com o Arcanjo, mas depois de alguns golpes eram destruídas pelo arcanjo.

Três figuras atacaram simultaneamente à frente de Gabriel. Mais três vinham da esquerda, direita, em cima, em baixo e pelas costas do arcanjo. Gabriel estava cercado não tinha como escapar. As espadas das figuras se aproximavam do arcanjo. Elas pensavam que agora seria o fim de Gabriel, mas o seu movimento seguinte surpreendeu a todos.

Gabriel aumentou sua aura e uma espécie de campo invisível afastou as figuras que caiam como moscas. O arcanjo aproveitou a deixa e recolheu suas asas caindo rapidamente em direção ao solo, ao se aproximar de cada uma das figuras que estavam caindo Gabriel as abatiam com facilidade, umas delas tentou se defender se protegendo com o escudo, mas a espada do arcanjo o transpassou com facilidade como uma faca ao cortar manteiga.

Gabriel abriu suas asas e pousou suavemente no chão. Outras figuras pousaram e novamente o cercaram. Gabriel olhava atentamente para cada uma delas fazendo uma rápida contagem.

– Restaram 112. – Disse o arcanjo consigo mesmo e segurava firmemente a sua espada.

As figuras voltaram a atacar, Gabriel ficou parado na mesma posição e fechou os seus olhos.

BAM!! – As figuras pararam e começaram a espremer umas às outras.

O som que fizeram era ensurdecedor. As primeiras figuras pareciam ter batido de cara contra a parede, mas uma parede invisível. Gabriel continuava parado em posição de ataque com os olhos fechado. As demais figuras golpeavam desesperadamente em volta de Gabriel. Para os lados e por cima, mas seus golpes eram em vão, suas laminas não eram capazes de atingir o arcanjo.

Gabriel aproveitou a deixa e tentou sondar as mentes das figuras, mas apenas escutava uma frase que era repetida inúmeras vezes.

Ataquem e matem o anjo! – Era a voz do ser que controlava Metatron. Somente a voz desse ser era ouvida na mente das criaturas.

– Elas não tem consciência. – Disse o arcanjo. - São bonecos sendo controlados é apena isso que elas são!

Abrindo suas asas o arcanjo abriu os olhos e ergueu sua cabeça. Novamente como uma fecha Gabriel voou para o céu surpreendo as figuras que estavam em cima. O arcanjo dizimou grande parte delas deixando apenas cinco. As cinco restantes voaram na direção de Gabriel e o arcanjo continuava ganhando altura.

Gabriel guardou a sua espada e parou no ar ficando com as asas abertas. Olhando para baixo o arcanjo avistou as cinco figuras se aproximando e não apenas elas, as demais figuras que estavam no solo acompanhavam as demais.

Gabriel estendeu os braços um pouco a frente e abriu suas mãos. Suas asas começaram a brilhar, e a luz caminhava por seu corpo passando pelo seu tronco e se concentrava nas palmas de suas mãos. As figuras estavam próximas e Gabriel liberou a energia. Era como uma metralhadora alvejando todas as figuras uma por uma e as dizimando em pleno ar. As demais que estavam se aproximando foram pegas de surpresas e assim uma por uma das figuras eram destruídas por Gabriel.

Seu poder de destruição era grande e Gabriel foi capaz de destruir parte da montanha criando um enorme buraco.

– Droga exagerei. – Disse o arcanjo parando o seu ataque.

Lentamente Gabriel começou a descer e olhava com atenção para o buraco.

– É bem fundo eu exagerei muito.

Algo passou voando pelas costas e Gabriel percebeu tarde mais. Era uma espada de prata que voava como uma flecha e parou a centímetros de Gabriel.

A espada parou cravando na testa de uma figura escura que logo desapareceu e a espada ficou crava no tronco de uma árvore. Miguel pousou na frente de Gabriel e olhava atentamente para o buraco.

– Eu realmente não precisava ter vindo.

– Peço perdão irmão eu exagerei me perdoe.

– Não se desculpe Gabriel sei que foi um acidente e isso as vezes acontece conosco. – Miguel caminhou até a espada e a retirou do tronco e guardou. - Me conte tudo o que aconteceu no caminho de volta, muitos humanos estão vindo para cá.

– Tudo bem meu irmão vamos. – Gabriel e Miguel abriram suas asas e voaram em direção ao convento.

Ele realmente é um adversário poderoso igual ao seu irmão Rafael. – Disse a voz que controlava as figuras. – Realmente não será fácil derrota-lo, mas o seu irmão foi derrotado e o próximo será você ARCANJO GABRIEL!

Alguém estava próximo ao local, estava trajando um terno de prata com camiseta branca, luvas e sapatos da mesma cor. Tinha a pele branca quase tão branca como suas roupas, sua gravata era preta com os cabelos da mesma cor e tinha olhos eram verdes. O rapaz se aproximou e olhou atentamente para o buraco feito por Gabriel.

– Realmente você está mais forte Gabriel. – Disse Lúcifer que continuava olhando para o buraco. – Realmente está muito forte.

Um par de asas se materializaram nas costas do arcanjo sombrio. Elas tinham o dobro de seu tamanho e diferente das asas dos arcanjos suas asas eram negras.

– Irei continuava apenas observando quero ver como as coisas iram terminar.

Lúcifer bateu suas asas criando um enorme vento derrubando algumas árvores que estavam no local e começou a voar em direção ao céu na direção da lua e logo desapareceu como se estivesse realmente partido em direção ao satélite terrestre.