Os anjos retornaram para a casa de seu irmão o Arcanjo Rafael ao lado do convento junto com Rafael o Nefilin. Ao chegarem Miguel e Gabriel, tiveram uma longa conversa com o jovem Nefilin.

Eles preencheram as lacunas que Rafael deixo vazia, explicaram ao Nefilin sua missão inicial descobrir o que estava matando os anjos na terra, depois explicaram que descobriram que Metatron seu irmão e o primeiro de todos os anjos era o responsável pelas mortes e seus irmãos. Explicaram também que descobriram que alguém está manipulando Metatron, mas que ainda não descobriam quem teria tal poder e por fim, explicaram sobre a gripe do século e como Rafael se sacrificou salvando a humanidade dessa terrível doença.

– Realmente eu perdi muita coisa. – Comentou o jovem Nefilin.

– Sim você perdeu meu jovem. – Respondeu Gabriel com gentileza.

– E agora o que pretendem fazer?

– Ainda estamos pensando nisso Rafael.

– Se precisarem da minha ajuda podem contar comigo, sei que...eu prometi a Rafael que o ajudaria, mas a missão dele ainda não terminou e eu prometi ajudar ele até o fim então se eu puder fazer algo nem que seja polir suas armaduras podem contar comigo arcanjos.

Miguel olhou admirado e surpreso para o jovem Nefilin.

Que saudades da época que Rafael essa assim. – Pensou Miguel.

Irmão deveria pensar mais baixo. – Sussurrou Gabriel em sua mente.

Mas eu tenho saudades e confesso que por pouco pensei que Rafael tinha voltado ao normal.

Gabriel sorrio e tocando no ombro do irmão ele assentiu e mais uma noite se passou.

No dia seguinte os anjos se reuniram junto com Rafael no convento. Miguel estava usando uma camiseta branca com calça jeans e sapatos preto.

Gabriel estava usando agasalho preto da Nike, sua blusa estava aberta mostrando que estava usando uma camiseta branca e usava também tênis da mesma cor. Rafael estava usando uma bermuda jeans preta com tênis sem meia da mesma cor, blusa de capuz azul escuro e em seu pescoço era visível uma corrente de Metal.

Juriciel se uniu ao grupo usando um macacão jeans com tênis preto e camiseta da mesma cor, seu macacão estava um pouco sujo e as irmãs informaram que o caído estava limpando as calhas do canil que estavam entupidas com folhas. Todos se reuniram no salão e quando a última irmã entrou a reunião começou.

– Muito bem... – Miguel começou a falar e todos olharam para ele. – Gabriel e eu iremos ficar fora o dia todo exceto aos domingos, não queremos chamar a atenção dos demais então sairemos de dia e só retornaremos á noite.

– Entendemos perfeitamente Arcanjo Miguel. – Disse a Madre e todas as irmãs assentiram.

– Rafael. – O jovem olhou para Miguel o arcanjo o olhava atentamente e com a voz calma continuou a falar. – Você ficará no convento ajudando as irmãs e Juriciel.

– Entendido.

– E Juriciel. – Agora era o caído quem olhava para Miguel. – Enquanto estivermos fora você será a defesa todos.

O caído assentiu e concordou com a cabeça.

– Perdão Arcanjo Miguel. – Disse uma das irmãs erguendo a mão. Miguel olhou para ela e percebeu que quem falava era a irmã Ariana uma das mais jovens irmãs.

– Pois não irmã?

– Estou em dúvida em relação a Rafael.

– E qual seria a sua dúvida irmã?

– Bem ele se parece muito com o Dr. Rafael entendemos isso sobre avatar e Nefilin, mas se ele se parece com ele então ele terá que ir ao hospital trabalhar em seu lugar, se faltar viram atrás dele afinal todos sabem onde ele mora.

– Eu sabia que estava esquecendo de revelar uma coisa. – Disse Gabriel levando a mão a nuca e mostrando que estava envergonhado.

– Do que se esqueceu senhor Gabriel? – Perguntou a irmã.

– Irmãs olhem ninguém irá se lembrar de Rafael! – As irmãs olharam confusas para Gabriel, o arcanjo não precisou sondar a mente das irmãs para descobrir que todas não haviam entendido suas últimas palavras.

– Irmãs no momento em que Rafael se sacrificou ele apenas não salvou a humanidade da gripe, mas ele também apagou a sua existência aqui na terra, somente nós reunidos aqui sabemos de Rafael as demais pessoas nem se lembraram dele e o mesmo acontecerá comigo e Miguel se formos mortos somente vocês iram se lembrar de nós.

– Minha nossa.

– Iremos também sair para averiguar isso. – Miguel tornou a falar chamando a atenção para si. - Queremos saber o que as pessoas estão pensando por isso irmãs peçamos que por hoje não comentem nada sobre a casa ao lado, apenas se alguma família perguntar o que acho difícil.

– Entendemos e pode confiar em nós Arcanjo Miguel. – Comentou a Madre e todas as irmãs assentiram confiante.

Miguel e Gabriel sorriam e a reunião se encerrou. Como tinham comentado os arcanjos se dividiram Gabriel ficou na cidade com a dolorosa missão de tentar descobrir como as pessoas estavam se comportando após o famoso “milagre”.

Miguel se dirigiu a divisa da cidade entrando na floresta e caminhou até o local onde enfrentou Metatron pela primeira vez.

O arcanjo parou de caminhar e expandiu sua aura sondado todo o local a sua volta. Miguel sentiu que muitos animais estavam pela floresta, alguns comiam, outros dormiam ou estavam caminhando ao perceber que nenhum humano estava próximo o príncipe abriu suas asas.

Um par de asas brancas como a neve surgiu sobre as costas de Miguel, o arcanjo sentiu um pouco de dor em suas asas ao abri-las pelo fato de nunca as ter deixado recolhidas dentro de seu corpo por tanto tempo.

No céu as asas dos anjos ficam dobradas visíveis em suas costas, os celestiais só a recolhem completamente quando se materializam na terra para que os humanos não descubram sua verdadeira identidade.

Miguel ainda sentia suas asas um pouco doloridas e começou a balança-las. Alguns está-los podiam ser ouvidos enquanto o arcanjo agitava suas asas, mas com o tempo a dor começou a desaparecer e um sorriso era visível na face e Miguel. O arcanjo começou a voar sobrevoando toda a mata, Miguel voava perto das nuvens para não ser visto por nenhuma pessoa, enquanto voava um grupo de aves andorinhas voavam atrás do arcanjo formando um grande V no céu. Miguel era o líder do grupo e o arcanjo novamente voltou a sorrir. Miguel estava amando ficar na terra, essa era segunda vez que arcanjo vinha a terra ele sempre a observou de “Acheron o 4º Céu” algumas coisas que se passavam na terra principalmente a ação de alguns demônios que se materializavam na terra.

Miguel voou o dia todo sobrevoando toda a floresta e por mais quatro cidades vizinha, com os seus sentidos super apurados não encontrou nenhuma anomalia.

***

Por volta das 21 horas Gabriel retornou ao convento e foi recebido pelas irmãs. O arcanjo parou no meio do caminho olhando cima.

– Algo errado Arcanjo Gabriel? – Perguntou a irmã Cecília e algumas irmãs ergueram a cabeça tentando observar o que o arcanjo estava olhando.

– Não verdade não irmãs peço que se afastem um pouco.

– Se afastar por que? – Perguntou Rafael que chegava junto com as demais irmãs e Juriciel.

As roupas de Rafael estavam sujas percebeu Gabriel e o arcanjo também percebeu que estavam tão sujas como as do caído, o jovem Nefilin percebeu o olhar de Gabriel e sem jeito tentou se explicar.

– Bom ele estava limpando a calha e eu fazia isso em minha antiga casa e resolvi ajudar ele.

Gabriel sorrio e balançou a cabeça em negação.

– Tudo bem não precisa se explicar gostou de ajudar ele?

– Na verdade eu gostei muito eu admito. – Respondeu o jovem agora sorrindo.

– Ele está vindo. – Disse Juriciel e todos olharam para ele.

– Quem está vindo? – Perguntou Rafael.

– Miguel. – Gabriel respondeu pelo caído e se afastou se ficando próximo das irmãs.

No local onde Gabriel estava Miguel pousou apoiando uma das mãos no chão. Suas asas estavam abertas voltadas para cima. Elas eram quase do tamanho dos muros do convento.

Miguel lentamente se levantou e enquanto se levantava suas asas começaram a diminuir todos perceberam que o arcanjo estava guardando suas asas, ao guarda-las completamente Miguel percebeu que todos com exceção de Gabriel e Juriciel o olhavam com uma certa admiração.

– O que aconteceu? – Perguntou o arcanjo tentando não demonstrar que estava sem jeito. Miguel também percebeu que aos poucos suas atitudes começavam a mudar. Ele ainda era sério e focado em seu trabalho, mas aos poucos o arcanjo percebeu que outros sentimentos começavam a serem despertados como por exemplo “a timidez, a vergonha” não vergonha de quem ele era, mas de ser o centro das atenções pelo menos entre as irmãs.

– Não foi nada de mais meu irmão apenas que todos não imaginavam que retornasse dessa maneira todos ficaram admirados apenas isso.

– A sim entendo. – Respondeu Miguel continuando a lutar para não mostrar que estava sem jeito.

– Descobriu algo? – Perguntou Gabriel e Miguel intimamente agradeceu ao irmão pela pergunta isso, o ajudaria a relaxar e também a não deixá-lo mais constrangido do que estava.

– Nada voei o dia todo até para as cidades vizinha e não encontrei nada e você descobriu algo?

– Bom descobri que na mente de todos na cidade o milagre é a sensação do momento. Passei também no hospital e sondei a mente de todos e ninguém realmente se lembra de Rafael.

– Ótimo então nada de anormal no dia de hoje. – Comentou Miguel e Gabriel assentiu.

– Eu não diria isso eu acho depende do que você chama de anormal.

Ao escutarem essa voz o ambiente ficou pesado. As irmãs por algum motivo ficaram alarmadas e não apenas elas, mas também os anjos.

Um rapaz estava na entrada do convento, ele estava trajando um terno de prata com camiseta branca com luvas e sapatos da mesma cor. Sua gravata era preta o jovem tinha a pele branca no mesmo tom da de Gabriel, seus cabelos eram negros e seus olhos eram verdes. Algumas irmãs ficaram hipnotizadas pela beleza do rapaz.

Ele tinha mais ou menos a altura e Miguel e seu corpo mostrava que estava em forma que tinha a mesma massa corporal do arcanjo.

Gabriel e Juriciel ficaram à frente das irmãs que despertaram sua “hipnose”.

Miguel estava frente a frente com o rapaz que o olhava com calma um pequeno sorriso era visível em seus lábios. Miguel por sua vez o encarava o ódio era visível em seus olhos mostrando que o arcanjo não estava gostando da presença do rapaz pelo local.

– Não acredito o que ele faz aqui na terra? – Perguntou Gabriel.

As irmãs e Rafael o olharam. Rafael por sua vez sentia algo ao olhar para aquele rapaz, algo sombrio, algo que o deixava com medo só de olhar para ele. O rapaz o olhou e o jovem Nefilin prendeu a respiração.

O rapaz tornou a sorrir com a reação do jovem e caminhou um passo. Miguel fechou firme as mãos e suas asas voltaram a aparecer e agora sua camiseta foi completamente rasgada com a brutalidade pela qual suas asas apareceram. O jovem parou e olhava atentamente para Miguel que ainda o encarava. Ele caminhou outro passo e o arcanjo ergueu o braço direito. O rapaz o olhou com curiosidade esperando para saber o que Miguel iria fazer.

Uma das irmãs olhou para o céu e soltou um gemido baixo atraindo a atenção das demais para o local onde olhava.

Algo brilhante se dirigia na direção de Miguel. Abrindo a mão a luz brilhante era vista pelas irmãs quem perceberam que na verdade era um objeto um pouco longo e de prata. Devagar Miguel abaixou sua mão e com a mão esquerda, segurou a outra ponta do objeto.

Puxando a mão direta o objeto parecia ficar maior e mais logo e foi revelado a todos que o objeto era na verdade uma espada.

Miguel a segurava firme e a apontou na direção do rapaz que desafiadoramente avançou mais um passo.

– O que faz aqui? – Perguntou o arcanjo.

– Fiquei curioso para saber o que estava acontecendo por aqui Miguel. – Respondeu o rapaz.

– Afinal quem é ele? – Perguntou a Madre.

“A Estrela do Amanhecer”! – Respondeu Juriciel.

– A... Estrela... do... Amanhecer? – Disse a Madre devagar.

– Sim. – Disse Gabriel e todas voltaram a olhar para ele.

– Vocês o conhecem melhor como “Lúcifer o Primeiro Caído” e o “Rei do Inferno”!